>A vez dos alas

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Cuidado, o Najera vai vomitar em você!

Alguém tem assistido aos amistosos dos EUA na ESPN Brasil? A Lituânia assustou durante alguns minutinhos mas ainda não deu pra ameaçar mesmo a seleção americana. Ainda assim, prefiro guardar esses comentários sobre o time dos Estados Unidos para depois do amistoso de domingo contra a Rússia. Até lá, vamos continuar com a nossa vidinha pacata.

Na nossa análise de todos os jogadores que vão assistir às Olimpíadas sem saber em que time vão estar na próxima temporada, passamos pelos jogadores da posição 1 e da posição 2. Chegamos agora aos da posição 3, os alas-pequenos, laterais, small forwards ou simplesmente o cara que não dribla bem o bastante pra ser 2 e nem é alto o bastante para ser 4. E não é uma crítica a quem joga na posição 3, eu era o ala do meu timinho da escola, eu sei como é.

Não tem tantos alas sobrando na NBA como tinham nas outras duas posições que já vimos, em parte porque eu escrevi sobre elas antes e deu tempo para um dos melhores alas que tinham sobrado arranjar um time – o mesmo time. Foi Luol Deng, que acertou um novo contrato com o Chicago Bulls: serão 71 milhões de dólares distribuidos em 6 anos de contrato. Isso dá uma média de 11,8 milhões de dólares por temporada, uma boa bolada para um jogador que teve uma última temporada abaixo das expectativas. Mas se você pensar que o Rashard Lewis ganha mais do que isso e que o Corey Maggette e o Andris Biendris estão recebendo quantias parecidas, o contrato faz mais sentido. Só quando você lembra que está trabalhando até depois do expediente para ganhar menos de 800 reais por mês é que você volta a achar que não faz sentido nenhum mesmo.

No mesmo nível, ou até em um nível acima do Luol Deng, está o melhor Free Agent dessa posição, Andre Iguodala. Aparentemente ele está sem emprego ainda porque quer um salário meio parecido com o do Deng, bem gordo, mas o Sixers não estaria disposto a tudo isso, ainda mais depois de já terem assinado Elton Brand, Royal Ivey, Kareen Rush e ontem, finalmente, Louis Williams. Eu acho que o Iguodala merece um puta salário, ele é melhor que o Luol Deng, melhor que o Rashard Lewis, Boris Diaw, Corey Maggette e um monte de gente da posição dele que ganha rios de dólares, mas às vezes o cara merece mas não ganha, é assim que funciona com esse esquema de teto salarial. Se eu fosse ele, topava um salário um pouco menor e aproveitava a chance de jogar em um puta time, ele tem que perceber que com Andre Miller e Elton Bran, tem a chance de formar um timaço.

Ao mesmo tempo o Sixers tem que perceber que a contratação do Elton Brand não vale nada se eles perderem o Iguodala e que às vezes abrir os cofres vale a pena. Não tenho dúvida de que os managers do Orlando sabem que o Rashard Lewis não vale tudo aquilo, mas se eles não tivessem oferecido iam ficar sem o jogador e não seriam o time forte que são hoje. A diferença é que o Sixers não está disposto a abrir a mão assim tão fácil porque eles sabem que no momento não tem outro time capaz de oferecer tanta grana pelo Iguodala, então, sem concorrência, fica mais fácil para o time se fazer de difícil.

Em outras palavras: o Sixers é uma garota se fazendo de difícil pro Iguodala porque sabe que não tem nenhuma outra garota interessada nele. Assim que aparecer uma biscate se oferecendo, eles vão atrás rapidinho dizendo “Olha aqui, vagabunda, esse cara é meu!”. E já dá pra imaginar aquela negona de bunda grande e roupa colorida dizendo isso no subúrbio da Philadelphia.

No segundo escalão dos Free Agents eu queria colocar o Bostjan Nachbar, mas ele foi mais um na leva de jogadores rumo à Europa, junto com o Josh Childress, que estaria nessa lista de alas se não tivesse ido para o Olympiakos. O Nachbar, carinhosamente e ignorantemente chamado por algum jornalista gringo de Boston Snackbar, era um bom jogador que tinha lugar garantido na NBA, até botava fé que ele teria números bons nesse ano de Nets sem Richard Jefferson, mas já foi, que ele descanse em paz na Euroliga. Ainda na classe dos que prometem está o Dorrell Wright, ele pode receber uma proposta de pouco mais 2 milhões para jogar mais uma temporada no Heat e aí ser Free Agent, ou então pode virar Free Agent agora mesmo. O que dizem é que o Heat deve oferecer um contratinho de vários anos para o garoto, mas se eu fosse o Heat, não saberia o que fazer.

O moleque é bom, tá bom, mas quanto? Ele tem dias bons, outros péssimos, isso quer dizer que ele é irregular ou que é apenas jovem e um dia chega ao alto nível? A ESPN nos obrigou a ver vários jogos do Heat nesse ano e deu pra ver ele jogar algumas vezes, mas mesmo assim não cheguei a conclusão nenhuma, não sei o que esperar de Dorrell Wright. Se tem algum torcedor do Heat que gosta de sofrer e viu ele jogar ainda mais vezes do que eu, por favor opine sobre ele nos comentários.

Outros dois que você com certeza viu na ESPN mas não lembra já passaram pelo Cleveland Cavaliers e não marcaram época por lá. São Shannon Brown e Ira Newble. O Newble estava no Lakers mas não deve continuar por lá, o Brown não fez nada na sua carreira no Cavs e também não deve continuar. E nem imagino um time em que os dois possam se encaixar, o Newble é um bom marcador até, sempre conquistou seus contratos por causa disso, mas que time precisa dele? Será que o Boston arrisca para o lugar deixado pelo James Posey?

Eu acho que não, e o motivo é que o Boston se mostrou interessado em outro cara nas últimas semanas. O nome dele é Darius Miles.

Se deve ter gente achando que o Dorrell Wright é uma eterna promessa, o que falar do Darius Miles? O cara foi cotado para ser o “Most Improved Player” (jogador que mais evoluiu na temporada) durante uns 5 anos seguidos, todo ano era “O ano em que o Darius Miles vai estourar”. Ele era o talento bruto que uma hora ia dar certo. No fim das contas ele foi mais ou menos no Clippers, não estourou no Cavs e no Blazers foi um fiasco.

Com “fiasco” quero dizer que, segundo a lenda, o Darius Miles estava saudável no ano passado mas o Blazers deixou ele na lista de contundidos e ficou tudo por isso mesmo. Agora que ele é Free Agent, o rapaz está babando por um contrato novo e deu pra fazer um monte de testes por aí, impressionando times como o Boston e o Dallas. Só queria saber o que ele está fazendo para impressionar nesses testes, será que ele está mostrando potencial como há 8 anos? Ou ele está mostrando que tem o físico perfeito para jogar basquete, coisa que a gente já sabe há uns 10. Ou será que ele finalmente aprendeu a arremessar?

O Dallas disse que basta de potencial sem futuro com o Gerald Green, mas o Boston parece disposto a dar uma chance para o ex-menino prodígio. Será mesmo que eles vão perder o James Posey e o PJ Brown e cobrir o lugar deles com Darius Miles e Patrick O’Bryant? Adeus bi-campeonato. O próximo passo é substituir o Cassell pelo Eddie Gill, Yuta Tabuse ou ainda o quase lendário Moochie Norris, seria legal.

Terminando essa pequena e humilde lista de alas desempregados a gente tem o Garoto Trivia, Devean George. Por que o George é o Garoto Trivia?
Imagina:

Daqui uns 30 anos você está com o seu filho assistindo à ESPN Eurásia que está passando um jogo entre Los Angeles Lakers e Moscou Mavericks e no intervalo do jogo aparece um quiz com a pergunta:
“No lendário Lakers de 2004 que tinha os jogadores do Hall da Fama Shaquille O’Neal, Kobe Bryan, Gary Payton e Karl Malone, quem era o quinto jogador, que completava o time titular?”

Seu filho vai mandar um “Sei lá, viado!”, sua mulher vai dizer “Noooossa, 2004 faz muito tempo!” e você vai dizer “Devean George!”.

Depois disso vem outra pergunta:
“Que jogador foi conhecido por impedir temporariamente, por conta própria, a troca do histórico armador Jason Kidd para o Mavericks?”.

Aí você vai lá e crava Devean George de novo. Não tem jeito, o cara não é bom, (não é ruim também) mas já está com o seu nome na história da NBA por ter sido campeão com o Lakers, na história dos Harlem Globetrotters por ter participado do time em 1999 e porque vai estar em todos os quiz pega-troxa da história da liga.

Não sei que time vai querer o Devean George, mas quem quiser vai ter um personagem da história da NBA nas mãos.

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