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O mais importante é o do topete de mangá
Começamos por aqui nossa cobertura do Copa América de basquete. Como todo mundo sabe, o basquete internacional não é nossa especialidade e então não temos a pretensão de fazer uma cobertura melhor que a do BasketBrasil, do Draft Brasil ou do Rebote, por exemplo. Mas como às vezes é até melhor fazer as coisas meio sem responsabilidade, vamos nos divertir por aqui até o fim do torneio. Caso aconteça algo digno de revelância na NBA (Iverson no Grizzlies?) fazemos um parênteses na cobertura do torneio que dá vagas ao mundial de 2010.
A estréia foi boa, uma vitória sobre a República Dominicana. Uma seleção que nunca assustou muito nessas competições mas que num ataque súbito de patriotismo conseguiu de uma vez só chamar Al Horford, Charlie Villanueva e Francisco Garcia. O Trevor Ariza também foi chamado mas acabou não indo por contusão.
O elenco impressiona, mas a verdade é que eles não fizeram nenhuma preparação exemplar e nem jogaram juntos em anos anteriores. A minha previsão era que eles fossem para a briga com um esquema tático simples e recheado de jogadas individuais. Não foi desafiador como acertar o dia do apocalipse mas acho que acertei.
No primeiro tempo os dominicanos sobreviveram nas bolas de 3 do Francisco Garcia, o Chicão. Foi uma bola atrás da outra mesmo com o Alex tendo entrado no time titular só para marcar o ala do Kings. Só assim os dominicanos sobreviveram a um primeiro tempo fraco de Villanueva, que estava gordo e forçando um arremesso atrás do outro. Mal de jogador da NBA que joga basquete FIBA pela primeira vez achando que é uma mamata.
Esse primeiro tempo me assustou porque mesmo com só um grande jogador no time, os dominicanos sairam perdendo só por 2 pontos. O Brasil começou bem a partida, mesclando um bom jogo de meia quadra com a correria dos contra-ataques, coisa que não é fácil de fazer. Nem sempre um time sabe ler a jogada bem o bastante para saber se é hora de contra-atacar ou de esperar. Porém, essa boa execução estava acabando em muitos arremessos de 3 errados, não conseguíamos abrir diferença.
Nem todos os arremessos foram forçados, muitos eram em boa situação, mas a precisão não estava lá. E o drama aumentou quando
Tiago Splitter saiu do jogo com 3 faltas. Sem o nosso pivô com topete de mangá, todo esse esquema vai pelo ralo. Os contra-ataques são mais escassos pela falta de rebotes, a defesa fica mais fraca e o jogo de garrafão some, já que o Varejão, como dito no nosso
chat (que estará online em todo jogo do Brasil), tem o mesmo instinto ofensivo do Amaral.
Sim, o Leandrinho é nosso jogador mais talentoso. O Varejão é um grande reboteiro, bom defensor e líder em quadra, e o Alex foi até nosso herói do jogo de hoje com bolas de 3 certeiras nos momentos mais cruciais da partida. Mas a verdade é que esse time está todos nas costas do Tiago Splitter, ele é o pilar que sustenta todos os outros talentos e sem ele o Brasil não tem chance contra ninguém.
O primeiro motivo pra isso é que ele é nosso melhor defensor de garrafão. O segundo é que a maioria dos times do campeonato não tem um pivô bom o bastante para marcá-lo, e o terceiro e decisivo é que o Brasil não tem banco de reserva. Entraremos nesse assunto mais a fundo depois, mas a verdade é que hoje foi um jogo difícil e o Moncho Monsalve só confiou no Marcelinho Machado e no Guilherme, este último inclusive para entrar no lugar do Splitter quando ele estava com problemas de falta. A maior prova possível de que o Moncho não confia em nenhum pivô reserva.
Usar o Guilherme na posição 3 já não é grande maravilha, mas não compromete. Usar na posição 4 é pedir pra ele ser inútil, parece técnico de futebol colocando volante de lateral só pra queimar o coitado com a torcida. Com o Nenê ou qualquer outro bom pivô que soubesse jogar de costas para a cesta, o Brasil poderia descansar o Splitter e ainda ter um bom ataque que começasse jogando a bola no pivô.
Destaque também para a paciência do time do Brasil. Durante alguns instantes do terceiro quarto a República Dominicana parecia melhor e a seleção não sabia o que fazer, começou a bater o desespero e aqueles arremessos imbecis apareceram. Até o Varejão arremessou uma bola horrível de três que parecia a confirmação da derrota. Mas algumas boas defesas depois e o time retomou a calma.
Foi só o primeiro jogo e contra um time desorganizado e que perdeu Horford e Villanueva com cinco faltas no período derradeiro, é verdade. Mas deu pra ver mais coisas boas do que ruins na seleção brasileira. Com Splitter jogando bem e sem problemas de falta esse time vai longe no torneio.
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