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Vendo outros sites brasileiros de basquete e até no Orkut, nossa fonte inesgotável de sabedoria, percebi que muita gente vive comentando sobre como estão indo os nossos brazucas na NBA. E então me dei conta que nessa temporada falamos muito pouco do desempenho deles aqui no Bola Presa. Nada de anti-patriota nisso, quer dizer, eu sou anti-patriotismo, acho que se definir pela linha imaginária onde você nasceu é estupidez, mas isso inclui amar o Brasil e odiar o Brasil. Não odiamos, não amamos, vivemos aqui e convivemos com o que tem dentro.
Dentro dessa linha imaginária existe o que chamamos cientificamente de “Seleção Brasileira” que se divide entre “A seleção”, que é a de futebol, “seleção de basquete” e a “seleção feminina de vôlei”. O resto é resto. O que importa em um país não é sua religião, política ou sua economia, são suas seleções. É ou não é?
Para o bem dessa instituição vale a pena ficar de olho bem aberto sobre nossos atletas. Então vamos dar uma geral nos três brasileiros da NBA, beleuza? Justificada minha vontade de falar dos brasileiros? Não? Ok, continuo mesmo assim.
Posso dizer que a temporada do Varejão é simplesmente irretocável! Tá bom que ela ainda não acabou, mas acho que só se ele cometer algum erro crucial em um jogo 7 nos playoffs ou se ele se machucar é que essa temporada parecerá perdida. Se não acontecer nenhuma desgraça, ele tem uma temporada para se orgulhar e contar para os netos.
Antes da temporada 2008-09, o Varejão era o cabeludo que melhor cavava faltas de ataque e que era uma negação ofensiva. Alguns meses depois e ele não tem mais medo de arremessar, é capaz de finalizar os pick-and-rolls que faz com o LeBron e não faz parecer que o Cavs ataca só com 4 jogadores. Podem colocar o Varejão como um dos responsáveis pela evolução do Cavs sem sombra de dúvida! Claro que o Mo Williams ajuda, o Delonte West ajuda e tudo o que o Danilo já explicou ontem ajuda, mas o Varejão é parte essencial desse time.
E foi mais essencial do que se planejava porque ele jogou praticamente metade da temporada como titular! Não parece, mas dos 71 jogos que ele disputou até agora foram 32 como titular. Primeiro por causa da contusão do Zydrunas Ilkgauskas, depois por causa da contusão do Ben Wallace. O que deixa a temporada do Vareja ainda mais impressionante, afinal ele foi eficiente jogando como pivô ao lado do Ben Wallace, esse sim a maior negação ofensiva da década, e depois deu certo jogando de ala de força ao lado de um cara completamente diferente que é o Big Z.
Então nosso cabeludo ainda defende bem, ataca melhor, joga nas posições 4 e 5 e joga bem ao lado de qualquer tipo de parceiro de garrafão. Ele é praticamente o Tim Duncan do hemisfério Sul, o Hakeem Olajuwon latino, o Shaq dos trópicos ou qualquer uma dessas comparações que falham miseravelmente na hora de querer dizer alguma coisa. Falando sério, isso quer dizer que o Varejão é bom, tem lugar garantido na NBA e que vai ser disputado ao fim dessa temporada, quando virar Free Agent.
E é aí que começa o drama do brasileiro. O que fazer? Ele pode ficar no Cavs, continuar a ter chances de ser campeão e ganhar a vaga do primeiro titular do garrafão a perder a dura batalha contra a osteoporose. Mas e se o LeBron sai do Cavs em 2010? Temos que considerar que é uma possibilidade. E se o Varejão se compromete a uns 5 anos de contrato com um Cavs sem LeBron? São anos de carreira sem chance alguma de algo relevante. Será que não é melhor assinar com um time mais estável e que precisa de um jogador como o Varejão no garrafão para ter chances mais reais de ir longe nos playoffs, como o Spurs, Hornets ou algum time do tipo?
Mas minha sensação é essa, a atual temporada para o Varejão não tem erro, o perigo está em onde ele vai escolher jogar no ano que vem, um ano onde os times não devem oferecer muita grana para ninguém: primeiro pela crise econômica que atingiu em cheio a liga, e em segundo porque muitos estão economizando para a vinda do messias, também conhecida como a off-season de 2010.
A batalha contra o Danny Granger e o Devin Harris não será nada fácil, mas o Nenê tem que ser considerado forte candidato a jogador que mais evoluiu na temporada. Ainda tem o Millsap, o Bargnani, e todos têm bons argumentos a seu favor, mas se o prêmio fosse levado ao pé da letra o Nenê levava o troféu pra casa.
O Devin Harris evoluiu de um jogador bom para um jogador ótimo, o Granger de um bom jogador para um dos cestinhas da NBA, o Nenê evoluiu de um cara que não conseguia jogar basquete de jeito nenhum para um dos melhores pivôs do Oeste.
Acho que a chegada do Billups foi tão importante para o Nuggets que ofuscou um pouco o quanto o Nenê ajudou o Denver para dar aquele salto de qualidade da temporada passada para essa. O Nenê deu ao Nuggets uma força ofensiva dentro do garrafão que o Camby nunca conseguiu dar, e depois de até já terem brigado, o brazuca e o Kenyon Martin formaram uma dupla bem entrosada de garrafão.
Mas nem tudo é perfeito. Depois de beirar os 17 pontos por jogo em novembro e dezembro, o Nenê está com média de pouco mais de 14 nos últimos meses, enquanto ele caiu um pouco de produção o Denver caiu junto e não dá pra saber direito quem puxou quem pra baixo.
E já que é pra falar dos defeitos, meu desabafo: alguém também acha que o Nenê é meio buraco negro* às vezes?
*Buraco Negro – Um buraco negro clássico é um objeto com campo gravitacional tão intenso que a velocidade de escape excede a velocidade da luz. Nem mesmo a luz (aproximadamente 300.000 km/s, o equivalente à 1.079.252.848,8 Km/h) pode escapar do seu interior, por isso o termo negro. Também usado para jogadores de basquete que, depois de receberem a bola, não a compartilham com mais ninguém.
Acho que às vezes o Nenê tá com uma gana de fazer cesta que ele não toca a bola nem quando é óbvio que ele não tem uma boa opção de arremesso. Dá pra encarar pelo lado bom e dizer que ele joga com muita vontade, o que é verdade, mas a vontade atrapalha demais quando mal usada. Outro dia vi um jogo em que ele tomou uma cesta do pivô adversário e queria devolver a cesta de qualquer jeito, forçando umas três bolas horríveis seguidas, foi patético.
Mas minha crítica acaba por aí, nem vou falar nada da tal cabeçada que ele deu no Louis Amundson. Essa garota do Suns enche muito o saco de quem ele marca e é normal perder a cabeça, e nem achei que o que o Nenê fez foi agressivo o bastante para dois jogos de suspensão. Dá uma técnica pra ele e tá ótimo, acabou e vamos jogar bola.
Um pouco mais de cabeça no lugar e alguns movimentos de garrafão a mais e ano que vem não tenho dúvidas de que o Nenê continuará nas discussões para reserva de All-Star como estava já nesse ano.
Como dizer isso? Hum, que tal um sonoro ‘pior não fica’?
Primeiro tem o Nash já em decadência fazendo com que ele jogue mais tempo na posição 1, depois foi mais de meia temporada com um técnico que obviamente não ia muito com a cara do brazuca e tinha um esquema de jogo que não aproveitava em absolutamente nada as qualidades do Leandrinho. Pra fechar com chave de merda o trauma enorme da perda da mãe logo no começo da temporada. É um ano pra se esquecer mesmo.
O trauma não se resolve, claro, mas podemos dizer que um pouco de sucesso no trabalho faria o tempo passar mais rápido. Pareceu que o Leandrinho estava melhor quando o Terry Porter tomou um pé na bunda e o Alvin Gentry assumiu o time. O Leandrinho, junto com o Amar’e, pareciam dois animais que viveram livres a vida inteira e que, de repente, tinham passado meses enjaulados. Eles corriam, corriam, faziam cestas, corriam e estavam contentes.
Não sei se foi mandinga do Terry Porter mas foram exatamente esses dois que se machucaram e estão fora do Suns. O Amar’e até o fim da temporda, o Leandrinho dizem que não, mas vi lugar dizendo que sim também. Nada confirmado. Pelo jeito o Leandrinho, que está com um problema no joelho, só volta em caso de playoff. Mas quer uma dica, Barbosa? Essa temporada foi uma merda pra você e para todo o time do Suns, não dá uma de Arenas forçando o joelho, descanse e temporada que vem você volta.
Aquelas semanas com o Gentry antes da contusão foram ótimas para mostrar que o Leandrinho não esqueceu como joga basquete, fez ponto adoidado pegando a defesa desarrumada na velocidade, mete bola de 3 o tempo todo e pareceu o velho Leandrinho de sempre. Ano que vem espero ver ele assim de novo, pra esse ano deixa quieto, não vamos ter Suns nos playoffs mesmo.
E como estamos sempre falando dos jogadores da NBA com namoradas digamos, talentosas, não dá pra não comentar do Leandrinho com a Samara Felippo, a eterna Érica da Malhação. A Priscila Fantim fazia mais meu tipo mas não dava pra negar que a Samara era uma das musas daqueles bons tempos da novela juvenil. Aposto até que alguns leitores devem achar a Samara Felippo mais gata que a superestimada Eva Longoria, tô certo?
Afinal quem não se encantava com a Érica dizendo “Sai daqui, garota!”, pedindo um suco na lanchonete, e quem não sofreu quando descobriu que ela tinha AIDS? O Leandrinho está com uma mulher e tanto! E vão ter uma filha agora, ela está de barriga há 7 meses e em breve teremos um Leandrinho fumando charuto em homenagem ao filhote. Pelo menos alguma coisa pra salvar a temporada do Leandrinho, o sorriso mais simpático da NBA.