>Feio, emocionante e divertido

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O amor move montanhas e ganha jogos


Eu disse que o Lakers precisava melhorar o ataque. O Kobe Bryant disse que o Lakers precisava melhorar a defesa. Adivinha quem o Phil Jackson escutou? Pois é, não dá pra culpá-lo, acho que o Kobe entende um pouco mais de basquete que eu. Mas só porque ele é mais velho, claro.

O ajuste defensivo do Lakers deu certo durante quase todo o jogo. A estratégia era trocar o marcador sempre que houvesse um corta-luz. Ou seja, se o Amar’e, marcado pelo Gasol, faz um bloqueio para o Nash, o Gasol marca o Nash e o Fisher tenta impedir o passe para a continuação da jogada. Essa estratégia faz com que o Nash fosse obrigado a passar mais tempo com a bola na mão e que ele fosse obrigado a arremessar mais e passar menos. O Steve Nash fez uma partida espetacular dentro dessa situação que o colocaram, com 29 pontos, a maioria arremessando sobre Gasol, Bynum, Odom ou qualquer gigante que fizesse a troca em cima dele.

Mas aqui vale a mesma observação que fizemos ontem sobre o Dwight Howard. Assim como o Magic joga melhor quando o Dwight toca menos na bola no ataque, o Suns joga melhor quando todo mundo participa, não quando o Nash faz tudo. Só com o Nash, o ataque fica mais previsível e todo mundo se movimenta pouco, deixando tudo mais fácil para o Lakers. Mas não foi só isso, o time de LA também jogou com mais inteligência, fechando o garrafão nas tentativas de infiltração do Suns, causando faltas de ataque e bem menos lances-livres.

Foi com essa defesa forte que o Lakers chegou a abrir 17 pontos no primeiro tempo. Mas não foi só assim, o ataque melhorou demais em relação aos últimos dois jogos. Para enfrentar a zona o Lakers resolveu, finalmente, atacar a cesta. O Odom fez a festa saindo do perímetro ou de trás de seu marcador para se posicionar no ponto fraco da defesa zona 2-3, entre as duas linhas de defesa, e então fazendo bandejas. Outra coisa que mudou foi o posicionamento dos pivôs, especialmente de Pau Gasol, que conseguiu ficar mais perto da cesta, aí era só receber a bola e finalizar rápido, antes que aquela marcação dupla ou tripla fizesse ele jogar a bola para fora do garrafão de novo.

Outro mérito enorme no ataque do Lakers vai para o Derek Fisher. Passamos a temporada inteira comentando como ele está velho, como não consegue mais marcar ninguém e repetimos tudo isso aqui mesmo nos playoffs, quando ele foi esmagado pelo Russell Westbrook na primeira rodada. Mas depois disso o Fisher se revolucionou. Na segunda rodada fez um ótimo trabalho marcando o Deron Williams e nessa série está marcando muito bem o Nash, em especial nos jogos 1 e 2. Ontem foi a hora de contribuir no ataque e toda vez que o Lakers se perdia naqueles passes sem objetividade ele aparecia para resolver acertando um arremesso longe. Foram 22 pontos e sempre nos momentos mais importantes e tensos do jogo.

Não faltaram momentos importantes nessa partida. Mesmo depois de abrir 17 pontos no primeiro tempo, o Lakers não conseguiu manter a diferença e o Suns respondeu diminuindo para 7. Depois, no segundo tempo, o Lakers abriu ainda mais, 18, mas de novo o Suns voltou. As corridas do Suns de volta no placar sempre aconteceram quando o centro do jogo não foi o Nash, que mantinha o time no jogo mas não era capaz de virar o placar só com seus arremessos de meia distância. Eles tiraram a vantagem quando conseguiam parar o ataque do Lakers e atacar na velocidade, na transição. Foram em jogadas assim que sairam os arremessos de 3 do Channing Frye, o arremesso de 3 com falta para o Jared Dudley e a bandeja com falta do Jason Richardson. Como disse o comentarista (e recém-contratado para a vaga de técnico do Philadelphia 76ers) Doug Collins, “Times que arremessam tão bem de 3 nunca estão completamente fora do jogo”.

A reação do Suns nasceu na defesa, virou ataque e em poucos minutos os 18 pontos de diferença viraram 3 e o relógio marcava um minuto para o fim da partida. Então o Ron Artest deu um arremesso, errou e o Gasol pegou o rebote. O Lakers poderia matar 24 segundos do relógio e manter a diferença em 3 pontos, mas ao invés disso o Artest resolveu que era a hora de um segundo arremesso seguido e, tendo gastado só 2 segundos de posse de bola, chutou de 3, errando feio.

Esse erro do Artest poderia ser fatal, mas Channing Frye respondeu errando outra bola de três. Foi a vez do Lakers ir para o ataque e errar de novo, dessa vez Pau Gasol tentou enterrar na cara de Amar’e Stoudemire e acertou o aro. Para a sua última posse de bola no jogo o Suns foi de novo para a bola de três, aí Nash errou uma bola de 3, o Suns pegou o rebote, Jason Richardson errou outra bola de 3 e quando parecia que esse seria o minuto final mais desastroso dos playoffs, a bola caiu de novo para Jason Richardson, que acertou um arremesso de três usando a tabela (quem joga basquete sabe que isso não deveria valer!) e empatou o jogo.

Se já deixavam os outros arremessarem para marcar o Kobe antes, imagina o que o Suns ia fazer no último arremesso do jogo? Pois é, mandaram um monte de gente pra tentar parar o Kobe e conseguiram pará-lo. Saiu uma air ball feia da mão dele, mas assim como um erro do Kobe rendeu a cesta da vitória de Pau Gasol no jogo 6 contra o Thunder, ontem foi a vez do rebote ofensivo ser de Ron Artest, que fez a cesta no estouro do cronômetro. Nunca um minuto final com tantos erros foi tão emocionante e divertido!

Sério, as únicas duas cestas desse período foram um rebote de air ball e uma bola de três rabuda usando a tabela. Mas era exatamente esse tipo de emoção que a gente estava pedindo na pós-temporada. Mesmo com erros no final, o jogo foi bem jogado, Nash e Kobe jogaram muito e o jogo foi decidido no último segundo possível, os fãs não tem do que reclamar.

Quem tem é o Suns, que perdeu um jogo que tinha boas chances de ganhar e o fez tomando uma cesta do pior jogador ofensivo do Lakers. Muita gente tem falado que o Suns deve estar se matando porque perdeu um jogo simplesmente por não ter colocado um corpo na frente do Ron Artest, o famoso “box out”. Essa crítica valia para o Thunder no jogo 6, na cesta do Gasol que eu citei, mas ontem nem tanto. Todo mundo que está no rebote sempre espera a bola bater no aro, pegar o rebote de um arremesso que passa reto é bem mais complicado, dá pra entender a falha.

Espero mais uma partidaça no jogo 6. O Lakers melhorou, se ajustou ao Suns, que vinha sendo o melhor time nos últimos jogos, e mesmo assim o jogo foi disputadíssimo. Não dá pra esperar que seja diferente no próximo, só esperaremos um final de acertos, não de erros.

Abaixo o vídeo da cesta do Ron Artest:

E tem outro vídeo, o do técnico Alvin Gentry, que não aguentou ver tantos erros do seu time.

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