>Análise do Draft – Parte 4 (e final!)

>

Não espere a mesma felicidade em Rautins quando ele estiver no Knicks

Finalmente a parte final da análise do Draft 2010. Aqui vamos analisar as escolhas (ou a falta delas) de Knicks, Lakers, Heat, Cavs, Nuggets, Suns, Bobcats e Mavericks.
Para ver a análise de outros times, é só ver os textos publicados nos últimos dias:
Parte 1: Wizards, 76ers, Nets, Wolves, Kings e Warriors
Parte 2: Pistons, Clippers, Jazz, Pacers, Hornets, Grizzlies, Raptors e Rockets
Parte 3: Bucks, Bulls, Thunder, Celtics, Spurs, Blazers, Hawks e Magic
Relembrando os gloriosos e tradicionais selos de qualidade:
Brasil de 70: Jogo bonito, eficiente, cheio de estrelas. Sucesso absoluto, não dava pra ser melhor. Selo para os times que acertaram em cheio no Draft!
Brasil de 94: Não é nenhuma obra-prima, não encantou, passou alguma insegurança, mas venceu. Para times que fizeram o que estava a seu alcance, mas não vão brilhar.
Brasil de 78: Tinha jogadores talentosos, era uma equipe boa e foi longe, mas nunca vai entrar para a história. Selo para os times que conseguiram um role player, um jogador de equipe.

Brasil de 50: Pode ter parecido um pouco legal na hora, até tem seus lados positivos, mas vai ser lembrado para o resto da existência como um fracasso traumático. Selo para escolhas duvidosas.
Brasil de 90: O Silas era o camisa 10. Precisa dizer mais? Desastre total. Escolha jogada no lixo.
New York Knicks
Andy Rautins (38) SG
Landry Fields (39) SF
Jerome Jordan (40) C

Quando chegou a vez do Knicks draftar, o Madison Square Garden foi à loucura. Fazia anos que a torcida de Nova York não tinha que esperar tanto para o seu time escolher. Com as campanhas pífias, eram sempre Top 10. Seriam também nesse ano, é verdade, mas por uma troca acontecida há muitos anos, calhou dela ser do Jazz.

A torcida que vaia 95% dos jogadores escolhidos pelo seu time no Top 10 agora estava prontíssima para vaiar algum mané coitado escolhido na 38ª escolha. Como agradar alguns dos torcedores mais exigentes do mundo do basquete com uma escolha tão baixa? Simples, pegaram Andy Rautins, queridinho da universidade de Syracuse na região de Nova York. Aplausos para o garoto, mesmo no fundo sabendo que ele não vai fazer nada. Na escolha seguinte, também do Knicks, algumas vaias como esperado. Landry Fields, para muitos, será figura batida na D-League pelos próximos anos.
Por um lado achei bom o Knicks não ter escolhas de 1º round, assim não precisaria se comprometer com ninguém. Afinal, escolhas de 2ª rodada não são garantidas, se eles não quiserem mais podem desistir antes da temporada começar, e assim deixariam mais espaço salarial para assinar suas estrelas. Por outro lado, essa era uma boa chance de completar o elenco com jogadores baratos. Eles tinham também essa chance na segunda rodada mas não escolheram bem, na 38ª escolha já não tinha muita gente que passasse a segurança de que vai contribuir logo de cara e ainda pegaram dois que ninguém acredita que vão dar certo, poderiam ter apostado em Ebanks, Stephenson ou Hangrody . Resta esperar que Andy Rautins seja mesmo um bom arremessador na NBA e seja útil como uma das últimas opções do banco de reserva.
Depois do Draft, o Knicks se mexeu e pegou mais uma escolha, a 44, em uma troca pequena com o Bucks. O escolhido foi o pivô Jerome Jordan. Pivôs chamados Jerome não trazem boas memórias para os torcedores do Knicks, Jerome James conseguiu ser mais gordo e inútil que Eddy Curry na sua passagem pelo time. Também não sei a intenção dessa troca, o rapaz parece ser muito limitado. Talvez seja interessante apenas tê-lo assinado por pouco pra ocupar espaço no elenco e depois mandá-lo para a D-League para aprender a jogar basquete.

Los Angeles Lakers
Devin Ebanks (43) SF
Derrick Caracter (58) PF

Alguns analistas chegaram a dizer que o Lakers foi o melhor time da segunda rodada. Nada mal para o meu time! Era importante ir bem nessa segunda rodada porque o Lakers tem muitos Free Agents deixando o time nessa temporada: Jordan Farmar, Adam Morrison, Josh Powell e DJ Mbenga têm grandes chances de deixar o time, já Shannon Brown tem uma opção pessoal de encerrar o contrato, mas disse que quer continuar no Lakers.
Com esses buracos em um banco de reservas que já é limitado e a maior folha salarial da NBA (mesmo já contando esses jogadores fora), fica difícil mudar muito a cara do time e fazer contratações. Conseguir jogadores que possam contribuir alguns minutos e sejam baratos é uma mão na roda para o atual campeão.
Devin Ebanks foi chamado pelo glorioso site Sham Sports de “Uma espécie de Ariza nos seus tempos de Lakers” um dia antes do Draft, até ele ficou surpreso de ver que ele caiu justamente em LA. Pode ser bem útil como reserva do Artest ou em dias de problemas de falta entre os titulares. No ataque parece ser meio inútil, mas pelo menos dizem que ele tem consciência disso e não força muito o jogo. Melhor assim, prefiro jogador ruim e inteligente a jogador bom e burro (Luke Walton > JR Smith).
Com a antepenúltima escolha o Lakers pegou o Derrick Carter. Não deve ser grande coisa, é verdade, mas se o Josh Powell já era uma alternativa mais barata e bem parecida com Ronny Turiaf, o Carter é uma opção mais barata ao Powell. Daqui a pouco sou eu jogando de ala de força do Lakers por 10 reais a temporada, mas tá beleza, não vão exigir muitos minutos dele em quadra mesmo.
Miami Heat Dexter Pittman (32) C
Jarvis Varnado (41) PF
Da’Sean Butler (42) SF
Os últimos rumores (sempre eles nos cercando na offseason) dizem que o Heat tem boas e reais chances de assinar o trio de ferro dos Free Agents. Sim, Dwyane Wade, LeBron James e Chris Bosh no mesmo time. Eu ainda acho que cedo ou tarde o trio irá se tocar de como isso seria sem graça para a NBA e para eles mesmos, que sempre atuam tão bem e com vontade extra quando vão um contra o outro (os duelos LeBron x Wade costumam ser épicos). Mas vá lá, que eles estejam desesperados por títulos e achem legal tomar a liga de assalto por vários anos em sequência. Nesse caso o Heat irá gastar uma nota preta e terá que correr atrás de pessoas para fechar o elenco. Aliás, foi pensando nessa grana que vão ter que gastar que despacharam a escolha 18, junto com Daequan Cook, para o Thunder.
Não faltaram veteranos babando para faturar anéis às custas desse trio, mas é bem possível que precisem de alguns novatos para fazer número e quebrar um galho, para isso as três escolhas devem ser úteis. Nada além disso. Existe algum potencial em Dexter Pittman, o pivô escolhido na posição 32. Talvez possa vir a ser um bom reserva, mas existem grandes preocupações com seu peso e forma física. Varnado é um especialista em defesa, mas tão útil quando meu pinguim de pelúcia no ataque (considerando LeBron e Wade juntos no ataque, isso não é problema, porém)
Vou prestar mais atenção, no entanto, no escolhido por último: Da’Sean Butler. Dizem que aquilo que ele mostrava antes de uma contusão mais grave era digno de ser um Top 20, mas a dúvida sobre a questão física dele lhe fez despencar na tabela. No ano passado houve um caso parecido de um jogador bom que sobrou por dúvidas quanto à sua questão física, era o DeJuan Blair, um dos melhores novatos da última temporada. Para um time mais preocupado com Free Agents do que com o draft e tendo só uma escolha 42 para gastar, foi uma boa aposta do Heat.
Cleveland Cavaliers
Sem escolhas
Como o Heat, a grande preocupação do Cavs é com as contratações de Free Agent, em especial manter LeBron James. Até acho que algumas movimentações no dia do Draft poderiam tentar vender a ideia de que o time está tentando de tudo para melhorar, mas no fundo não faria grande diferença. Os repórteres americanos dizem que o Cavs tentou se envolver, principalmente oferecendo o Delonte West como moeda de troca, mas ninguém se interessou e eles saíram de mão abanando.
Lembrando, por curiosidade apenas, que a escolha do Cavs nesse ano seria a 30, mas ela estava com o Wizards graças à troca do Antawn Jamison. Perder uma escolha tão longínqua para aumentar a chance de título foi esperto, pena que deu terrivelmente errado.
Denver Nuggets
Sem escolhas
Não dá pra fazer nada sem escolhas de draft, mas será que eles tentaram? No ano passado eles também não tinham nada mas gastaram uma graninha e escolhas futuras com o Wolves para conseguir o excelente Ty Lawson. De qualquer forma, o Nuggets precisa de jogadores e técnicos bem de saúde para ir longe, não de pirralhos.
Phoenix Suns
Gani Lawal (46) PF
Dwayne Collins (60) PF
Difícil conseguir alguma coisa nessa altura do draft, mas o Phoenix tentou apostando em dois jogadores bem parecidos, vai que um dá certo, né? Ambos são bem incompetentes no ataque, mas monstros nos rebotes.
O time precisa de rebotes, é verdade, mas o Suns já tentou outras vezes ir atrás de jogadores grandes, defensivos e reboteiros e eles geralmente ficam 5 minutos em quadra e vão embora por não serem úteis no ataque. Jarron Collins está aí para provar meu ponto! Talvez se Lawal for bom mesmo em arremessos de meia distância como um de seus relatórios dizem, ele possa aparecer de vez em quando no Suns na próxima temporada.
Charlotte Bobcats
Sem escolhas
O Bobcats tentou também conseguir algumas coisas. Draft é sempre bom para esses times que gostam de gastar pouco e atraem pouco interesse das grandes estrelas, mas fica para uma próxima.
Dallas Mavericks
Dominique Jones (25) SG
O Dallas fez um ótimo draft. Tinha uma tardia escolha de 2ª rodada que virou Solomon Alabi e foi enviada para o Raptors em troca de várias escolhas futuras. E depois o time comprou (só grana, sem enviar nenhuma escolha ou jogador) a posição 25 no Draft do Grizzlies para conseguir o bom ala-armador Dominique Jones.
Ele não parece ser bom o bastante para arrancar uma vaga de titular num time que tem Caron Butler, mas com um vasto talento ofensivo pode entrar no jogo ao lado de Rodrigue Beaubois e/ou JJ Barea e transformar o Mavs numa potência rápida e ofensiva de uma hora para a outra dentro do jogo. Jones é o típico jogador que poderia passar despercebido se fosse esquecido em um time fraco, mas acho que poderá fazer a diferença em alguns jogos do Mavs e ganhar destaque na NBA por isso. Nada mal ter um bilionário como dono do seu time, não?
É isso, pessoal. Desculpe se fui meio vago às vezes, mas foi proposital. Não quero bancar o futurologista com essas análises. Falamos sobre o que cada time fez baseado no que sabemos de cada jogador, nas suas características e na dos times. Prever como cada um irá reagir assim que chegar na NBA é impossível. Por isso as notas para o dia do Draft são essas, baseadas no que sabemos agora, mas notas dadas um ano depois podem ser bem diferentes e nem sempre são culpa dos times.
Ainda teremos posts comentando algumas várias pequenas trocas que aconteceram na NBA nos últimos dias, mas nossa próxima cobertura mais extensa será a partir do dia 5 de julho com as Summer Leagues, as ligas de verão onde muitos desses novatos irão entrar em ação.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.