>Análise do Draft 2011 – Parte 3

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Jimmer Fredette não é a cara do Dwyane Wade?! Um tiquinho mais branco, mas são quase iguais!

Amiguinhos, colegas internautas, chegamos a parte 3 da análise do Draft. Tudo o que você precisa entender sobre ela estão explicadas nas outras partes, só vamos continuar postando os selos de avaliação porque somos bonzinhos (e porque é só copiar e colar, até um macaco faria)

Parte 1 – Cavs, Wolves, Jazz
Parte 2 – Raptors, Bobcats, Wizards e Pistons

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Fuck Yea – É o personagem convencido, que se gaba de qualquer coisa (qualquer uma mesmo) que tenha dado certo. É o selo para os times que fizeram a coisa certa na hora certa e saíram do Draft com essa pose de fodão. (conheça mais do fuck yea)

Close Enough – É o meu meme favorito. Um cara que quer uma coisa, não consegue exatamente o que deseja mas “cheguei perto o bastante” e empina o nariz. É o selo para os times que não brilharam, mas fizeram a coisa certa. (conheça mais do close enough)

Okay – É o personagem  derrotado que abaixa a cabeça e aceita qualquer coisa. Fácil de se identificar com ele nas nossas frustrações cotidianas. É o selo para os times que não pegaram nenhum grande jogador mas fizeram o que dava na hora. (conheça um pouquinho mais do Okay)

Trollface – Esse é um dos mais famosos, o troll, é o cara que faz as coisas de sacanagem, que irrita, que comenta coisas idiotas no Bola Presa só para nos irritar. É o selo para o time que foi trollado, que está achando que fez uma coisa boa mas vai quebrar a cara em breve. (conheça mais do Troll)

Rage Guy – Esse todo mundo já viu, é o famoso “ffffuuuu”, expressão que você pode usar no dia-a-dia quando bater o dedinho na quina, derrubar uma bandeja cheia de comida no chão, perder o ônibus só porque parou pra amarrar o tênis e coisas do tipo. Selo para os times que erraram feio. (conheça mais do Rage Guy)

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Sacramento Kings
(10) Jimmer Fredette, PG/SG
(35) Tyler Honeycutt, SG/SF
(60) Isaiah Thomas, PG
via troca: John Salmons

No fim das contas o Sacramento Kings foi o time onde caiu o Jimmer Fredette, provavelmente o jogador mais popular desse Draft, recebendo mais comentários, matérias e atenção até mesmo que Kyrie Irving. Nos EUA algumas pessoas dizem que essa popularidade dele vêm do fato dele ser branco, acusando boa parte da imprensa de ser racista. Racismo nos EUA sempre existiu, isso todo mundo sabe, mas é complicado pra gente analisar caso a caso sem estar lá. O que parece, porém, é que no basquete existe um racismo diferente do resto da sociedade. O domínio dos jogadores negros é tão grande que quando aparece um branco de uma universidade tradicional (ele é de BYU, em Utah) liderando a NCAA em pontos e tendo partidas insanas com mais de 40 pontos, chama mais a atenção do que se fosse um negro de 2,10m enterrando na cabeça das pessoas. Eu acho que a atenção sobre Fredette se dá, além do seu talento, por seu perfil diferente do que nos acostumamos a ver, o que na imprensa é sinônimos de matérias para ocupar espaço vazio.

Dá pra ver um pouco do Fredette nesse vídeo abaixo, foi quando fez 49 pontos contra Arizona:

Depois disso será mesmo que tem a ver com a cor toda a popularidade do rapaz? As atuações dele também retomaram uma discussão que todo mundo adora, será que Fredette daria certo na NBA ou seria mais um Adam Morrison, um cestinha universitário que não tem o físico para jogar entre os profissionais? Morrison era uma sensação em Gonzaga, travou duelos épicos com JJ Redick para saber quem seria o cestinha daquela temporada e anos depois um estava afundado no banco de reservas do Bobcats (e então do Lakers) e o outro é um reserva normal no Orlando Magic. Prever a sorte de Fredette no futuro e o quanto ele era diferente de seus predecessores virou outro hobby americano.

Bom mas sobre o jogador. Ele tem tamanho de armador mas é um arremessador e pontuador nato, não tem tamanho para marcar jogadores da posição 2 e possivelmente não tem a velocidade para marcar mais da metade da boa geração de armadores principais da NBA, confuso, né? O curioso é que ele agora está em um time que vive um dilema com outro jogador, Tyreke Evans. Apesar da temporada mais ou menos e regada a contusões do ano passado, ele é um monstro, um dos melhores jovens jogadores da liga, mas ainda não sabe se joga nas posições 1 ou 2. Mas com a troca de Beno Udrih (envolvido no envio da escolha 7 do Kings e na adição de John Salmons) são Evans e Fredette os caras que podem armar o jogo atualmente no elenco. Será que vão mesclar os dois? Ou usar Evans de titular e Fredette vindo do banco? Fredette vai tentar armar ou vai virar um pontuador com minutos limitados mas com liberdade de arremessar quando bem entender? E quando os dois estiverem em quadra quem marca o armador principal e quem marca o segundo armador?

É por isso que não ter Summer Leagues por causa da greve é um saco, muitas dessas perguntas começariam a ser respondidas agora durante esses jogos. De qualquer forma imagino, no pior cenário, Fredette sendo um especialista em três pontos para vir do banco de reservas para salvar a equipe, algo que todo time precisa. Juntando com DeMarcus Cousins, Evans, JJ Hickson e John Salmons é um bom elenco ofensivo, só precisam arranjar um jeito de não continuar sendo um desastre na defesa, algo onde Fredette provavelmente não poderá ajudar tão cedo. Foi uma boa escolha, mas nada que irá revolucionar a equipe. Difícil condenar também porque a essa altura do Draft não parecia existir ninguém capaz de causar impacto tão grande em uma equipe cheia de defeitos como a do Kings.

No segundo round eles tinham duas escolhas. Na primeira pegaram Tyler Honeycutt, ótima força nominal que tem como qualidade e defeito as mesmas coisas, é um jogador “all-around“, que faz um pouco de tudo mas não é muito bom em nada. Tem talento para conseguir espaço no time, mas é comum equipes preferirem especialistas a caras como ele para ter no banco de reservas. É outro que perde muito sem poder mostrar seu talento nas Summer Leagues. Com a escolha 60, a última do Draft, eles pegaram o Isaiah Thomas, um anão de 1,77m com o nome mal soletrado de um grande armador e péssimo técnico. Ele também é armador e talvez tenha dado sorte com essa história de ninguém saber se o Fredette pode ou não jogar na posição 1, talvez sobre um espaço para ele mostrar ao que veio como armador reserva. Ele é bem rápido, tem ótima impulsão e é daqueles nanicos que costuram a defesa sem parar, algo meio JJ Barea que, como vimos no Mavs, pode ser útil se utilizado da maneira correta. Ele teve alguns bons momentos no basquete universitário e ainda me surpreende como escolhem um monte de mané antes de caras que já mostraram que são bons só porque ainda implicam com os baixinhos. Ou talvez eu me irrite porque tenho a altura do Isaiah Thomas.

Golden State Warriors
(11) Klay Thompson, SG/SF
(38) Jeremy Tyler, C
(44) Charles Jenkins, PG/SG

Na hora que anunciaram que o Warriors escolheu o Klay Thompson muita gente já decretou: É isso, querem mesmo trocar o Monta Ellis. Olha, eu não duvido que o time esteja mesmo conversando por aí pra ver quem quer o Ellis, mas não é assim também. O Klay Thompson é um bom arremessador, mas é quase consenso geral que ele tem todas as características para não ser mais do que um role player na NBA, alguns duvidam até se poderá ser um titular.

Eles querem trocar o Ellis porque ele ainda tem a mentalidade Don Nelson de jogar, porque já se machucou gravemente na carreira e porque tem um salário monstruoso, mas assim como isso é motivo para trocá-lo é motivo para outros times não mandarem nada que interessa de volta. E não acho que o Warriors esteja num momento desesperado como o Bobcats para trocar seu melhor jogador por qualquer coisa só para começar do zero. O negócio era conseguir um novo técnico e eles já fizeram isso, mandaram embora o Keith Smart e contrataram o Mark Jackson, e deixar o novo comandante ter pelo menos uma chance de tentar fazer funcionar com mais eficiência a dupla Ellis e Stephen Curry. O Klay Thompson foi uma escolha segura, mas que pouco influência a questão do Monta Ellis com o time, confiam no talento dele e o cara poderá contribuir seja lá que rumos tomem a equipe.

Na segunda rodada seguiram a tradição Warriorística de escolher um pivô que provavelmente vai mofar no banco de reservas até que a humanidade esqueça da sua existência. Mas pelo menos não gastaram uma escolha Top 10 com isso dessa vez! Jeremy Tyler provavelmente vai ganhar uma chance pelo seu físico: tem 2,07m, mas com envergadura de 2,25m (!!!) e 120kg. Esses braços que coçam o calcanhar sem esforço valem um contratinho pra ver se ele pega o jeito de dar mais tocos do que faltas. Na escolha 44 pegaram o armador Charles Jenkins, seria legal ele estar na NBA só para fazermos piadas com o Leroy Jenkins, mas em um time que já está dando espaço na armação para o Jeremy Lin ele não deve ter muitas chances.

Phoenix Suns
(13) Markieff Morris, PF

No post de ontem um dos temas que abordei foi a estratégia que alguns times fazem na hora de montar elenco, um padrão. O Raptors pega não-americanos, o Grizzlies pega excluídos da sociedade. Mas nenhuma estratégia é mais bizarra que a do Suns: pela terceira vez em quatro anos eles pegam um jogador que tem um irmão jogando na NBA! Duas vezes era coincidência, mas três? Que porra é essa, viado? Primeiro foi o Robin Lopez em 2008, gêmeo do Brook Lopez. Em 2009 o Taylor Griffin, irmão (mais velho, não gêmeo, como bem lembrado nos comentários) sem talento do Blake Griffin. Dessa vez pegaram o Markieff Morris, gêmeo de Marcus Morris, escolhido logo depois pelo Houston Rockets.

Pelo menos dessa vez o Suns escolheu primeiro e talvez possa ter finalmente o mais talentoso dos irmãos do seu lado, mas infelizmente para eles dessa vez não parece tão óbvio quem é o que vai ter melhor carreira na NBA. O que não mudou na tradição foi a do Suns escolher o gêmeo com características mais defensivas. Markieff Morris parece ser um bom defensor e melhor ainda reboteiro, mas ao contrário dos outros gêmeos escolhidos antes dele, tem algum tipo de jogo ofensivo e um confiável arremesso de meia distância. Parece ser um estilo meio Udonis Haslem que é sempre bom ter por perto. Boa escolha.

Houston Rockets
(14) Marcus Morris, SF/PF
(20) Donatas Motiejunas, C
(38) Chandler Parsons, SF
via troca: Jonny Flynn

Falávamos há algum tempo que o Rockets tinha um problema de excesso de bons jogadores. OK, esse é um problema meio Classe Média Sofre, daqueles que quem olha de longe acha que é simplesmente falta de sexo, mas é sério, na NBA um elenco com muitos jogadores do mesmo nível pode ser um problema. Eles começaram a resolver isso no ano passado com algumas trocas, mandando Shane Battier para o Grizzlies e o Aaron Brooks para o Suns, por exemplo. Isso, a troca de Brad Miller e a aposentadoria de Yao Ming abriram duas posições onde o time começou a precisar de reforços e foi nelas que eles investiram.

Na ala eles já chegaram a ter Ron Artest e Shane Battier ao mesmo tempo, mas no fim do ano passado estavam usando só o Chase Budinger. Nada contra o loiro com cara de figurante da Sessão da Tarde, mas não sei se ele é tudo isso pra ser titular em um bom time, por isso vai ser bom ter a concorrência do Marcus Morris, jogador com boa mobilidade para o seu tamanho e consistente arremesso de meia distância. Ele apenas precisa definir em que posição jogar e investir nisso. Se for para ser um ala da posição 3 (o que eu acredito que faça mais sentido para ele e para o Rockets) precisa investir nos arremessos de longa distância, se for para ser ala de força, reserva do Luis Scola, precisa melhorar nos rebotes defensivos e na defesa de garrafão. Ainda é um jogador a ser trabalhado, mas chega para contribuir numa das posições onde o Rockets precisa de ajuda.

A outra posição carente é a de pivô. Yao Ming, que já não jogava direito há dois anos, confirmou a aposentadoria, Brad Miller foi embora na troca que trouxe o armador Jonny Flynn (olha uma posição com excesso de jogadores de novo!) e Chuck Hayes, apesar de todas as qualidades e superação, ainda é o menor pivô que eu já vi jogar bem na vida. Eles também tem o Hasheem Thabeet, mas uma coisa é dar uma chance para o rapaz, outra é realmente confiar e apostar que um dia ele vai ser algo do que prometeu ser. Deixa ele lá no cantinho treinando e o que vier é lucro. Para competir nesse show de horror eles escolheram o Donatas Motiejunas, jovem pivô lituano que teve boa carreira juvenil mas ainda parece bastante cru. Despencou na lista do Draft depois de alguns treinos mal sucedidos e ainda parece lento e leve para encarar o jogo de garrafão da NBA. O normal é que demore algum tempo para se ajustar até que a gente saiba o que realmente ele pode render.

A última escolha faria muito sentido no Rockets do ano passado. Chandler Parsons é um ala que ficou conhecido por ser bastante inteligente dentro de quadra, com visão de jogo e bom passe. Encaixaria perfeitamente no sistema veloz e cheio de passes usado pelo Rick Adelman, mas este foi mandado embora ao fim da última temporada. Se sobrar espaço no elenco do Houston talvez ele ganhe uma chance, mas vai ser difícil com a quantidade de jogadores já sob contrato.

Indiana Pacers
via troca: George Hill

O Pacers parecia um time estagnado nos últimos anos, mantendo um elenco mediano e nunca se envolvendo em grandes trocas. O plano a longo prazo era desenvolver os jovens atletas enquanto os contratos dos experientes iam acabando, então usar o espaço salarial para investir em um time forte. Foi o que fizeram muito bem. Nessa temporada acabaram os contratos de TJ Ford, Jeff Foster e Mike Dunleavy. Ao mesmo tempo Danny Granger já se estabeleceu como um grande nome da NBA e Roy Hibbert, Tyler Hansbrough e Paul George vêm de temporadas de destaque. Isso sem contar Darren Collison que apesar de altos e baixos em seu primeiro ano como Pacer ainda é um bom jovem jogador. Dependendo do novo salary cap definido pelas novas regras salariais o Pacers pode ficar entre 15 e 20 milhões abaixo do limite, tendo bastante dinheiro para investir nos veteranos que irão complementar esse bom e jovem time.

Foi pensando nessa estratégia que eles acharam desnecessário investir em mais um novato que teria que penar por todo o processo de se adaptar para a NBA e trocaram a escolha 15, Kawhi Leonard, pelo armador do Spurs George Hill. Eles também mandaram os direitos de Erzam Lorbek, pego no Draft de 2005 e uma trade exception ganha na troca de Troy Murphy no ano passado, valeu a pena. Hill pode substituir Collison na armação quando este estiver nos seus dias pouco produtivos (foram mais que o esperado ano passado), além de poder atuar na posição dois, é bom arremessador, e ser um ótimo defensor (lembram dele marcando o Kobe no primeiro duelo entre Spurs e Lakers no ano passado?). Foi uma ótima adição para um time que finalmente está de volta aos playoffs e não quer ficar de babá pra mais ninguém.

Philadelphia 76ers
(16) Nikola Vucevic, C
(50) Lavoy Allen, PF

Ninguém tem lá muita esperança que o Vucevic vá revolucionar a posição de pivô na NBA, ser um All-Star ou marcar uma geração, mas para o Sixers a questão era mais simples: ele pode ser melhor que o Spencer Hawes? E a resposta é outra pergunta: desde quando isso é lá tão difícil?

Os analistas americanos estão chamando essa escolha do Sixers de conservadora, pouco arriscada e correta. Faz todo o sentido. Vucevic parece estar bem pronto para a NBA e tem um arsenal ofensivo bom o bastante para participar do sistema ofensivo de Doug Collins, nada além disso porém. Ele não é daqueles pivôs velozes e físicos, o comparam muito com o Mehmet Okur pela habilidade de arremessar de longe, mas é só isso que eles tem em comum. Acho que para sacar o estilo dele é melhor pensar no Chris Kaman, lento, eficiente, discreto e fazendo os ganchos e giros para qualquer lado, com ambas as mãos.

Com a escolha 50 eles pegaram o desconhecido Lavoy Allen, um ala de força que pouco chamou a atenção das outras equipes. Ele treinou com o Sixers duas vezes antes do Draft e se destacou bastante, ganhando assim a chance de brigar por uma vaga no elenco na próxima temporada, tem poucas chances de conseguir, porém.

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