>A história do ano

>

Paul Pierce parece surpreso com a virada

Estou revoltado! Não é possível! Como isso pode ter acontecido sem ninguém fazer nada a respeito? Não dá pra acreditar, mas é verdade: A Adriana Lima vai casar com o Marko Jaric! Revoltante, não? Em uma liga que tem LeBron James, o gatinho do Dwyane Wade e o Garnett, que é feio mas que ganha 20 milhões de dólares por ano, a deusa da Adriana Lima vai casar com o Marko Jaric, que nem titular do Wolves consegue ser. Deveria ter uma regra para isso, para pegar supermodelos você deveria ter pelo menos uma aparição em All-Star Game. Não digo que um anel de campeão seja necessário porque a última coisa que eu quero ver é a Alinne Moraes nas mãos do Mark Madsen ou a Jessica Alba dando mole pro Jacque Vaughn. Com um All-Star Game obrigatório as maiores aberrações que poderíamos ver hoje em dia seriam a Fernanda Tavares dando pro Anthony Mason ou a Scarlett Johansson indo pro Oscar acompanhada do Brad Miller.

Bom, mas em outra notícia menos importante, o Boston conseguiu a maior virada da história das finais da NBA e agora tem vantagem de 3 a 1 na série, vantagem que nenhum time jamais superou em uma final.

Ontem, no nosso chat, um cara chegou meio atrasado, depois que o Lakers já tinha aberto 20 pontos de vantagem no primeiro quarto e perguntou “O que está acontecendo? O Lakers que tá bem ou o Boston que tá mal?”, eu respondi o que eu sempre acho nesses casos, os dois. Em um jogo de alto nível, com jogadores espetaculares, ninguém abre 20 pontos de vantagem só porque está jogando bem. Se o Lakers estivesse no mesmo nível mas o Boston estivesse jogando decentemente, a diferença estaria, no máximo do máximo, em 10 pontos. Essas lavadas (ou chocolates, sapeca-ia-ia, humilhação, ou como você quiser chamar) só acontecem quando um dos lados está muito bem e o outro muito mal.

A maior prova disso foi o segundo quarto e metade do terceiro. O Boston começou a jogar muito bem, acertou 55% de seus arremessos nesse período, com uma ótima movimentação ofensiva e participação das três estrelas da equipe. Mas mesmo assim a diferença não caía, até chegou em 12, 15, mas o Lakers, bem à vontade, aumentava para os 20 de novo. Ou seja, nesse quarto e meio o jogo ficou basicamente empatado, um jogo de alto nível com bom aproveitamento para os dois lados.

Foi então que a gangorra mudou de lado.

De repente o Lakers, que estava à vontade, com Jordan Farmar e o resto do banco acertando arremessos como se fosse treino, começou a ficar perdido na defesa sufocante do Boston. A pressão dos verdes era em toda a posse de bola, cortando todas as linhas de passe. Como um time desesperado, o LA começou a procurar resolver tudo na individualidade, o que resultava quase sempre em turnover, ou então tentava isolações para Kobe Bryant, e foi nessas isolações que o Celtics se deu bem. Não porque Kobe jogou mal, ele não foi genial, mas o mérito é para a defesa do Boston que, quando percebeu que o elenco de apoio do Lakers não estava rendendo mais, começou a dobrar em Kobe e forçá-lo sempre ao passe ou ao arremesso muito contestado. Se no primeiro tempo Kobe achava seus companheiros para o arremesso (foram 7 assistências só na primeiro etapa para o MVP), no segundo, quando ele tentava o passe, a jogada não acabava bem, e aos poucos a defesa do Celtics acabou com a confiança do Kobe em seus companheiros e a confiança dos tais coadjuvantes de que poderiam meter as bolas.

Como até disse em um “Both Teams Played Hard” aqui no blog, o grande mérito do Doc Rivers como técnico nessa temporada foi montar um time que se entende defensivamente. Porque no ataque você nunca verá nada muito inovador, eles “apenas” brincam de ter 3 talentos fora de série. A forte defesa leva o outro time a errar a cesta e a correr para conseguir armar a própria defesa, então o Celtics pode isolar Pierce, pode isolar o Ray Allen, pode fazer um pick-and-roll com o Garnett, jogar uma bola pro Garnett de costas para a cesta ou até fazer bloqueios para um arremesso do Ray Allen. Todas jogadas simples e básicas do basquete que colocam um jogador em situação de usar o seu talento. E foi isso que, com surpreendente calma (de campeão), o Celtics fez.

Em alguns momentos o Celtics me lembrou a seleção americana de basquete, que eu não vou chamar de Dream Team porque senão vou ouvir 10.000 comentários dizendo “Dream Team de verdade só o de 92” de um monte de saudosista viúva do Jordan. Mas me lembrou bastante porque as seleções americanas, até pela falta de treinos e entrosamento, jogam no mais simples possível. Então é defesa forte seguida de contra-ataque, ou colocam um monstro no garrafão pra enfrentar os branquelinhos europeus. São situações de jogo em que vence quem tem mais talento individual e o Boston tem talento de sobra, qualquer um do trio pode comer a Adriana Lima quando quiser!

Todos os méritos do mundo para o Boston, que, no momento em que mais precisou, mostrou todas as qualidades que estavam mostrando na temporada regular e que ficaram em dúvida nos playoffs. Mostraram experiência, calma, a melhor defesa da NBA nos últimos anos (ou “a melhor que eu já vi na minha vida” segundo o T-Mac depois que o Boston acabou com as 22 vitórias em sequência do Houston) e um ataque simples mas eficiente, com três estrelas que nunca foram egoístas, somadas a um grupo de bons arremessadores.

Por outro lado, o Lakers mostrou o que muita gente acusava mas que eles nunca tinham realmente demonstrado, a juventude da equipe. Depois de vencer duras séries contra Jazz e Spurs, parecia bobagem falar da juventude do Lakers, mas pelo menos ontem ela ficou bem clara. Quando o Boston diminuiu finalmente a vantagem para menos de 10 pontos, parecia que quase todo mundo no Lakers estava mijando nas calças, a gente só não viu porque o uniforme, ironicamente, é amarelo. Parecia que existia mais um medo de perder aquela vantagem do que realmente uma vontade de vencer. O Kobe, que não parecia com medo (até porque ele é confiante demais nele próprio pra isso), parecia nervoso, com a situação e principalmente com os companheiros de time, exatamente como há alguns anos atrás. Parecia que ele não confiava mais nos outros, que, respondendo a isso, fizeram pífea movimentação ofensiva que resultou em Kobe tentando resolver tudo sozinho. Ele até fez a maioria dos pontos do Lakers no quarto período, mas não foi o bastante.

Durante o jogo os narradores comentaram bastante sobre a diferença de 24 pontos que o Lakers tirou do Boston só no último período do jogo 2. E se vocês pensarem bem, isso dá um bom resumo da série. Os jogos 1 e 3 foram parecidos, um o Boston venceu com uma atuação (e encenação?) genial do Paul Pierce, o outro o Lakers venceu com um jogo fora de série de Kobe Bryant.
Os jogos 2 e 4 também foram parecidos. Os dois começaram com vitória esmagadora e diferença de 20 pontos para o time da casa e de repente o visitante começou uma reação fulminante. E aí a diferença da série, do título, o Boston finalizou a reação, o Lakers não. Em uma série tão cheia de histórias, de detalhes, em resumo foi isso que definiu tudo. Saber terminar o que começou.

Claro que mais uma derrota do Lakers trouxe as questões sobre o que deve mudar no time. Os mais desesperados pedem milhões de trocas e algumas cabeças. A cabeça mais desejada é a de Lamar Odom, mas eu discordo.

Ontem o Lamar Odom acertou seus primeiros 7 arremessos de quadra e comandou o espetáculo do Lakers no primeiro período. Ele fez de tudo e parecia imparável, foi um período de MVP para Odom. Mas no segundo quarto ele diminuiu o ritmo e no segundo tempo apagou. Tão ligados no Souza que jogava no Corinthians dos anos 90? Ou no Enéas da Portuguesa nos 70? Mesma história, de repente eles parecem que simplesmente não estão em campo. Não pegam na bola, não correm, não passam, não fazem ponto, não se mexem, um mistério. Agora, isso é motivo para trocar o Odom?

Se ele fosse a estrela do time, sim. Você não pode depender de um cara que volta e meia é capaz de apagar. Mas pensa bem, o Lakers tem o Kobe, MVP da liga. Tem o Gasol, que teve alguns de seus defeitos expostos nessas finais mas nem por isso deixa de ser um tremendo de um jogador, e para o ano que vem tudo indica que o Lakers terá de volta o Andrew Bynum. O Lakers era líder do Oeste no dia em que o Bynum se machucou, foi campeão do Oeste com o Gasol e no ano que vem pode ter os dois juntos, com isso tudo o Odom é a quarta opção ofensiva do time. O trio do Boston pode até ser mais completo que esse do Lakers, mas será que existe uma quarta opção tão talentosa na NBA quanto Lamar Odom? Será que algum time tem uma quarta opção capaz de, em alguns momentos, dominar uma partida? Acho que não. Seria preciptado demais trocá-lo.

São questões interessantes essas do Lakers, mas as do Boston são muito mais complexas e importantes, como por exemplo: ganhar o título em casa ou em Los Angeles? Que champangne tomar? Como será que vai ficar o visual do Bola Presa todo de verde?

Dúvidas cruéis de um campeão.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.