>
Leandrinho faz careta e venezuelano que
eu não conheço olha para o horizonte
Demorei pra acreditar que estávamos enfrentando o mesmo time que venceu a Argentina na noite de ontem. Para quem não sabe, a Venezuela, que humilhamos poucas horas atrás, bateu o time do Luis Scola com certa tranquilidade ontem. Mas vendo o jogo de hoje ficou difícil de acreditar que esse bando de peladeiro, que conseguiu um segundo quarto de 6 (SEIS) pontos, venceu a Argentina. Deve ter sido mentira, efeito especial.
O jogo foi bem fácil. A seleção brasileira já abriu 10 pontos de vantagem no primeiro quarto com um ataque veloz e eficaz, machucando o fraco garrafão da Venezuela. Aí de repente a vantagem, no fim do período, foi toda embora e o jogo ficou empatado. Duas razões pra isso: a primeira é que Marcelinho Huertas, nosso único real armador, foi para o banco, a segunda é que o jogo parecia tão fácil que os jogadores começaram a tomar decisões erradas na quadra, quiseram fazer o que queriam ao invés do que deveriam.
As duas coisas resultam em uma só: erros. Erros de passe, de decisão, de arremesso, de tudo. Um time sem um armador de verdade já é ruim, um time sem armador de verdade e que se acha à vontade o bastante para arriscar o que der na telha é pior ainda. Mas, como ontem contra os dominicanos, o momento ruim do Brasil durou pouco. Como não acontecia em anos anteriores a gente conseguiu ficar com a cabeça no lugar mesmo depois de fazer bobagem.
No segundo período, então, tudo voltou ao normal. O time não se afobou mais e a única correria que víamos era para aproveitar os inúmeros contra-ataques, frutos de uma defesa exemplar do Brasil somada a um ataque da Venezuela mais perdido que o Fluminense. Quando o segundo período acabou com vitória brazuca por 26 a 6, o jogo foi liquidado.
O resto da partida serviu apenas para Olivinha, Duda, Tavernari, JP Batista e Diego poderem dizer pros amigos que já jogaram na Copa América. Todos estes que não haviam entrado no jogo contra a República Dominicana tiveram seus minutos de suor. Como o jogo estava bem morno e o adversário já tinha entregado o jogo, não deu pra julgar nenhum deles, mas o Moncho gostou. Disse depois da partida que gostou da chance de testar o Guilherme na posição 3 e o JP Batista no garrafão ao lado de Splitter e depois de Varejão.
Não que o JP Batista tenha jogado demais, mas espero que tenha sido sólido o bastante para ter convencido o Monchão a desistir do Guilherme na posição 4. Hoje ele tentou duas jogadas seguidas embaixo da cesta, se achando o Yao Ming, que foram tenebrosas. Ele é tão bom como pivô quanto a Sasha é boa de gramática.
Logo após o jogo deu vontade de pegar o VT da partida de ontem deles com os argentinos pra ver se eram as mesmas pessoas em quadra. Será que a Argentina tá tão mal assim? Será que eram os mesmos venezuelanos em quadra ou ontem era um time de verdade vestido de roxinho? Eram eles. A que tudo indica ou o Brasil está mesmo muito acima da maioria dos seus adversários ou a Argentina está fedendo, fedendo muito.
Amanhã, às 14h30, num confronto direto com os argentinos, descobriremos a verdade.