>A saúde dos doentes

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E pensar que, apesar de dominar o jogo, ele é ainda só uma criança com soninho…

Ontem passei o dia fora e cheguei em casa feliz à noite porque daria tempo de ver meu Lakers jogar. Eram cinco vitórias seguidas, incluindo um sapeca-ia-ia em cima do Hornets, e no domingo era mais uma vitória à espera do LA. Pegar o Grizzlies em casa não era pra ser problema, mas foi.

Pra começar, Mike Miller estava simplesmente pegando fogo. Tudo o que ele arremessava caía e durante o jogo ele acertou pelo menos umas duas bolas de 3 a uns dois bons passos atrás da linha dos 3 pontos. Além disso, Gasol estava inspirado, seus 21 pontos, 18 rebotes, 8 assistências e 4 tocos fizeram uma bela diferença.
Porém, depois de colocar Kobe grudado em Mike Miller o tempo todo, o Lakers melhorou e, com uma sequência de 16 a 0 liderada por Jordan Farmar, o Lakers abriu 13 pontos e ficou tranquilão na liderança, era só aproveitar o show e ir pra casa com a vitória.

Até que o pior que poderia acontecer, aconteceu. Lembra do texto “Pânico de contusão” que o Danilo escreveu? Foi assim que eu me senti quando o Bynum pisou no pé do Odom, torceu o joelho e caiu no chão gritando de dor. O ginásio ficou em silêncio e eu fiquei em silêncio com as mãos na cabeça. Na hora, exagerado como qualquer mãe preocupada, já pensei no joelho do Shaun Livingston, nos tornozelos do Grant Hill, no quadril do Guga, no cérebro do Mike Tyson e em todas essas contusões praticamente irreversíveis que vemos por aí.
Andrew Bynum saiu de quadra carregado por companheiros de time (não deve ser fácil quando o mais pesado do time se machuca, haja pivô reserva pra levar o homem!) e no seu lugar entrou Kwame Brown. É, o pior ainda estava por vir!

Logo a diferença foi baixando, o Grizzlies não estava jogando mal desde o primeiro tempo, mas o aproveitamento do Lakers caiu de 55% para 25% nos arremessos de quadra no terceiro período, e a torcida estava em silêncio abobada com a contusão da grande surpresa do time na temporada.

O pupilo de Kareen Abdul-Jabbar está em uma temporada espetacular, fazendo a diferença para o Lakers. Sua média de 13 pontos e 10 rebotes não conta toda a diferença que ele faz em quadra. Nas palavras de Kobe Bryant: “Andrew faz minha vida mais fácil, o outro time tem que começar a pensar duas vezes antes de dobrar a marcação em cima de mim, assim tenho mais espaço para jogar”.
Só vendo o jogo mesmo para ver a diferença que Bynum faz. A cada bobeada que o time adversário dá, é uma ponte aérea. Todo o jogo Kobe ou Farmar ou os dois lançam pelo menos uma bola pro grandão enterrar. E em vários jogos nessa temporada, Bynum foi claramente o melhor em quadra, nos dois jogos contra o Suns ele simplesmente anulou Amaré Stoudemire e liderou o Lakers à vitória. Como disse um narrador de um jogo dia desses, o Lakers conseguiu duas grandes contratações nessa temporada, Fisher, que tem sido incrível como armador, e Bynum, no garrafão. Porque esse garoto não estava jogando assim no ano passado. É como ter um pivô novo. E pensar que quase trocaram ele JUNTO com o Odom pelo vovô Jermaine O’Neal. Ah, taí outros dois jogos que Bynum dominou, as duas vitórias sobre o Pacers de Jermaine.

Voltando ao jogo, tudo isso que eu disse estava fora de quadra contundido e no lugar dele um cara tão ruim que nem ser a pior primeira escolha de draft da história ele consegue, já que o prêmio fica com o Olowokandi. Kwame Brown é o segundo.
Na hora eu tentei me animar, “vamô lá Kwame, é o seu jogo, sua hora de mostrar que você também é bom, que não é só motivo de piada!”.
Um turnover aqui, um gancho errado ali, outro gancho errado, e eu já estava em desespero de novo. Enquanto isso, o quarto período rolava solto e Navarro e Gasol lideravam a virada dos Grizzles. Kobe Bryant então resolveu acabar com a brincadeira e praticamente sozinho botou o Lakers de volta no jogo com uma liderança de 3 pontos, até que Rudy Gay que, não sei se já comentamos, está tendo uma temporada espetacular, meteu uma bola de 3 e o jogo ficou empatado.

Momentos cruciais do jogo. Torcida de pé. Gritaria. Jogo empatado. Dobram a marcação em Kobe Bryant, a bola roda e alguém está livre, esse alguém é o pivô, o pivô é Kwame, ele sobe e… erra a enterrada! Fiquei com a boca aberta e cara de cu. Como ele tinha feito isso? Ele teve a chance de fazer a cesta da vitória e mostrar que não era apenas com o Bynum que não podiam dobrar no Kobe. Que grande idiota! Mas eis que aí ouviu-se o apito e foi marcada uma falta na hora da enterrada! O replay em câmera lenta prova um tapa na cabeça do Kwame igual àquele na cabeça do Ricky Davis contra o Dallas quando os juízes não marcaram nada.

Kwame, com seus incríveis 41% de aproveitamento, vai para decidir a partida. Ele acerta o primeiro e, aliviado, erra o segundo bem feio. O Grizzlies tem uma última chance para vencer o jogo e a bola fica na mão do bom armador Kyle Lowry. Ele bate pra dentro, sofre uma falta mais clara que a pele do Shawn Bradley cometida pelo Kwame e o juiz não marca nada. Fim de jogo, vitória do Lakers, Kwame (e todos os juízes) herói!

Na hora foi um alívio, era uma vitória necessária. Era preciso provar pra torcida, pra NBA e pro próprio Lakers que o time pode continuar vencendo mesmo se o pior acontecer ao Bynum. E foi isso que Kobe disse na entrevista após o jogo, disse que mesmo se Andrew passasse uns jogos foras eles iam continuar jogando duro e iam continuar vencendo.
Mas convenhamos, isso é conversa pra boi dormir, o Lakers virou um time bom porque finalmente tem um pivô bom para fazer dupla com Kobe, sem Bynum é o mesmo time razoável que fica em sétimo no Oeste e perde na primeira rodada. Vai ser difícil segurar a onda sem ele e o jogo contra o Suns na próxima quinta, se Bynum ainda não estiver de volta, será um ótimo teste.

Como alívio, no dia de hoje sairam os primeiros testes e parece que não é nada de sério com Andrew Bynum. Houve uma leve torção, ele até deve perder uns jogos, imagino, (ainda não saiu nenhuma notícia confirmando nada) mas pelo menos não é nada muito grave. E em outra boa notícia para o Lakers, o time de LA é o novo líder no Power Rankings da NBA.com. Irônicamente, pela primeira vez o Heat é o último da lista. Hoje em dia aquela troca do Shaq não parece tão ruim, não é?

Notas:

– Jamario Moon está praticamente confirmado na disputa de enterradas desse ano. Para concorrer com ele, provavelmente estará de volta o campeão Gerald Green e já dizem que Rudy Gay do Memphis também deve ser chamado. Se os três forem confirmados, independente do quarto concorrente, o torneio deverá ser espetacular!

– Sério, o que foi a derrota do Pistons ontem? Nem ser o quarto jogo em cinco noites explica. O Knicks, mesmo com aquele time, sempre tem momentos marcantes em toda temporada, lembra da vitória sobre o mesmo Pistons em 3 prorrogações na temporada passada? O time é ruim mas tem uns jogos de tirar o fôlego!

– O Cavaliers extendeu o contrato do técnico Mike Brown. Eu só não sei o motivo. Isolar o LeBron na cabeça do garrafão e esperar ele dominar o jogo não é lá tão difícil para um técnico, eu faria o mesmo pela metade do salário dele.

– Quer dizer que quando finalmente o Grant Hill não machuca nenhum tornozelo, joelho, cotovelo ou qualquer coisa assim, ele perde trocentos jogos por causa de apendicite? Quando o cara é bichado ele É bichado até o fim.

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