>

Olha a cara do fracassado, não é à toa que todo mundo odeia o Lakers

O Danilo fez um post falando sobre o seu novo Houston sem Alston e sem Tracy McGrady. Concordo com ele em tudo, acho que o time está melhor e eles se acharam perfeitamente ao ver que são um time que marca primeiro no garrafão, com Yao, Scola e Landry, e depois dão chances aos armadores.

Porém, o assunto rendeu um comentário do nosso fiel leitor Renzo sobre o jogo de ontem entre o Houston do Danilo e o meu Lakers, o famoso Bola Presa Classic. O Renzo disse que parecia que o Lakers iria ganhar a qualquer momento porque o time está voando. O Lakers venceu o embalado Rockets em Houston, sem Odom e Bynum, e saiu de uma desvantagem de 10 pontos no intervalo, olhando de longe parece que o time está voando mesmo. Mas afirmo desde já, não está.

Passei umas semanas aí achando que eu é que sou muito exigente com o meu time, já que eu perco a cabeça a cada jogada errada, condenando todo mundo e dizendo que o time não vai ser campeão. Só fiquei mais nervoso quando a Maíra Boquete foi eliminada do Big Brother antes da Francine! Durante aquela sequência de 14 pontos do Rockets ontem, eu estava achando o Lakers pior que aquele time que perdeu do Flamengo no Sul-Americano.

Me senti, porém, mais aliviado ao ver que não só eu vejo uma coleção de defeitos no Lakers. Quem também viu foi o Tex Winter, assistente técnico do Phil Jackson e um dos principais responsáveis pela criação e divulgação do ataque de triângulos que todo time do Phil Jackson usa. Ele disse que ainda vê algumas “warts” no time. “Wart” quer dizer verruga pelo o que eu pesquisei e eu não sei o que é uma verruga no basquete, mas nunca uma verruga é um elogio, a não ser que seja uma competição de Miss Halloween. A frase inteira dele foi:

“Eu sinto que nosso número de vitórias é muito melhor do que o que estamos jogando. Não acho que estamos jogando nem perto do que o nosso recorde indica. Eu vejo muitas verrugas nesse time. Nós tivemos um bom começo e agora nosso calendário está mais difícil.”

Eu não poderia estar mais de acordo. Muitas das vitórias do Lakers na temporada foram como a do jogo de ontem que a ESPN passou para o Brasil. O time joga mal, tem uns apagões, a defesa sofre, mas o ataque vai dando um jeito do time continuar no jogo até o Kobe e o Gasol vencerem a partida no final.

Ontem em especial o Houston perdeu porque o Artest provocou o Kobe, que ficou muito puto com a marcação agressiva do ala do Houston e fechou com chave de ouro um segundo tempo em que já estava arregaçando com tudo. Como disse quando comentei os 24 pontos do Wade no 4º período contra o Knicks, não provoque esses jogadores. O Wade fez esses pontos depois de uma cotovelada do Gallinari, o LeBron arrasou o Wizards depois das provocações do DeShawn Stevenson e por aí vai, é melhor deixar quieto e pegar o discurso do “respeito o adversário e o importante são os 3 pontos”.

Se o Artest tivesse ficado pianinho (sonho meu, sonho meu…) o Houston ainda teria alguma chance. Também faltou pro Houston alguém pra chamar essa responsa como o Kobe chamou, esse é o problema de times com um ataque muito balanceado, muitas vezes falta um fominha nos minutos finais pra arremessar e decidir.

Mas isso tudo não apaga mais uma atuação só razoável do Lakers. Quem vê eles com regularidade deve perceber como o time muitas vezes joga com preguiça na defesa e vai empurrando o jogo com a barriga até uma hora em que acaba vencendo só porque é mais talentoso mesmo, aconteceu há pouco tempo contra o Grizzlies, por exemplo. O time muitas vezes dentro de um jogo se empolga com a idéia de jogar com velocidade e todo mundo que recebe a bola decide arremessar sem passar a bola, desde o Kobe e o Gasol até o Vujacic e o Josh Powell. É uma empolgação que às vezes até rende bons resultados em casa mas nunca, nunca mesmo, fora de Los Angeles.

O que me deixa mais tranquilo como torcedor é que os melhores jogos do Lakers na temporada foram contra os melhores times: Os dois contra Celtics, os dois contra o Cavs, dois dos jogos contra o Hornets e a última vitória sobre o Spurs. O que deixa a entender que o Lakers é só um time preguiçoso mesmo, que precisa da motivação de ser um jogo importante para jogar ao seu máximo, com dedicação na defesa e calma no ataque.
Mas não sei o que achar de um time preguiçoso. Por um lado eles não estão se poupando ao jogar assim, os jogos ficam até mais difíceis e parece até um desrespeito com os outros times. Mas ao mesmo tempo, se conseguir a vitória no final, o que importa como eles jogaram contra o Thunder ou contra o Kings?

Não tenho opinião formada sobre isso, de verdade. Gostaria de saber o que vocês pensam. Se hoje o Lakers jogar contra o Spurs em San Antonio e vencer jogando bem mais uma vez eu vou ficar muito satisfeito e ainda mais esperançoso com os playoffs, mas a cada joguinho mequetrefe que o Lakers tem que se matar pra vencer eu fico com a pulga atrás da orelha. E se eles resolvem jogar assim nos playoffs? Jogar forte na defesa não deveria ser hábito? Não deveriam usar todos os jogos para aprimorar o entrosamento defensivo e ofensivo jogando sério? Ou eu (e o Tex Winter) somos chatos e pegamos no pé do time até quando tem a melhor campanha?

Vamos todos parar de trabalhar e pensar no assunto.

Eu não entendi nada do trash talk entre o Artest e o Kobe, não dava pra ouvir e eu não consegui contratar a equipe de surdos do Fantástico pra ler o lábio deles, mas nos comentários desse vídeo que está abaixo eu achei alguém que pegou uma frase do Kobe: “O quê? Eu não estou pronto pra você? Você é comediante agora?”

Isso deveria acontecer mais vezes. Sempre que aparecesse um Garnett da vida que não pára de falar nem a pau o adversário tinha que responder, provocar, falar mais ainda. Não precisam se socar e o juiz não pode nem pensar em dar falta técnica, mas deveriam se provocar mais explicitamente em quadra, deixa o jogo muito mais interessante pra quem assiste e pra quem joga.

Mais um vídeo:
Zach Randolph é forte candidato a ser bi-campeão da Jogada Bola Presa do Ano. Ele deu essa linda air ball da putaquepariu com 5 segundos faltando no jogo. Gênio.