>A vitória de Nate Robinson

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Em 2003 o San Antonio Spurs estava em uma das partes mais difíceis de seu caminho para o título quando enfrentava o Dallas Mavericks de Steve Nash, Michael Finley e Dirk Nowitzki na final da conferência Oeste. Era o jogo 6 e eles podiam fechar a série em Dallas ou ter um perigoso jogo 7 em casa. O jogo estava disputado, com os dois times jogando em alto nível e o Spurs tinha dificuldade na armação de jogadas já que Tony Parker só tinha jogado 13 minutos de jogo e não conseguia voltar para a quadra por estar com dor de barriga. Seu substituto Speedy Claxton não estava numa noite inspirada e restou à Manu Ginobili virar o armador da equipe. Mas com ele na armação, faltava quem arremessasse e colocasse a bola na cesta, acertasse umas bolas de 3 e abrisse a quadra.

Foi então que o técnico Gregg Popovich resolveu tirar do banco o veteraníssimo Steve Kerr. Loirinho branquelo que tanto ajudou Michael Jordan em seus títulos e que jogava sua última temporada na NBA. Em quadra pela primeira vez desde o início dos playoffs, Kerr entrou e jogandoa apenas o último quarto acertou 4 bolas de 3 em 4 bolas tentadas e garantiu o título do Oeste para o Spurs.
Foi nessa história que eu pensei ontem quando o Nate Robinson entrou em quadra. Ele havia jogado apenas 44 minutos somados em todos os 15 jogos que o Celtics disputou nesses playoffs e só entrava em quadra como última opção dos armadores, depois de Rajon Rondo, Marquis Daniels e Tony Allen. Mas com Daniels fora, machucado e Rajon Rondo, que estava arrasando no jogo, fora depois de um tombo feio no começo do 2º quarto, Doc Rivers não tinha outra opção senão colocar o KryptoNate em quadra.
E parece que o Nate Robinson é um personagem de video game, que quanto mais tempo você deixa descansando mais ele carrega suas energias e se você guarda ele por um tempão ele fica super poderoso. Depois de tanto tempo guardado no banco ele entrou em quadra e parecendo uma criança hiper-ativa, não parou um segundo de se mexer, de pular, de marcar e de acertar arremessos. Nos seus poucos minutos de ação ele anulou o Jameer Nelson, acertou arremessos em sequência e marcou 13 pontos em cerca de 8 minutos. Segundo o técnico do Orlando Magic Stan Van Gundy, foi o momento crucial da partida.
O Doc Rivers deve ter aprendido com o Mike D’Antoni. No Knicks, o Nate Robinson ficou mais de um mês sem pisar na quadra depois de brigar com o técnico e quando finalmente voltou marcou 41 pontos contra o Atlanta Hawks, estão lembrados?
Mas o mais estranho dessa história foi ter acompanhado o pré-jogo da ESPN norte-americana. Durante a discussão sobre o que cada time deveria fazer para vencer o jogo, todos os comentaristas falavam as coisas mais óbvias, quando de repente o Magic Johnson disse que achava que quem deveria aparecer mais no jogo era o Nate Robinson! Sério, da onde o Magic tirou essa? O cara nem tava entrando em quadra e provavelmente jogaria pouquíssimos minutos se o Rondo não tivesse se machucado, por que sequer citar o cara? Mas ele citou, disse que sua energia, seus arremessos e sua capacidade de infiltração poderiam e deveriam fazer a diferença. O cara já foi um dos melhores jogadores de todos os tempos e ainda palpita melhor que todo mundo? Apelação.
Outro que acertou na previsão foi o técnico Doc Rivers. Que certa vez questionado por não usar muito o Nate Robinson disse “Ele ainda vai ganhar um jogo pra gente nesses playoffs”. E ganhou um dos mais importantes! Mas o Doc está bem certo, o Nate Robinson não é bom ou regular o bastante para ser titular na NBA, ele é impulsivo demais e não sabe jogar em equipe. Se você coloca ele em quadra por 40 minutos todo jogo ele vai te ganhar 3 jogos e perder 10, não vale a pena. Mas sabendo controlar seu tempo em quadra e lendo as situações de jogo dá pra usar ele só nas situações onde ele ganha jogos e todo time que quer ser campeão precisa ter no banco um desses caras que te arranjam uma vitória do nada.
O Magic não tem do reclamar do jogo de ontem, eles perderam essa série quando perderam os dois primeiros jogos em casa. A partida de ontem foi um típico jogo em Boston, com a defesa do Celtics mordendo forte e Paul Pierce acertando seus arremessos sempre que o Magic ameaçava uma reação. Eles tentaram, se esforçaram, mas é difícil vencer 4 jogos seguidos contra uma forte defesa. Basta um dia as bolas de longe não caírem (e eles criaram boas situações para esses arremessos!) e já era. Se tivessem vencido um daqueles dois jogos em Orlando poderiam estar se preparando para um jogo 7 agora, mas já foi, o negócio é pensar no futuro.
Vale a pena pagar quase 40 milhões de dólares por ano pela dupla Rashard Lewis e Vince Carter depois que os dois oscilaram tanto nos playoffs? E, mais, dá pra trocar um dos dois? Vão manter Brandon Bass e Marcin Gortat, que querem ser trocados? Que trocas fazer para conseguir manter o Free Agent JJ Reddick? Pronto, vários problemas futuros para o Magic esquecer os do passado recente.
Para o Celtics o momento é de ligar para o David Stern e agradecer quem fez o calendário das finais. O primeiro jogo (que será em Los Angeles ou Phoenix, já que ambos tem campanha melhor que a do Celtics) será só na próxima quinta-feira, no dia 3 de junho. Quase uma semana de folga para o Celtics descansar o seu time que foi se desmontando em dores e contusões nessa série. Na partida de ontem o Marquis Daniels não entrou, o Rasheed Wallace não jogou o fim da partida com fortíssimas dores nas costas e o Rondo teve o seu homérico tombo de costas no chão. Imagina se eles chegam assim sem banco de reservas para enfrentar aquela correria do banco do Suns? Seria caótico, será um descanso essencial para o Celtics lutar pelo título.
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Kevin Durant x Hasheem Thabeet
Achei essa história muito engraçada e tive que postar aqui mesmo não tendo nada a ver com os playoffs. O Bill Simmon, colunista da ESPN, postou na sua última coluna uma mensagem que foi enviada pra ele por email por um fã, que traduzo aqui embaixo:
“Bill, achei que você ia gostar dessas mensagens enviadas em sequência no Twitter:
15:50, Hasheem Thabeet – Almoço tarde antes de tirar uma soneca! Mhmmm yummy!
16:00, Kevin Durant – Acabei um ótimo treinamento. Trabalhei o controle de bola, finalização com contato, arremessos, pick and rolls e arremessos com marcação.
Agora você consegue dizer qual dos dois jogadores que foram escolhidos como número 2 no draft passou um tempo na D-League?
Brian Seboly, Memphis, Tenn”
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O pássaro do Leandrinho
Outra história para postar aqui e encerrar o texto é sobre o sinal que o Leandrinho tem feito com a mão depois de acertar seus arremessos. Eu achei estranho, me lembrou a campanha “Sou da Paz” e fiquei perdido. Aí, talvez com medo de multas, já que alguns jogadores já foram suspensos por terem feitos “sinais de gangue”, ele resolveu explicar logo o que era isso aqui:
“É um pássaro, um pássaro branco. Significa que minha mãe ainda está por perto, estou fazendo para ela. Eu sonhei com isso por algum motivo e então comecei a fazer”. Para quem não lembra, a mãe do Leandrinho morreu em novembro de 2008.

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