>Episódio 1

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A foto é tão boa que não vou estragar com
uma legenda de humor duvidoso

O primeiro episódio do Clássico Bola Presa foi contado. E deu o time do Danilo, Rockets 1 a 0. Também começou uma outra série menos importante para este blog, em que o Orlando, assim como o Houston, afanou o mando de quadra.

Cada jogo teve sua história e as duas séries, que acredito que vão ser bem longas, deixaram mais perguntas do que respostas.

Primeiro, qual é o Celtics que vai jogar daqui pra frente? É o que perdeu jogos em casa para o Bulls e que foi humilhado pelo Orlando no primeiro tempo ou é o Celtics que dominou o jogo 7 com uma defesa sufocante que lembrou os playoffs do ano passado e que, novamente com uma defesa assustadora, quase virou um jogo perdido? Acho que nem o Paul Pierce sabe responder.

O Ray Allen disse ontem que é inaceitável o time só acordar quando a água bate na bunda, mas se serve como consolo, o nível do jogo deles quando de repente acordam é nível para fazer até o Cavs suar bastante.

Por outro lado, o Orlando teve um jogo idêntico ao da série contra o Sixers, o que é bizarro! Como você tem um jogo exatamente igual contra times de níveis tão diferentes? Assim como contra o Phila o Dwight Howard dominou os rebotes mas foi discreto no ataque, assim como na série anterior eles tiveram uma movimentação de bola maravilhosa e dominaram o jogo até uma amarelada Dirkesca na quarto período para deixar o jogo disputado de novo.

A mesma amarelada de quando perderam uma liderança confortável em 3 dos 6 confrontos de primeira rodada. A única mudança no time foi que ao invés do grande novato Courtney Lee, que ainda está machucado, o Orlando contou com belas partidas de JJ Redick e principalmente do meu querido jogador ainda disponível para trocas no fantasy, Mickael Pietrus.

A série será definida a favor de quem for mais consistente ou pelo menos mais eficiente em seus momentos bons. O Orlando ontem lidou bem com a perda da vantagem porque jogou muito bem antes, uma distância menor no placar e a vitória já era. Pelo Celtics, se eles pegam no breu quando o jogo estiver empatado (como no jogo 7 contra o Bulls) aí o adversário já era, é Eddie House na cabeça!

A jogada mais curiosa da noite foi quando o Rajon Rondo recebeu um passe da linha de fundo na defesa mas não pegou a bola para não disparar o cronômetro, na linguagem NBAlística ele estava “walking the dog“, levando o cão pra passear. Sempre achei arriscado fazer isso e finalmente tive a prova de que é mesmo quando o Rafer Alston saltou no chão e pegou a bola. A jogada, quando o Orlando liderava por 9, seria tacar o zap na testa do marreco. Mas de alguma forma o Rondo salvou a bola e ajoelhado atirou para ninguém mais, ninguém menos do que Brian Scalabrine, que acertou de três e colocou o Celtics de volta ao jogo.

Depois dessa jogada e de uma bola de 3 do Paul Pierce, a torcida foi ao delírio e durante uns dois segundos até torci para o Celtics ganhar, mas não deu mesmo, não dava mais tempo. O resumo do jogo e essa jogada do Rondo podem ser vistas nesse resumão:

No Oeste, onde realmente interessa, o jogo foi terrível para o Lakers e começou para o Houston como começou contra o Portland, hen hao.

O Kobe estava com um problema na garganta que o impediu de treinar no dia anterior ao jogo e de treinar antes da partida, acho que por causa disso ele começou o jogo arremessando muito, deve ter sido pra se aquecer.

Pior que essa atitude do Kobe é um dos sinais de derrotas do Lakers segundo minha experiência pessoal. Os 3 sinais são:

1. O Kobe arremessa demais (e erra!) no primeiro quarto.
Quando ele começa com essa gana toda é porque quer provar algo a alguém e quando acerta, como no jogo 4 contra o Jazz, é vitória certa. Quando erra é sinal de que ele está num dia que nada dará certo e ele não irá parar de arremessar mesmo assim. Mas que fique claro que apesar desse sinal, o Kobe não chutou tão mal ontem, só falhou na linhas dos 3.

2. O time adversário cobra muitos lances livres.
A defesa do Lakers nem sempre é boa, mas um sinal de que está péssima é quando o time adversário bate muitos lances livres. O Rockets bateu 29 e acertou 26.

3. As bolas de 3 não caem.
Um dos jeitos de marcar Bynum e Gasol é cercar eles de corpos e trombar, usar o jogo físico. Fechar o garrafão também é um jeito do Kobe infiltrar menos. Para abrir o garrafão, as bolas de 3 devem cair. Ontem foram apenas 2 bolas de 3 em 18 tentadas. Fracasso.

Segundo o sábio Phil Jackson, é difícil o Lakers jogar pior do que ontem, então todo mundo, inclusive eu, espera que o Lakers não tenha mais um jogo medíocre na série. O problema desses jogos extremos (seja no dia em que tudo dá certo ou no em que tudo dá errado) é que ele esconde o que foi mérito ou demérito do time em questão e o que foi responsabilidade do time adversário.

Esse jogo forçado do Kobe foi causado pela marcação dura de Artest e Battier (que sangrou feito boxeador depois de uma colisão com o Vujacic), pela saúde que o incomodava ou por que ontem, com razão, não estava confiando nos companheiros? Os lances livres em excesso do Houston foram porque o Lakers sentiu falta do Bynum no garrafão, que saiu cedo com faltas, ou o time simplesmente não tem as armas para marcar o Houston? As bolas de 3 não caíram devido à forte marcação do Rockets ou só foi um dia ruim com a confiança abalada?

O passado dessa temporada indica que foi só um jogo ruim, volta e meia o Lakers é capaz de ser medíocre mesmo. Mas pra quem viu o jogo e a série do Rockets com o Blazers, é também óbvio que o Rockets está numa ótima fase.

Não tenho dúvidas de que o jogo difícil do Lakers foi causa própria e do adversário, falta saber o peso de cada uma e respostas de verdade começaremos a ter a partir do jogo 2 e de maneira mais completa depois de pelo menos um jogo em Houston.

Falemos bem do Houston agora. Primeiro destaque para o Yao Ming, que não só deixou o Bynum com problemas de falta desde a primeira posse de bola do jogo, como também foi perfeito no ataque e fez sua melhor imitação do Paul Pierce ao deixar o jogo gritando de dor no joelho para depois voltar torturando o Lakers. Maldito chinês que não errava jumper!

Destaque positivo para o Ron Artest também, cuja missão principal é parar o Kobe (que, segundo o Artest, é pior que o Brandon Roy) mas acabou se destacando mesmo como força no ataque.

Por não ter um grande marcador de pontos, o ataque do Houston é bem questionado, mas faz tempo que eles sempre acham pelo menos um que salva a equipe. Às vezes, como ontem, é o Artest, outras vezes o Aaron Brooks, outras o Von Wafer e na série contra o Blazers foi o Luis Scola. Eles sempre dão um jeito de fazer seus pontinhos.

Agora o segredo ofensivo para o Rockets se dar bem independente de quem esteja em seu dia de cestinha é o Aaron Brooks continuar sendo agressivo e infiltrando. Isso serve pra todo jogo. É sua agressividade que deixa o time menos estático, acho que com o Alston o ataque do Houston era pior porque ele se empenhava tanto em ser o cara que mais dava bola para o Yao Ming que esquecia da sua função de atacar a cesta. O Brooks combina bem o número de passes para o pivô com jogadas individuais, que eventualmente até acabam com enterradas do Yao, que recebe depois do corte da marcação.

Repito que essa opção tática serve sempre para o Houston, mas na série contra o Lakers serve ainda mais. O LA tem muita dificuldade em marcar armadores rápidos, culpa da idade do Fisher e da limitação do bom Shannon Brown, que roubou o lugar do Farmar no time titular justamente porque o “outro Jordan” não sabe defender. Sempre que o Lakers enfrenta armadores agressivos assim (Deron Williams é meu trauma principal) é desastre certo.

Para se defender melhor dessas infiltrações, o Lakers precisa de ameaças defensivas no garrafão, e aí entra a função do Yao de sempre manter o Bynum ocupado e, se possível, se preocupando com números de faltas.

Ainda teria muita coisa pra falar, essa série vai longe. Os confrontos de Artest/Battier x Kobe, Bynum/Gasol x Yao, Wafer x Vujacic, Brooks x armadores e também dos técnicos tentando impor ritmos de jogo diferentes pra cada equipe renderão inúmeras histórias até o fim da série. Até lá continuo brigando com o Danilo.

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