>Sixers além do Iverson

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Como o Danilo disse no post do pudim, nossa cota de fotos do Iverson por temporada já foi ultrapassada antes do fim do primeiro mês da temporada, então comecei o post com um vídeo. É sério que me sinto meio mal de falar tanto de um cara só em uma liga com 30 times jogando toda noite, mas a verdade verdadeira é que o Iverson é a grande história desse começo de temporada. E se você viu o vídeo acima, entendeu o porquê.

A sua introdução para o público, com ele quase chorando, seguido do beijo no logo do Sixers, foi o momento mais emocionantes que eu já vi na NBA desde aquele jogo do Derek Fisher pelo Jazz quando ele chegou no meio do terceiro período porque estava na cirurgia da filha e acabou sendo o cara decisivo para o Utah contra o Warriors.

Se você segurou as lágrimas, disse que era uma coisinha no seu olho e reparou bem, viu que quando o jogo começou o Iverson parecia uma menina de 15 anos no dia em que ia perder a virgindade de tão nervoso que estava. Não parava de pular, batia palmas e na sua primeira ação ofensiva errou uma bandeja por pura afobação, logo depois teve um jumper livre, perto da cesta, e errou de novo, fazendo sua primeira cesta no rebote e o ginásio veio abaixo! Como a Dime descreveu bem, pareceu um orgasmo coletivo.

Não sei se vocês viram, mas no vídeo acima só quatro jogadores são anunciados. Isso porque mesmo com todo o auê em cima do Iverson, ainda deixaram o Andre Iguodala para ser anunciado. E com razão.

Quando o Iverson fez sua primeira cesta e a torcida ficou com as pernas bambas, quem já tomava conta da bagaça era o Iggy. Uma enterrada monstruosa no seu primeiro lance, outra ainda mais alucinante depois, bolas de 3, infiltrações, o Carmelo Anthony anulado, roubo de bolas e acabou o primeiro tempo com 18 pontos. Teriam sido 21 se essa bola alucinante no maior estilo Diego Souza tivesse sido feita antes do estouro do cronômetro do primeiro tempo. Diga-se de passagem, essa foi a jogada mais NBA Jam da temporada! Daquelas quando você acerta muito, a bola pega fogo e aí você acerta de qualquer lugar da quadra.

Além de melhor ala, cestinha e melhor cara com as iniciais A.I. no time, o Iguodala era, na prática, o armador principal da equipe. Ele ficava com a bola na mão fora da linha dos três, o Iverson e o Thaddeus Young se movimentavam sem a bola e Brand e Dalembert ficavam no garrafão, fazendo uma formação bem esquisita de se ver. E com o passar dos minutos esse time bizarro que vinha de 9 derrotas seguidas foi chamando mais atenção do que a presença do Iverson.

Mas o problema do Sixers é que esses cinco rapazes são os cinco melhores jogadores do elenco. Sim, eles precisam de arremessadores, mas quem você tira pra deixar o lixo do Kapono em quadra? Eles precisam de um armador mais distribuidor, mas você vai tirar o Iverson ou o Iggy para usar o Royal Ivey (até o Jrue Holiday machucou)? Não tem jeito, esses cinco caras que não combinam formam o melhor quinteto possível para o Sixers.

Outro exemplo: o Thaddeus Young rende mais quando joga de ala de força, perto da cesta, e usa sua velocidade contra jogadores mais altos. Mas vai tirar o Brand pra isso e colocar quem no lugar? Por causa dessas limitações todas que entra técnico e sai técnico (foram dois na temporada passada e mais o Eddie Jordan agora) e o esquema do time é o mesmo: defesa e contra-ataque quando possível e jogadas de isolação no ataque de meia quadra.

Como não dá pra contra-atacar o tempo inteiro, o que a gente mais via era o Iguodala no 1-contra-1, seguido do Young no 1-contra-1, pra depois vir o Elton Brand no 1-contra-1 e, juro, até o Dalembert se arriscou algumas vezes, cena forte que as crianças não podem ver. O Dalembert merece um pouco de crédito porque ontem foi um monstro nos rebotes e, no primeiro tempo, com 6 tocos, comandou a defesa do Sixers. Mas não tem jeito, ele é muito, muito, muito limitado. Eu de pivô, no auge do meu 1,78m de altura, incomodaria mais no garrafão ofensivo com o meu ganchinho de Kareem Abdul-Jabbar dos oompa-loompas.

Esse jogo simples e individual serviu durante quase três períodos, o Sixers estava jogando com uma energia contagiante, de playoff, lutando por toda bola. Claramente motivada pela presença do Iverson e por uma torcida presente e atuante. Mas se Iverson é uma injeção de ânimo no Sixers, o Chauncey Billups é uma injeção de gelo no Nuggets. Com o Carmelo no banco por feder, o Billups liderou o time no quarto período com muita defesa, inteligência, frieza e contra-ataques, para o Sixers morrer pelo próprio veneno.

A inteligência foi o que mais chamou a atenção. Começou com o Nuggets dobrando a marcação sempre que o Iguodala pegava na bola, o que tirou o único espírito criativo da equipe. A bola então ou ficava na mão de quem não sabia o que fazer ou na do exausto Iverson, que já no fim do terceiro período não se aguentava de pé. Ele até conseguiu segurar o time na liderança por uns minutos, cavando algumas faltas, mas foi muito pouco.

Do outro lado o Nuggets começou a abusar de todas as falhas do Sixers. O Billups jogou de costas pra cesta, no garrafão, usando sua força contra o Iverson. Aí o Eddie Jordan colocou o Iguodala marcando o Billups (pra fazer o Iggy parecer ainda mais um armador principal) e o Iverson ficou marcando o fantástico novato Ty Lawson, que aí abusou da velocidade contra o AI. Do outro lado era sempre o Dalembert que sobrava livre nas dobras. Quando a gente foi ver, o Nuggets estava numa sequência de 19 a 2 e o jogo estava ganho.

Pode parecer que o fantasma do mote “O Iverson encanta, marca pontos e o Billups vence jogos”, voltou, mas seria simplista demais encarar esse jogo assim. O time do Nuggets é muito melhor e mais completo do que o Sixers e o normal teria sido uma derrota até mais humilhante. O Philadelphia precisa é se preocupar em achar um esquema tático em que todos os seus bons jogadores funcionem juntos, esse é o problema e é o mesmo há anos. Ou então que façam uma troca envolvendo esses caras.

Com o Iverson podem ficar tranquilos. Ele não é a salvação mas só ajuda. Em alguns momentos ficou bem claro como eles se beneficiaram de ter mais uma ameaça ofensiva na equipe, alguém que sabe infiltrar. Sem contar que ele parece entender que não é mais o mesmo pontuador de antes e procurou bastante passar a bola. A emoção da presença do Iverson vai passar aos poucos e para ele ter o fim de carreira que merece no time que ama, eles precisam mudar muito.

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