>Análise do Draft – Parte 3

>Depois de uma pequena pausa na análise do Draft para que o Danilo falasse da impressionante notícia de que o Yao Ming pode, no pior dos casos, estar prestes a ter sua carreira encerrada devido a inúmeras contusões no pé, e para falar dos primeiros contratados da temporada de Free Agents, Ben Gordon e Charlie Villanueva, voltamos para a terceira parta da análise time a time do Draft 2009.

Agora lembremos dos selos de qualidade que usamos para julgar o draft 2009:

Nesse ano, como o dia do draft será sempre conhecido como “O dia em que o Michael Jackson morreu”, os selos desse ano levam a marca do cantor-dançarino-performer-xxxxx mais querido do mundo. Vamos aos selos de avaliação desse ano:

Thriller: Sucesso absoluto, ótima escolha! O time com selo Thriller pode sair tranquilo e feliz do draft.

Black or White: O jogador draftado pode causar alguma dúvida por causa de sua posição, histórico ou situação do time, mas tem tudo pra dar certo.

Jackson 5: O jogador escolhido não deve passar de um role player, um jogador de equipe. Dependendo da posição onde foi escolhido isso pode ser bom ou ruim.

Moonwalk: Pareceu legal na hora mas olhando bem ele só está andando pra trás. Esse jogador não vai levar o time a lugar nenhum.

Plásticas no nariz branco: Ninguém vai reconhecer esse jogador daqui um tempo. Promessa falida, escolha horrível.

Denver Nuggets
Ty Lawson, PG
Não dá pra descrever como o Nuggets saiu no lucro nesse draft. Eles entraram sem escolha nenhuma e saíram com um ótimo armador. Para isso gastaram apenas uma escolha de draft futura, o que não é grande prejuízo para um time que quer ganhar logo um título.
O Ty Lawson foi o armador do atual campeão universitário, North Carolina, e se destacou por ser um bom armador no ataque, principalmente quando o time jogava com bastante velocidade. Imaginar os reservas do Nuggets jogando com Lawson, JR Smith e Chris Andersen é animador, será pra botar fogo em todos os jogos. Lawson chega pra ter muito espaço no Nuggets e, com dedicação, pode evoluir seu jogo para virar titular em uma eventual aposentadoria do Billups daqui alguns anos.
Atlanta Hawks
Jeff Teague, PG
Sergiy Gladyr, SG
Sabe como a presença do Flynn praticamente ofendeu a mãe do Rubio na percepção do espanhol? Pode ser que o Hawks tenha feito a mesma coisa com o Mike Bibby.

O armador careca acabou de virar Free Agent e a resposta do Hawks foi trocar pelo Jamal Crawford e draftar um armador. Pode soar como medida de segurança inteligente pra quem olha de fora, mas no mundo egocêntrico dos esportes essa atitude pode ter soado como um “não precisamos mais de você” para o Bibby.

Se o Bibby entender assim e decidir pular fora para um lugar onde ele seja “mais prestigiado”, o Hawks se ferrou. O Jeff Teague parece até ser bom, é bem agressivo, alto para a posição (1,90m) e tem um jumper que não é mortal mas é confiável. E uma curiosidade é que ele chega usando o número 0 em homenagem ao Arenas, já que ele acha que tem uma história parecida, com muita gente não acreditando no seu potencial desde sempre.

Se ele for como o Arenas, vai demorar uns anos na NBA até ser realmente um jogador digno de ser armador titular de uma equipe vencedora, um problema para o Hawks que precisava de um armador agora. O outro candidato, Jamal Crawford, nunca foi e nem nunca será um armador nato. O cara é um fominha que funcionaria muito bem vindo do banco só para fazer pontos e ir sentar como fez o Flip Murray nessa última temporada.

Na segunda rodada o Hawks pegou o Sergiy Gladyr, que todo mundo achava que iria para o San Antonio Spurs, que parecia muito interessado no ala. Mas depois de bons treinos com alguns times na semana do draft, o ucrâniano cresceu nas projeções e acabou indo para o Atlanta Hawks. Dizem que ele é um bom arremessador mas que pode surpreender e fazer mais que isso, como o Hawks precisa é de banco de reserva, qualquer contribuição decente que o cara puder trazer será bem vinda.

Utah Jazz
Eric Maynor, PG
Gordan Suton, C

Ouvi muita gente por aí com dó do Eric Maynor porque ele vai chegar no Utah Jazz sem a menor chance de ser armador titular. Isso é verdade, um novato concorrer por vaga com o Deron Williams é simplesmente impensável. Mas não é pra ter dó dele não, ele está em uma boa situação (Uma ótima situação é estar pelado num quarto com a Alinne Moraes, a do Maynor é só boa).

Apesar de parecer bom no basquete universitário, não vejo o Maynor como um armador titular na NBA a não ser que ele esteja em um time sem opções. Podemos dizer que ele é uma espécie de Chris Duhon: tem seu talento, é inteligente na quadra, sabe jogar, mas não vai carregar ninguém nas costas.

Então ele chega para ser um reserva bem confiável para o Deron Williams, com quem tem muito o que aprender também. E com o ótimo arremesso do Deron e suas infiltrações, nada impede dos dois até jogarem juntos durante vários minutos das partidas. Não há motivo para ficar com dó de um cara que chega como peça importante (do banco, mas importante) de um bom time, com um bom técnico e um bom armador.

Na segunda rodada o Jazz escolheu o seu pivô anual. Depois de Kyrylo Fesenko e Kosta Koufos, o draftado da vez é Gordan Suton. O pivô não tem tamanho de pivô, tem 2,08m, e é bósnio, mas fez faculdade nos EUA. Jogando por Michigan State ele se destacou no Final Four desse ano ao anular o Taj Gibson, draftado do Bulls na primeira rodada. Se o Millsap realmente sair do Jazz ele talvez tenha uma chance de mostrar se tem talento pra jogar na NBA.

New Orleans Hornets
Darren Collison, PG
Marcus Thornton, SG

A história do Deron Williams e do Chris Paul anda tão perto uma da outra que eles conseguem até ganhar reservas no mesmo ano, no mesmo draft e em escolhas consecutivas. Logo após o Jazz escolher o Maynor, o Hornets escolheu Darren Collison e eu poderia escrever a mesma coisa que escrevi acima para essa escolha.

O Collison fez todos os anos de faculdade em UCLA e chega preparado para jogar na NBA. Assim como Maynor, não é bom o bastante para ser titular em um time bom, mas tem experiência em liderar um time e com sua velocidade pode até ser uma espécie de Jannero Pargo, de quem o Hornets sentiu muita falta nessa temporada. Vai ser um bom reserva.

Na segunda rodada o Hornets pegou o Marcus Thornton, que muita gente apostava que seria uma escolha de primeiro round. Ele é um bom arremessador de arremesso rápido e bom aproveitamento. A dúvida se ele pode ser mais do que um simples arremessador é que fez ele cair muito no draft.

Ele é de Louisiana, mesmo estado onde fica New Orleans, e mesmo que seja só um arremessador já é bom para o Hornets, que não tem banco de reserva e precisa de qualquer cara que transforme os passes do Chris Paul em cesta. Foram duas boas escolhas para um time sem banco de reservas.

Portland Trail Blazers
Victor Claver, SF
Jeff Pendegraph, PF
Dante Cunningham, PF
Patrick Mills, PG

Pela primeira vez em anos o Portland não é o grande personagem do draft. Milagre! Mas não quer dizer que eles foram embora quietos também. No dia do draft trocaram a escolha 24 e mais uma de segundo round para conseguir subir um pouco e ter a escolha 22. Não sei se era com a intenção de pegar o espanhol Victor Claver, mas no fim das contas foi o que eles conseguiram.

Claver é um caso interessante porque tem 2,10m mas joga na posição 3. Tem um ótimo arremesso de longa distância e pode até jogar na posição 4 se for em um esquema meio Jamison ou Rashard Lewis. Também parece ser rápido demais para um cara da sua altura, o que torna ele um cara complicado de ser marcado.

As outras três escolhas foram na segunda rodada. E uma delas me desagradou demais. Eles pegaram o Jeff Pendergraph, que é um ala de força sem graça, com uma escolha do Kings, e em troca mandaram o Sergio Rodriguez. Eu sou fã do Rodriguez e mais fã ainda da dupla que ele fazia com o Rudy Fernandez. Nos privaram de muitas lindas pontes aéreas com o fim dessa dupla. Como disse, o Pendergraph não é nada de mais, um carregador de piano esforçado que dificilmente terá espaço no elenco profundo do Blazers.

Provavelmente isso foi apenas para dar espaço para o Jerryd Bayless, que é ótimo, mas não deixo de ficar triste pelo fim da dupla espanhola. Quem deve ser o terceiro armador do Blazers agora é o australiano Patrick Mills, que fez uma Olimpíada muito boa inclusive quando enfrentou os EUA. Pela primeira vez em anos um draft do Blazers que eu não gostei.

Dallas Mavericks
Rodrigue Beabouis, PG
Nick Calathes, PG
Ahmad Nivins, PF

O Mavericks tinha a escolha 22. Trocou com o Blazers pela 24 e depois de escolher o BJ Mullens, trocou o pivô pela escolha 25, que acabou sendo o francês Rodrigue Beabouis. Vai entender! O Mullens poderia ser um bom reserva pro lixo do Dampier, mas preferiram o gringo do croissant.

Todos que falam sobre o francês dizem a mesma coisa: ele não está pronto para a NBA. Uns parecem mais confiantes de que sua velocidade e sua capacidade de infiltração um dia renderão frutos na liga, outros dizem que é uma aposta furada, mas de qualquer forma não irá ajudar em nada o Dallas nessa temporada. Aliás, é bem capaz que ele ainda fique na Europa por um bom tempo. Uma escolha bem mequetrefe para um time que precisa de ajuda para evoluir e não perder suas estrelas.

Na segunda rodada eles pegaram o bom Nick Calathes, um armador bem consistente, sem físico de NBA mas que pode ter seus minutos no banco de reserva. Ele parece ser um Anthony Johnson ou Anthony Carter, aqueles armadores que entram e mesmo quando não fazem grandes jogos, nunca comprometem.

Por fim escolheram outro cara de fim de banco, o ala de força Ahmad Nivin, que, mesmo com esse nome de gringo barrado em aeroporto, é americano mesmo. Ele é um cara sem jogo ofensivo nenhum mas com vontade e bom tempo de rebote. Se der certo será um Reggie Evans que não joga tão sujo e não aperta o saco do Chris Kaman.

Se o Dallas tivesse um timaço teriam sido três boas escolhas para compôr o banco de reserva e uma aposta no futuro, para um time que ainda está a longos passos do título, foi como se não tivesse feito nada.

Cleveland Cavaliers
Chrstian Eyenga, SG
Danny Green, SF
Emir Preldzic, SF

O draft tem sempre suas bizarrices difíceis de explicar. O Christian Eyenga é um cara que joga no time B do DKV Joventut (o time do Rubio) e que ainda está aprendendo a jogar basquete. Há um ano dizem que ele simplesmente não acertava um arremesso, mas que agora está desenvolvendo ele melhor, dizem a mesma coisa sobre sua visão de jogo, domínio de bola e etc. Como um time escolhe com contrato garantido de primeira rodada um jogador que ainda não sabe jogar? Isso é a NBA ou uma peneira sub-15? Ridículo.

Mas pelo menos o Eyenga faz isso:

Com duas escolhas na segunda rodada o Cavs escolheu dois alas. Danny Green foi campeão com North Carolina mas sem se destacar muito na equipe, duvido muito que consiga jogar na NBA. A outra escolha foi o esloveno Preldzic, que tem nome de remédio. Ele tem alguma chance de dar certo na liga se conseguir ficar mais forte, é muito magricelo para jogar de ala na NBA mas compensa com visão de jogo e habilidade com a bola nas mãos, é o típico branquelo do leste europeu que sabe o que fazer com a bola mesmo sendo gigante.

Houston Rockets
Jermaine Taylor, SG
Sergio Llull, PG
Chase Budinger, SG

Com a contusão vitalícia do Tracy McGrady e a provável saída do Ron Artest, o Rockets foi lá e pegou dois jogadores para a posição 2. Nenhum com talento pra ser titular, mas pelo menos se esforçaram, vai…

O Jermaine Taylor se destacou no basquete universitário pelo seu arremesso e principalmente pela frieza em fazer esses arremessos em situações complicadas. Se der certo na NBA será funcionando como o Von Wafer funcionou no próprio Rockets, quando entrava pra disparar um arremesso atrás do outro, alguns em momentos complicados e decisivos do jogo.

O Chase Budinger (que tem cara de fã de futebol americano que fica bêbado de cerveja todo fim de semana) pode dar certo dependendo do time que o Rockets montar. Ele faz pontos com facilidade mas dificilmente no jogo de 1 contra 1. Ele se movimenta bem, acha os espaços para pontuar mas precisa de um time que funcione, de um sistema ofensivo organizado e de bons passadores. Em um time pronto ele renderia bastante, no Rockets que parece em dissolução ele deve feder.

Por fim, pegaram um dos jogadores com o nome mais legal do draft, o espanhol Sergio Llull. Quantas vezes vocês viram um sobrenome com 5 letras e, dessas 5, 4 eram iguais? São 4 Ls, que foda! Mas falando de basquete, ele não é merecedor desse nome. Parece mais um dos inteligentes armadores europeus que volta e meia tentam a sorte na NBA. Com Brooks e Lowry no Rockets, ou o Llull continua na Europa por mais um tempo ou só vai esquentar banco.

Eu tinha falado que ia acabar hoje, mas não me aguento e continuo escrevendo demais. Pra não ficar maior que o contrato do Ben Gordon, deixo pra terminar o post hoje à noite e posto até amanhã cedo. Lá estarão as análises finais, com Magic, Wizards, Lakers, Spurs, Celtics e Heat.

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