>Bem na cara deles!

>

Mesmo assim, ele não erra



Não morremos e nem esquecemos do Lakers, só tiramos um dia de folga, o primeiro sem jogo de playoff desde seu início, para fazer uma média com as namoradas, mas já estamos de volta!

“O amor de Deus, que se derrama no coração dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as coisas.”( 1 Néfi 11:22).

Essa é uma frase encontrada no Livro dos Mórmons, livro do movimento religioso Santos dos Últimos Dias. Segundo a nossa boa e velha Wikipedia, a história do movimento é a seguinte:

“Joseph Smith recebeu uma visão na qual Deus e Jesus Cristo lhe ordenaram que não se filiasse a nenhuma das igrejas existentes, pois todas estavam erradas e errôneas, mas que restaurasse a verdadeira igreja de Jesus Cristo. Esta narrativa é conhecida como a Primeira Visão.

A tradição desta igreja diz que um anjo do Senhor apareceu para Joseph Smith e lhe entregou uma coleção de placas de ouro gravadas com a lâmina da sabedoria, e traduziu-as para o inglês, dando origem ao chamado Livro de Mórmon, que juntamente com a Bíblia constitui a base de fé da Igreja. O termo mórmon, geralmente usado para referir-se aos Santos dos Últimos Dias, deriva do nome do profeta Mórmon, que teria sido um dos autores e compiladores das escrituras que formaram o Livro.”

Não sei se quem escreveu isso tava querendo zoar os mórmons mas pareceu, a história é muito engraçada! Deus desceu pra um cara e falou “Olha filho, as igrejas daí não tão com nada, vou estar mandando um anjo que vai estar te entregando umas placas de ouro que eu mandei fazer em alguma língua bizarra, mas aí você traduz pro inglês que é a língua do futuro, beleza?”

Bom, ceticismos à parte, vemos que os mórmons são um grupo de pessoas que vieram para restaurar a palavra de deus. E vemos na frase que eu coloquei pra começar esse texto que o livro escrito pelo Joseph Smith prega o amor e todas essas coisas melosas e idiotas que toda religião fala e nenhuma leva a sério.

Tá, está achando o meu texto um pouco preconceituoso e faltando com respeito para toda a comunidade mórmon? Tem toda razão, forcei a barra mesmo sem conhecer os mórmons, mas se você quer saber, poderia ser bem pior, a falta de respeito poderia ser maior e as brincadeiras de mais mau gosto ainda. Dúvida?

Vamos então à terra dos mórmons, o Estado americano de Utah. Lá os mórmons e não-mórmons, tanto faz, se reúnem no EnergySolutions Arena, que além de ter o pior nome de quadra da NBA, é a mais barulhenta arena da liga americana, para torcer pelo Utah Jazz. E aí todo amor, respeito e palavra de deus, ou educação mesmo, são esquecidos pelos presentes. Querem 3 exemplos?

1. Racismo
Vamos começar pelo ano passado. A série de semi-final de playoff era entre Utah Jazz e a surpresa Golden State Warriors, foi a série daquele jogo dramático do Fisher. Durante os jogos em casa, a gente só ouvia uma barulheira que os microfones pegavam, mas lá na quadra os jogadores ouviam outras coisas.

“O melhor de jogar em casa, em Oakland, ao invés de jogar em Utah, é que em casa não ouvimos insultos racistas, xingamentos e pessoas torcendo para eu ir para a cadeia. Essa é a diferença.”

A frase é do Stephen Jackson, que ouviu poucas e boas devido à sua fama de bad boy que vem de longa data. Mas o Jason Richardson, que nunca teve caso nenhum com a polícia, diz:

“Foi uma coisa que chocou a todos nós. Não estávamos esperando isso. Eu sei que eles tentam entrar na nossa cabeça apenas pra nos atrapalhar, mas não sabia que eles seriam capazes de ser tão baixos, simplesmente não faz sentido!”

E o povo lá é racista mesmo. Não é coincidência que o time é um com o maior número de brancos na NBA inteira. E não é por acaso também que o Korver, branquinho e religioso, tenha virado favorito da torcida em pouco tempo.

2. Vandalismo
Como se fosse campeonato estadual aqui no Brasil, os torcedores do Jazz não se aguentam e precisam atirar coisas no time adversário, por algum motivo eles acham que se o Kobe Bryant receber um copo plástico na cabeça ele vai jogar como o Sasha Vujacic. Não rola.

Eles jogaram lixo na cabeça do banco do Lakers nessa temporada mas não foi a primeira vez. No último jogo da série contra o Spurs na temporada passada, o jogo da eliminação, os torcedores, revoltados com a derrota, atiraram tudo o que eles tinha direito na cabeça do Gregg Poppovich e companhia. Na hora foi legal, porque eu tava torcendo contra o Spurs, mas a verdade é que uma atitude das mais patéticas.

3. Golpes baixos
Zoar o Kobe pela acusação de estupro dele virou até moda na época dos processos. Mas depois de anos e anos e com a inocência dele provada, a piada ficou pra trás. Menos para a torcida do Jazz. Como a foto do post mostra, eles chegaram ao ponto de levar bonecas infláveis com menções ao caso do hotel em que a guria que deu pro Kobe o acusou de estupro.

Como o Kobe é odiado, muita gente pode deixar passar essa, mas eles conseguiram ir além, foram ao ponto de tirar sarro do Derek Fisher e da filha dele, sim, aquela filha que está com câncer no olho. Toda vez que o Fisher pegava a bola na mão, a torcida começava a gritar “câncer, câncer, câncer” e olhem na foto abaixo o que fizeram pro Fisher na hora do lance livre:

Tapar o olho e gritar é demais! Nem eu, que adoro uma piada de mal gosto, ri dessa! E isso foi depois dos gritos de “câncer”. E não podemos esquecer que tudo o que o Fisher fez no ano passado foi pelo Jazz!!! Ele saiu logo depois de uma cirurgia delicada da filha e viajou metade dos EUA só pra salvar o Jazz das mãos do Baron Davis em um jogo em que o Dee Brown estava machucado e o Deron Williams em problema de faltas. E ele só saiu do time porque precisava morar em uma cidade que tivesse tratamento pra filha dele, não teve nada de briga ou coisa assim. Simplesmente não entendo essa torcida.

Depois de tantos motivos, espero que todos estejam felizes com a vitória do Lakers sobre o Jazz na sexta-feira, apenas a segunda de um time fora de casa em 22 jogos das semi-finais de conferência. Mas a verdade é que o Jazz, apesar da pior torcida da NBA, tem um time bem bacana, não entendo como alguém pode não gostar do Deron Williams e do Boozer, por exemplo. Mas isso não era sobre eles, era sobre a torcida, e para o bem do jogo, do Kobe e principalmente do Fisher, o Lakers tinha que fechar essa série lá em Salt Lake City.

Na temporada regular, quando o Lakers já tinha sido um dos 4 únicos times (Portland, Houston, Boston os outros) a bater o Jazz em casa, o Kobe tinha dito que a motivação principal tinha sido as vaias em cima do Fisher. Então o negócio não é novo, os caras são filhas da mãe faz tempo e o Lakers tava engasgado com eles na garganta. Mas o que foi decisivo para a vitória foi o Lakers ter usado a motivação para a sua melhor atuação defensiva em toda série, principalmente no primeiro tempo.

O Lakers não deu chance para os rebotes ofensivos, limitou as idas do Jazz ao lance livre e soube usar o domínio nos rebotes para puxar os contra-ataques e jogar no seu ritmo. No final, o Jazz ainda teve chance de empatar mas não dá pra culpar o Lakers por isso, nos minutos finais o Jazz simplesmente entrou em um estado maluco onde eles não paravam de acertar bolas de 3. Foram do Okur, do Deron Williams e duas seguidas do Kirilenko, que não tinha metido nenhuma na série inteira. Para dar uma última emoção, o Fisher ainda errou um lance livre nos segundos finais que deixou a diferença em apenas três e deu uma chance para o Jazz empatar o jogo. As tentativas do Okur e a do Deron no estouro do cronômetro foram as únicas que o time errou nos últimos minutos de jogo. Como torcedor do Lakers, só não morri do coração porque sou Corinthiano e estou acostumado a vitórias só aparecerem depois de muito, muito sofrimento!

Agora, passada altitude de Denver e os mórmons doidos de Utah, falta pro Lakers saber se pegam os conservadores texanos de San Antonio ou a comunidade negra, pobre e excluída de New Orleans. De qualquer maneira, sabemos que vai ser difícil e que eu vou sofrer muito em todos jogos. “Haja Coração!”, já diria um grande narrador narigudo.

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