>Aqui está o post final sobre o draft, os últimos 6 times a serem analisados antes que mergulhemos de cabeça no mercado agitado de Free Agents. Para ler sobre o seu time, veja os posts anteriores:
Parte 1 (Clippers, Grizzlies, Thunder, Kings, Wolves, Warriors e Knicks)
Parte 2 (Raptors, Bucks, Nets, Bobcats, Pacers, Suns, Pistons, Bulls e Sixers)
Parte 3 (Nuggets, Hawks, Jazz, Hornets, Blazers, Mavs, Cavs e Rockets)
Nesse ano, como o dia do draft será sempre conhecido como “O dia em que o Michael Jackson morreu”, os selos desse ano levam a marca do cantor-dançarino-performer-xxxxxx mais querido do mundo. Vamos aos selos de avaliação desse ano:
Thriller: Sucesso absoluto, ótima escolha! O time com selo Thriller pode sair tranquilo e feliz do draft.
Jackson 5: O jogador escolhido não deve passar de um role player, um jogador de equipe. Dependendo da posição onde foi escolhido isso pode ser bom ou ruim.
Moonwalk: Pareceu legal na hora mas olhando bem ele só está andando pra trás. Esse jogador não vai levar o time a lugar nenhum.
Plásticas no nariz branco: Ninguém vai reconhecer esse jogador daqui um tempo. Promessa falida, escolha horrível.
…
Boston Celtics
Lester Hudson, PG/SG
Nominalmente eu gostei da escolha. Mistura o nome de um rato ajudante de cientista com o nome de um rio, fantástico.
A história do Lester Hudson é interessante e pouco comum. Ele só jogou um ano na divisão 1 da NCAA, antes disso ele jogou nas outras divisões e lá evoluiu até chamar a atenção de uma faculdade melhor, a não tão conhecida Tennessee-Martin.
Como os reservas na armação do Celtics eram o sempre machucado Tony Allen, o lixo do Marbury e o pirado do Eddie House, foi bom para eles terem uma aposta de segunda rodada em um armador. O Hudson é bem agressivo e ataca a cesta antes de pensar em passar a bola, o que só vai funcionar se o papel dele for vir do banco e tentar botar fogo no jogo. Deve render algum resultado em poucos minutos de jogo e sua história de superação vai fazer ele ser brother do Garnett. Uma escolha que não vai mudar a cara do Celtics mas que foi bacana.
Miami Heat
Patrick Beverly, PG
Robert Dozier, PF
O Patrick Beverly, que com esse nome deveria jogar em LA, é o clássico exemplo do armador falso. Ele tem tamanho de armador e por isso joga na posição 1, mas é só por falta de opção, já que o moleque só gosta de correr e atacar a cesta. Um streetballer disfarçado de profissional, em outras palavras.
Ter um streetballer no time é bom pra quando as jogadas dão certo, o ritmo de jogo acelerado atrapalha o outro time e a torcida entra no jogo. Mas se tiver mais de 10 minutos por jogo será uma surpresa.
O Robert Dozier, a última escolha do draft 2009, se destacou na NCAA na temporada 2008, quando foi vice-campeão ao lado de Derrick Rose e Chris Douglas-Roberts em Memphis, mas passar mais um ano lá sem jogadores do mesmo nível não fez bem para sua cotação no draft. Na NBA ele até pode se destacar pela vontade com que joga e pelo excelente físico que tem. Com um pouco de experiência e treino pode conseguir seu espaço na NBA como bom reboteiro ofensivo e bom defensor.
Los Angeles Lakers
Chinemelu Elonu, PF
Com sua única escolha no draft, o Lakers escolheu o nigeriano Chinemelu Elonu, carinhosamente apelidado na faculdade de “Junior”, o que sem dúvida é um nome mais fácil de pronunciar. O Junior é assumidamente torcedor do Rockets e seu jogador favorito é o Amar’e Stoudemire. Bom começo, garoto.
O garoto é bem atlético e parece se destacar pela defesa, o General Manager do Lakers, Mitch Kupchak, disse que vai dar uma chance para ele se destacar na Summer League, que começa dia 10 de julho. Se ele conseguir dar esperança de que é um futuro bom defensor, deve ganhar um contrato mínimo para a primeira temporada. O que o Junior precisa mostrar é que pode valer mais a pena do que o Josh Powell ou o DJ Mbenga, só isso.
San Antonio Spurs
DeJuan Blair, PF
Jack McClinton, SG
Nando de Colo, SG/SF
O Spurs sai do draft como um dos grandes vencedores. Entrou quase sem escolhas boas (teve a 37, a 51 e a 53) e saiu com jogadores talentosos e que se encaixam no seu esquema de jogo.
Começaram com a aposta DeJuan Blair, um cara que era cotado para sair entre os 15 primeiros da primeira rodada mas acabou caindo, caindo e caindo até as mãos do Spurs. A história dele já tá ficando batida: ele jogava muito como ala de força na universidade, foi considerado o melhor reboteiro de todo o draft, mas como é muito baixo (2,02m) ficou pra trás. Já cansei de contar histórias parecidas sobre Carl Landry, Jason Maxiell e blá, blá, blá. Como ele também é bem pesado, o medo dele virar um novo Tractor Traylor assustou os times.
Mas o Spurs resolveu apostar e acho que se deram muito bem. O Blair provavelmente não tem condição de ser titular, mas ele é realmente um ótimo reboteiro e pode ajudar muito o Duncan vindo do banco. Outra coisa que impressiona nele é sua envergadura. Se de pé ele tem 2,02m, abrindo os braços ele consegue abraçar o Hasheem Thabeet da cabeça aos pés, com 2,22m! Isso é insano, é pra deixar o Tayshaun Prince e o Lamar Odom se achando um Tiranossauro Rex. Gordinho por gordinho, acho que ele vai acabar sendo um Glen Davis que joga mais perto da cesta.
O outro draftado foi o Jack McClinton. Não tem muito o que falar dele, vocês só precisam saber que o chamam de “O clone de Eddie House“. Se o Spurs precisava de arremessos de 3, conseguiu um dos melhores do draft. Só vai ter que lidar com os arremessos imbecis à lá JR Smith que o Eddie House e seu clone costumam tentar de vez em quando.
Por fim eles pegaram o Nando de Colo, um francês que ninguém ouviu falar nos EUA. Juntaram as peças? Gringo desconhecido escolhido nas últimas escolhas pelos Spurs. Pronto, vai dar certo o safado. Maldito Spurs! Para conhecer mais do Sr. Colo, tem esse vídeo aqui, gostei do estilo dele.
O Orlando Magic não teve escolhas nesse ano. Trocou a que tinha para o Memphis naquela troca do meio da temporada em que conseguiram o Rafer Alston. Pode-se dizer então que o Orlando fez um puta negócio! Com o Alston, o Orlando se manteve numa campanha boa, o que então deu ao Magic a escolha 27, onde não iam conseguir nada de mais. E com o Alston conseguiram o armador que os levou até a final da NBA.
A escolha de segunda rodada que o Orlando teria, a 57, foi o que o Magic mandou simbolicamente dois anos atrás em troca do Rashard Lewis. O Lewis na época era Free Agent e poderia ter assinado direto com o Magic, mas por consideração ao ainda não finado Sonics, conseguiram arranjar um sign-and-trade, com o Lewis assinando com o Sonics e logo depois sendo trocado por essa escolha de segunda rodada que neste ano estava na mão do Suns. Mais um bom negócio!
Washington Wizards
Sem escolhas
O Wizards também não tinha escolhas. Trocaram a sua quinta escolha para o Wolves por Randy Foye e Mike Miller. Vendo hoje o draft feito dá pra saber quem eles poderiam ter escolhido. No fim das contas eles poderiam ter escolhido qualquer um dos armadores disponíveis tirando o Tyreke Evans, o que quer dizer que eles poderiam ter o Rubio, por exemplo. Mas o que será que o Wizards queria?
Eles diziam que não queriam um novato que não poderia ajudar imediatamente, então queriam jogadores experientes. Conseguiram o experiente Mike Miller, que será uma ótima ajuda em um time que gosta de arremessar de 3. E o Foye, que pode dar um descanso para o joelho do Arenas e ainda jogar ao lado dele quando necessário.
Mas será que o Wizards precisava de mais armadores ou de força no garrafão? Eu apostaria no garrafão. O que eles precisam é variar o jogo, parar de pegar jogadores que fazem mais do mesmo. Mas no draft, com a quinta escolha, eles não teriam condição de pegar nada além do Jordan Hill, que também não seria a resposta para os problemas do Wizards.
A conclusão disso tudo é que devido às necessidades e ambições do time, eles fizeram bem em trocar por jogadores experientes. Mas na hora de escolher que troca fazer é que eles falharam. Nota 10 pro draft, 5 para a troca.
…
Assim encerra-se acabada a análise do draft 2009. Voltaremos no assunto dos novatos durante as Summer Leagues, as ligas de verão, que começam no próximo dia 10. Até lá falaremos dos Free Agents, que estão agitando a NBA. Até amanhã tem um texto analisando as últimas aquisições dos nossos times, que meio que fizeram um troca: Trevor Ariza é do Rockets, Ron Artest é do Lakers. O que a gente achou desse swing você fica sabendo depois.