>Draftados em 2001 – O Top 3

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É duelo de número 1 contra número 2! Pura emoção!

Um dos nossos posts antigos que mais fez sucesso na sua época (2007!) foi uma análise que o Danilo fez do famoso Draft de 2003, conhecido por ser um dos melhores de todos os tempos ao revelar jogadores como LeBron James, Carmelo Anthony, Dwyane Wade, Chris Bosh, Chris Kaman, Kendrick Perkins, David West, Josh Howard, Mo Williams, Leandrinho e muitos outros.

O esquema do post é bem simples, comenta-se um por um todos os jogadores escolhidos na 1ª rodada, e alguns da 2ª rodada. O objetivo é rever a carreira de cada um e principalmente comparar o que aconteceu com eles com o que se esperava quando foram escolhidos. E no final, de bônus no DVD pra quem for assinante do blog, ainda refazemos a ordem do Draft de como ele seria feito hoje, com o conhecimento que temos daqueles times e do que cada jogador se tornou. Em 2003 isso mandou o Darko Milicic da 2ª para a 17ª posição e o Leandrinho dentro do Top 10!

Mas já que fizemos com um dos melhores Drafts, por que não fazer agora com um bem mais contestado? Não chego ao extremo de tratar do Draft de 2000 porque não quero afastar as pessoas ainda mais da NBA, mas vou pegar aquele bem capenga que aconteceu um ano depois.

Então bora lá, Draft de 2001, aí vamos nós!

1- Kwame Brown (Washington Wizards)



Já começamos assim mesmo, chutando o pau da barraca! Há pouco para falar de Kwame Brown depois do post especial que já fizemos contando toda sua trajetória: família pobre de uma cidade minúscula, todas as expectativas do mundo sobre suas costas, cabeça fraca, nenhuma experiência em basquete universitário (nenhuma experiência de vida, aliás), a pressão de ser a 1ª escolha do Draft e ainda ser o principal parceiro do Michael Jordan que voltava à NBA no Wizards. Se isso já poderia ser o suficiente para explodir com os miolos de muita gente boa, imagina com o frágil Kwame!

O que aconteceu com ele nesses últimos 10 anos também todos devem se lembrar, já que ele nunca deixou de ser notícia e oficialmente a maior piada da década dentro da NBA. Foram anos esquentando o banco no Washington Wizards e depois uma bizarra ida para o Los Angeles Lakers, onde virou símbolo (talvez ao lado de Smush Parker) de como era ruim o elenco de apoio de Kobe Bryant nos anos pós-Shaq. De lá foi piada pela milésima vez ao ser trocado por Pau Gasol, mostrando o que aquele Lakers era realmente capaz com um jogador decente de garrafão. Em Memphis, Detroit e Charlotte se manteve na liga como um razoável defensor que atua alguns discretos minutos por partida.

O Wizards obviamente deve se arrepender de tê-lo escolhido, mas acho que erro pior foram os sacrifícios que fizeram em nome do Jordan. Prejudicaram muito a carreira da jovem equipe que tinham em mãos (além de Kwame, Brendan Haywood, Hubert Davis, Etan Thomas e outros) os colocando de lado em nome dos veteranos que Jordan pediu para ajudá-lo a voltar para os playoffs. Nunca saberemos, mas existia uma magra possibilidade do Kwame Brown ter se tornado um jogador bem melhor se não passasse por todos os traumas que aquele seu primeiro ano de NBA proporcionou.

O que muita gente ainda não entende é como ninguém percebeu que o jogador seria um fracasso. Alguns culpam o Wizards por tê-lo escolhido, mas foi um erro geral de percepção, veja o que o especialista NBADraft.net dizia sobre Kwame Brown na época do Draft de 2001:

“Como Garnett, Kwame tem um ótimo atleticismo. Já é mais forte do que KG e pode se transformar em um jogador mais com o estilo de Chris Webber no garrafão. Corre muito bem pela quadra, tem ótima impulsão. Tem bom passe e ótimo controle de bola para alguém do seu tamanho. Ótimo toque no arremesso e isso só deve melhorar. Jogo de costas para a cesta é sólido, é muito bom nos tocos”.

Como já diria a internet, é tudo isso mesmo, só que ao contrário.

2- Tyson Chandler (Los Angeles Clippers)
Mandado no dia do Draft para o Chicago Bulls em troca de Elton Brand



Não tô aqui pra ficar humilhando o pobre NBADraft.net, coitados. Já me ajudaram muito a conhecer alguns pirralhos desconhecidos que cobiçavam a NBA, e para mostrar a minha gratidão vou mostrar como eles acertaram em cheio com o Tyson Chandler:

“Caras tão altos com esse atleticismo aparecem uma vez a cada 10 ou 20 anos. Chandler é excelente nos tocos e joga com muita vontade. Tem chance de ser um jogador especial em alguns anos, mas ainda não tem maturidade para entrar na liga. Tem vontade de jogar mais longe da cesta, mas não tem o talento com a bola para isso”

Mãe Dinah, tarô e búzios não teriam feito melhor trabalho. Em uma entrevista a Bill Simmon logo após o seu título com o Dallas Mavericks, Chandler disse que hoje percebe que entrou na NBA completamente despreparado para jogar entre os profissionais, e que estar em um time ruim como aquele Bulls só deixava as coisas piores para um cara acostumado a ganhar nos tempos de colegial. Ele entendia pouco de basquete, não tinha com quem aprender, perder o frustrava e por ser a 2ª escolha do Draft ele mesmo se colocava a pressão de ter que chegar na NBA dominando o jogo por completo.

A sorte foi que ele aprendeu a ter paciência, amadureceu e não se perdeu até achar uma situação onde conseguiu começar a render. Foi só no New Orleans Hornets, na longínqua temporada 2006-07, treinado por Byron Scott e recebendo mil pontes-aéreas do Chris Paul, que ele passou a usar o seu talento físico e técnico para algo de útil. Chegou à NBA com 19 anos e foi começar a render aos 25, então embora ele diga que não se arrepende, uma faculdade no meio desse processo provavelmente não teria feito mal a seu jogo.

Se hoje existe uma regra que obriga os jogadores de colegial a passar pelo menos um ano na faculdade, Tyson Chandler é uma das inspirações. Ah, e um dado curioso, no seu último ano de colegial Chandler acabou a temporada com médias engraçadíssimas de 26 pontos, 13 rebotes e 7 tocos por jogo! Pobres adolescentes que tentaram fazer bandeja em cima dele.

3- Pau Gasol (Memphis Grizzlies)



Vai parecer piada, mas sabiam que quando o Pau Gasol chegou na NBA os críticos diziam que sua posição natural era de small forward, a posição 3? E alguns ainda dizem que mesmo com seus 2,13m ele poderia até jogar na posição 2! Dá pra imaginar isso? Queria ver ele marcando o Dwyane Wade. O que mais valorizavam em Gasol quando ele chegou na NBA era o seu lado Nowitzki, um jogador alto que sabia driblar, controlar a bola e acertar arremessos de média e longa distância.

Essa valorização pode ser explicada pelo contexto histórico. Aquele era um tempo em que os grandes jogadores de força dos anos 90 já estavam aposentados ou em final de carreira, caras como Patrick Ewing, Hakeem Olajuwon e Charles Barkley, que gostavam de jogar perto do aro. No lugar deles estavam aparecendo garotos que mesmo com o corpo de jogadores de garrafão, eram caras que se sentiam mais confortáveis acertando bolas de 3 pontos e jogando fora do garrafão, com mais técnica que força. Era a época áurea de Rasheed Wallace, Chris Webber, Kevin Garnett e do começo da ascenção de Dirk Nowitzki. O maior vencedor dessa geração, Tim Duncan, era um híbrido entre os dois estilos.

Por isso que é curioso e até surpreendente que Pau Gasol tenha ido pelo caminho oposto do que era tendência da época e trabalhado seu jogo de garrafão e seu físico quando chegou aos EUA. Talvez tenha sido por acaso também, já que o Memphis Grizzlies no mesmo ano escolheu Shane Battier, um jogador clássico da posição 3 que chegou para ser titular. Mas acaso ou não, fez com que Gasol se desenvolvesse em um estilo de jogo que acabou por o consagrar. Hoje ele é considerado por muita gente como o jogador com o jogo de garrafão mais refinado da liga, nada mal para um small forward. 

Essa é uma série de posts para a gente ver como as coisas mudam demais com o passar dos anos. Veja esse duelo entre o jovem Gasol (de cabelo curtinho, bem estranho) e do Kevin Garnett. Quem iria dizer que alguns anos depois o KG estaria fazendo o espanhol ser chamado de soft por aí? E o que aconteceu com esse Gasol provocador que coloca a mão atrás da orelha e chama a torcida pro jogo? As coisas mudam rápido demais nessa liga.

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No próximo post fechamos o Top 10. E se preparem, teremos a presença de um de nossos gordinhos-símbolo!

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