>Chicago capenga

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Hinrich em um momento “seria melhor ter ido ver o filme do Pelé”

O Bulls é um timinho complicado. Quando está ganhando, é fácil ver todos os seus pontos positivos, apreciar seu modo de jogar e achar que o time pode ser campeão. Quando está perdendo, fica óbvia toda a fragilidade da equipe, seus terríveis pontos fracos e parece que o time vai continuar perdendo pra sempre. Assistir um jogo do Bulls é como sair de balada com Ron Artest: você nunca sabe o que pode acontecer. Ele pode se comportar e ler a Bíblia, dizer que vai abandonar a carreira no basquete em nome de sua carreira (cof, cof) musical, dar uns tiros pro alto, deitar na mesa dos juízes, fazer 30 ou 2 pontos.

O complicado (acho que tanto com o Bulls quanto com o Artest) é que são justamente os méritos que formam também suas maiores falhas. Parece difícil de entender mas vou tentar explicar meu ponto de vista para até o Kwame Brown sacar do que eu estou falando.

O grande lance sobre o Bulls é que eles não têm uma grande estrela, um jogador que acabe com o jogo sozinho. Ao invés disso, eles têm um elenco sólido, profundo, em que todos podem contribuir, aproveitando quem estiver melhor na ocasião. A fórmula deu perfeitamente certo com o Detroit Pistons, levando-os ao título. Aquela equipe campeã tinha Billups, Rip Hamilton, Prince, Sheed e Ben Wallace. Nenhuma grande estrela, muito trabalho em equipe, todo mundo se revezando para carregar o piano nas costas.

O que não falta por aí na NBA é time com uma grande estrela fazendo tudo sozinha. O Cavs foi compeão do Leste com um time que defende bem, pega rebotes e tem LeBron James. Mike Brown, o técnico, tem duas jogadas treinadas para sua equipe. A primeira chama-se “Michael Jordan no Space Jam versão LeBron”, ou seja, “você passa a bola pra mim e eu faço a cesta.” A outra é a jogada “muito ajuda quem não atrapalha”, ou seja, deixe o LeBron pegar a bola e faça a gentileza de sair da frente de Sua Majestade.

Por mais divertido que seja ver o LeBron fazer tudo sozinho e dominar um punhado de partidas, isso beira ao patético. Aposto que até o seu time aí nos Jogos Escolares deve ter jogadas mais planejadas do que essa palhaçada, o que significa que aquele seu professor de Educação Física (que deve ser fã de futebol e treina o time de basquete porque o emprego obriga) poderia ser o técnico do Cavs e tenho certeza de que as coisas melhorariam.

É justamente por isso que ver um time sem estrelas, com trabalho de equipe, é um alívio às vezes. Louvado seja o Bulls e sua falta de estrelas! Viva!

Acontece que esse é justamente o problema da equipe. Quando o negócio aperta não há ninguém pra fazer milagre. E manter o trabalho de equipe quando você está atrás do placar é complicado. Aquele Pistons em momento nenhum perdia a cabeça. Podiam estar perdendo por 20 mas era possível olhar na cara do Billups aquela expressão de “ótimo, ótimo, está tudo como planejado, vamos virar esse jogo em 3 minutos e 37 segundos com a mesma facilidade com que o Rasheed faz uma falta técnica.”

O Bulls não tem essa segurança, não tem tranquilidade, não tem cabeça. Quando as coisas estão dando certo é tudo uma maravilha, mas quando estão dando errado todo mundo quer salvar o time (ou pior, ninguém quer salvar o time) e aí é que o touro vai pro brejo. (rá, pegou, pegou?)

Cabeça não é mesmo o forte dessa equipe. Hinrich e Deng não foram re-assinados pelo Bulls, não houve acordo, e toda essa falação sobre a ida do Kobe não ajudou em nada. No fundo, parece até sabotagem, um plano mirabolante criado para desestabilizar o Bulls e fazer com que eles despenquem de vez. (em algum lugar, o gordo do Eddy Curry pode estar dando sua risada maligna comemorando seu plano bem-sucedido com um gostoso donut)
Vamos ser sinceros, o Kobe não vai sair do Lakers nessa temporada, ainda mais com o time evoluindo. E o Bulls, que depende do trabalho em equipe, ficou nessa paranóia de “vão nos desmontar”, “quem vai ser trocado”, “o Kobe vai estuprar minha garota”, essas coisas.

Existem outros problemas também. O belo jogo de perímetro do Bulls acarreta um terrível jogo ofensivo dentro do garrafão. O técnico Scott Skyles prometeu mudar o time titular e a mudança mais provável é a saída de Tyrus Thomas, que além do nome legal é um monstro defensivo que come ônibus escolares no café da manhã, para a entrada de Joe Smith. Olha, achar que a solução para seu problema de pontos no garrafão é o Joe Smith é como querer resolver a seca de alguém chamando a Preta Gil. Faça-me o favor.

Também não é motivo para pânico, o Bulls pode voltar aos trilhos a qualquer momento. Mas pode também continuar tomando sopapo com as atuações mais sofríveis que eu já vi em muito tempo. Não dá pra saber o que vai acontecer, o time é bom e frágil demais ao mesmo tempo.
Mas se as coisas ferrarem de vez, eu estou pronto para apontar o dedo para alguém: Ben Wallace. Só não vou me extender nisso porque como o assunto é polêmico, acho que merece uma coluna Bola Presa. Então aguardem.

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