A nova decisão de LeBron James

Antes mesmo do fim do Jogo 4 da Final da NBA todos só falavam de uma coisa: este é o último jogo da carreira de LeBron James no Cleveland Cavaliers? Com o título do Golden State Warriors praticamente confirmado desde o final do Jogo 3 e consolidado antes mesmo do fim da quarta partida, é natural que as atenções se voltem para King James. É o melhor e mais famoso jogador do planeta, seu contrato está prestes a acabar e ele parece concentrar em si a maior chance da NBA ver um novo time campeão no futuro próximo. É difícil imaginar qualquer time tomando uma decisão nesta offseason antes de LeBron fazer a sua.

A primeira coisa que LeBron James precisa fazer é decidir se fica em Cleveland por mais um ano. Até o dia 30 deste mês ele precisa avisar o Cavaliers se vai se manter no atual contrato, que acaba só na temporada 2018/19, ou se usa a Player Option que tem direito e fica livre para ir para onde bem entender. É só importante lembrar que mesmo essa primeira decisão não indica necessariamente o caminho que ele vai seguir: LeBron pode sair do contrato e assinar um novo com o Cavs, ou pode optar por ficar no atual como parte de um acordo para uma troca com outra equipe. Seria um jeito dele ir para um time que não tem, hoje, o espaço no teto salarial para contratá-lo. Também é um jeito de não deixar o Cavs na mão ao perder seu melhor jogador.

Mas vamos ao que interessa e analisar quais são as principais opções de LeBron James para esta offseason. Saber do que é mais provável de acontecer é importante para que a gente fique chocado quando ele decida por algo que nem sequer especulamos antes =)


Cleveland Cavaliers

Há 4 anos, quando deixou o Miami Heat e foi para o Cavaliers, LeBron James disse que gostaria de se aposentar em Cleveland. Segundo Brian Windhorst, jornalista da ESPN que segue LeBron de perto, esse desejo não mudou. A questão aqui é que ele não planeja sacrificar os últimos anos da sua carreira só para cumprir essa sua missão geográfica. Se o Cavs não oferecer o que ele acha necessário para vencer, ele vai embora. E nada o impede de voltar para um último ano de despedida daqui um tempo também, é claro.

A favor do Cavs na briga por LeBron está a sua proximidade com a cidade, seu desejo de ficar e uma pequena janela para mudar o time. É possível transformar Kevin Love e a 8ª Escolha do Draft 2018 em jogadores que combinem mais com LeBron. Talvez exista um time por aí disposto a aceitar Tristan Thompson numa troca? Sim, mas duvido que abram mão de muita coisa pelo seu contrato gigante, os altos e baixos em quadra e o drama Kardashian fora dela.

Como se não bastasse essas poucas chances de fazer o elenco do time se revolucionar, é decisivo que a relação de LeBron com o dono do time, Dan Gilbert, é péssima. Já era ruim na primeira passagem de LeBron pelo time, piorou com aquela carta em fonte comic sans com Gilbert detonando o ala por ele decidir ir para Miami e a mensagem sobre como “não existem atalhos” após a derrota na Final de 2011 para o Mavs. Houve uma trégua para que LeBron pudesse voltar e cumprir sua promessa de dar um título para a cidade, mas nunca foi mais do que isso, uma trégua. Nunca houve elogio, apoio, declarações conjuntas nem sequer contratos longos.

Desde que voltou, LeBron nunca fez um acordo de mais de um ano garantido, sempre abriu essa opção para que pudesse sair na temporada seguinte, e o  fez de novo no ano passado mesmo após um pedido direto de Gilbert para que ele se comprometesse a longo prazo. A escolha do Draft deste ano não foi negociada por um nome de peso porque, para o Cavs, ela era a garantia de um futuro caso sua estrela desse o fora. Nem um high-five a dupla é capaz de dar mesmo após VENCER A CONFERÊNCIA:

A relação com Gilbert é importante também na hora de imaginarmos cenários que envolvam times que não têm espaço salarial para contratar LeBron. Como o jogador já disse que não vai aceitar menos do que o máximo a que tem direito, só equipes com cerca de 35 milhões de dólares abaixo do teto salarial poderiam simplesmente ir lá e pegar o jogador sem malabarismos. Neste momento essas equipes são LA LAkers, Chicago Bulls e Philadelphia 76ers, com Atlanta Hawks, Dallas Mavericks e Sacramento Kings podendo chegar lá facilmente.

Para ir para outro time, alguma troca deveria acontecer, e aí entra a pegadinha: Dan Gilbert toparia uma negociação que levaria LeBron para onde ele quer? Por um lado é um jeito de não sair de mãos vazias, de outro é admitir a derrota e dar a LeBron o que ele quer enquanto te abandona pela segunda vez.


Philadelphia 76ers

Poucos minutos depois da final e Joel Embiid já estava lá no Twitter recrutando LeBron para o PROCESSO:

Junte isso ao fato do time ser jovem, promissor, estar já no topo da Conferência Leste e tempere com a já próxima relação entre LeBron e Ben Simmons e você tem a receita para mil boatos por dia de que esta é a próxima parada.

Mas duas coisas importantes pesam contra a ida de LeBron James para lá: o primeiro é a idade do elenco, que além das estrelas já citadas, conta com Dario Saric, Robert Covington e Markelle Fultz. Não sabemos como eles lidariam com a pressão de jogar com LeBron e muito menos se ele quer lidar com um monte de pirralho que ainda está errando, aprendendo com os erros e falando de namoradinhas e peido no vestiário. JJ Redick falou nessa temporada sobre como foi drástica a mudança das conversas nos vestiários do LA Clippers, seu time anterior cheio de veteranos, caras rodados e já com filhos, para esse ano no Sixers, cheio de pirralhos com pouco mais de 20 anos de idade. Não é errado ser jovem, mas nem sempre é algo com que alguém mais velho quer lidar nos últimos anos da carreira.

A outra questão-chave é tática. Embiid e Simmons são exatamente os dois tipos de jogadores que nunca conseguiram jogar bem ao lado de LeBron: um é um pivô que gosta de ficar dentro do garrafão para jogar de costas para a cesta, o outro é o cara que gosta de ter a bola na mão o tempo inteiro e que não sabe direito o que fazer quando fica sem ela. Os dois também não tem arremesso de longa distância, embora Embiid não tenha medo de arriscar. Se fazer funcionar Kevin Love e Dwyane Wade, mais experientes e versáteis ofensivamente, foi difícil, o que dirá desses dois que ainda estão começando e que, com razão, se sentem donos do time? Pode ser um processo doloroso pelo qual LeBron decida não passar.


Los Angeles Lakers

Todo mundo já fez questão de deixar claro quantas casas LeBron comprou em Los Angeles, como ele gosta da cidade, que passa as férias lá e etc. Mas isso não é o bastante para ele ir para um time onde acha que não tem chance de brigar por título. Então a questão é, além das praias e do glamour, o Lakers pode oferecer competitividade? E a resposta aqui é: VAI SABER!

Em princípio vemos o Lakers como uma versão pobre do Sixers. Os dois têm para oferecer muitos talentos jovens e promissores, com a diferença que os do Sixers estão muitos passos a frente na hora de comprovar que já são estrelas da NBA. O que o Lakers tem de vantagem é a chance de se transformar em outra coisa num piscar de olhos.

Se o time não reassinar com Julius Randle ou se, por milagre, conseguir se livrar do contrato de Luol Deng, o pode oferecer não só um, mas DOIS CONTRATOS MÁXIMOS nesta offseason. Isso significa trazer LeBron e imediatamente uma outra estrela para ajudá-lo, possivelmente Paul George ou Chris Paul. Se fosse desejo de LeBron, também não seria difícil transformar um desses jovens jogadores, como Brandon Ingram ou Lonzo Ball, por exemplo, um cara mais experiente ou de outra posição. Há mercado de troca para ambos.


San Antonio Spurs

A notícia da semana é que Gregg Popovich está mexendo os pauzinhos para conseguir uma reunião com LeBron James. A admiração do jogador pelo técnico é enorme, antiga e nunca foi segredo. Difícil imaginar ele não aceitando ao menos um encontro para ouvir uma proposta. Talvez pese também que LeBron nunca foi treinado por um cara com tanto renome em sua carreira, até o ótimo Erik Spoelstra era só um jovem promissor no Heat. Será que não há a curiosidade de experimentar um estilo de jogo completamente novo? Ainda mais num time que se especializou em tirar o máximo de suas estrelas mais velhas?

Os contratos de Pau Gasol, Patty Mills e LaMarcus Aldridge assinados há pouco tempo dificultam uma negociação, e nem sabemos qual é a situação de Kawhi Leonard. Ele está saudável? Não está? Quer continuar lá? São muitos pontos de interrogação, mas se LeBron falar que quer, a galera se vira. Provavelmente envolveria não reassinar Tony Parker, torcer para Danny Green receber uma proposta gorda em outro lugar para não optar por ficar no seu contrato e achar algum time para despachar Gasol.


Houston Rockets

A atual situação do Houston Rockets é bem incerta. Não só pagam 20 milhões para o Ryan Anderson, para desespero do Danilo, como tem Trevor Ariza, Clint Capela e Chris Paul como Free Agents. Eles vão tentar renovar com todos? Vão manter o mesmo time? Conseguem que LeBron decida antes que esses três escolham ir para outro lugar? E Chris Paul, que disse que ainda busca um contrato máximo, aceitaria um desconto se for para jogar ao lado do seu grande amigo?

Embora o time seja comandado por Daryl Morey, um mago do EXCEL que acha espaço salarial onde não tem e que ano passado tirou uma troca por Chris Paul da cartola, seria bem difícil conseguir trazer LeBron sem usar aquela opção de LeBron optar por ficar em seu contrato e logo ser trocado. O Cavs toparia? O que o Rockets tem de tão sedutor além de Eric Gordon e umas escolhas de Draft para oferecer? Eu não sei responder, mas acredito que Morey passou os últimos OITO MESES pensando em maneiras para transformar isso em realidade.


Há ainda gente que coloque o Los Angeles Clippers ou até uma volta para o Miami Heat, onde ele já conhece tudo e todos, na mesa. E na hora da especulação de Twitter, até o fato da sede da Nike ficar em Portland já serve de munição para começar a trabalhar hipóteses. Ouvimos o mesmo quando o NY Knicks contratou David Fizdale, amigo próximo de LeBron, como técnico. Não sei por que alguém fugiria de Dan Gilbert para bater de frente com James Dolan, mas até o jogador anunciar sua decisão teremos que lidar com esse mar de possibilidades.

Eu não tenho palpite certo ainda, mas até que apareçam novas informações podemos colocar Cavs, Lakers e Sixers na frente de todo mundo. Eles ao menos são os times que estão a menos passos da sua estrela dos sonhos. Para eles, basta a lábia.

 

 

 

 

 

 

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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