>Draft 2011 – Força Nominal

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De que seu time precisa no draft? De um cara chamado Byiombo, claro!

Tem gente preocupada com o Bola Presa, achando que a gente morreu ou desistiu, e por isso fazendo greve de fome ou xingando muito no Twitter – sinal dos novos tempos. Com o fim dos playoffs, o Denis dando as últimas pernadas em sua viagem pela galáxia e eu todo embananado com textos acadêmicos indutores de coma profundo, demos uma pequena pausa nas atividades por aqui. Mas foi apenas por uma semana, não é mesmo motivo para drama. Prometemos voltar no fim de semana passado, não deu, não somos muito bons com promessas, mas agora estamos de volta. Mais ou menos.

As únicas promessas que a gente sempre consegue manter são os prêmios alternativos que damos ao fim da temporada regular da NBA, e o “draft por Força Nominal”, uma previsão de quem será escolhido no draft de acordo com o nome de cada um dos elegíveis – mas esse a gente só consegue manter tradicionalmente todo ano porque não é a gente que escreve!

O draft de Força Nominal é escrito pelo Sbub, nosso leitor, amigo, dono de franquia no fantasy Bola Presa, e PhD em força nominal. O conceito é melhor explicado em seu primeiro draft, o de 2008, e é obrigatório ler se você é novato aqui no blog. Vale também acompanhar o sensacional trabalho do Sbub no draft de 2009 e no draft de 2010, provas de que ele faz parte de nossa tradição anual e que para ele, sim, promessa é dívida!

O draft de verdade acontece hoje às 20h, e para saber quem são os jogadores mais badalados o melhor lugar é o draft por consenso do NBA.com, em que eles juntam as previsões dos melhores sites sobre draft do planeta, dá para conhecer mais sobre cada jogador e ficar brincando de futurologia. Só está faltando para o NBA.com colocar junto o draft de Força Nominal, né?

Em breve voltaremos com a também tradicional análise do Denis dos escolhidos no draft, com as notas para as escolhas de cada time, mas dessa vez pode demorar um pouco porque ele ainda está passeando pela Via Láctea. Mas, bem, não teremos Summer League esse ano e a NBA pelo jeito vai entrar mesmo em greve, então pra quê ter pressa? Por enquanto, vamos ficar com a coisa mais legal e divertida do draft: a Força Nominal!

Draft 2011 – Força Nominal (por Sbub)

1. Bismack Byiombo – Cavaliers
Após o fracasso na Copa de 86 e o declínio físico de Zico, o Brasil buscava um meia talentoso, que armasse e chegasse na frente, compondo com Careca, Renato Gaúcho e com os promissores Muller, Romário e Bebeto. Tentaram o Silas, tentaram o Valdo, tentaram o Neto. Nenhum vingou por motivos muito distintos. Tentaram também o Bismarck. Que também não deu certo. Mas mesmo assim, foi um jogador muito maneiro.
Bismarck também era o nome de um nobre prussiano que uniu a Alemanha, de uma cidade pequena na Dakota do Norte, que aparece naquele filme Fargo, e de uma ilhota na Oceania.
Byiombo é um nome que remete a um objeto em português que pode significar defesa forte. Ou melhor, imagine alguém que faz corta-luz como um biombo? 
Por sorte, o atleta não se chama Bismarck e sim Bismack. A exclusão do R certamente é uma manobra divina para reduzir a força nominal do cara. Se ele se chamasse Bismarck, sua força nominal atingiria proporções cósmicas e poderia inverter os pólos da Terra. Como ele se chama Bismack, talvez o máximo que ocorra seja um lock out que atrase a temporada em alguns meses. 
Mesmo assim, o indivíduo tem um nome com B duplicado, vem de um time com força nominal (Balocesto Fuenlabrada), tem uma grafia estranha e rima com Mutombo.
Puxa, como eu gostaria de me chamar Bismack Byiombo. Eu teria sido um jogador bem melhor. Ou, no mínimo, a primeira escolha em um draft de força nominal!
2. Eres Kanter – Timberwolves

Jogador: Eres Kanter. Quesito: estranheza. Dez…Nota dez! 
Se o Eres Kanter fosse uma Escola de Samba e houvesse o quesito estranheza, certamente ele tiraria dez. O nome “eres” já seria bizarro em português, imagine em inglês. O nome parece compor com o sobrenome, criando um único nome mucholoco “ereskanter”. 
Eres Kanter consegue ter um nome doido sem apelar para nomes grandes e cheios de consoantes e soa tão bem que certamente dará um salto e convencerá os managers de que ele merece ser a segunda escolha do draft.
3. Donatas Montiejunas – Jazz
O leste europeu é pródigo em fornecer jogadores com grande força nominal à NBA. Na verdade, os grandes jogadores que de lá vieram não tinham necessariamente um supernome (Toni Kukoc? Faça-me um favor! Petrovic é vulgar, mas com Drazen até que é maneiro). Porém, os managers acreditam inconscientemente que quanto mais esquisito é o nome, mais europeu é o jogador. 
O Montiejunas, a princípio, pode até parecer mexicano, mas, acreditem, não existe naquele país o hábito de dar nomes parecidos com Montezuma. Donatas é lituano. Ainda assim, se o jogador fizer sucesso, podemos imaginar manchetes como “A vingança de Montiejunas”, quando ele ganhar e “O Mal de Montiejunas”, quando ele perder. 
Lituano-mexicano? Escolhido! Na posição de número 3.
4. Markieff Morris – Cavaliers

Quem acompanha o draft de força nominal há anos aqui no Bola Presa sabe o valor que iniciais duplicadas tem. Markieff Morris combina um sobrenome classudo com um nome intrigante e, porque não, marcante. 
Um nome com tanta sofisticação chamaria atenção num armador puro. Mas num promissor power forward vai chamar mais atenção. 
Melhor caso nominal: Pau Gasol. Pior caso nominal: Arvydas Sabonis
5. Brad Wannamaker – Raptors
Brad é um desses nomes em inglês que sempre cai bem, como Bill ou Greg. Passa uma impressão de alguém descolado para ter um nome curto, quase um apelido. Mas se este nome for composto com sobrenomes vulgares, como Johnson ou Smith, a legalzeza se converte em neutralidade. Quando ele vem acompanhado de um bom sobrenome, torna-se um suporte perfeito.
Brad Wannamaker soa, de cara, como o nome de um músico secundário de uma banda com algum sucesso no mundo do jazz. A sonoridade vem acompanhada de signicado. Wannamaker é o cara que quer fazer. E playmaker é como se chamam os armadores que dão grandes assistências. O que explica porque o jogador passou de small forward a armador ao longo da carreira.
Melhor caso nominal: Steve Nash. Pior caso nominal: Ivano Newbill
6.JaJuan Johnson – Wizards
Primeiros nomes com duas maíusculas foram febre nos drafts anteriores, culminando na existência do DeMar DeRozan. Sem grandes resultados na NBA, o artifício nominal saiu de moda. Mesmo assim, este draft traz um representante da tendência. A inovação, aqui, é iniciar o nome com Ja, em vez de De ou Da. Isso traz um nome com três iniciais repetidas, elevando ao cubo a potência de um nome inicialmente ridículo. Em meio a tantos nomes interessantes, o triple J sobressairá e será escolhido no sexto lugar e irá para o Washington Wizards.
7. Kyrie Irving – Kings
Kyrie Irving é um nome a princípio estranho, mas que soa mais divertido cada vez que se pronuncia. Com a semelhança entre ie no final do nome e o i no começo do sobrenome, poderia se imaginar uma transição suave e um nome quase único. Mas não. Existe uma pausa obrigatória que te faz dizer cairi(pausa)ârvin. 
Seria mais usual se ele fosse um ponta-esquerda da seleção da Irlanda, mas ele calhou de jogar basquete, e bem, nos Estados Unidos. Então a beleza exótica de seu nome falha em termos de adequação, mas ganha algum destaque em um draft fraco em relação a outros nomes.
8. Brandon Knight – Pistons
Brandon – nome maneiro. Knight – o cavaleiro, o fidalgo, o varão ou o cavalo no jogo de xadrez. Precisa de mais alguma coisa? Brandon Knight para solucionar o jogo de xadrez que virou o elenco do Pistons
9. Jonas Valaciunas – Bobcats
Outro representante do Leste Europeu, só que com um nome menos forte que Donatas Montejiunas. Por possuir as mesmas características, mas ao perder em todos os quesitos pro Donatas, cai por comparação. Mas não precisa sair da salinha verde. 
Melhor caso nominal: Drazen Petrovic.  Pior caso nominal: Zeljko Rebraka
10. Kemba Walker – Bucks
Outro representante da classe de nomes que soam bem como se fossem um só, Kemba Walker é prejudicado pela presença de Eres Kanter no mesmo draft. Ainda assim, Kemba é forte e poderá dizer para sempre que foi uma escolha top 10 e no futuro ser conhecido como Bucks’ Kemba Walker. Vai Kemba!
11. Malcom Lee – Warriors
Uma coisa que vocês (é! vocês!) precisam aprender é que a força nominal não é só de nomes estranhos. Lee é um sobrenome que potencializa o que o nome traz. Por exemplo, Courtney Lee é um nome péssimo porque Courtney é ruim. David Lee é um nome médio, porque David é neutro. E Malcom Lee é um bom nome porque Malcom é legal. 
Melhor caso nominal: Bruce Lee.  Pior caso nominal: Rita Lee
12. Jimmer Fredette – Jazz
Em português, Freddette soaria meio afeminado, mas em inglês isso não acontece. O pai de Freddete percebeu o potencial do filho e não escolheu um nome comunzão, como Jimmy. Colocou Jimmer Fredette, deu uma bola de basquete quando o menino completou um ano e torceu. Sua torcida deu certo, papai, e Jimmer Fredette irá para o Jazz. Se for um bom menino, ficará por lá. Se for um mal menino, será trocado por um pivô reserva. 
13. Tristan Thompson – Suns 
Tristan Thompson é uma combinação de um nome estranho e um sobrenome comum. Se fosse no Brasil, em vez de jogar basquete ele se chamaria Tristão Ernesto de Carvalho Filho e seria médico, deputado por um partido liberal e nome de rua. 
 
14. Tobias Harris – Rockets
Eu tenho um amigo que um dia ganhou uma cadela e botou o nome de Tobias. Perguntado do porque, ele disse que achava esse nome lindo. Em nenhum momento ele desconfiou que isso fosse um nome de homem. Desde então, o nome Tobias me intriga. Se me intriga, imagina para um gerente de basquetebol americano que nunca viu esse nome e fala tall-be-as. Nessa altura do draft, só o Spurs sabe o que está fazendo. Então o Rockets dirá que Harris é uma boa aposta para um small forward que atue bem dos dois lados da quadra, que o Tenesse é uma Universidade que traz bons valores, como disciplina tática e treinamento duro. Mas, no fundo, ele será escolhido porque se chama Tobias.
Melhor caso nominal: Shane Battier. Pior caso nominal: Ryan Gomes
15. Kahwi Leonard – Pacers
Kahwi é um nome de índios da América do Sul ou um nome japonês? Leonard é nome e sobrenome? Estas perguntas martelarão a cabeça de Larry Bird até o dia do draft. Os olheiros do time recomendarão Marshon Brooks, mas Bird não conseguirá desviar os olhos de Kahwi Leonard. Então ele vai argumentar que ele tem mais velocidade lateral e escolherá Leonard. Vai dar um abraço e dizer “Welcome onboard, Kahwi” e sentir-se satisfeito. 
Fora do draft por fraqueza nominal: Lucas Bebê – Ninguém
Os ufanistas que me perdoem, mas se tem um nome com força nominal negativa, é o do brasileiro Lucas Bebê. Primeiro que Lucas é nome de jogador de vôlei e não de basquete. Segundo, Bebê é obviamente algo que traz denotações de debilidade e tibieza. Não bastasse, Bebê seria o terceiro nome de um jogador brasileiro ligado a humanos na primeira infância: Nenê, Baby e agora Bebê. Se fosse só o Nenê, talvez desse um ânimo. Mas quem é que vai draftar o sujeito cujo nome é tradução pro português de Baby? Ninguém. 
Para quem não entendeu porque ele saiu do draft na última hora, o fato dele perceber que precisa convencer a todos de que não se chama Lucas Bebê explica integralmente a decisão.
Enquanto lamento este nome, aguardo ansioso pela candidatura ao draft de Jordan Burger. Aí sim o Brasil terá um nome candidato para uma das cinco primeiras escolhas do draft, jogo dos novatos e all star game nominal.

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