>Bem, pessoal, chegou a esperada hora de analisar time a time quem se deu bem, quem se deu mal e quem saiu igual da noite do draft. Vamos dividir em partes para ter a liberdade de analisar os 30 times sem nos preocupar em fazer um post maior que a Bíblia.
Thriller: Sucesso absoluto, ótima escolha! O time com selo Thriller pode sair tranquilo e feliz do draft.
Jackson 5: O jogador escolhido não deve passar de um role player, um jogador de equipe. Dependendo da posição onde foi escolhido isso pode ser bom ou ruim.
Moonwalk: Pareceu legal na hora mas olhando bem ele só está andando pra trás. Esse jogador não vai levar o time a lugar nenhum.
Plásticas no nariz branco: Ninguém vai reconhecer esse jogador daqui um tempo. Promessa falida, escolha horrível.
Finalmente, a análise time por time.
Los Angeles Clippers
Blake Griffin, PF
O Clippers só tinha uma escolha e pegou o que todos acreditam ser o melhor jogador do draft, Blake Griffin. Fizeram o que tinha que ser feito, correram o menor risco possível. Claro que por ser o Clippers, tudo pode dar errado ainda. Na última vez que tiveram uma primeira escolha conseguiram o feito de pegar o Michael Olowokandi, então nem uma primeira escolha aclamada pela crítica é segura por lá.
O que eles precisam fazer agora é dar uma geral no time. Afinal, quem vai ser titular e quem vai ser reserva entre os alas e pivôs, já que eles tem Griffin, Randolph, Kaman e Camby? Com Shaq e Dwight no Leste deve ter um monte de time por lá que não recusaria o Camby ou o Kaman, talvez fosse uma boa hora de trocar um dos dois e começar a montar um banco de reserva.
O time com Baron Davis, Eric Gordon, Al Thornton, Blake Griffin e Marcus Camby é bacana, mas simplesmente não existem reservas nas posições 1, 2 e 3 e, como todo mundo sabe, haverá contusões nesse time.
Memphis Grizzlies
Hasheem Thabeet, C
DeMarre Carroll,
Sam Young,
A primeira escolha do Grizzlies, o Hasheem Thabeet, pivô de UConn vindo da Tanzânia, foi correta, acho que faria a mesma coisa no lugar deles, mas draftar pivôs gigantescos nas primeiras escolhas do draft é sempre arriscado. O Thabeet não é o primeiro negão gigante a ser comparado ao Mutombo e praticamente todos os que vieram antes não se saíram tão bem quanto o velho Dikembe.
O Thabeet dominou os garrafões da NCAA, média de 4 tocos por jogo, 2,22m de altura e ótimo posicionamento defensivo. Mas sabe quem fez a mesma coisa? Greg Oden. Quem garante que o Thabeet não será também uma máquina de fazer faltas e sem jogo ofensivo? Acho que o Thabeet pode acabar sendo daqui uns anos o novo Mutombo, o novo Dalembert ou o que vimos do Oden nesse seu primeiro ano de NBA. E dependendo desse desfecho poderemos julgar melhor essa escolha.
Mas o Grizzlies precisava correr esse risco. Com Conley, que terminou muito bem a temporada passada, OJ Mayo e Rudy Gay, eles tem um bom trio ofensivo e precisavam de uma força no garrafão, alguém comprometido na defesa. O Marc Gasol quebrou um galhão na temporada passada e pode ser titular em muitos times, mas nunca vai ser o jogador dominante na defesa que o Thabeet pode vir a ser. E quem sabe o Gasol não joga um pouco na posição 4 nessa temporada, a posição mais carente do time?
Já com a escolha 27 o Grizz escolheu o DeMarre Carroll, um ala que joga nas posições 3 e 4 e que parece que está destinado a ser reserva. Se render nos minutos que jogar já é lucro, mas acho que eles poderiam ter pego o Toney Douglas, que é um especialista em defesa de perímetro ou qualquer jogador da posição 4 disponível. Com sua última escolha, a 36, eles pegaram o Sam Young, um cara que pula muito, é bem atlético, diz que está melhorando o arremesso e parece mais velho que o Greg Olden.
Oklahoma City Thunder
James Harden, SG
BJ Mullens, C
Robert Vaden, SG
Alguns podem achar que o Thunder foi meio cagão ao pegar o James Harden na terceira posição. Afinal, eles poderiam ter pego o Rubio, usado o Russell Westbrook na posição 2 e ter um time ousado, muito veloz e ofensivo. Mas o Thunder melhorou a cada mês na temporada passada e não é a hora de mudar tudo.
James Harden é um jogador talentoso, que sabe atacar a cesta mesmo sem ser muito veloz e que chega na NBA já feito, sem aqueles rótulos de “precisa ficar mais forte”, “precisa aprender a arremessar” ou “precisa aprender a jogar basquete”. Assim ele chega pronto para ser titular, colocar o Kevin Durant na sua posição original de ala e garantir de vez que o Thunder jogará num small ball, com o Jeff Green como um ala de força sem tanta força. Escolha segura e que dará resultados!
Em uma das trocas mais tolas do draft, o Thunder conseguiu o pivô BJ Mullens. O Dallas pegou o Mullens na escolha 24 e mandou para o Thunder em troca do francês Beaubois que foi a escolha 25 do Thunder. Foi só uma artimanha do Mavs pra conseguir uma escolha de segunda rodada extra. Mas no resultado o Thunder pegou um jogador na posição mais carente do time, a de pivô, em que só tem o Nenad Krstic. O Mullen é o terceiro pivô em três anos a sair de Ohio State (Oden, Koufos) e possivelmente é o pior ou o menos preparado dos três para a NBA. Deve sair do banco, fazer suas cestas em pick and rolls ou rebotes ofensivos e voltar pro banco, mas pode dar resultado a longo prazo.
Na segunda rodada o Thunder pegou outro jogador que cobre uma falha do time, os arremessos dos 3 pontos. Robert Vaden seria trilhões de vezes mais legal se chamase Robert Vader, mas vale assim mesmo. Já fez 7 bolas de 3 em um tempo da NCAA e deve vir do banco para tentar ser um Eddie House da vida, mas não duvide se acabar virando um The Machine.
Sacramento Kings
Tyreke Evans, PG/SG
Omri Casspi, SF
Jon Brockman, PF
Pelo o que eu li por aí o Kings foi um dos times mais criticados do Draft. Meteram o pau neles por terem tido a chance de pegar o Rubio, o Flynn e o Stephen Curry e terem deixado passar pelo Tyreke Evans. Mas eu tô apostando que vai dar certo!
Minha maior dúvida era se o Evans poderia jogar como armador principal ao lado do Kevin Martin, já que pra mim ele era mais um jogador da posição 2, mas vários especialistas que assistiram ele de perto garantem que ele vai render e render muito bem como armador principal. Acreditando nisso aposto que foi a escolha correta, porque esse moleque parece bom demais.
Em treinos na última semana antes do draft o Evans foi o melhor jogador de todos os Top 10 e impressionou todo mundo que tinha uma escolha. E o Kings tem tradição em escolher jogadores baseados em seus treinos e não em seus nomes, foi assim que escolheram o Jason Thompson na 12º posição no ano passado e acertaram em cheio. Também gostei do Evans ser escolhido ao invés do Rubio porque o Kings precisa de jogadores que marcam pontos e o Evans é mais pontuador que o espanhol dos Jonas Brothers.
Com a sua escolha 23 o Kings pegou o que pode ser o primeiro israelense a jogar na NBA, Omri Casspi. Eu vi pouco dele, mas parece que ele é um mix de Rudy Fernandez e Turkoglu. O Rudy pelo jeito de jogar mesmo, o Turkoglu porque ele joga de ala mesmo com quase 2,08m de altura. A escolha não é ainda certeira porque esses gringos sempre correm o risco de demorar pra ir pra NBA, mas se for agora o Kings tem um bom jogador pra posição 3.
Por último uma escolha divertida. Jon Brockman tem nome de lenhador e é parceiro de faculdade do Spencer Hawes, que vai tirar sarro do seu novato e divertir o vestiário. Só isso.
Minnesota Timberwolves
Ricky Rubio, PG
Jonny Flynn, PG
Wayne Ellington, SG
Henk Norel, C
O Wolves foi o primeiro time a ter quatro escolhas de primeiro round no mesmo ano e não tiveram criatividade nenhuma na hora de escolher: três armadores nas suas três primeiras escolhas, em Rubio, Flynn e Lawson.
Todo mundo sabia que se o Ricky Rubio sobrasse lá eles não iam perdoar e fizeram muito bem em apostar nele, mas a escolha do Jonny Flynn depois causou uma baita confusão digna de filme da Sessão da Tarde. O Rubio falou logo depois do draft que não estava confortável com o fato do time ter draftado outro jogador da mesma posição logo depois e disse que por isso consideraria passar mais um ano na Espanha. Com isso começaram a chover propostas e rumores sobre o Rubio ir para o Knicks, Rockets, Suns e trocentos outros times. Para terminar, o Rubio não apareceu na coletiva de imprensa de apresentação dos jogadores.
Para baixar a poeira o novo General Manager do time, David “Gengis” Kahn, afirmou que entende a situação do Rubio mas que garante que ele será o armador titular da equipe a partir do momento que entrar lá. E, para não agradar só um irmãozinho, que o Flynn também pode ser titular. Será que cola e o Rubio aparece lá? Um mal entendido pode custar um ano sem o espanhol.
Apesar dos dois armadores serem nanicos à lá falecido Pitoco, o GM Kahn acredita em um esquema com dois armadores baixos como titulares e para isso citou formações famosas da idade da pedra como Isiah Thomas e Joe Dumars, Jerry West e Gail Goodrich e Danny Ainge e Dennis Johnson. Todos exemplos que o Rubio nem sabe que existem porque não era vivo quando a maioria deles jogava.
Eu gosto de times com dois armadores juntos. Gostava quando o Dallas usava Nash e Van Exel ou quando o Kings usava Bobby Jackson e Bibby. Até gosto hoje quando o Bobcats usa Felton e Augustin, mas isso são reservas atuando alguns minutos. Os dois como titulares implica em muitos minutos juntos e um dos dois marcando jogadores bem mais altos. Imaginam Rubio ou Flynn marcando o Kobe, o Ginobili ou até uns mais baixos como o Brandon Roy? Não tem como dar certo. Ou um vai dar o fora ou um vira um reserva insatisfeito.
Pra terminar, o time não tem técnico ainda! Seja lá quem eles vão contratar, vai ter que ser alguém que também acredita nessa teoria de que dois armadores baixos juntos podem dar certo. Mas o que salva o Wolves é que os dois são muito bons e que na pior das hipóteses eles podem conseguir uma boa troca. Foram escolhas boas pelo talento e péssimas pelas consequências que isso trouxe.
Já Ty Lawson, que pareceu uma piada na hora que foi draftado por ser mais um armador, acabou sendo trocado para o Denver Nuggets em troca da escolha do draft do Bobcats do ano que vem. Negócio bom para o Wolves, os melhores jogadores disponíveis nesse pedaço do draft eram armadores e ao invés de ter mais um, conseguiram uma posição parecida a essa (18º) no draft do ano que vem.
Com a escolha de Wayne Ellington, na segunda rodada, o Wolves tem finalmente um bom arremessador de 3 pontos, para o NBADraft.net é o melhor desse draft. Como não parece ter muito além disso, deve ter minutos limitados no time, mas é sempre bom ter um arremessador. Por fim, Henk Noel é um pivô holandês com cara de psicopata destinado a tomar enterradas na cabeça, se é que um dia vai jogar na NBA.
Golden State Warriors
Stephen Curry, PG
Eu adorei a escolha do Warriors. O Stephen Curry é um daqueles armadores que não são de organizar o time, é um armador finalizador, agressivo. Mesmo assim tem um bom arremesso e é um dos poucos, se não o único, armador desse Top 10 a ter um confiável arremesso de 3 pontos. Ou seja, ele tinha que sair pro Warriors ou para o Knicks para jogar na correria.
A torcida de Nova York só faltou chorar ao ver que ele chegou perto de NY e escapou pelos dedos, já a do Warriors deve estar dividida. Por um lado o Stephen Curry é ideal para deixar o Monta Ellis na posição onde ele joga melhor, na 2, e fazer uma das duplas de armação mais rápidas e difíceis de ser marcada na NBA. E ao contrário do Wolves, não importa quem eles vão ter que defender depois porque ninguém defende lá, simples assim.
Por outro lado, porém, o Don Nelson disse que o Curry é tão perfeito para o Warriors que eles não vão trocá-lo de jeito nenhum. “Ele pode desfazer as malas e até comprar uma casa”, segundo o técnico pirado. Mas isso quer dizer que a troca que estava quase feita com o Suns pelo Amar’e Stoudemire está mais melada que Playboy. O Curry é bom e vai fazer pontos até explodir nesse Warriors, mas será que vale a perda da chance de ter o Amar’e? Talvez eles se arrependam disso um dia.
New York Knicks
Jordan Hill, PF
Toney Douglas, SG
Primeiro time a receber o selo Jackson 5. Isso porque os dois jogadores do Knicks, apesar de parecerem bons, não vão mudar a cara do time como, por exemplo, Stephen Curry iria. Curry entraria para ser o armador que conduziria o time, já Jordan Hill vai ser ou um pivô para deixar o David Lee de ala de força ou o cara que irá herdar a posição do Lee caso ele seja realmente trocado.
Comparam o Jordan Hill com o Chris Bosh, mas como o próprio Bosh disse, é só por causa do cabelo. Tirando isso eles não tem nada a ver. O Bosh tem muito mais recursos ofensivos e arremesso, o Hill vai se garantir na NBA por ser um bom reboteiro. Se é pra comparar com algum cabeludo, ele é o Joakim Noah menos desengonçado no ataque e menos drogado.
Se o Knicks quisesse ousar, poderiam ter ido de Jennings para ser o armador do time, mas se eles querem o LeBron no ano que vem talvez não seja a hora de arriscar, mas sim de pegar alguns jogadores mais sólidos para criar um ambiente melhor pro King Crab. Mais um ano de sofrimento para o Knicks com um time de medianos.
A escolha 29, que era do Lakers e o Knicks comprou por singelos 3 milhões de dólares, rendeu o armador Toney Douglas. Douglas parece ser um bom jogador, daqueles pra vir do banco dando um gás e marcando o melhor jogador adversário. Mais um bom role player para a coleção de ótimos role players que o Knicks tem.
…
Acabamos essa primeira parte antes que isso vire a Bíblia que eu prometi que isso não viraria. Encerro por hoje. Amanhã tem mais times, possivelmente mais 8 e depois os 14 que sobraram pra terminar. Os últimos 14 não vão render um post tão grande porque tem times como os finalistas Lakers e Magic, que somam uma única escolha de draft, a do genial Chinemelu Elonu na posição 59. Quem já leu tudo e quer ler mais pode conferir nosso glorioso Mock Draft da Força Nominal.