>Para quem vier

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Miguxos

Deu Lakers num jogo mamata que foi dominado desde o primeiro segundo. Dica: ganhou o time que pegou mais rebotes (algo me diz que o Denis já desconfiava que isso fosse acontecer). Depois de tanta gente ter certeza absoluta de que o Celtics ia ganhar fácil a série, depois gente com certeza de que o Lakers ia ganhar fácil a série, depois com certeza de que o Celtics ia levar no Jogo 6, vou me dar o maravilhoso direito de ignorar qualquer mané que alegue certeza de que Lakers ou Celtics vão vencer essa Final. Certeza mesmo, a gente só tinha que Kendrick Perkins e Rasheed Wallace seriam eventualmente suspensos por estourar o limite de faltas técnicas. Era inevitável, bastava tomar uma e o Perkins, líder em faltas técnicas da NBA, estaria fora, e eram 6 jogos para isso acontecer. Doc Rivers disse que não tinha como escapar, que em algum momento da série iria acontecer e ele teria que lidar com isso. Não aconteceu.

Também me dou o direito, depois de ver tantos fãs dos dois times afirmando indignados que foram roubados pela arbitragem – às vezes no mesmo jogo um fã de cada lado era capaz de se dizer assaltado – de mandar todo mundo ir catar coquinho. Defesa, má pontaria e rebotes, rebotes, principalmente os rebotes, influenciaram muito mais do que qualquer carinha sendo ruim com um apito na boca. Agora é aquele momento em que você simplesmente senta, assiste e admira – aconteça o que acontecer. De preferência, nem torça. Seria como torcer diante do Grand Canyon, de um quadro de Picasso ou da Alinne Moraes. Depois de uma temporada imensa (que, como sempre repetimos, é longa demais, precisava ser menor), uma dura pós-temporada e uma série final com 6 jogos, o que sobra é o espetáculo. A gente resmungou da falta de qualidade de algumas séries, da disparidade técnica de alguns times (Hawks, cof, cof), mas agora fomos presenteados com o melhor jogo que poderia acontecer na temporada. Mesmo se for um lixo, tá valendo: pelo menos ele aconteceu.

Kevin Garnett, Ray Allen e Paul Pierce merecem esse título. Será, provavelmente, a última chance de cada um dos três conseguir mais um anel (o Rondo vai ter a vida inteira para colecioná-los). Ser campeão duas vezes, com um intervalo de apenas uma temporada entre elas – onde haverá para sempre um asterisco dizendo “Garnett se contundiu” – colocará os três devidamente na história, e dará especialmente ao Garnett a munição necessária para enfrentar as próximas 4 décadas de comparações com o Tim Duncan. Talvez, com sua carreira consagrada por dois campeonatos em Boston, a história resolva se lembrar melhor de seus tempos espetaculares no Wolves, bater as palmas merecidas e salvar uns vídeos de YouTube para os nossos filhos. Ele aguentou tanta merda, caladinho, sem jamais pedir para ser trocado, que apenas um título parece prêmio de consolação, não o sucesso que merece. Mesma coisa com Paul Pierce, que será lembrado pelos torcedores do Celtics principalmente pelos times horríveis que ele conseguiu classificar para os playoffs quando estava no seu auge, tão desperdiçado com um elenco que não decidia se reconstruia ou se continuava. Outro anel em Ray Allen, por sua vez, lhe permitiria figurar também fora dos livros de recordes, onde temo que ele fique esquecido para sempre na pagininha das bolas de trêss.

Kobe, Gasol e Artest merecem esse título. Terão outras chances de ganhar um anel, é verdade, mas a imagem dos três sofrerá muito com a derrota. Gasol foi o líder de um Grizzlies que classificava para os playoffs mas que nunca ganhou um jogo sequer na pós-temporada, dando-lhe a fama de “soft”, fracote, amarelão. Já perdeu um campeonato para o Celtics e seu jogo físico, e uma derrota agora pode causar uma terrível amnésia na população da Terra, de modo que esquecerão como o Gasol não tem mais medo do contato e é o melhor jogador de garrafão da atualidade. Artest fez de tudo nessa temporada para deixar para trás a fama de presepeiro, e todos nós sabemos que sua fama (e os times sem resultado em que jogou) nunca permitram que fosse aplaudido como o incrível jogador que é, perdendo espaço para defensores piores só que mais bem comportados. Kobe, por sua vez, precisa desse anel para diminuir o ódio de tantos torcedores indignados com as comparações entre ele e os melhores de todos os tempos. Ninguém entende que ele pode ser, que talvez seja, e que deveríamos estar aproveitando essa oportunidade. Já vejo na minha frente a quantidade de textos e comentários sobre o Kobe feder por não conseguir decidir um Jogo 7 como “você sabe quem” faria.

Às vezes acontece de um time estar enfrentando outro menos qualificado, ou que não precisa tanto do título, que é meio cagado, só tem uma estrela, venceu por contusão do adversário. Não é o caso aqui. Por isso, se o seu time vencer essa série, resista à tentação pós-esporro de diminuir o adversário, chamar o Garnett de amarelão, o Gasol de “soft”, o Kobe de “falta-arroz-e-feijão”. Todas essas estrelas, mais do que merecerem o título, precisam dele. Vai ser triste o bastante ver que alguém não vai levá-lo pra casa.

Pra quem acompanhou toda a temporada aqui no Bola Presa, com tantos posts enormes, piadinhas infames, análises, números e uma dedicação desgraçada, esse Jogo 7 vai ser um prêmio para todos nós: os leitores, que acompanharam com afinco esperando apenas esse momento; e a gente, que escreveu como uns condenados esperando aquele delicioso momento final do último post da temporada.

Para comemorar e esperar a final, que começa amanhã às 22h, não se esqueça de participar da promoção Bola Presa/adidas. São 7 prêmios diferentes: 3 camisetas do Lakers, 3 camisetas do Celtics e 1 camiseta especial das Finais. Veremos quantos ganhadores teremos dependendo de quantos participantes teremos na promoção. Lembrem-se que para participar você deve mandar uma foto relacionada com NBA ou as finais, então pegue sua câmera, seu celular, sua tia gorda que comprou aquela puta câmera digital só pra se exibir, ou então pegue uma foto pronta na internet e edite no Paint, não importa, apenas participe. Vocês tem até o final do Jogo 7 para participar! Em breve, teremos os vencedores. E também, o que é mais importante, finalmente um campeão dessa temporada da NBA. Já estou triste pelos perdedores, mas eufórico pela chance de ver esse espetáculo. Obrigado, deus do basquete que nos assustou com uns joguinhos bem fajutos: temos um Jogo 7. É como diria o menininho-ex-fã-de-Restart: “Sério!”.

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