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Paul Pierce de carrinho no maior estilo Sandro Goiano
O jogo 7 de Lakers e Rockets serviu apenas para uma coisa: enchermos o peito e gritarmos “Como o Lakers deixou essa mamata chegar a esse ponto?”. O Aaron Brooks foi ótimo nas vitórias do Houston, claro, ele merece aplausos, a vaga garantida de armador titular por anos, um carro zero e um beijo no rosto, mas deixar um armador de segundo ano levar um time nas costas até o jogo 7 é motivo de vergonha para um time que almeja um título.
Ontem o Lakers defendeu o Houston como o time que eles são, uma equipe sem os dois principais jogadores de ataque e que depende de jogadores limitados para pontuar. Ou seja, bota pressão no Brooks, no Scola, e deixa Battier e Hayes se matarem pra fazer uma cesta. A defesa foi esmagadora e o Lakers mesmo sem muita inspiração ofensiva venceu com muita facilidade. Desde o primeiro minuto o jogo já estava decidido.
Também usaram e abusaram de Pau Gasol, melhor jogador da partida, e do Bynum, ambos destruiram na defesa e nos rebotes ofensivos, o mínimo que eles deveriam fazer contra um time que usa o Chuck Hayes de pivô. Continuo com a minha tese de que se o Lakers joga o seu melhor jogo, é o melhor time da NBA, mas dentre os melhores times é provavelmente o mais irregular, seja de um jogo para outro ou mesmo dentro de uma mesma partida.
Se serve de consolo, no ano passado o Celtics também precisou de jogos 7 contra times mais fracos (contra dois times mais fracos, na verdade) e só depois disso é que embalou rumo ao título. No ano passado o Ray Allen demorou duas rodadas pra finalmente pegar no breu, quem sabe o Bynum não é o Ray Ray desse ano? Ridículo, mas que serve para os torcedores do Lakers se animarem um pouco depois de uma série que expôs tantos defeitos da equipe.
Falando em Celtics, estes protagonizaram a 21ª derrota de um time da casa em jogo 7 na história da NBA em 104 jogos 7 na história.
O jogo do Celtics contra o Magic ontem foi bem estranho. Tudo o que eu esperava do Boston, não aconteceu: o Paul Pierce não foi o melhor jogador em quadra, o Rondo não foi tão agressivo, o Eddie House não estava nos seus melhores dias e o time não parecia pilhado como se fossem 12 Garnetts sob efeito de cocaína.
Pelo lado do Magic também aconteceu tudo do avesso: o Alston não entregou o ouro, o Turkoglu fez seu melhor jogo na série e o melhor período deles no jogo foi o quarto. Foi um jogo 7 do mundo bizarro, se eu não tivesse mudado de universo ao apertar o botão vermelho teria visto o Celtics vencer.
O jogo não foi um primor técnico e nem de emoção, mas foi surpreendente e encheu de esperanças os torcedores e os jogadores do Magic. Com a palavra, Dwight Howard:
“A primeira vez que falei que iríamos lutar pelo título, todos riram. Eu acredito que podemos ser campeões. Nós não vamos parar até conseguirmos. Nós temos o time certo, temos o talento, temos a comissão técnica. É só irmos lá e jogarmos duro. Ainda temos muito pela frente e eu ainda estou faminto.”
Não tenho dúvida de que vontade não vai faltar para o Magic. Não faltou quando eles perderam o Jameer Nelson, quando sofreram contra o Sixers, não faltou quando precisaram se recuperar de um déficit de 10 pontos no último período do jogo 6 e não faltou ontem de novo. Vontade eles têm de sobra, o resto que o Dwight falou é que pode não ser verdade.
Será que eles tem elenco e talento o bastante pra passar pelo Cavs? Duvido. Para pelo menos não serem varridos como foram todos até agora? Aí sim.
Na temporada regular o Orlando foi um dos times que mais incomodou o Cavs. O LeBron liderou o time à vitória no único jogo realizado em Cleveland, um apertado 97 a 93 com direito a virada no último período. O Orlando venceu os dois jogos em casa, um por 99 a 88 e venceu aquele jogo que a ESPN aqui do Brasil passou no fim da temporada por 116 a 87, uma humilhação que poucas vezes vi o Cavs sofrer. Mas até aí o Lakers tinha varrido o Rockets na temporada regular, então não é garantia de nada.
Os dois jogos 7 não foram tão emocionantes quanto eu esperava, é verdade. O do Orlando até foi emocionante até aqueles primeiros minutos do quarto período quando eles deslancharam, mas de qualquer forma os dois vitoriosos foram os dois times que deixam as finais de conferência mais interessantes. O Celtics não teria chance contra o Cavs e o Houston seria trucidado pelo Nuggets. Perdemos jogos 7 emocionantes mas ganhamos finais de conferência espetaculares.
Os derrotados
Esquecendo um poucos dos vencedores e dando um pouco de atenção aos derrotados que são jogados no lixo dos corredores da NBA, lembramos que amanhã tem o sorteio para se definir a ordem do Draft 2009.
Para quem mora em Marte, o sorteio do draft decide que times terão a primeira, segunda e terceira escolha no draft. Da escolha 4 até a 30 irão os times não sorteados com a ordem inversa de classificação. Mas os times que foram para os playoffs não têm chance de ganhar uma das três primeiras escolhas, apenas os 14 fracassados que não foram para a pós-temporada participam do sorteio de amanhã.
Neste link da NBA.com você pode ver quais são as chances de cada time que não foi para os playoffs de conseguir a primeira escolha e qual é a ordem do resto do draft.