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Hoje é dia de playoff! Depois de muitas noites sem dormir para assistir atrocidades como Knicks e Heat, é hora de sermos recompensados pelo deus do basquete com, talvez, os melhores playofs de todos os tempos. Ao menos no Leste, claro. Para aquecer os motores, vamos dar uma olhada em cada confronto deste sábado e analisar: o que cada time precisa fazer para sair de quadra com a vitória?
Também gostaríamos de avisar que você tem compromisso marcado aqui com o Bola Presa às 16h de hoje para assistirmos, juntos, a partida entre Suns e Spurs. Até vocês, fãs-esquisitos do Spurs, precisam marcar presença para encher nosso saco! Teremos uma cobertura ao vivo aqui no blog, comentando os principais lances, criticando, tirando sarro da cara do Duncan (e, de preferência, dando links para que todo mundo possa assistir o jogo), e você está intimado a acompanhar e ir batendo papo ao mesmo tempo na caixinha de comentários.
Leia nossa análise dos jogos imperdíveis de hoje e não se esqueça de voltar às 16h para ver esse jogão com a gente!
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Cavs vs Wizards
por Danilo
O que o Cavs precisa fazer para vencer a série: Só se eu fosse cego, surdo e mudo eu seria capaz de deixar de lado o fato de que, para vencer, o Cavs precisa de atuações de alto nível de LeBron James. As razões são mais óbvias do que resposta do Show do Milhão. Com um elenco fraco e que, depois das trocas, não conseguiu encontrar nem entrosamento e nem identidade, é LeBron quem tem que imprimir ritmo ao jogo e, obviamente, decidir nos minutos finais. Por esse mesmo motivo, é essencial que LeBron consiga superar as dores nas costas que vem sentido e que podem limitar consideravelmente seu jogo. Se bem que o LeBron limitado vale por uns duzentos Delonte West.
O Cavs precisa se focar no rebote. Como a pontaria de fora é inconsistente, os rebotes ofensivos são importantes para manter o time de Cleveland na partida, assim como aconteceu nos playoffs passados. Isso significa que o Cavs precisa de atuações sólidas de Varejão, Ben Wallace e Ilgauskas. E as atuações sólidas a que me refiro são simplesmente defensivas, fazendo o trabalho sujo, mas até isso às vezes parece ser pedir demais.
O diferencial do Cavs precisa ser um outro jogador que surja para levar o fardo ofensivo da equipe em alguns momentos aleatórios da partida. Seja o Daniel “tive 10 minutos de fama nos playoffs” Gibson, seja Damon Jones ou Delonte West. Alguém precisa passar alguns minutos por jogo acertando arremessos seguidos, enquanto LeBron é isolado no resto do tempo.
O que o Wizards precisa para vencer a série: Antes de mais nada, DeShawn Stevenson precisa fazer um bom trabalho em LeBron James. Como essa série virou um clássico instantâneo em parte por causa do duelo entre esses dois, é bem capaz que DeShawn consiga complicar a vida de LeBron e isso será mais do que suficiente para ter o jogo em mãos.
A defesa, aliás, será um fator importante. Se o Wizards se aplicar na defesa como fez em alguns momentos da temporada regular, o frágil ataque do Cavs será praticamente anulado, o que pode vir a tornar as partidas até mesmo tranquilas para o time de Washington. A defesa de garrafão pode vir a ser um problema, então o Wizards tem que se focar em tirar os jogadores de Cleveland de perto do aro e pegar rebotes, evitando as segundas-chances adversárias.
A saúde de Arenas, Jamison e Butler é algo a se preocupar. Todos eles voltam de contusões, umas mais, outras menos recentes, mas o importante é tentar mantê-los todos saudáveis (se isso fosse tarefa fácil, o Clippers não seria tão ruim assim). Arenas deve vir do banco e é importante não forçá-lo muito a princípio, guardando-o para os momentos decisivos.
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Spurs vs Suns
por Denis
O que o Spurs precisa fazer para vencer a série: O Spurs tem a vantagem de sempre conseguir impôr o seu ritmo, mesmo quando perde. Então é essencial que o jogo seja lento e bem trabalhado, mesmo que o Suns consiga se adaptar melhor a isso do que nos anos anteriores.
Para parar Steve Nash, deve seguir usando a fórmula de usar Bruce Bowen em cima dele. Com faltas, sem faltas, jogando sujo ou não, isso não vem ao caso. O fato é que Bowen incomoda o canadense. Para marcar o garrafão, vai ser necessária a experiência de Kurt Thomas e uma rotação entre ele e Duncan para marcar Amaré e Shaq. Nenhum dos dois vai anular o poder ofensivo de Amaré, mas atrapalha o adversário ir para cima dele com diferentes marcadores e diferentes formas de marcar, a variação defensiva pode incomodar muito o Suns.
No ataque é preciso explorar as infiltrações de Ginobili e toda vez que Duncan sobrar sendo marcado por Amaré. É velha já a dificuldade de Amaré Stoudemire de ficar fora de problemas de falta quando é muito pressionado na defesa. Eles vão tentar deixar Shaq em Duncan para liberar Amaré disso, mas quando vacilarem, é bom o Spurs aproveitar.
O que o Suns precisa fazer para vencer a série: Não dá pra jogar na correria com o Spurs o tempo todo, faz anos que o Phoenix tenta e não consegue. Mas isso não quer dizer para não correr nunca. Todo turnover do San Antonio, ou rebote longo ou qualquer vacilo em geral, deve ser transformado em pontos fáceis. Mas quando o Spurs remontar sua defesa, o que é rápido, Nash e os outros jogadores devem ter a percepção necessária para parar e começar o ataque de novo.
No jogo de meia-quadra deve-se explorar os jogadores que são bons nisso. Usar Amaré toda vez que ele ficar no 1-contra-1, especialmente contra Oberto e Kurt Thomas, usar Grant Hill e seus arremessos de meia-distância e, claro, usar Shaq sempre que ele conseguir um bom posicionamento embaixo da cesta. Tudo isso, além de virar pontos, vira espaço para que Bell, Nash e Leandrinho tenham o tempo necessário para chutar de longe.
Também é necessário que a defesa se ajude. Steve Nash não vai parar Tony Parker e qualquer defensor, mesmo o bom Raja Bell, não pára Ginobili sozinho. E cada infiltração bem sucedida acaba em bandejas, lances livres, ou com Bowen ou Finley livres da linha dos três.
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Hornets vs Mavericks
por Danilo
O que o Hornets precisa fazer para vencer a série: Manter a bola nas mãos de Chris Paul a maior parte do tempo é meio jogo ganho. Não que isso não aconteça em todos os jogos, mas deve ser ainda mais frequente nessa série. É preciso que Chris Paul pense mais em pontuar, em decidir, como aconteceu na primeira vez em que os dois times se encontraram após a troca do Kidd e ficou óbvio que o armador-vovô não consegue segurar o Paul. Quanto mais Chris Paul abusar de sua velocidade e partir para dentro, agressivamente, melhor para o Hornets.
Parar Dirk Nowitzki, em grande fase, deve ser também o foco principal. Vale até puxar os bagos e morder orelha. Mas o quinteto titular do Hornets terá problemas graves para marcar Dirk e Josh Howard ao mesmo tempo, porque Stojakovic não consegue defender nem tese de mestrado. O novato Julius Wright pode ser um fator fundamental vindo do banco para parar o alemão, que notoriamente tem problemas com bons defensores mais baixos e mais físicos do que ele.
Jannero Pargo pode ser a peça decisiva do jogo. Com o ritmo de jogo elevado que se espera nessa série, Pargo pode vir do banco com licença para atirar, chutar todas as bolas que conseguir. Quando está em um de seus grandes dias, isso pode ser o bastante para criar uma vantagem no placar que o Mavs não seja capaz de reverter.
O que o Mavs precisa fazer para vencer a série: Colocar Kidd na fonte da juventude ia ser uma boa, mas como vimos no cinema em filmes como “De Repente 30” com a tetéia da Jennifer Garner ou aquele clássico da Seção da Tarde em que o Tom Hanks quer namorar a professora, é muito mais fácil ficar velho do que ficar mais jovem. Então o Kidd tem que arranjar fôlego nas entranhas e dar um jeito de parar Chris Paul. Jogadores como Eddie Jones e Devin George, se estiverem vivos, podem ajudar nessa função.
Dirk Nowitzki deve ser mais utilizado do que nunca, principalmente no fim da partida, quando tem mostrado ser cada vez mais decisivo. Caso a marcação em Dirk aperte, é importante que Jason Kidd (ou Ason Kidd, para aqueles que acham que ele não tem “jumper”) acerte seus arremessos livres. O Dallas pode viver ou morrer nos arremessos de 3 pontos de Kidd, o que, cá pra nós, é um problema.
O Dallas precisa cadenciar mais o jogo e evitar rebotes longos e turnovers bobos, de modo a evitar que Chris Paul passe o dia inteiro correndo pela quadra e fazendo bandejas. Para mim, se o ritmo de jogo diminuir um pouco, é o Dallas quem sai favorecido, com mais armas para o duelo de meia-quadra.
E o mais importante, o essencial, a coisa mais óbvia e banal que todo mamífero bípede deveria saber mas TODO MUNDO parece esquecer por completo: o Dallas NÃO PODE deixar o David West livre na cabeça do garrafão nas jogadas decisivas. Se ele acertar mais um arremesso dali só porque ninguém nem sequer sabe quem é esse tal de West, eu vou vomitar.
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Rockets vs Jazz
por Danilo
O que o Rockets precisa para vencer a série: O maior problema do Houston nessa série é o jogo de garrafão. Na série contra o Jazz nos playoffs passados, a maior dificuldade foi em descobrir um modo de marcar dois jogadores de garrafão com características tão diferentes, Boozer e Okur. O turco é um problema defensivo porque fica passeando pela linha de 3 pontos, e Boozer pode jogar tanto debaixo da cesta quanto arremessando de meia distância. O Houston terá que conseguir colocar em quadra uma escalação equilibrada capaz de marcar tanto Boozer quanto Okur sem, ao mesmo tempo, perder toda a capacidade ofensiva do outro lado da quadra. Os melhores defensores de interior no elenco são Chuck Hayes e Mutombo, completamente nulos no ataque. Os novatos Luis Scola e Carl Landry, por outro lado, têm problemas defensivos embora sejam excelentes ofensivamente. Saber equilibrar as duas coisas será fundamental sem a presença de Yao Ming.
Além disso, é essencial que Tracy McGrady não queira decidir sozinho. Os melhores momentos da sequência de 22 vitórias seguidas aconteceram apoiados por um forte jogo coletivo, com T-Mac sabendo dar aquele “passe a mais” que faz toda a diferença. Quanto mais T-Mac forçar os arremessos, quanto mais ele quiser decidir para finalmente se ver livre da maldição de nunca ter vencido uma primeira rodada de playoffs, menores são as chances do Houston sair com a vitória.
O Rafer Alston também é uma peça central nas chances do Houston Rockets. Meu odiado Alston é um jogador que tem grande influência para o jogo do Houston, tanto positiva quanto negativamente. Sua vontade constante de decidir é justamente o que faz o Houston perder e vencer jogos, dependendo de como a mira do “Skip to my lou” está no dia. Com Skip no banco, os reservas Bobby Jackson e Aaron Brooks são menos decisivos, participam menos do jogo. Cabe ao Rick Adelman saber quando o Rafer Alston está decidindo para pior e sentá-lo imediatamente.
O que o Jazz precisa para vencer a série: O Jazz deve apostar o jogo o máximo que puder no garrafão, alimentando Boozer e Okur embaixo da cesta. Quanto mais agressivo o Jazz for no garrafão, mais o Houston terá que abrir mão de seu ataque em nome de sua defesa, além de que sobrarão lances livres para o time de Salt Lake cobrar. É importante para o Jazz manter o ritmo de jogo o mais lento possível, e jogar com tranquilidade e segurança. Embora o Houston tenha o mando de quadra, o Jazz sabe que não perderá em casa, bastando apenas uma vitória em Houston para colocar um pé no próximo round.
O jogador que poderá decidir a série é, da mesma forma que nos playoffs passados, Andrei Kirilenko. Ainda que a defesa do Houston seja uma das melhores da liga, contribuições de Deron Williams, Boozer e Okur são esperadas. Basta um jogo ofensivamente considerável de Kirilenko para que as armas ofensivas do Jazz sejam mais do que o Rockets pode segurar. Kyle Korver, vindo do banco, pode ter o mesmo papel. Caso o Jazz se foque no ataque, acertando a mão na execução ofensiva, dificilmente deixará de levar a série para casa.
Do mesmo modo, Paul Millsap pode ganhar o jogo vindo do banco, acertando a mão com pontos de rebotes ofensivos e sendo mais um corpo grande que o mirrado Houston não vai ter idéia de como defender.