>A mesma fórmula

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Claro que o Marbury estava feliz no Knicks

Lembra que falamos que a troca do Celtics na data-limite para movimentações era importante porque eles queriam abrir espaço no elenco? Pois é, eles usaram esse espaço para contratações de dois veteranos para fechar o elenco para essa temporada. De novo.
Os mais novos jogadores do Celtics são Mikki Moore e, finalmente, depois da novela mais longa desde Irmãos Coragem, Stephon Marbury, que foi dispensado pelo Knicks e vai assinar com o time de Boston em breve.
A primeira coisa que vem na cabeça, claro, é a temporada passada, quando o Boston fez exatamente o mesmo tipo de ação: esperou o meio da temporada e contratou dois experientes jogadores, um armador e um jogador de garrafão. Como todo mundo obviamente lembra, deu certo. Tanto Cassell como PJ Brown jogaram bem nos playoffs e foram importantes para o título.
Mas as semelhanças acabam por aí.
No ano passado a principal motivação das contratações eram os titulares do Celtics. Ninguém dentro do time e muito menos na imprensa sabia como o Rajon Rondo e o Kendrick Perkins iriam se comportar nos playoffs. O Rondo teve sérias dificuldades no começo da temporada passada quando enfrentou armadores mais experientes e o Perkins nada mais era do que um grandalhão desengonçado. Com o passar da temporada o Rondo melhorou mais do que a mãe dele poderia esperar e o Perkins acabou se transformando em um belo defensor. Cassell e Brown acabaram então sendo mais importantes como peças do banco de reserva para alguns momentos do jogo do que para arrumar as besteiras dos pivetes.
Nessa temporada não há mais dúvida de que o Celtics pode ser campeão com Perkins e Rondo no time, o Rondo em especial tem jogos fora de série e muita gente acha que ele deveria até ter ido para o All-Star Game. Mas em compensação o banco de reservas não inspira lá tanta confiança.
O Eddie House é uma máquina construída pelo governo para fazer bolas de 3, isso todo mundo sabe, mas tirando ele, quem tem no banco do Celtics? O Tony Allen está machucado e quando não está é um dos jogadores mais irregulares da NBA, é capaz de fazer 20 pontos ou de simplesmente errar tudo o que tentar. O Glen Davis, o ursinho carinhoso da NBA, é bom jogador mas só de pensar nele de titular em caso de uma contusão já dá arrepios até em mim que odeio o Celtics. Ontem ele foi titular contra o Clippers e eles perderam! Perder do Clippers é humilhação pública.
Sobram no banco então o Brian Scalabrine que, ué, é o Brian Scalabrine, e os novatos Bill Walker e JR Giddens, que nem entram em quadra. Quem se salva e se salva com louvor nesse banco é o Leon Powe, que saiu da fábrica de fazer Maxiells que já rendeu o Carl Landry, o Paul Millsap, e é o melhor reserva do Celtics. O único problema do Powe é que ele é baixo, em caso de uma contusão do Perkins ou do Garnett (que está mesmo machucado) ele não é a resposta ideal. O Powe é feito para jogar uns 20, 25 minutos por jogo, não o jogo inteiro.
Com um quinteto espetacular de titulares, House e Powe como ótimos reservas, acho que já dá pra colocar o Celtics como candidato a título. Mas é muito inteligente da parte deles saber que o banco pode ser melhor e que com ele mais eficiente talvez precisem de menos sofrimento para serem campeões nesse ano.
O Mikki Moore, nas palavras do técnico Doc Rivers, “Foi um presente dos céus” já que ninguém esperava que o Kings fosse dispensar ele. A primeira opção do Celtics para o garrafão era o McDyess quando o Denver o dispensou, mas ele preferiu ir para Detroit (perder) a ir para o Celtics. Depois eles queriam o Joe Smith, que deveria ser dispensado pelo Hornets, mas aí a troca do Tyson Chandler não deu certo e nada de Smith. Quando parecia que não tinham mais opções, o Kings fez o favor de ajudar o Celtics a ficar mais forte, valeu Kings.
Depois de uma carreira muito, muito discreta, o Mikki Moore apareceu de verdade quando ele foi o décimo sétimo jogador a ganhar o prêmio de “Jogador mais ou menos que parece bom porque joga com o Jason Kidd“, prêmio que já consagrou Kerry Kittles, Keith Van Horn e principalmente o Kenyon Martin. Mas por incrível que pareça o Moore fez também uma boa primeira temporada no Kings sem o Kidd, com 9 pontos e 6 rebotes em menos de 30 minutos por jogo. Moore tem 2,13m de altura e chega para ser um cara experiente, grande e que saberá se aproveitar da atenção que a marcação dá para todos os outros jogadores do Celtics. Contratação perfeita.
Já o Marbury é um caso complicado. O Cassell no ano passado era um armador experiente, acostumado a jogar em times vencedores, um cara que sonha em ser técnico e que dizem que sabia como conduzir o time no vestiário, fosse com dicas para os companheiros ou só incentivando mesmo. Mas e o Marbury? Essas qualidades fora de quadra a gente sabe que ele não tem, mas será que ele tem falta de qualidade o bastante para criar um ambiente ruim dentro do vestiário do time?
Porque uma coisa é você não ser um líder, até aí tudo bem, mas outra coisa é ser aquele cara que está sempre arrumando confusão, tratando os outros mal, sendo mal educado, reclamando. O Marbury sai do Knicks com fama de quem estragou um time, da mesma maneira de quando saiu do Nets, onde dizia que arremessava demais a bola porque seus companheiros de time eram ruins. Além disso, saiu mal também do Wolves, seu primeiro time, onde jogou junto com o Garnett. Lá ele teve problemas com o técnico devido a seu papel no ataque e ele acabou pedindo pra ser trocado.
O engraçado da carreira do Marbury é que ele estava num lixo de Nets e foi só o Kidd chegar lá que o Nets foi duas vezes para a final da NBA. Depois quando ele saiu do Suns, foi só Nash chegar que o Suns virou uma potência da liga. Seria só coincidência ou o Marbury é fominha demais para ser o armador condutor de um time vencedor? O lado bom dessa questão para o Celtics é que ele não precisa ser o condutor do time, ele precisa apenas ser o cara que vem do banco e jogar bem durante alguns poucos minutos.
Se o Marbury colocar a bola debaixo do braço nos poucos minutos que jogar, fazer muitos pontos e depois voltar pro banco, eu acho que ele pode ser útil para o Boston. Ele poderia ser o que o Nate Robinson é hoje para o Knicks. Quando as coisas estão empacadas ele entra em quadra, faz o jogo rodar em volta da habilidade individual dele (tanto o KryptoNate quanto Starbury tem tanto talento quanto apelidos estranhos) para colocar o time de volta nos eixos.
O problema do Knicks é quando o Nate passa muito tempo na quadra e o jogo vira uma partida de streetball em que só o Nate Robinson joga e passa a bola só quando não tem mesmo outra saída. O Celtics foi campeão passando a bola, tudo o que eles não precisam é de um fominha na armação durante 30 minutos do jogo. O negócio do Marbury é entrar, jogar alguns minutos, fazer o que sabe e ir pro banco.
E “fazer o que sabe” do Marbury não é e nem nunca foi passar a bola e envolver os companheiros, a habilidade dele é jogar no 1 contra 1 e conseguir situações com seu drible e seu arremesso.
O Celtics está mais próximo do título com o Mikki Moore? Um pouco. O Celtics está mais próximo do título com o Marbury? Depende de muita coisa. Mas gosto de time que se arrisca e que muda quando sente que falta alguma coisa para ser campeão.

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