>Duelos pessoais

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A bengala e a boina xadrez do Kidd não aparecem na foto

O que não faltam nos playoffs são caras se enfrentando por 48 minutos por trocentos jogos em sequência. Uma escolha mal feita de marcação, um cara que conheça demais a fraqueza do outro, e tudo estará perdido. Aqui está a lista com os duelos pessoais mais interessantes desse início de playoff.

Chris Paul x Jason Terry e Jason Kidd
A disputa originalmente era entre Chris Paul e Jason Kidd. Mas os dois primeiros jogos mostraram como o Kidd não tem mais físico e velocidade para acompanhar Chris Paul. No ataque Kidd não perdeu a visão de jogo e a precisão nos passes, mas as pernas já não acompanham mais. Byron Scott, que foi praticamente expulso pelo Kidd do New Jersey Nets, sabe muito bem disso e passou o aviso para seu novo pupilo, que não pára de atacar Kidd. Na falta de uma máquina do tempo, a solução encontrada por Avery Johnson foi trocar o encarregado da marcação e colocar Jason Terry em cima de Chris Paul.

A solução funcionou na primeira tentativa e Paul não jogou tão bem como nos primeiros jogos. O problema não é perfeitamente solucionado porque do banco vem Jannero Pargo, que muitas vezes divide a quadra com Paul, aí o Kidd tem que ficar em cima de um dos dois, e os dois são rápidos como o diabo.

Thaddeus Young x Antonio McDyess
Eu sei que desligar o computador, sair do Bola Presa e ir acompanhar as novidades sobre o caso “menina-Isabela” parece mais interessante que um duelo entre Thaddeus Young e Antonio McDyess. Mas a verdade é que esse é um dos duelos pessoais mais interessantes dos playoffs até agora.

Maurice Cheeks poderia ter optado por Reggie Evans para segurar o garrafão do Pistons mas ao invés disso decidiu apostar na velocidade e na potência física de Young e seu talento para atacar a cesta, seja para a bandeja, seja para conseguir rebotes ofensivos. O resultado é uma marcação que tem incomodado McDyess ao ponto dele não conseguir se estabelecer embaixo da cesta mas que causa muitos rebotes ofensivos para o Detroit. No lado do Philadelphia eles tem mais uma opção nos contra-ataques e também estão conseguindo rebotes ofensivos. Um duelo esquisito e que abre oportunidades para os dois times.

Ironicamente, os dois tomaram porradas fortes no nariz no jogo 3 da série. Pior para McDyess, que quebrou o nariz e pode não jogar o jogo 4.

Kobe Bryant x Kenyon Martin
O Carmelo não marca ninguém nem por decreto, o Iverson é baixo demais, o Kleiza é branco e o Diawara, outrora conhecido por ser um bom defensor, nem entra em quadra. Então qual a solução para marcar Kobe Bryant?

George Karl apostou em Kenyon Martin. Ele é largo, alto, forte e até por ser baixo para sua posição, é bem ágil. No primeiro jogo pareceu uma decisão correta até o quarto período. Mas no quarto período o Kobe tomou conta do jogo e acertou jumpers, bandejas e principalmente conseguiu faltas para cobrar lances livres.
No jogo 2, a situação fugiu um pouco do controle. Nem Kenyon Martin e nem ninguém conseguiu parar o Kobe por nada nesse mundo. Até o nosso Nenê estava lá colocando a mão na cara do Kobe e nada adiantou. Foram 49 pontos pra deixar a dúvida na cabeça de Karl, quem deve marcar Kobe Bryant?

Tony Parker x Steve Nash
Na série entre Spurs e Suns do ano passado, quem tomava conta dos armadores eram os alas. Bruce Bowen marcava Steve Nash e Shawn Marion, em boa parte dos jogos, ficava em Tony Parker. Isso não fez o Suns ganhar a série, mas fazia o Parker suar bastante pra chegar na cesta.
Nesse ano, com Marion em Miami, o responsável escolhido para a tarefa foi Grant Hill. Mas acontece que a maldição voltou e Grant Hill se machucou de novo nos playoffs, ou seja, sobrou a função para Steve Nash.

Nash é bom no futebol, todos sabemos, mas acho que ele é melhor até em boliche ou boxe-xadrez do que em defesa de basquete. Ontem o duelo foi chave na lavada que o Spurs deu e no recorde da pontos na carreira de Tony Parker. Ninguém esperava que fosse na defesa de um armador baixinho que seria onde o Suns mais sentiria falta de Shawn Marion.

Shaquille O’Neal x Tim Duncan
Mas vamos ser sinceros, se o Marion ainda estivesse no Suns, o problema seria outro: marcar Tim Duncan. Obviamente Amaré não é o cara pra isso e o Suns nem Kurt Thomas tem mais para quebrar um galho. O primeiro jogo mostrou, apesar dos 40 pontos de Duncan, que Shaq era o único cara capaz de dar trabalho pro Duncan no elenco do Suns. O Spurs admitiu isso e usou uma forma bem polêmica para parar Shaq, o hack-a-Shaq.

Esse é o nome para a estratégia de fazer faltas intencionais em Shaq, mesmo que ele esteja fora da jogada para fazê-lo cobrar lances livres. Então ele erra a maioria, o Spurs não toma pontos e ainda obriga o Suns a tirá-lo da quadra. Essa é uma tática velha que já foi usada contra outros jogadores como o Ben Wallace e o Bruce Bowen, mas que ficou famosa com o Shaq mesmo. A regra permite e o objetivo é claro, Gregg Popovich deu uma entrevista bem direta dizendo “Queremos ele no banco de reservas” e pra isso foi capaz de fazer o hack-a-shaq mesmo vencendo por 12 pontos ainda no primeiro quarto. Com isso, o Spurs, de certa forma, diz que Shaq pode parar Duncan e que essa batalha foi perdida, mas com um bom contra-ataque está vencendo a guerra.

LeBron James x DeShawn Stevenson
De todos os confrontos este é o mais pessoal. Muitas provocações, mãos na cara e pouca complexidade tática. O negócio é bem simples, eu marco você, você me marca, eu provoco quando acerto, você provoca quando acerta, e é isso. LeBront tem mais talento, mas se tem duas coisas que o DeShawn sabe fazer é incomodar na defesa e arremessar de 3 no ataque.

Tracy McGrady x Andrei Kirilenko
Nesse duelo aconteceu uma coisa que nunca aconteceria no duelo acima. Um disse que o outro é bom. Uau! Inimaginável pensar no DeShawn falando isso do LeBron. Mas nesse caso o Tracy McGrady disse mesmo que o Kirilenko marcou muito bem ele e que nos dois primeiros jogos ele estava exausto no quarto período devido à marcação do russo.
Kirilenko é bom mesmo e deve continuar fazendo um ótimo trabalho em McGrady que, com seu talento, sempre acha um jeito de ser bom mesmo assim. Mas o resultado dessa série não depende de McGrady ou de Kirilenko. Está nas mãos do irregular elenco de apoio do Houston a vitória ou derrota dos Rockets.

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