>Eles não ficam velhos nunca?

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Peja Stojakovic com a cabeça pra trás estilo Exorcista

Ontem o dia foi polêmico aqui no Bola Presa. Meu texto sobre a torcida do Utah Jazz rendeu comentários demais até de gente que eu nunca tinha visto passar por aqui, acho que ofendeu muita gente. Não sabia que ia ofender tanta gente porque nenhum gordo veio reclamar nas piadas do Randolph e nenhum torcedor do Spurs reclamou nas dez mil vezes que falamos merda do time deles. Mas parece que tiveram três problemas. O primeiro foi que eu generalizei a torcida do Jazz e eles ficaram ofendidos mesmo eu sempre chamando a torcida do Corinthians de maloqueiro ladrão, do São Paulo de bicha e do Bucks de inexistente. O outro problema foi eu ter mexido com religião, o que me fez dizer ainda bem por não ter feito a piada que o Shareef Abdur-Rahim é terrorista ou que o Ray Allen está abandonando o seu time e deixando os companheiros com a bomba na mão só porque o apelido dele é “Jesus“. Não, não mexo com religião mais. O terceiro motivo foi que não viram o texto com bom humor. Pô, vocês realmente levam o Bola Presa a sério? Devem ser tudo pato do Cocadaboa também. Me levar a sério é como encarar os filmes do Brasileirinhas como cinema artístico, simplesmente não faz sentido.

Mas então podemos dizer que eu estava parcialmente errado em dizer que eram racistas, afinal talvez só alguns dos que morem lá insistam em manter a fama que a cidade tem de racista. Talvez eu estava errado em dizer que eles não respeitam o Fisher, talvez só meia dúzia lá não respeite e gritem “câncer”. Mas eu estava certo ao dizer que é a torcida mais chata da NBA inteira! Gritaram nos comentários como se fosse a EnergySolutions Arena, eita torcida que se ofende fácil, parece namorada de TPM! Deve ser coisa da desclassificação. Mas tudo bem, vou ficar ofendido quando falarem que torcedor do Los Angeles Fakers é tudo cuzão convencido que deu com a cara no chão quando o Lakers perdeu do Spurs.

Mas com isso encerro oficialmente o assunto. Se alguém perguntar dele eu vou responder simplesmente “uma linda borboleta”. Não falo mais do Jazz, não falo mais dos branquelos, não falo dos mórmons, não falo do Kyle Korver e nem de mais ninguém que tenha dado adeus à temporada (a não ser amanhã que tem sorteio da ordem do draft!) . Tchau LeBron, tchau Arenas, tchau Dwight e, desde algumas horas atrás, tchau Chris Paul.

Mais importante que o texto do Jazz (pelo menos para os fãs dos outros 29 times) ontem foi o jogo 7 entre San Antonio Spurs e New Orleans Hornets. Em uma série em que os 6 jogos anteriores tinham sido vencidos pelo time da casa, dava a entender um certo favoritismo ao Hornets, mas a experiência e o sangue-frio do Spurs igualavam as condições de vitória dos dois times. Na hora do jogo, o Hornets jogou como se estivesse fora de casa e o Spurs jogou como se fosse mais um jogo comum, mais um jogo de playoff que eles estão tão acostumados a jogar e a vencer.

Digo que o Hornets jogou como nas partidas fora de casa porque atuou sem nenhuma confiança, foi mais de uma vez que o time de New Orleans perdeu bandejas relativamente fáceis (fáceis pra eles, eu erraria todas!) e arremessos sem marcação. Ao ver o Hornets acuado, o Spurs até teve mais facilidade em se defender, já que podia se dar ao luxo de deixar o Hornets queimar arremessos de longa distância e fechar o garrafão. No primeiro tempo o Hornets só atuou naquele ritmo alucinante das três vitórias em casa durante alguns minutos, quando Peja, Paul e Mo Pete fizeram cestas que levaram o Hornets a virar o jogo.

Com calma, porém, o Spurs reagiu e com uma sequência de 15 a 5 venceu o primeiro tempo com boa diferença. A grande diferença nesse primeiro tempo foram as bolas de três do time do Popovich. Ginobili, Udoka, Horry, Finley, todos meteram as bolas de longe e colocaram o Hornets naquele dilema sem resposta do Spurs: dobrar a marcação no Duncan ou não? Quando dobram, o time do Spurs está bem espaçado e se movimenta bem o bastante pra bola de 3, se não dobram o Duncan mata lá dentro, é difícil. No começo do segundo tempo resolveram não dobrar e o Duncan respondeu com umas cestas difíceis que tiraram um pouco da confiança do Hornets para deixá-lo no mano a mano, mas era essa a melhor solução mesmo, Duncan acertou apenas 5 dos seus 17 arremessos na noite passada.

Com a defesa mais controlada, faltava ao Hornets tirar a diferença no ataque. Mas o ataque estava tão bom quanto no primeiro tempo, ou seja, tão bom quanto o Ray Allen no jogo de domingo. Passados alguns minutos, o placar do terceiro período, então o período decisivo em toda série, era de apenas 4 a 2 para o Spurs. O Hornets tinha perdido sua chance e algum tempo depois a diferença estava em dantescos 14 pontos.

Como o Spurs gosta de dar uma emoção pra torcida adversária e só depois fechar o caixão do perdedor, eles deixaram o Hornets encostar de novo. A volta foi, por incrível que pareça, liderada pelo Jannero Pargo. Como o Danilo lembrou durante a transmissão, o Pargo já tinha sido decisivo assim uma vez nos playoffs. Foi em 2005, quando ele estava no Bulls e quase salvou o time de uma derrota para o Wizards. Quase. No último segundo o Gilbert Arenas acertou uma bola decisiva e calou a torcida de viúvas do Jordan.

E mais uma vez o Pargo ficou no quase. Com um minuto no relógio e o Hornets perdendo por três, o Pargo perdeu um arremesso sem marcação de três e na posse de bola seguinte o Tony Parker acertou um longo e decisivo jumper que decidiu completamente o jogo. O sonho da pivetada em derrotar os campeões tinha acabado. Esse foi um daqueles jogos em que falar da experiência parece cliché, mas ficou tão nítida a diferença de como cada time estava encarando o jogo que não dá pra ignorar o assunto, o próprio Duncan disse após a partida: “Nós sabíamos que poderíamos vencer um jogo fora de casa. É apenas confiança, muito jogos na bagagem.”
Foi uma boa resposta para os que passaram os dois primeiros jogos dizendo que o Spurs parecia um time velho. Eles são velhos mesmo, mas isso ainda não parece ser algo ruim, eles sabem usar a experiência a seu favor e sofrer o mínimo com os males de ter muitos jogadores com mais de 30 anos.

Durante todo o jogo, mesmo quando ele estava empatado ou com o Hornets na frente, parecia que era o time da casa que precisava do resultado e que estava desesperado. Sempre pareceu que o Hornets estava correndo atrás e se ajustando ao que o Spurs queria fazer, nunca o contrário. Mesmo quando dava tudo certo pro Hornets, parecia que eles tinham se matado tanto pra conseguir aquilo que não iam conseguir fazer de novo.

Acho que serviu como uma boa lição para o Hornets. Não vejo eles como um daqueles times que sempre ficam no quase, como os que perdem e repetem os erros (estou olhando pra vocês sim, Dallas e Phoenix) no ano seguinte. Acho que o Hornets vai evolur seu jogo ainda mais, vai continuar jogando bonito e vai entrar com a mentalidade forte no ano que vem e por mais anos ainda, palpite de quem é fã do Byron Scott e bota muita fé no Chris Paul.

Mas nem tudo é otimismo, muita gente está arrasada com as finais de conferência. Além dos fãs do Jazz que estão arrasados com tudo, os fãs dos outros times não tem mais para quem torcer. Afinal estão todos acostumados a torcer contra o Spurs e contra o Lakers. Estão acostumados a odiar o Bowen e odiar o Kobe, então pra quem torcer? Não tem jeito, não dá pra torcer, é só acompanhar e assistir ao belo show que os dois times, que tem 8 dos últimos 9 títulos do Oeste, vão dar nessas finais.

No lado Leste não é muito diferente também. O que não falta é gente que odeia o Celtics desde sempre, mesmo nos tempos de coitados deles. E o Pistons é odiado na mesma proporção que são amados, ninguém consegue ser indiferente ao Pistons, e tem os que gostam dos jogadores mas que não se encantam muito com o jogo lento e defensivo deles. Mas a verdade é que não importa! Mesmo que você não goste dos 4 times ou que ache que eles joguem feio, depois de tantos meses de temporada regular inútil você tem a obrigação moral de assistir essas finais de conferência.

Vídeo:

Se você se surpreendeu com o Pargo quase decidindo o jogo é porque não viu os dribles que ele é capaz de fazer. Olha como ele faz esse seu marcador de bobo.

Jogada-show, já diria a RedeTV. Boa, Pargo, até temporada que vem.

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