>A primeira leva

>Como esperado, com pouco tempo de Free Agency antes de começar a temporada os times estão correndo e fazendo dezenas de contratações  num curtíssimo período de tempo. Com um fim de semana corrido ficou difícil acompanhar o ritmo. Mas estamos postando todas as novidades nessa planilha e começamos hoje a análise de algumas contratações.

Tracy McGrady
Atlanta Hawks – 1.3 milhão por 1 ano
Assim que essa troca foi anunciada eu achei a ideia fantástica e anunciei minha opinião no Twitter. O Hawks tinha acertado em cheio. Fui bombardeado com críticas, dizendo que o T-Mac, já velho, jamais seria uma reposição à altura do Jamal Crawford, que já havia anunciado sua saída. Vou argumentar o porque de ter gostado da contratação aqui e ver se alguém muda de ideia.

Primeiro que não existem muitos jogadores como o Jamal Crawford disponíveis no mercado. Caras que pontuam tão facilmente como ele e sabem criar seu próprio arremesso são raros, ainda mais os que topam salário apenas razoável e um papel secundário atrás do Joe Johnson. O Hawks teria que esperar o JR Smith conseguir se livrar de seu contrato na China ou torcer para o Pistons usar a anistia no Ben Gordon, não dá pra contar com isso. A saída então era contratar um jogador com características diferentes, mas ainda úteis ao time. Um dos grandes problemas do Hawks, embora seja até um ataque relativamente eficiente, é a tomada de decisões no ataque. Muitos jogos bons são arruinados porque o Al Horford recebe a bola muito longe da cesta, o Joe Johnson força arremessos longínquos e o Josh Smith acha que seu arremesso de longa distância é igual ao do Ray Allen. São jogadores talentosos fazendo o que não deveriam.

No ano passado o Tracy McGrady revolucionou sua carreira ao atuar como armador principal no Detroit Pistons. Teve um ano saudável e como reserva, atuando minutos limitados, foi uma das pouquíssimas boas surpresas vindas de Detroit na última temporada. Ele usou seu tamanho para passar por cima de armadores mais baixos, distribuiu muito bem a bola e até voltou a pontuar razoavelmente. No Hawks ele deve fazer a mesma coisa, envolver seus companheiros de time.

Sem a pontuação vinda de Jamal Crawford, o ideal é que o resto do elenco compense isso. Aí é a hora de Marvin Williams aparecer mais para o jogo, Josh Smith melhorar seu jogo ofensivo e o jovem Jeff Teague jogar bem como fez na série de playoff contra o Bulls no ano passado. Ele, aliás, é o mais próximo de Crawford que eles tem, um bom armador que pontua mais do que organiza. Outro que deve fazer o mesmo trabalho de McGrady é Hinrich, que deve ser o titular.

O técnico Larry Drew tentou no último ano mudar o ataque do Hawks, deixá-lo mais coletivo e inteligente. Deu certo durante um tempo, mas nos momentos de tensão eles voltavam a isolar o Joe Johsnon e deixar o Josh Smith na linha dos três. Com um elenco de jogadores que tem como característica o jogo coletivo, a mudança deve ser mais fácil. E T-Mac, esse novo de fim de carreira, bem diferente daquele que se consagrou em Orlando, tem todas as características para ajudar muito o Hawks nessa nova fase.

Vladmir Radmanovic
Atlanta Hawks – 1.3 milhão por 1 ano
O Radmanovic entra no discurso do T-Mac, é um cara que ajuda com a pontuação perdida de Crawford e o faz com um jogo coletivo. O ala sérvio não sabe criar seu arremesso, simplesmente se posiciona e arremessa de longa distância. Ele também pode ser um dos arremessadores de 3 que o time procura há anos. Melhor ter ele arremessando de longe quando o time quer abrir a quadra do que o Josh Smith jogando aqueles tijolos para o alto.

Mike Dunleavy Jr.
Milwaukee Bucks – 7.5 milhões por 2 anos
Li na piauí do mês passado a história do músico russo Sergei Prokofiev. Ele teve o azar de morrer no mesmo dia de Josef Stálin e mesmo tendo sido um dos maiores músicos do século XX ninguém percebeu sua morte, seu corpo só pôde ser transportado até a sede da União dos Compositores três dias depois do falecimento e o velório foi feito com flores de papel, já que todas as floriculturas de Moscou tinham enviado todas as suas para o enterro de Stálin.

Por que digo isso? Porque anunciaram o Dunleavy no Bucks quase ao mesmo tempo que aquele rolo do Chris Paul no Lakers. Eu mesmo só fui me tocar que isso tinha acontecido muito tempo depois, numa notinha minúscula. Ninguém percebeu. Mas será que na prática vai fazer mais diferença?

O Mike Dunleavy é um jogador estranho. Pode jogar muito bem na posição 3, ser um ótimo improviso de “small ball” na posição 4, mas pode ser abusado por outros alas mais altos assim como desaparecer de um jogo por ser muito inconsistente. Acho que ele é uma boa para o Bucks porque o time deles tem um elenco completo em que todos têm seu papel. Drew Gooden, Carlos Delfino, Beno Udrih e Ersam Ilyasova são todos bons jogadores que sofrem pela irregularidade. Ter mais um jogador para entrar na rotação pode ser uma boa para que o time como um todo não sofra com os altos e baixos. Não é fácil trabalhar com times com tanta rotatividade, mas é algo que o técnico Scott Skiles sempre foi bom em fazer.

Luc Mbah a Moute
Milwuakee Bucks – 19 milhões por 4 anos

O Denver Nuggets fez uma proposta para o Free Agent restrito Mbah a Moute, mas não demorou nada para o Bucks ir lá e igualar a proposta para o príncipe camaronês. O Mbah a Moute é o cara que mais sofre no time do Bucks. Especialista em defesa, ele é o cara que o Skiles bota para marcar qualquer cara que seja o melhor atacante do outro time. Pode ser o ala de força ou o armador principal, lá está Mbah a Moute, no maior estilo Shawn Marion, defendendo o cara. Um técnico maluco por defesa não deixaria ele ir embora por nada.

Curioso que o Mike Dunleavy, citado acima, deve ser a versão ofensiva do camaronês. Precisa de um cara para segurar a armação do time durante alguns minutos de descanso do Brandon Jennings? Dunleavy. Um ala de força que chute de 3? Dunleavy. Um shooting guard mais alto do que os padrões? Dunleavy. Se Skiles não se perder com seu exército de faz-tudo, o time pode voltar a incomodar (mas não mais que isso) no Leste.

Marcus Thornton
Sacramento Kings – 31 milhões por 4 anos

O ala Marcus Thornton é um pontuador nato, daqueles que o Hawks poderia ter ido atrás para compensar a perda do Jamal Crawford. Como nunca é demais ter gente que pontua no time, o Kings logo tratou de oferecer um bom contrato para ele ficar por lá. Comparado ao que a gente vê por aí o seu salário não é absurdo, mas ninguém poderia prever isso quando ele foi a 43ª escolha do Draft de 2009.

O problema maior do Kings foi o timing. No ano passado o time precisava de um pontuador de perímetro como ele porque Tyreke Evans estava sofrendo com uma contusão no pé, Francisco Garcia perdeu uns 30 jogos machucado e John Salmons é imprevisível. Mas e nesse ano que os três estão saudáveis e eles ainda tem outro cara que adora arremessar, o novato-sensação Jimmer Fredette? Se Fredette for bom como era no basquete universitário eles não precisam de Thornton, será redundante. Mas como prever isso? Como recusar Thornton sem ter visto sequer uma Summer League do ex-cestinha da NCAA? Tiveram que tomar uma decisão e apostaram no que conheciam. Dá pra entender, mas tem seus riscos.

Chuck Hayes
Sacramento Kings – 20 milhões por 4 anos

O Chuck Hayes merece todo o dinheiro do mundo só por conseguir atuar com boa qualidade como pivô titular da NBA mesmo tendo apenas 1,98m. Isso é impensável até para jogadores tecnicamente espetaculares, o que dizer de um cara que é apenas esforçado? Inexplicável.

O Houston Rockets está em reconstrução e claramente atrás de um novo pivô. Pipocam rumores de Nenê, Marc Gasol e tem também a troca pelo outro irmão Gasol que quase deu certo. Assim Hayes viu que seu ex-time não iria oferecer grande coisa, e aproveitou o interesse do Kings pelo seu talento. O contrato é justo e ele chega para ocupar o espaço da rotação aberto pela saída do Samuel Dalembert. Não deve ser titular já que o DeMarcus Cousins tem jogado como pivô e deve apenas dividir minutos com o recém-chegado JJ Hickson. Hayes é discreta mas boa ajuda defensiva para o time que teve a 10ª pior defesa da última temporada.

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