>Duelos pessoais

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Deron, assoprar o Billups não vai deixar seu trabalho mais fácil

A defesa na NBA já foi feita só no mano a mano, até uns bons anos atrás os times não podiam fazer defesa por zona para tentar lidar com jogadores que não conseguiam ser parados, era ilegal. Mas mesmo agora que a zona é aceita pelas regras da liga, a cultura da NBA ainda é a de deixar os jogadores lidarem individualmente com seus adversários. A defesa por zona existe, mas é mais um recurso a ser usado em momentos específicos do jogo, contra alguns jogadores em especial, do que algo cotidiano.

Isso faz com que um ou outro jogo possa ser decidido só pelo fato de um cara ter características que não conseguem ser defendidas pelo seu marcador individual do outro lado. Situações assim acontecem durante toda a temporada, mas ficam mais expostas durante os playoffs, quando os jogos ganham mais atenção e os times se enfrentam por até 7 vezes seguidas.
Listo e comento aqui alguns dos duelos individuais que já começaram a decidir algumas das séries de primeira rodada.
Kevin Durant x Ron Artest
Esse duelo é decisivo porque o Thunder depende muito do Durant para marcar pontos. Quando ele tem dias ruins ou quando não consegue arremessar, ao invés de rodarem uma jogada para outro jogador, insistem até o fim em conseguir colocar a bola nas mãos do Durant. Não dá pra culpar eles, essa estratégia deu certo durante os 82 jogos na temporada regular.
Assisti a muitos jogos do Thunder nessa temporada porque o time é bastante empolgante, divertido de assistir, e posso dizer com muita segurança que ninguém sacou tão bem como o Artest o que é necessário para marcar o Durant. O segredo está em impedir que o Durant receba a bola onde quer, forçando ele a ter que passar por milhares de cortas até receber a bola só no meio da quadra. Depois que ele recebe é difícil de pará-lo porque ele é parente do Tayshaun Prince e tem braços gigantes que fazem ele arremessar por cima de qualquer marcador. Não preciso dizer que tem muito defensor na NBA que sabe dessa teoria e nunca conseguiu colocar na prática.
Sem o Durant marcando os pontos, o Thunder parece um pouco perdido, mas já melhorou bastante no jogo 2 em relação ao jogo 1, principalmente porque o Russell Westbrook é o segundo melhor jogador do time e sabe se virar sozinho. Mas jogar melhor não quer dizer que o Thunder vai ser capaz de vencer um jogo do Lakers enquanto o Durant não souber como se livrar do Ron Ron e seus cabelos loiros.
Al Horford x Kurt Thomas
No preview dessa série eu disse que o Horford ia ter que provar que era um ótimo jogador e mostrar o porquê de ter sido chamado para o All-Star Game desse ano. O duelo entre Bucks e Hawks no perímetro era bem nivelado e a grande diferença nos elencos era que o Bucks havia perdido o Andrew Bogut, seu pivô. Se o caminho mais fácil para a vitória do Hawks era pelo garrafão, era a hora do Horford ser mais utilizado no ataque.
O Atlanta percebeu isso e nos dois primeiros jogos da série o Horford foi parte atuante do sistema ofensivo do time. Geralmente as bolas ficam entre Joe Johnson, Mike Bibby e Jamal Crawford, sobrando para o Horford apenas em algumas trocas de marcação. Mas agora não, isolam ele lá no meio algumas vezes e deixam ele se virar contra o Kurt Thomas, e tem dado muito certo!
Se o Bucks quer levar essa série a 7 jogos e salvar a minha previsão que parece cada vez mais furada, o Kurt Thomas precisa segurar o Horford, tanto nos pontos quanto nos rebotes. O problema é que provavelmente o Thomas até sabe como fazer isso, mas seu corpo idoso não responde, só pede por sopa e palavras-cruzadas.
Deron Williams x Chauncey Billups
Uma coisa bem legal desse duelo é que o confronto entre Nuggets e Jazz é muito imprevisível. Porque mesmo se o Durant jogar muito, ainda seria uma zebraça se o Thunder eliminasse o Lakers, fazendo o duelo entre Artest e Durant divertido, foco da série, mas não como o grande fator de decisão. Mas já nessa série, com os dois times tão nivelados, a atuação dos armadores pode ser muito bem o que vai decidir o classificado.
Embora nenhum dos dois tenha jogado mal até agora, quem jogou ainda melhor foi quem levou o jogo pra casa. Na primeira partida o Billups foi o maestro do Nuggets, distribuindo bolas para o Carmelo Anthony e o JR Smith arrasarem no quarto período, já no jogo 2 foi a vez do Deron Williams não só acertar todos os arremessos decisivos para o Jazz como também impedir que o Billups fizesse os seus.
Nenhum dos dois é muito melhor que o outro e nem tem características muito diferentes. Ambos são fortes, gostam de abusar dessa força quando enfrentam armadores mais baixos ou mais fracos, os dois tem bons arremessos e gostam de segurar bastante a bola durante a posse de bola do seu time, esperando e assistindo a movimentação dos seus companheiros. Essa semelhança dá um charme especial ao duelo e o tempo que cada um passa com a bola em mãos comprova o quanto esse duelo pessoal pode e deve ser o principal fator de decisão para essa série.

Nowitzki x Todo mundo no Spurs
Enquanto escrevo esse post o Spurs está enfrentando o Mavs no jogo 2 da série. No primeiro o Nowitzki só errou dois arremessos, fez 36 pontos e destruiu todos os seus marcadores, desde os nanicos Keith Bogans e Richard Jefferson até Antonio McDyess e Tim Duncan, alguns eram muito baixos, outros pareciam muito lentos ou perdidos demais pra marcar o Dirk no perímetro. Sempre que o Spurs ameaçava apertar o jogo era só jogar a bola no Nowitzki que ele fazia uns pontinhos e mantinha o Mavs na frente.
No jogo que estou vendo agora a história é outra. Sem Dirk, com duas faltas nos primeiros dois minutos de jogo, o Spurs abriu 10 pontos de vantagem. Depois o alemão voltou, mas foi como se não tivesse voltado, porque não acerta um arremesso nem que sua vida dependesse disso. Não que esteja sendo bem marcado, ele já perdeu vários arremessos livre ou com a marcação distante, mas essa atuação abaixo da média dele está sendo traduzida em uma vantagem de 16 pontos para o Spurs!
Isso mostra que se o San Antonio arranjar algum jeito mais seguro de parar o Nowitzki, eles tem muitas chances. Só que ele não vai arremessar tão mal todos os jogos se não for bem marcado, então eles precisam de qualquer um para fazer esse trabalho até o fim da série. Sem os pontos dele o Dallas é muito menos eficiente no ataque, o time perde confiança e aí o Spurs pode fazer o jogo de placar baixo e ritmo lento de que tanto gosta. Claro que no jogo de hoje ajuda o fato do Richard Jefferson estar fazendo o melhor jogo dele na temporada pelo Spurs, mas isso já é outra história.
Vou acabar o post antes do jogo terminar, mas se o Dallas virar com o Nowitzki acertando seus arremessos será a prova de que o duelo de qualquer um versus o Dirk é o que vai decidir se o Spurs consegue ou não passar pelo Mavs. Se o Dirk continuar mal vamos ver no próximo jogo se eu estou certo e ele volta a jogar como antes, derrotando o Spurs, ou se é alguma modificação do Popovich que começou a incomodar o alemão.

Amar’e Stoudemire x Marcus Camby
Quando o Marcus Camby ganhou o troféu de melhor defensor da NBA há algumas temporadas eu reclamei bastante. Disse na época que era um prêmio dado para as estatísticas, não para o defensor. Os números de rebotes e tocos do Camby impressionavam, mas isso não queria dizer que ele defendia bem no um contra um, e ser bom só em rebotes e na cobertura é útil, mas não o bastante para alguém ser eleito o melhor defensor da liga.
Ainda acredito nisso tudo e acho aquele prêmio ridículo, mas o Marcus Camby me impressionou no primeiro jogo da série contra o Suns. Ele marcou o Amar’e Stoudemire por boa parte do jogo e foi essencial para que o ala do Suns, que estava com média de quase 30 pontos nos últimos meses, acabasse com apenas 18. Sem o Amar’e o Suns foi obrigado a ver o Nash arremessando mais do que queria e, já que estão também sem o Robin Lopez, se concentrassem unicamente no perímetro, não no garrafão.
Com Amar’e Stoudemire anulado por Camby, o Suns parece um time capenga como o próprio Blazers com seus desfalques, deixando a série sem um favorito lógico. Eu não esperava por essa marcação tão eficiente do Camby e por isso apostei em vitória tranquila do Suns, agora minha previsão e o classificado na série está nesse duelo pessoal.
Daria para colocar alguns outros duelos nessa lista, como o Andre Miller contra o Jason Richardson, Dwyane Wade contra Ray Allen, Carlos Boozer contra Kenyon Martin e ainda outros, mas acho que consegui listar os que pareceram ser mais decisivos após esses primeiros jogos de playoff. Qual outro você teria colocado?
……..
Para os desinformados: Sairam os primeiros prêmios da temporada
Scott Brooks, técnico do Thunder, foi eleito o técnico do ano e Dwight Howard é pela segunda vez seguida o melhor defensor da NBA. Dá pra ver o placar inteiro de votação para defensor do ano nesse link e para o de técnico nesse aqui.
No placar geral do prêmio de defensor é interessante ver como a fama ainda influencia umas pessoas, o Ben Wallace ganhou um voto de terceiro lugar! Acabou empatado com caras que ainda são grandes defensores hoje em dia, como Kendrick Perkins, Kenyon Martin e Matt Barnes. Como diria o Fahel, quem vive de passado é o Pelé e o Ben Wallace. E seguindo a lógica desse placar, o time de defesa do ano deve ser Rajon Rondo, Gerald Wallace, LeBron James, Josh Smith e Dwight Howard, eu não votaria diferente disso!
No de técnicos eu fiquei feliz em ver o Scott Skiles em segundo lugar, o que ele fez com esse time do Bucks não só merecia um prêmio mas também uma estátua e feriado nacional.

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