>Mais um clássico

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KG tenta engolir a cabeça de Ben Gordon

Espero que todos que tenham votado na nossa enquete anterior dizendo que a série mais emocionante do Leste seria Pistons e Cavs estejam bem arrependidos. Sem dúvida alguma, de longe, a melhor série dessa primeira rodada é entre Boston Celtics e Chicago Bulls.

O jogo 4 em Chicago já tinha sido emocionante, hoje o jogo 5 em Boston foi sensacional de novo. Não é à toa que é a primeira série de playoff da história a ter três jogos com prorrogação (3 a 2 pro Boston na série, 2 a 1 para o Bulls nos jogos com períodos extras).
O jogo de hoje começou com dois dos grandes heróis da série, Ben Gordon e Paul Pierce, frios como minha ex-namorada, mas acabou com os dois quentes como o a Monica Mattos em dia de gravação. Começou no maior estilo festival de rock, onde ouvimos porcaria (tipo M.I.A) pra depois chegar à parte que interessa (Strokes). Em Boston assistimos um bom começo de jogo de Glen Davis e Kirk Hinrich pra só depois pegar os Casablancas da história.
Só no segundo tempo é que as estrelas da série começaram a aparecer. Deve ser porque já se acostumaram com a dinâmica dessa série: tirando o jogo 3, em todos os jogos ninguém abre mais de 5 pontos de diferença por muito tempo e o jogo está sempre empatado ou com trocas de liderança. Uma estatística que apareceu no meio do jogo (que já ficou desatualizada segundos depois) mostrava uma série com 45 empates e mais de 80 trocas de liderança! Assustador! Na série Heat-Hawks o Atlanta chegou a passar dois jogos inteiros sem assumir a liderança no placar, por exemplo.
E se todos se acostumaram que a série é assim, já sabem que o jogo se decide com quem acerta mais arremessos impossíveis no final das partidas. Derrick Rose e Rajon Rondo fizeram a sua parte trocando bandejas em contra-ataques nos momentos cruciais do jogo, um tentando provar para o outro quem é mais rápido e melhor em bandejas-Tony-Parker, um desafio alucinante que dessa vez foi vencido por Rajon Rondo, que mais uma vez beirou um triple-double com 28 pontos, 8 rebotes, 11 assistências e 2 roubos. Vocês sabiam que ele está com MÉDIA de triple-double nessa série (23-10-10)?
Se na armação a briga é boa, na posição dois ela também é e tem mais cara de briga. Ben Gordon e Ray Allen passaram quatro jogos correndo em torno de corta-luzes como ratinhos de laboratório, seja para conseguir arremessar ou para correr atrás de seu concorrente. Mas hoje o Ray Allen, velho de guerra e cansado de correr, resolveu que era hora de segurar a camisa do Ben Gordon e de parar o armador do Bulls, que jogou com dores musculares na perna, com faltas. Os juízes viram, não deram mole nenhuma vez, pegaram bastante no pé e o Ray Allen saiu com 6 faltas.
Nessa batalha o vencedor foi Gordon. O arremesso que ele acertou para abrir 2 pontos de vantagem a 16 segundos do fim do tempo normal foi coisa de gênio. Sem estar posicionado para o arremesso, com a marcação na sua frente e sem opções de passe, ele simplesmente jogou a bola pro alto e ela caiu. Fez isso mais uma vez na prorrogação em uma infiltração que ele nunca deveria ter tentado.
O Ben Gordon é uma versão do mundo bizarro da maioria dos jogadores da NBA: ele amarela nos três primeiros períodos e só joga bem nos minutos finais. E entendo os torcedores do Bulls que não gostam dele, apesar de salvar o time inúmeras vezes não dá pra não gritar “nãaaaao” a cada arremesso forçado que ele tenta.
No garrafão a batalha também é boa. Temos dois caras que sempre foram grossos e que estão jogando bem desde o começo da série, Tyrus Thomas e Glen Davis (que são amigos de infância, sabia?) e dois jogadores que estão achando o seu Dwight Howard interior, Joakim Noah (17 rebotes) e Kendrick Perkins (16 pontos, 19 rebotes e 7 tocos). A favor do garrafão do Bulls estava o banco de reservas, que contou com os precisos passes de Brad Miller. Porém, foi exatamente Brad Miller quem desperdiçou os dois lances livres que poderiam levar o jogo para uma segunda prorrogação.
Em uma jogada de lateral faltando poucos segundos para o fim do tempo extra, o Kendrick Perkins abandonou o Brad Miller para fechar o Ben Gordon na lateral, deixando o pivô completamente livre, que recebeu a bola e bateu pra dentro. Errou a bandeja depois de tomar um murro na cara do Rondo e com a boca sangrando errou os dois lances livres, o primeiro por amarelismo e o segundo por grosseria, quando tentou errar de propósito mas nem acertou o aro.
Com isso o jogo estava decidido e com herói: Paul Pierce. O ala do Celtics fez o confronto derradeiro do jogo 5, contra John Salmons. Os dois devem ter feito um acordo antes da série começar de acertar apenas arremessos um na cara do outro. O Salmons está jogando bem, mas joga ainda melhor quando arremessa de 3 com o Paul Pierce colocando a mão no seu olho. Assim como o Paul Pierce acertou três arremessos idênticos na prorrogação, incluindo o da vitória, com o Salmons fazendo bom trabalho defensivo sobre ele.
Pierce disse depois do jogo que com o Ray Allen fora com 6 faltas e o KG sem poder jogar, ele teria que elevar seu jogo. Ele tem toda razão. Embora o Mr.Triple-Double Rondo e o novo Bill Russell Perkins tenham feito um jogo espetacular, nenhum dos dois tem como característica acertar os arremessos decisivos do fim do jogo, com tudo preparado pelos role players era função do Paul Pierce terminar a bagaça.
Em uma jogada que não foi ele quem decidiu, deu muita merda: o Marbury sobrou livre para um arremesso mas borrou as calças com medinho de errar e resolveu passar na pior hora possível para o Rondo na fogueira, que perdeu o pequeno gancho. Foi patético e o Marbury nunca mais deveria pisar numa quadra da NBA.
O triste do jogo ter acabado com os erros do Brad Miller e não com um arremesso certo do Bulls (ou até na última bola do Paul Pierce) foi que a graça dessa série sobre as outras também disputadas (Rockets-Blazers, Magic-Sixers, Hawks-Heat) é que nessa os jogos são decidos com muitos acertos. A emoção está porque a cada posse de bola é um jogador diferente fazendo algo espetacular, enquanto nas outras séries, especialmente na do Orlando, é sempre alguém cometendo uma falha estupenda e pagando o preço por isso.
De todas essas séries disputadas, torço para que Bulls e Celtics cheguem ao jogo 7. E que o jogo 7 tenha umas três prorrogações, claro.

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