Essa é pelo tapa na cara do Brad Miller
Não consigo dizer o quanto eu estou maravilhado pelo jogo que acabei de ver. Essa vitória do Bulls sobre o Celtics depois de 3 prorrogações foi um daqueles jogos que causam a “Síndrome de Alinne Moraes”.
Imagine um dia ter o prazer de beijar aqueles lábios carnudos da musa que ilustra o visual do nosso blog, seria o ponto alto da vida de um cidadão comum. Mas e no dia seguinte, você faz o quê? Vai trabalhar? Vai pra escola? Tem um papo sobre esse clima maluco no elevador? Não dá, depois de uma experiência dessa sua vida acabou, nada mais tem a mesma graça.
A mesma coisa acontece com essa série entre Bulls e Celtics. O que eu vou assistir depois de ver uma série desse nível? Até os jogos mais interessantes vão parecer uma partida amadora depois desse jogo 6. É sem dúvida uma das melhores séries de playoff de todos os tempos e com certeza absoluta a melhor de primeira rodada.
O Kenny Smith, ex-jogador e comentarista da TNT, diz que ainda acha que a série entre Mavericks e Warriors em 2007 foi melhor, opinião que eu não concordo e que acho que ela ainda pode e deve mudar caso o jogo 7 seja do mesmo nível do jogo dessa quinta-feira.
A partida já parece boa por ter ido até a terceira prorrogação, primeira vez que isso acontece nos playoffs desde 2004, naquele épico jogo entre Nets e Pistons que teve um arremesso surreal do Billups.
Uma outra coisa que o jogo de 2004 e o de agora tiveram em comum foi o Brian Scalabrine jogando os minutos decisivos porque os titulares sairam com 6 faltas. Hoje foram Glen Davis, Kendrick Perkins, Paul Pierce e Ben Gordon que sairam com 6 faltas.
Não tem muito o que falar do jogo porque tem muito o que se falar sobre esse jogo. Daria para escrever um parágrafo sobre cada posse de bola de cada prorrogação tamanha a qualidade da partida, das jogadas desenhadas, das variações causadas por cada duelo pessoal e pela mudança de momento e de personagens principais.
Durante a partida o Ray Allen foi o herói do jogo, depois o Brad Miller, depois Paul Pierce, depois o Glen Davis, depois o John Salmons, depois o Joakim Noah, depois o Ray Allen de novo e por fim o Derrick Rose. Sem contar que Hinrich, Gordon, Rose, Pierce e Perkins também foram vilões em tantos momentos cruciais.
Ainda tem os números impressionantes: 28 pontos pro Rose, 35 para o Salmons, 19 assistências para o Rajon Rondo e, claro, os 51 pontos (29 no primeiro tempo) para o Ray Allen. Nesse jogo ele igualou o recorde de arremessos de 3 em um jogo de playoff, foram 9. O recorde já era dele, que ele divide com Rex Chapman e Vince Carter.
Dos recaps do jogo que eu achei no YouTube, acho que esse é o melhor para quem não viu o jogo ou para quem só quer relembrar os melhores momentos desse jogo que já está na história. Tem desde a treta do Captain Kirk com o Rajon Rondo até a jogada do ano que foi a enterrada do Joakim Noah no Paul Pierce, com o toco decisivo do Derrick Rose no final, óbvio. Só ficou faltando mostrar os lances livres que o Brad Miller acertou, se redimindo dos erros no final do jogo 5.
A série
65 empates (10,8 por jogo)
106 mudanças de liderança (17,6 por jogo!)
A primeira série de playoff da história a ter três jogos com prorrogação.
A primeira série de playoff da história a ter quatro jogos com prorrogação.
7 prorrogações disputadas em 6 jogos
Apenas um jogo acabou com vantagem superior a 3 pontos (jogo 3, Boston 107-86)
Somando todos os jogos, o Celtics fez 20 pontos a mais que o Bulls:
Chicago 659 x 679 Boston
Tirando então o resultado do jogo 3, o Bulls fez um ponto a mais que o Celtics nas outras 5 partidas.
Segundo o Charles Barkley, que é comentarista na TNT junto como Kenny Smith, é a série em que mais vezes os times acertaram arremessos de 3 para empatar jogos no final. E ele tem toda razão, desde o jogo 1 a gente vê o Ray Allen, o Paul Pierce, o Ben Gordon e o John Salmons sempre acertando bolas de 3 quando mais interessa.
Você lembra de alguma série de primeira rodada melhor do que essa?