>De volta para o futuro

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Brian Cardinal mostra o ano em que ele vai dormir na rua: 2010

A temporada da NBA está prestes a começar, dia 27 de outubro, mas antes mesmo do início da primeira partida já tem gente olhando desesperado para o futuro, para a temporada que começa lá em outubro de 2010. Tudo porque vamos acompanhar agora o último ano de contrato de uma série de estrelas que assinarão novos contratos para a temporada 2010. Ou seja, tudo quanto é time mequetrefe já está sonhando em poder contratar jogadores como Joe Johnson, Rajon Rondo, Paul Pierce, Ray Allen, LeBron James, Shaquille O’Neal, Dirk Nowitzki, Kobe Bryant (se não assinar uma extensão com o Lakers), Rudy Gay, Dwyane Wade, Michael Redd, Amar’e Stoudemire, Manu Ginóbili, Richard Jefferson, Chris Bosh e Carlos Boozer (isso sem falar nos jogadores mais-ou-menos cotados, como Iverson, LaMarcus Aldridge, David Lee, Al Harrington, Udonis Haslem, Yao Ming bichado, Tracy McGrady bichado, Luis Scola, Josh Howard, Kenyon Martin e Tyson Chandler, por exemplo).

É tanto nome importante que, se todos eles assinarem com novos times, a NBA vai parecer uma liga completamente nova. É quase como gibi de super-herói quando zera a numeração, tem várias mudanças, é legal pra quem é pirralho começar a acompanhar, mas no fundo continua a mesma coisa. Algumas equipes, no entanto, dependem dessa safra de 2010 para renascerem. O caso mais evidente é o Knicks, que planejou tudo para que os contratos de quase todo o elenco terminem em 2010 para que possam usar essa grana para contratar novas estrelas e começar a equipe de novo. Muito se fala dos jogadores que poderão ser assinados, das possibilidades do LeBron assinar com o Knicks, e a gente também vai falar muito disso porque está no nosso contrato de dono de blog de basquete começado com a letra “B”. Mas agora vamos tentar uma coisa um pouquinho diferente: de volta a falar no futuro, vamos dar uma olhada nos maiores contratos que acabam nessa temporada e não vão fazer falta, liberando um monte de dinheiro para suas equipes gastarem como quiserem em 2010. Esses contratos antes eram grandes cagadas, burrisses, “no que diabos eu estava pensando pra pagar trocentos milhões pra esse babaca?”, mas agora eles são espaço salarial esperando pra acontecer e vários times vão brigar por eles. É tipo ver gente se estapeando por cocô, é bizarro mas tem seu charme.

Quentin Richardson ($9.352.500)
Tem uns velhos por aí que dizem com orgulho que são da época do Wilt Chamberlain. Eu sou outro tipo de velho, sou um velho da época em que o Quentin Richardson era um bom jogador e tinha o apelido carinhoso de “Quentinho”, excelente nome para personagem de um musical gay. Antigamente ele era um bom arremessador, reboteiro e parte essencial do Suns que jogava na correria. Agora, foi trocado mais vezes desde a temporada passada do que horário de programa do SBT: passou por Clippers, Grizzlies, Wolves e foi parar no Heat. Deram uma mentidinha por lá dizendo que ele será útil para a equipe de Miami com seus arremessos de fora, mas a verdade é que o contrato dele vira farofa e permite à equipe contratar uma estrela para jogar ao lado do Wade (ou então contratar duas estrelas caso o Wade vá embora).

Larry Hughes ($13.655.268)
Quando jogava ao lado do Arenas, o Hughes era incrível. Jogava bem na defesa, pegava muitos rebotes, interceptava linhas de passe e atacava a cesta com agressividade. Era perfeito pro Wizards, enquanto ele se ocupava de infernizar o garrafão, o Arenas ficava arremessando como maluco. O salário de estrela não foi tão absurdo, mas era um daqueles casos de jogador que só funciona num esquema de jogo único. No Cavs, em que era essencial ter arremessadores, o Hughes provou que nunca tinha tacado uma bola para cima. Lesões na mão também comprometeram suas infiltrações, e aí o desastre estava feito: ficou rico e ruim. Tem gente tentando descobrir se o técnico D’Antoni vai dar minutos para o Hughes no Knicks, mas a verdade é que ninguém se importa, ele está lá apenas para depois ir embora e deixar o dinheiro para contratar o LeBron. Quase todo o elenco do Knicks é composto por jogadores que a equipe não quer, apenas está esperando o contrato expirar. É sempre legal de assistir jogadores que sabem como são queridos e que têm futuro na equipe, com isso o Knicks tem tudo pra dar certo – na série B do Brasileirão.

Bobby Simmons ($10.560.000)
Ele fedia, mas aí no último ano de contrato jogou bem pelo Clippers, e todos nós sabemos como é difícil jogar bem numa equipe tão amaldiçoada. Com isso, ganhou o prêmio de jogador que mais evoluiu na temporada e um contrato gordo com o Bucks, que descobriu que gordo era o próprio Simmons também. Nunca mais jogou porcaria nenhuma, teve atuações horrendas pelo Nets nos últimos anos, e ainda assim embolsa dez milhões de verdinhas pra enfiar nas orelhas. Podemos esperar muito do novato Terrence Williams nessa temporada, porque não há qualquer intenção de colocar o Simmons pra jogar sendo que ele está lá só para ir embora mesmo.

Jerome James ($6.600.000)
Mais um caso de jogador que produziu só no último ano de contrato, mas esse é mais ridículo porque o Jerome era uma droga e só produziu num par de jogos de playoffs, quando se saiu bem marcando o Duncan. Com isso, o ganhador do Prêmio Nobel da Física, senhor Isiah Thomas, ofereceu um contrato enorme para o pivô – que aparentemente gastou tudo em comida. Se apresentou ao time obeso, se contundiu em todas as pré-temporadas porque o único movimento seguro para ele é telefonar pro disk-pizza, e nunca entrou em quadra. Legal hoje em dia é reler o Isiah dizendo que o Jerome era o melhor pivô defensivo da NBA – e pensar que o Bulls, que trocou por ele só pra se livrar do contrato, vai ganhar uma grana pra investir ano que vem.

Mark Blount ($7.962.500)
Era pra ser o pivô do futuro do Celtics, tiveram paciência, investiram, treinaram, aceitaram, e até que ele começou a mostrar que talvez um dia desse certo. Mas aí surgiu o Kendrick Perkins e, antes que qualquer um pudesse imaginar do que o Perkins seria capaz, o Blount foi perdendo espaço até ser mandado para o Wolves, que acreditou que ele seria o pivô que complementaria Garnett. Não é que não tenha dado certo, é que deu tão errado que o Garnett até saiu da equipe depois pra jogar no Celtics – ou seja, o Blount foi uma das melhores coisas que aconteceram para o time de Boston, e tudo isso porque ele fede. Agora, é o Heat quem tem a bomba na mão apenas esperando o contrato acabar.

Jermaine O’Neal ($22.995.000)

O coitado do Jermaine já foi um dos alas de força mais legais da NBA, um dos mais talentosos e certamente o que tem mais cara de bebê. Era pra estar por aí dominando a liga como Duncan, Garnett e o resto da elite, mas os joelhos e a porcaria do Pacers não deixaram. O contrato dele é de estrela que carrega o time todo nas costas, e por um tempo foi até verdade, mas agora é uma vitória quando ele ao menos consegue entrar em quadra. Ainda é um bom jogador, quebra um baita de um galho, principalmente para o Heat que não tem um pivô desde que o Shaq debandou. Mas por 23 milhões o Jermaine teria que ser o melhor pivô do Universo e ainda descobrir a cura do câncer! Com o fim do contrato do Jermaine, do Quentinho e do Blount, o Heat pode reconstruir o time por completo – se o Wade sair, aí dá até pra pegar toda essa grana, desistir da NBA e comprar a Alinne Moraes.

Darko Milicic ($7.500.000)
Já escrevemos aqui que essa temporada é a última chance do Darko, se não der certo agora com o Knicks, jogando de frente pra cesta e na correria como ele sempre sonhou, então é melhor ele ir ver o filme do Pelé mesmo. Mas no fundo o Knicks nem se importa: se ele jogar bem e topar renovar por uma miséria, ótimo, tão no lucro; mas se ele jogar mal e não der certo, o salário do Darko soma-se com o do Hughes para garantir a vinda de um LeBron da vida.

Tracy McGrady ($23.239.561)
Como torcedor do Houston, sou o primeiro a dizer que o T-Mac chuta traseiros, domina partidas, é excelente mesmo quando decide armar o jogo e merece um salário de estrela. Mas ele nunca jogou uma temporada completa na vida dele, graças às lesões, e só participou de 35 partidas na temporada passada – e todas elas sentindo dores e tendo que se poupar. Nessa temporada o Houston está sem o Yao Ming, que também virou farofa, e precisa de alguém pra segurar as pontas. Que tal o McGrady? Nada feito: apesar de estar treinando pesado e prometer voltar com a melhor forma física da carreira, seu retorno só está previsto para o meio da temporada. Até lá o astro do time é o Trevor Ariza, que nessa pré-temporada não acertou nem o nome da mãe, enquanto o T-Mac leva 23 milhões pra casa. O Houston quase deu certo, mas não deu, é tipo o Sérgio Mallandro – parecia que ia engrenar e aí foi apresentar pegadinha e sumiu. Tá na hora de usar essa grana pra reconstruir e criar um time que, no mínimo, consiga ficar de pé pra entrar em quadra.

Brian Cardinal ($6.750.000)
Deixei meu favorito pro final. O Cardinal sempre foi um jogador qualquer, desses que está aí só para ser mandado em pacotões de troca de jogadores. Problemas pra conseguir um time, teve que ir jogar um pouco na Europa, mas aí teve uma temporada mais-ou-menos com o Warriors e um par de jogos realmente bons. Era o último ano de contrato e ele seguiu os passos do Jerome James e do Bobby Simmons, impressionando alguém só quando a água bate na bunda. Mas o Grizzlies foi burro o bastante para dar 7 milhões para um jogador que teve DOIS jogos bons – e que, pior ainda, é branco e careca! Essa contratação leva o famoso “selo Isiah Thomas de qualidade”, mas pelo menos o contrato dele acaba esse ano e o Wolves economiza uma graninha pra dar pro Ricky Rubio quando ele deixar de frescura e quiser ser milionário na NBA.

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