>A maldição do Houston Rockets

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Made in Taiwan

Então é isso, meninos e meninas. Foi até que uma boa campanha até agora. Foram 15 vitórias nas últimas 16 partidas, sendo 12 vitórias seguidas. Finalmente meu amado Houston Rockets alcançou a sétima posição do Oeste, três jogos atrás do líder Lakers, se posicionando bem na briga pelos playoffs. O time mais quente da NBA, embalado, que acabou de adicionar Bobby Jackson como uma peça ofensiva importante vinda do banco, um dos jogadores favoritos de Rick Adelman na época do Kings e que entrou muito bem em quadra sem sequer ter que aprender o esquema tático. Ah, foram bons momentos esses. Cheios de alegria e esperança. As árvores ficaram mais verdes, o céu mais azul, minha camiseta do Yao Ming mais vermelha. Deu pra sonhar com finalmente passar da primeira rodada nos playoffs, chutar uns traseiros, ir lutar pelo título da Conferência mais disputada de todos os tempos.

Mas eu tenho pânico de contusão. Escrevi um post em novembro passado que explica bem o pavor que mora dentro de mim de que T-Mac ou Yao Ming virem farofa de um segundo para o outro. Meu terapeuta olha para minha cara depressiva e já sabe: “alguém do Houston se machucou de novo?” Pois é, doutor. E quando não tem ninguém machucado, há sempre a enorme possibilidade de que alguém se arrebente. O ginásio do Houston está em cima de um cemitério indígena, é uma maldição terrível, e nem é do tipo engraçadinho dos filmes da Sessão da Tarde em que a Lindsey Lohan é amaldiçoada e troca de corpo com a mãe. Não, não. Em Houston a maldição quebra pernas, costas, joelhos. Nem o padre Quevedo explica.

Confesso que nessa sequência de 12 vitórias seguidas em que misteriosamente o time aprendeu a passar a bola, puxar contra-ataques, Rafer Alston parecia um jogador de verdade e Carl Landry parecia um veterano, acabei me empolgando e achando que os tempos de contusões estavam no passado. Esqueci que nunca se deve confiar na durabilidade de produtos chineses.

Yao Ming está fora da temporada com uma fratura no pé. A fratura, por stress, deve ter acontecido aos poucos. Ainda não sairam informações mais detalhadas a respeito mas ele estava muito bem na última partida, o que parece estranho. Espero que ele não tenha se quebrado naquelas máquinas de dança nos fliperamas, nem chutando a parede porque seu personagem de Ragnarok morreu. Sabe, essas coisas meio amarelas.

Talvez a culpa seja do Tracy Mcgrady. Há algo no Universo que o impede de ganhar uma série de playoffs e, como dessa vez as chances eram boas, o cosmos contundiu o Yao. Até porque se o contundido fosse o próprio T-Mac, o Houston teria mais chances de passar da primeira fase do que sem o Yao. Se não fosse isso, o cosmos teria dado outro jeito, o ginásio do Houston seria engolido pela terra, cairiam meteoros, ou então Isiah Thomas seria contratado pela equipe. Alguma catástrofe tinha que acontecer.

O Houston ainda tem chances, o Oeste está completamente embolado, mas parece agora impossível segurar Nuggets, Warriors e até o Centro de Educação Infantil Portland Trail Blazers. Com 36 vitórias e 20 derrotas, daria para ter uma vaguinha quase garantida nos playoffs em qualquer outro ano que não fosse esse, com essa temporada mítica, épica e que eu agora odeio. O time tem talento mas Yao era uma peça fundamental demais para ser substituída. Se meu Houston tivesse mandando três laranjas e duas bananas maduras para o Grizzlies pelo Pau Gasol, talvez as coisas fossem diferentes. O jeito, claro, é tirar a poeira de Mutombo. Na temporada passada, quando Yao passou seis semanas fora, Mutombo teve médias de double-double, com mais de 10 pontos e 10 rebotes por partida. Essa é sua última temporada na Liga porque sua idade vai chegar aos 4 dígitos e isso daria um pau no sistema de computadores da NBA, tipo o bug do milênio. Prestes a se aposentar, aí está a chance de Mutombo deixar as quadras em grande estilo.

O único problema é que Mutombo vinha jogando cada vez menos e até mesmo saiu da rotação para abrir espaço para Carl Landry. Minha suspeita é de que o novato Landry seja titular ao lado de Scola, com Mutombo vindo do banco e dando muitos minutos para Chuck Hayes e Steve Novak. “Mas quem vai fazer pontos no garrafão?”, você pergunta. Ninguém. A não ser que Luis Scola se espelhe em seu amigo narigudo Ginobili (dois jogos com mais de 40 pontos e dois jogos com mais de 30, só nesse mês) e comece a fazer chover no Texas.

Eu, pessoalmente, não acredito. Se acontecesse um milagre, o Houston poderia até pegar a oitava vaga e aí tomar pau de seja lá quem for. Baita esporte idiota esse, é só colocar uma esfera laranja num aro suspenso no ar, é patético! Pra que assistir essa porcaria, pra que ter um blog sobre isso? Baita coisa de fracassado, vou mudar de vida, abandonar o Houston, ler mais livros, ver mais filmes, ir ao teatro, fazer yoga, parar de comer carne, fazer um curso de produção de velas com tomates!

Mas se a sequência de vitórias do Houston continuar, esqueçam tudo isso e lembrem-se: eu sempre disse que ia dar certo! E com T-Mac MVP, claro.

Vocês, dois torcedores do Houston, precisam relaxar, pensar em outra coisa! Aproveite então para comentar e fazer perguntas na nossa coluna Both Teams Played Hard logo abaixo! Vocês, torcedores de outros times rindo da nossa desgraça, façam perguntas e tirem sarro. Aproveitem enquanto meu Houston ainda está amaldiçoado (e enquanto a coluna Both Teams Played Hard está quentinha!).

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