>A revanche dos gordinhos

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Glen Davis veio da mesma faculdade que Shaq. Acho que é o melhor refeitório de todas as faculdades dos EUA, olha o tamanho do garoto!

Não, não é um texto sobre um filme ruim da Sessão da Tarde. Mas é que eu, como um dos caras que escreve no blog que mais alopra os gordos da NBA, preciso me adimitir que nos últimos dias eles conseguiram atuações, ou pelo menos números, impressionantes.

Começamos com a grande estrela da noite passada: Glen “Big Baby” Davis. O jogo era o esperado Celtics e Pistons em Detroit. Seria a revanche do Boston contra seu principal adversário no Leste ou a consagração do Pistons como a força a ser batida na conferência.

O clima do jogo foi de playoff. Jogo truncado, cheio de faltas, algumas discussões, faltas técnicas e ninguém abrindo uma vantagem muito grande. Assim também como todo jogo de playoff, os técnicos estavam dando atenção máxima aos detalhes. Então o Pistons aproveitou o Garnett no banco para fazer um 17-0 no primeiro quarto, o próprio Garnett fez 6 pontos seguidos quando o Sheed saiu da sua cola para tomar um ar no quarto período. Doc Rivers não cometeu o erro do jogo passado e, na hora em que o bicho tava pegando, quem foi marcar o Billups não foi o Rondo (que foi abusado por todos os jogadores do Pistons que, uma hora ou outra, acabavam isolados no 1-contra-1 com o magricelo armador), e sim o Ray Allen, que mesmo com 5 faltas no fim do jogo fez um bom trabalho obrigando o Billups a pensar duas vezes antes de bater pra dentro.

Porém, nem tudo foi planejado. De repente, um cara que não era nem pra estar jogando muitos minutos decidiu o jogo. Um desconhecido, e gordo, decidiu um dos jogos mais esperados da temporada. E, convenhamos, isso fez parecer ainda mais um jogo de playoff. Lembram do Steve Kerr ganhando um jogo para o Spurs nos playoffs sendo que ele entrou só porque o Tony Parker estava com dor de barriga? Ou quando o Kareen Rush destruiu o Wolves pelo Lakers? Ou ano passado mesmo, quando o Daniel Gibson de repente apareceu marcando trocentos pontos? Coisas de playoffs. E ontem o Glen Davis foi o personagem principal. O jogo estava pau a pau e no quarto período ele marcou 16 de seus 20 pontos.

O cara é bem fortinho e mal sai do chão, tenho minhas dúvidas de que ele saiba enterrar, mas ele compensa, ou pelo menos compensou ontem, com ótimo posicionamento. Em quase todas suas cestas ele estava muito bem posicionado perto da cesta e sempre com as mãos prontas para receber o passe. Como torcedor do Lakers e testemunha do fracasso Kwame Brown eu reparo muito em jogadores que estão embaixo da cesta mas que, por algum motivo, não estão atentos aos passes e acabam por cometer turnovers bobos por não segurar a bola. Glen Davis estava atento e soube finalizar muito bem nos arremessos, fugindo dos tocos, cavando faltas e tendo muita calma mesmo no meio da defesa feroz do Pistons.

Não foi, porém, a primeira vez que Glen Davis mostrou serviço. Em um jogo em novembro ele foi titular, contra o Kings, devido a uma contusão de Kendrick Perkins. E naquele dia ele fez 16 pontos e pegou 9 rebotes. Mas o mais impressionante é que nesse jogo ele conseguiu ir para a linha de lance-livre 10 vezes e acertou todos os arremessos. Um pivô gordo e pivete que acerta tantos lances-livres como ele é muito raro! Agora é esperar, porquê na hora do “vamu-vê” nos playoffs, na série de 7 jogos contra o Pistons que provavelmente vai decidir o Leste, Big Baby precisa aparecer de novo, o Rondo precisa melhorar na defesa e pelo lado do Pistons o negócio é continuar marcando muito bem e o Billups não pode errar lances-livres no quarto período, aqueles dois que ele perdeu com o time 3 pontos atrás faltando pouco mais de 3 minutos fizeram muita falta.

Falando agora dos outros gordos, os do Knicks, os dois tiveram boas atuações nessa semana. Contra o Spurs o Eddy Curry fez 25 pontos e pegou incríveis 12 rebotes, bem mais que os 5 que ele tem de média. E o Knicks quase venceu, só perdeu depois de marcações duvidosas da arbitragem no fim do jogo como o Vinicius disse nos comentários do post passado.

Já ontem, o Randolph, contra o Houston, conseguiu incríveis 22 rebotes! E uso esse fato para justificar o que eu realmente não gosto no Zach Randolph. Eu pego no pé dele por ele ser gordo, mas na verdade não é isso que me tira do sério. O que eu não consigo aceitar é que ele é um dos jogadores mais talentosos e difíceis de marcar da NBA e simplesmente não sabe ou não quer usar isso a seu favor.

Com um talento daquele, ele poderia liderar facilmente um time aos playoffs, mas ao invés disso ele resolve não passar a bola (um narrador americano costuma chamar ele de “Buraco Negro”, porque quando a bola chega lá, nunca volta), além de tomar decisões muito erradas como arremessar umas bolas de longe com a marcação em cima dele e com uns 20 segundos ainda no cronômetro de posse de bola. Além disso, na defesa ele não se esforça nem um pouco, nem pra dar um migué!
Ele tem um ótimo senso de rebotes, já tem médias de mais de 10 rebotes há anos, mas na hora de marcar o seu cara ele só fica lá, sem parecer se esforçar. E nisso eu prefiro meu bom e velho Kwame, o cara é ruim, mas desde que chegou no Lakers não parece faltar vontade.
Os tocos são mostra disso também. Não vou xingar ninguém por ser ruim em um detalhe do jogo (quer dizer, vou, mas sem razão), não é todo ala de força que é o Duncan, todos tem defeitos, mas se você quer ver um cara que é ruim em tocos, veja o Boozer: ele é ruim em tocos, não tem o instinto, mas pelo menos ele tem 17 nessa temporada, 1 toco a cada dois jogos, ele tenta! O Randolph, em compensação, tem 4! Isso é simplesmente inaceitável!!! Eu, que sou pequeno e branco, teria mais se estivesse lá!

Outro bom exemplo é o Nowitzki, chamavam ele de Irk Nowitzki porque ele não tinha Defesa nenhuma, hoje ele não é nenhum Ben Wallace mas pelo menos já marca muito melhor, ele se dedicou, aprendeu e melhorou. Não vejo melhora nenhuma no jogo do Randolph desde que ele apareceu no Blazers.

Notas:

– Ontem o Bulls ficou numa situação engraçada. Jogo empatado em 93 contra o Kings, faltavam dois segundos para o fim do jogo e as últimas duas derrotas do Bulls tinham sido na prorrogação. Para ganhar o jogo a única chance era que o pior arremessador de lances livres do time e um dos piores da história da NBA, Ben Wallace, acertasse pelo menos um de seus arremessos. Ele acertou apenas o primeiro e depois garantiu a vitória dando um toco no arremesso desesperado de Brad Miller.

– Nosso leitor Marcelo Birnfeld achou no blog do Andé Kfouri uma foto assustadora e nos mandou. É do brasileiro Jonathan Tavernari que está jogando (e jogando bem!) pela BYU, a mesma universidade que revelou o Baby Araujo (Mal sinal. Mas por incrível que pareça, ele se saiu bem depois dessa. Irgh!

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