Análise do Draft 2018 – Parte 2

Voltamos com a segunda parte da análise do Draft 2018. De pouco em pouco analisaremos com detalhes os SESSENTA novos jogadores da NBA! A ideia é apresentar cada um desses menininhos, suas características e o que levou cada time a escolhê-los. No caminho, como sempre, iremos prever muita coisa errada!

Parte 1 – Phoenix Suns, Sacramento Kings, Atlanta Hawks, Memphis Grizzlies e Dallas Mavericks

Parte 2 – Orlando Magic, Chicago Bulls, Cleveland Cavaliers, NY Knicks, LA Clippers e Charlotte Hornets

Para fazer essa análise, como já é tradição, usamos SELOS DE QUALIDADE PERSONALIZADOS. Relembre aí:

SELOS MASCOTES NACIONAIS

CanarinhoPistolaSELO

Canarinho Pistola – Ele é de pelúcia e está pistola. É fofo, mas não é bundão. Quem já não imagina ele aparecendo na janela do avião quando pousarem com o HEXA? Selo para os times que acertaram em cheio! 

CanarinhoSussaSELO

Canarinho Não-Pistola – Era a versão mais amigável que a CBF queria para os eventos fora dos estádios, sem perceber que a parte PISTOLA era a que conquistaria nossos corações irritados. Selo para os times que até fizeram bem, mas onde alguma coisa incomoda.

CavalinhoSELO

Cavalinho da Globo – Fantoches são magníficos, mas são um mascote pela metade. Selo para os times que fizeram o que dava.

AmarelinhoSELO

Amarelinho – Só que assistia jogos da seleção brasileira no SBT (!!!) lembra dessa. Era uma bola amarela com uma vuvuzela, que na época a gente chamava só de corneta mesmo. Selo para times que não saem lá muito bem na fita.

GlobolinhaSELO

Globolinha – A Eva Byte do esporte. O tio descolado que constrange os sobrinhos. Selo para os times que passaram vergonha.


CanarinhoSussaSELO

Orlando Magic

6. Mohamed Bamba, C
35. Melvin Frazier, SG/SF
43. Justin Jackson MD, PF

Antes do Draft começar, o Orlando Magic era visto como um dos times que mais valorizava o polêmico Trae Young. Sem seu principal alvo, o time mudou completamente de posição e pulou de um armador para um pivô: Mo Bamba foi o escolhido. Em altura, ele já é gigante: 2,13m de altura, mas é na envergadura que ele faz os queixos caírem. São sobre humanos DOIS METROS E QUARENTA que ele cobre com os braços abertos! Em algumas fotos, como nessa abaixo em um treino com o Kevin Garnett, fica até parecendo montagem:

Só tamanho não é documento, é preciso saber o que fazer com ele. Bamba teve média de quase QUATRO tocos por jogo na Universidade do Texas e cometia poucas faltas, mostrando bom tempo de bola e controle da afobação tradicional da juventude. Bem leve, ele tem uma agilidade rara para caras do seu tamanho e ainda tem treinado muito os arremessos de média e longa distância. O desafio é ganhar peso para não ser jogado de um lado para o outro sem perder essa agilidade que ele ainda tem. E saber a consistência do seu arremesso e se consegue chutar sob pressão vai ser o desafio para ver se ele é mesmo esse protótipo do pivô contemporâneo que parece.

Como ele ainda é muito magro, vai sofrer para manter a média de tocos enfrentando caras atléticos o desafiando no garrafão, e ter mobilidade lateral é diferente de ser capaz de trocar de marcação num pick-and-roll contra os melhores armadores do mundo. No ataque, apesar do arremesso em evolução, ainda depende muito dos outros para que o coloquem em posição de finalizar jogadas. Não ajuda que ele está indo em um time que não tem armador! O Magic está carregado nas posições de garrafão (Aaron Gordon, Jonathan Isaac, Nikola Vucevic), mas certamente não pensarão duas vezes em dar espaço para Bamba: eles PRECISAM que finalmente uma de suas escolhas altas se torne algo além de só um bom jogador. Fico otimista porque Bamba parece um cara inteligente e maduro, parece do que saberá escutar seus técnicos e crescer aos poucos.

Na época do Draft o time ainda tinha Bismack Byiombo no elenco, mas ele foi trocado nessa semana. O time recebeu o fraco armador Jerian Grant do Bulls e o pivô Timofey Mozgov, mas a essa altura do campeonato é pouco provável que o gigante russo seja qualquer tipo de ameaça para os minutos do novato.

Na segunda rodada o Orlando Magic fez o feijão com arroz: pegou um especialista em defesa de perímetro, Melvin Frazier, e um especialista em defesa mais alto, capaz de trocar de marcação em diversas posições, Justin Jackson. Ambos são criticados pelos olheiros por não terem um arsenal ofensivo, algo que deve ficar mais exposto ainda num time que há anos não tem um ataque funcional. Depois de anos treinando Michael Kidd-Gilchrist, a vida do técnico Steve Clifford não está ficando mais fácil.


CanarinhoPistolaSELO

Chicago Bulls

7. Wendell Carter Jr, C
22. Chandler Hutchison, SG

No ano passado o Chicago Bulls irritou todo mundo ao trocar Jimmy Butler e draftar o questionado Lauri Markkanen. Depois de um ano de muito sucesso do finlandês, será que a desastrosa diretoria do time pode começar a ganhar nossa confiança de novo? Não sei se é pra tanto, até porque ainda não decidi se gosto ou não da ideia de pagar 80 milhões por 4 anos de Zach LaVine, mas parece que no Draft eles acertaram em cheio de novo.

Wendell Carter Jr. era um daqueles jogadores que simplesmente todo olheiro estava apaixonado. A maioria via DeAndre Ayton com melhor poder ofensivo, outros babavam no potencial infinito de Mo Bamba ou se apaixonavam pela defesa de Jaren Jackson Jr, mas ninguém ousava falar mal do pivô de Duke no processo. A crítica padrão era que Carter dificilmente vai ser um All-Star consagrado, mas que dificilmente vai dar errado também, enquanto outros tinham potencial de mudar a NBA ou poderiam estar desempregados daqui uns anos. Prever o futuro é esquisito.

O novo pivô do Bulls é do tipo atlético, que tem capacidade física para pegar aqueles rebotes difíceis, distribuir tocos  e pontuar na base de enterradas. Mas por que pegar ele se sua descrição é quase igual a de Robert Williams, selecionado na posição VINTE E SETE?! Cabeça. Muitos olheiros elogiam como ele sabe ler o jogo para transformar o poder físico em boas defesas. No começo da Summer League ele já está ganhando a atenção do público com uns tocos bem impressionantes:

Tradicionalmente um time sem lá muita paciência, o Bulls usou sua segunda escolha no Draft 2018 para selecionar Chandler Hutchison, jogador com três anos de basquete universitário nas costas e que a maioria dos olheiros vê já como pronto para contribuir na NBA. Com braços longos, passadas largas e boa habilidade para atacar a cesta, não ficaria surpreso se ele logo roubasse os minutos do decepcionante Denzel Valentine.


CavalinhoSELO

Cleveland Cavaliers

8. Collin Sexton, PG

A vida pós-LeBron James começou mesmo antes da confirmação da saída da grande estrela da franquia. O Cavs teve a chance de trocar essa escolha inúmeras vezes, mas a segurou por saber que poderia ter que se reconstruir logo. A nova fase começa nas mãos do armador Collin Sexton, um dos jogadores mais agressivos desse Draft.

Os olheiros são igualmente empolgados e exagerados ao analisar suas qualidades e defeitos. O lado bom é que Sexton é rápido, forte e ótimo em atacar a cesta, pontuar em bandejas e obrigar as defesas a se mexer para marcá-lo; o ruim é que o armador é daqueles jogadores que jogam de cabeça baixa, então sua visão de jogo não se compara à de Luka Doncic ou Trae Young, por exemplo. Não é nem que Sexton seja fominha, ele parece disposto a fazer os passes corretos depois que ataca a cesta, a questão é mesmo a visão de jogo para dar aquelas assistências que não são tão óbvias.

No passado vimos Russell Westbrook e John Wall aprenderem, com a experiência, a unir velocidade, agressividade e bons passes, veremos se Sexton também cresce ao longo dos anos. Se ele puder melhorar o arremesso, ajuda também. É torcer para que o Cavs não se torne uma maçaroca confusa nessa nova etapa da franquia e atrapalhe o menino.


CanarinhoPistolaSELO

New York Knicks

9. Kevin Knox, SF/PF
36. Mitchell Robinson, C

Muita gente está batendo no NY Knicks porque acham que eles deveriam ter apostado em Michael Porter Jr. nesta escolha. O ala era considerado o mais talentoso de todo esse grupo até o ano passado, mas uma série de lesões graves o fez despencar no Draft. O Knicks então foi para a versão menos badalada de um jogador com as mesmas características: Kevin Knox, como Porter, pode jogar nas duas posições de ala, é atlético e tem facilidade para pontuar.

Entendo a decisão do time, com Kristaps Porzingis já com histórico de lesões frequentes, botar muitos ovos em outra cestinha frágil poderia jogar o futuro próximo da franquia pelos ares. Sem contar que Porter mal jogou como universitário, existe também a dúvida de que seu jogo seja mesmo tudo isso. Knox, por outro lado, embora não tenha aquela AURA de futura estrela, tem tudo para se tornar um bom titular na NBA em breve. Seu jogo ofensivo ainda não é muito técnico, mas sabe infiltrar, é veloz e ataca a cesta. Como comparação, ele me lembra muito Tobias Harris.

O novo técnico do Knicks, David Fizdale, disse que gostou do menino porque ele é apaixonado por ENVERGADURA. Realmente, com braços longos e porte físico avantajado, Knox pode jogar na posição 4, empurrar Porzingis como pivô e formar um time que é ao mesmo tempo alto, forte e versátil no ataque.

Na segunda rodada o Knicks foi com o pivô Mitchell Robinson, que teve uma carreira universitária complicada. Ele primeiro se comprometeu a jogar pela Western Kentucky University, mas simplesmente LARGOU TUDO E FOI PRA CASA sem avisar ninguém logo antes de uma viagem da equipe. O técnico então viajou para conversar com o pivô e sua mãe, quando ele admitiu que estava em dúvidas sobre seguir na faculdade. No fim das contas ele decidiu sair, chegou a visitar outras universidades, aí VOLTOU e então finalmente DESISTIU DE VEZ e aí só treinou por conta própria até o Draft.

Eu teria medo de Draftar um cara assim sem uma boa conversa, mas parece que tem talento aí: ele era considerado um dos 10 melhores jogadores colegiais dos EUA antes de entrar na faculdade e viver essa confusão, então parece que vale o risco lá no começo da segunda rodada do Draft. Suas primeiras apresentações na Summer League de Las Vegas indicam que o Knicks pode ter acertado em cheio com essa aposta.


CavalinhoSELO

Los Angeles Clippers

11. Shai Gilgeous-Alexander, PG/SG
13. Jerome Robinson, SG

Há um ano poucas pessoas sabiam quem era o cara da poderosa FORÇA NOMINAL Shai Gilgeous-Alexander, mas o menino se desenvolveu rápido e logo pulou do banco de reservas da Universidade de Kentucky para as anotações de todos dos olheiros de toda a NBA. Suas ações só subiram ao longo do ano e na semana do Draft ele chegou a ser especulado na posição 8, onde o Cavs acabou decidindo por outro armador, Collin Sexton.

A dúvida parece compreensível. Ambos são armadores atléticos (embora ainda magros), agressivos e que ainda causam um pouco de insegurança quando o assunto é arremesso de longe e visão de jogo avançada. No físico e no estilo, Gilgeous-Alexander lembra muito Dante Exum, do Utah Jazz. Ele combina com o tipo de jogador que o Clippers diz estar atrás desde que quebraram a geração Griffin/Paul: agressivos, pentelhos (no bom sentido!) e confiantes. Acho que ele pode dar certo, mas o primeiro ano pode ser de menos minutos de quadra e mais aprendizado ao lado de Patrick Beverley e Avery Bradley, esses pós-graduados em pentelhice basquetebolística. Querem uma prova do amor do Clippers pelo menino? O time tinha a 12ª Escolha e mandou DUAS escolhas de 2ª rodada para o Charlotte Hornets para subir uma mísera posição e assegurar Gilgeous-Alexander na posição 11! E isso porque ninguém realmente achava que o Hornets tava lá tão interessado nele.

Logo depois, na posição 13 da primeira rodada, o Clippers pegou Jerome Robinson. Ele é outro que subiu nas projeções de Draft meio que de última hora. Como joga na posição 2, deve também ficar atrás de Avery Bradley na rotação mas irá herdar os minutos que eram de Austin Rivers. Com bom arremesso de longe, muita gente até elogiava Robinson, mas fizeram careta quando ele saiu tão cedo. Olheiros questionam sua capacidade atlética abaixo da média, o que pode comprometer sua defesa. A impressão é que tinha gente melhor disponível.


CanarinhoSussaSELO

Charlotte Hornets

12. Miles Bridges, SF
34. Devonte Graham, PG

Para alguns, Miles Bridges é só um jogador bom-mas-não-tudo-isso, para outros ele é tem a melhor combinação atlética de todo o Draft! Escolha seu lado. Ele é ala para sua posição, forte, de boa velocidade lateral e muita impulsão. Se der tudo certo, pode ser o que o time esperava de Kidd-Gilchrist mas com um arremesso que não parece alguém torturando um pequeno animal. Como bem disse o pessoal do ‘The Ringer’, parece ser um jogador que não muda a história de um time, mas que é bom e se encaixa em qualquer lugar. Meu palpite é que ele possa vir a ser o Marvin Williams daquele único ano em que ele deu realmente certo.

Na segunda rodada, com a escolha que adquiriram do LA Clippers, o Hornets conseguiu o armador Devonte Graham. Bom arremessador e considerado por olheiros com dono de boa visão de jogo, Graham tem características que devem ganhar o carinho do técnico James Borrego. Sua perspectiva, porém, era melhor no dia do Draft do que hoje: o Hornets antes precisava desesperadamente de um reserva para Kemba Walker, agora eles já trouxeram o veterano Tony Parker para a função. Bom aprendizado para o novato, mas menos tempo de quadra.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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