>Análise do Draft 2011 – Parte 5

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Kawhi Leonard fazendo cara de Tim Duncan no seu primeiro dia de Spurs

Estamos nos aproximando do fim, hoje é o penúltimo post onde analisamos como cada time se portou no Draft 2011. Já passamos por todos os times que tiveram escolhas altas e agora é hora de ver os times que lá de baixo, diversão para quem gosta de basquete alternativo. Para ler as outras partes e pegar o espírito da coisa é só usar esses links:

Parte 1 – Cavs, Wolves, Jazz
Parte 2 – Raptors, Bobcats, Wizards e Pistons
Parte 3 – Kings, Warriors, Suns, Rockets, Pacers e Sixers
Parte 4 – Knicks, Bucks, Blazers, Nuggets, Bulls e Thunder

Os selos de qualidade para essa temporada são tolos memes de internet:

Fuck Yea – É o personagem convencido, que se gaba de qualquer coisa (qualquer uma mesmo) que tenha dado certo. É o selo para os times que fizeram a coisa certa na hora certa e saíram do Draft com essa pose de fodão. (conheça mais do fuck yea)

Close Enough – É o meu meme favorito. Um cara que quer uma coisa, não consegue exatamente o que deseja mas “cheguei perto o bastante” e empina o nariz. É o selo para os times que não brilharam, mas fizeram a coisa certa. (conheça mais do close enough)

Okay – É o personagem  derrotado que abaixa a cabeça e aceita qualquer coisa. Fácil de se identificar com ele nas nossas frustrações cotidianas. É o selo para os times que não pegaram nenhum grande jogador mas fizeram o que dava na hora. (conheça um pouquinho mais do Okay)

Trollface – Esse é um dos mais famosos, o troll, é o cara que faz as coisas de sacanagem, que irrita, que comenta coisas idiotas no Bola Presa só para nos irritar. É o selo para o time que foi trollado, que está achando que fez uma coisa boa mas vai quebrar a cara em breve. (conheça mais do Troll)

Rage Guy – Esse todo mundo já viu, é o famoso “ffffuuuu”, expressão que você pode usar no dia-a-dia quando bater o dedinho na quina, derrubar uma bandeja cheia de comida no chão, perder o ônibus só porque parou pra amarrar o tênis e coisas do tipo. Selo para os times que erraram feio. (conheça mais do Rage Guy)

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New Jersey Nets
(25) Marshon Brooks, SG
(31) Bojan Bogdanovic, SF/PF
(36) Jordan Williams,  PF

O Sasha Vujacic é Free Agent e talvez vá para a Europa, é claro que o Nets estava chorando em desespero atrás de um novo jogador para sua posição! Pior que não é tão brincadeira assim, na última temporada o Nets basicamente se virou com Vujacic e Anthony Morrow na posição 2, não precisa ser um gênio para saber que é um dos pontos fracos dessa fraca equipe. Os dois são bons arremessadores, mas às vezes um time precisa mais do que isso e é o que Marshon Brooks pode tentar oferecer. O jogador de Providence se destacou por ser um bom pontuador, por saber criar o próprio arremesso e ter boa capacidade de infiltração na defesa. Apesar de ser destaque do seu time, chamou a atenção por ser muito fominha, forçar jogadas sem necessidade e deixar o time parado só olhando ele jogar, mas nada que um pouco de maturidade, treino e jogar ao lado do Deron Williams não resolva. Sempre difícil prever, mas pode ser um dos destaques desse fim de primeiro round pela combinação de talento e necessidade do time.

A análise feita por especialistas americanos de Jordan Williams, escolha 36, o colocam como um ala de força com boa capacidade de rebotes, estilo de jogo agressivo mas pouca inteligência em quadra. Pode ser um Kris Humprhies mas sem o charme de estar pegando a Kim Kardashian. Mas como o garrafão do Nets anda bem fraco é possível que sobre uma vaga no banco de reservas para ele, se o Brook Lopez o ensinar alguns movimentos ofensivos e o Humphries a pegar belas mulheres o futuro pode ser bom para o menino.

Uma escolha polêmica foi a 31, o croata Bojan Bogdanovic. Ele foi escolhido pelo Wolves e mandado para o Nets e só então vazou uma informação de que o atleta tem contrato na Turquia e só poderá ir para a NBA daqui dois anos. Algumas pessoas falaram que o Wolves não sabia disso, outras que sabiam mas não avisaram o Nets, que hoje diz que sempre soube de tudo desde o começo. Sei que ninguém quis admitir erro nenhum e hoje todos falam que sabiam de tudo o tempo todo, meio que um Lula do mundo bizarro. De qualquer forma não faz muito sentido para o Nets, desesperado para sair dessa fase horrível que está e querendo colocar o máximo de talento em volta do Deron Williams, escolher um gringo que só poderá jogar daqui dois anos enquanto haviam outros bons atletas ainda disponíveis. Troca estranha e mal contada, mas pelo menos o tal do Bogdanovic parece ser ótimo. Foi segundo cestinha da Euroliga ano passado, teve boas atuações no Mundial Sub-19 e até mesmo entre os mais velhos, marcou 17 pontos contra o time principal dos EUA no último mundial, mesmo sendo marcado  de perto pelo Andre Iguodala. Quem sabe a espera não vale bastante a pena?

Boston Celtics
(27) JaJuan Johnson, PF
(55) E’Twan Moore, PG/SG

Há alguns anos que se fala do JaJuan Johnson ir para a NBA e os amantes da força nominal o esperavam ansiosos. Agora é a hora de aproveitar esse belo nome entre os profissionais, como vamos o chamar? Triple J? Eu gosto. O pouco que vi desse épico da força nominal me lembra muito o velho Stromile Swift (ou, na NBA atual, o Hakim Warrick), um cara que chama a atenção de todo mundo por ser um ala de força leve, de impulsão extraordinária e com tocos e enterradas que volta e meia dão as caras no Top 10 de melhores jogadas. Mas a frieza de um jogo normal denunciam que antes da enterrada ele mostrou não ter arremesso e depois do toco ele foi feito de bobo pelo cara que estava marcando. Sem físico e jogo defensivo provavelmente nunca vai ser titular na NBA, mas pode vir do banco como o chamado “energy guy“, que joga poucos minutos com intensidade para colocar time e torcida de volta no jogo. Como o garrafão do Celtics está bem mais vazio do que na última temporada ele deverá ter espaço para atuar e mostrar tudo o que sabe e o que não sabe.

Com E’Twan Moore o Celtics vence oficialmente a competição de Força Nominal no Draft 2011, estão todos de parabéns! Moore fez um bom trabalho na universidade de Purdue justamente ao lado de JaJuan Johnson, ele não é nenhum monstro fisicamente mas tem “as manha das bagaça” pra marcar bem e se destacar como defensor, tem também um arremesso confiável. Se o Celtics não desandar a assinar veteranos pode sobrar uma vaga pra ele como um dos reservas de Rajon Rondo.

Miami Heat
(28) Norris Cole, PG

Não é surpresa para ninguém que o Miami Heat precisa de um armador. Mesmo nos jogos em que LeBron James e Dwyane Wade até cuidavam bem da armação ficava aquela vontade de ver os dois sendo bem servidos por um armador de verdade. Mike Bibby tentou ser esse cara mas já está em um ponto da carreira onde virou um só um arremessador que erra arremessos, tipo de jogador carinhosamente apelidado por nós como PDCDI : Pedaço de carne desforme e imprestável.

O Mario Chalmers até poderia assumir a titularidade do time, mas ele é um Free Agent restrito e com alguma proposta mais gorda é possível que o Heat não possa ou não queira mantê-lo. De qualquer forma um armador era necessário, em especial um com as características de Norris Cole. Ele tem um bom (não excelente) arremesso de longa distância, boa movimentação lateral na defesa e médias impressionantes de roubos de bola. A única coisa que pode atrapalhar é que todos dizem que ele costuma render muito mais quando tem o controla da bola e pode reger o time, será que Erik Spoelstra, LeBron e Wade vão dar essa chance a ele? Se for só pra ficar de canto arremessando é melhor deixar o Eddie House por lá mesmo. Foi uma boa escolha, falta ser bem usado.

San Antonio Spurs
(15) Kawhi Leonard, SF
(29) Cory Joseph, PG
(42) Davis Bertans, SF
(59) Adam Hanga, PG/SG
via troca: Erzam Lorbek, C

Quem sou eu para questionar o que o Spurs vai em um Draft, certo? Manu Ginobili, Tony Parker, George Hill, Tiago Splitter e DeJuan Blair foram parte importante do time de melhor campanha no Oeste ano passado e todos foram escolhas de fim de primeiro ou segundo round feitas pelo Spurs. O aproveitamento dos caras é assustador. Mas dessa vez eu não gostei muito da atuação deles no Draft, mas sabe que nem foi das escolhas, mas da troca para consegui-las e por seus confusos planos para o futuro.

Eles só tiveram as escolhas 15 e 42 a ganharam em troca enviaram o armador George Hill para o Indiana Pacers. Hill ainda é jovem mas já com experiência na NBA, melhorou ano a ano, é ótimo defensor e pode jogar nas posições 1 e 2. Todo mundo comentava antes que eles queriam trocar o Tony Parker, mas pelo jeito o seu alto salário cortou qualquer boa negociação, sobrou para Hill. Com isso o Spurs mantém o armador mais velho para jogar ao lado dos também veteranos Manu Ginóbili e Tim Duncan. Pelo núcleo do time ser velho eles disseram nos últimos anos que iriam investir em outros caras rodados para usar os últimos anos de talento do seu elenco para brigar por mais títulos, mas se é assim por que trocar um cara que estava tão bem no elenco por dois novatos?

O Kawhi Leonard até parece bom, certamente vai ajudar o Spurs a recuperar um pouco da sua identidade defensiva perdida na última temporada, mas também vai fazer eles perderem o título de time com mais arremessos de três na liga. E perder qualidade ofensiva bem agora que Tim Duncan está na sua pior fase da carreira no ataque não parece uma boa coisa. Se o Spurs ainda acha que pode ganhar o título na próxima temporada a explicação aceitável é que eles acreditam que podem voltar a vencer com jogo feio, placares baixos e que para isso precisavam, mais do que qualquer coisa, de um bom marcador de perímetro. Mas eles sabem que perderam outro bom defensor para isso, né? Outra explicação é que na verdade eles estão meio que desistindo de ganhar um título com essa geração e simplesmente querem começar a estocar bons jovens atletas para os próximos anos. Sinceramente não sei o que o Spurs tem em mente para o futuro e assim é complicado demais julgar se o Draft foi bom ou ruim para eles.

A escolha 29, Cory Joseph, é para repor a posição de armador reserva aberta por George Hill. Joseph é bom pontuador do perímetro e tem um arremesso bom de três pontos, mas só fez um ano de universidade e ainda é um jogador bastante cru, especialmente para comandar um ataque por conta própria. Segundo o NBADraft.net, Joseph só decidiu entrar nesse draft porque o nível não estava muito alto e ele poderia garantir um contrato de primeira rodada, se não fosse isso ele teria ficado mais tempo na Universidade do Texas desenvolvendo mais o seu jogo, principalmente a distribuição de bola e as infiltrações, seu maior defeito (mais oposto que o Tony Parker, impossível). Já o HoopsHype aposta no Joseph como um dos grandes armadores desse Draft, mas que só vai começar a dar frutos daqui uns bons anos.

Para não perder a característica dos três pontos que eu citei antes eles apostaram no letão Davis Bertans, um dos melhores arremessadores desse Draft. Mas não sei se será o bastante, ele parece ser meio como o Matt Bonner, excelente nos arremessos de longe, bom para abrir espaço no ataque, mas em todo o resto é fraco e até compromete. Se com o passar dos anos melhorar na velocidade e na movimentação sem a bola pode se destacar, senão será um Bonner sem o charme do cabelo ruivo. Na penúltima escolha geral do Draft o Spurs selecionou o húngaro Adam Hanga. Nunca ouvi falar, achei poucas coisas a respeito dele na internet, nenhum outro time cogitou pegá-lo e é um gringo escolhido lá no fim pelo Spurs. É isso, será o novato do ano.

Não podemos esquecer que eles também conseguiram, via troca, os direitos sobre o pivô Erzam Lorbek. Ano passado o esloveno jogou bem pelo Barcelona e há uma chance dele ir para a NBA já na próxima temporada (seja lá qual vai ser a próxima). Já vimos com o nosso Splitter que essa transição Europa-EUA pode ser bem complicada, mas se der certo pode fechar uma boa rotação de garrafão com Duncan, Blair e o brasileiro. Futuro complicado e confuso para o Spurs, mas bons jogadores eles tem.

Orlando Magic
(32) Justin Harper, PF
(53) DeAndre Liggins, SG

Para um time que só tinha duas escolhas de segunda rodada o Orlando Magic até que se saiu bem. O ala Justin Harper é a tara histórica do Magic, um ala de força com bom arremesso de média e longa distância, Ryan Anderson, Brandon Bass e Rashard Lewis deixam bem claro o tipo de jogador que eles gostam de deixar ao lado de Dwight Howard. Aliás o ideal para eles era escolher um reserva para Dwight para compensar a saída de Marcin Gortat, mas pivô bom em segunda rodada é mais difícil que achar que mulher bonita, inteligente, divertida e interessada em você ao mesmo tempo. Compreensível sair do Draft sem um pivô.

Depois escolheram DeAndre Liggins, especialista em defesa de perímetro. O Magic não tem um defensor confiável nessa posição desde a saída de Courtney Lee e pode se aproveitar de Liggins, mas este precisa melhorar muito o seu arremesso para ser aproveitado com mais frequência no time. Importante que tanto Liggins como Harper, por serem escolhas de segunda rodada, podem receber contratos bem pequenos, coisa importante para o Magic e sua gorda folha salarial.

Los Angeles Clippers
(37) Trey Thompkins, PF
(47) Travis Leslie, SG/SF

A análise do LA Clippers é meio parecida com a do Orlando Magic. Para um time com duas escolhas tão tardias eles até que fizeram bem em apostar em jogadores que tem as características necessárias para encaixar no time. Escolhas de segundo round não costumam dar em nada (geralmente pouco mais de duas ou três se destacam mesmo por ano) mas é um bom começo apostar em alguém que pode trazer o que o time quer e precisa. É diferente dos talentos maiores da primeira rodada onde geralmente a melhor coisa é simplesmente pegar o melhor jogador independente da característica ou posição.

O Trey Thompkins é o anti-Blake Griffin. É ala de força, como a estrela do time, mas mais focado em arremessos de longe, ganchos e um jogo mais finesse (soft, pra quem quer falar mal). Precisará melhorar sua velocidade para causar algum impacto na defesa, mas talvez já seja bom o bastante para jogar uns 10 minutos por jogo na reserva do melhor novato da última temporada.

Para muita gente o Travis Leslie é o cara com o melhor físico de todo esse Draft e nem estou falando que ele é gatinho. É rápido, ágil, boa movimentação lateral e impulsão fora do comum. Mas não tem nenhum tipo de arremesso, o drible é fraco e não consegue criar o próprio arremesso. Se o seu papel limitado no Clippers for de defesa e contra-ataques ele pode chamar a atenção por algumas boas jogadas e entrar na rotação (depende também da evolução de Al-Farouq Aminu), deu sorte de cair em um time de elenco magro e que no último ano foi um dos que mais brilhou em jogadas velozes e de contra-ataque.

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