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A NBA é a liga das estrelas mesmo. Quem joga é o Lakers de Kobe Bryant contra o Utah Jazz de Deron Williams. Todos os times têm esse aposto com o nome de seu jogador principal, são esses nomes que vendem o time. Não era raro ver uns anos atrás mais transmissões na TV do mediano Lakers do Kobe ou do medíocre Cavs do novato do LeBron ao invés de jogos em rede nacional dos fortes, defensivos e coletivos Pistons ou Pacers.
Como a NBA é a liga com mais cara de business no mundo inteiro, é natural que se valorize assim as estrelas, também é mais aceitável porque é na NBA que jogam os melhores jogadores do planeta. Estaríamos aqui metendo o pau no David Stern se ele não estivesse usando Wade, LeBron e cia. pra promover a liga.
Mas tá, usar a imagem dos jogadores como heróis, como ídolos, é muito legal e entendemos os motivos do negócio. Mas o quanto isso vale para o jogo propriamente dito? Essas super estrelas resolvem mesmo? Dá pra ser campeão sem um estrela de primeiro porte no time?
O último sábado me inspirou a falar sobre o assunto porque em todos os jogos tivemos estrelas com atuações muito acima da média. Kobe fez um dos jogos mais impressionantes dos últimos tempos marcando 38 pontos quase que exclusivamente em arremessos de meia distância muito contestados. D-Wade cobrou o escanteio e foi cabecear, já diria minha vó, com pontos de longa distância, com enterradas, tocos, defesa e ainda armou para o resto do time. Chris Paul levou o Hornets, que parece cada vez um time pior, para uma inesperada vitória sobre o Nuggets e por fim o Tony Parker mostrou que o melhor jogador de garrafão de NBA tem 1,90m e é francês.
Dos 4, apenas Tony Parker, que ainda contou com a ajuda de quase um triple-double de Tim Duncan, saiu com a derrota. Kobe, Wade, LeBron e Paul, que não tiveram outra nenhuma atuação espetacular para acompanhá-los, conseguiram vencer.
Ao ver uma atuação brilhante como a do Kobe, por exemplo, pensamos na hora que não dá pra vencer um time com um cara jogando daquele jeito. Parecia que toda vez que o Jazz pensava em fazer alguma coisa pra reagir, o Kobe estava lá pra acabar com eles. Fica a impressão de que o Jazz não vai ganhar nunca porque não tem Kobe Bryant.
Mas ao ver Tony Parker furando a defesa do Dallas o tempo inteiro com as bandejas mais malucas que você pode imaginar e mesmo assim perdendo, você pensa que não adianta nada o cara jogar sozinho se do lado dele tem o Matt Bonner e o Ime Udoka.
A sabedoria popular da NBA diz que um bom jogador ganha um jogo, um bom time vence uma série. E acho que a sabedoria popular acertou dessa vez. Podemos passar horas e horas aqui elogiando cada toco do Wade, cada arremesso impossível do Kobe sobre o coitado do Ronnie Brewer, mas quem vence uma série é sempre o melhor conjunto.