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Ontem foi o dia em que o Warriors foi eliminado dos playoffs, mas pelo o que eu tenho lido por aí, ninguém deu a mínima pra isso. O que tá pegando mesmo é o Ramon Sessions, o novato do Milwaukee Bucks que de repente virou titular, fez a cesta de vitória contra o Wizards e ontem deu incríveis 24 assistências e fez 20 pontos contra o Chicago Bulls.
O número é surreal, mas tem algumas explicações. A primeira é dada por um dos vencedores, Chris Duhon: “Parecia o All-Star Game, ninguém estava jogando na defesa“. Bom, não ter defesa ajuda os jogadores a acertarem seus jumpers, bandejas e enterradas, o que ajuda muito a contar as 24 assistências de Sessions, mas não quero tirar o valor do rapaz. Se bastasse uma defesa ruim para dar tantas assistências, teria gente fazendo isso toda semana quando enfrentasse Grizzles ou Nuggets.
A segunda e mais importante explicação é bem simples: o garoto é bom. Não quero me gabar nem nada, mas nesse post, feito quando ninguém conhecia o blog ainda, eu comentei como o Bucks teve sorte em ter o Sessions sobrando no final do segundo round do último draft. Mas não sou tão foda assim e nem adivinho, o mérito por descobrir Ramon Sessions vai para Jake Chapman, que fez a cobertura dos treinos pré-draft da temporada passada para o site InsideHoops. Todo dia tinha jogos e todos os dias o Chapman voltava dizendo o quanto o Ramon Sessions tinha jogado muito, aqui um trecho:
“Segundo as estátisticas oficiais dadas, Sessions deu 13 assistências essa semana e cometeu apenas um turnover. Isso é impressionante. Eu falei a semana toda sobre sua intensidade e como ele direciona o time na quadra, mas além disso ele é realmente um líder do time que simplesmente não erra. Além disso, é capaz de atacar a cesta e ganhar lances livres”
Mas nos comentários sobre o terceiro jogo do dia 3 foi quando vi o quanto Chapman adorou Sessions e comecei a apostar minhas fichas que ele teria lugar na NBA:
“E temos Ramon Sessions. O cara é espetacular. 16 pontos, 5 assistências e muitas indicações para onde seus companheiros de time deveriam estar. Ele comanda a equipe como um armador deveria comandar. Ele defende muito bem embora precise de mais um pouco de velocidade. Eu amo o seu jogo, sua intensidade e sua inteligência. Quem o escolher no draft irá amá-lo.”
Ponto para o Jake Chapman. Ele não poderia ter acertado mais. Sessions passou boa parte da temporada na D-League mas quando teve sua chance, aproveitou e vai acabar a temporada com muita moral. Espero que com moral o bastante para fazer o novo manager do Bucks, John Hammond, trocar o horrível (como armador, não como arremessador) Mo Williams e que tente usar Sessions no seu lugar.
Mas outra coisa chamou a atenção nos jogos de ontem, foi o final da partida entre Cavs e Sixers. No último minuto o Cavs estava vencedo por um, mas aí o ótimo novato Thaddeus Young deu a vantagem de um ponto para o Sixers. Depois Devin Brown, Louis Williams e Zydrunas Ilgauskas trocaram mais algumas cestas para deixar o Cavs na frente por um de novo. Faltando cinco segundos foi a vez do Louis Williams botar o Sixers de novo na frente.
Aí, com cinco segundos no relógio, LeBron James bateu pra dentro, tomou um toco de Sam Dalembert e a bola caiu na mão de Devin Brown, que, com 0.2 segundos no relógio, tomou uma trombada do mesmo Dalembert, que caia de seu toco.
O jogo acabou, o Sixers foi para o vestiário, mas os juízes ficaram discutindo para ver se davam os lances livres para Devin Brown pela trombada ou não. Pela discussão deles, não havia dúvida de que havia sido falta (como o próprio rosto e atitude do Dalembert acusavam), mas precisavam ver se a falta fora antes de zerar o cronômetro. Como foi mesmo, o Sixers voltou pra quadra e Devin Brown teve a frieza de meter os dois lances livres e ganhar o jogo para o Cavs.
O que quase ninguém discutiu mas que pra mim é o mais óbvio de tudo, foi a andada de LeBron James. No caminho para a bandeja que resultou no toco de Dalembert, LeBron deu no mínimo três passos (o Danilo acha que foram 4) e ninguém marcou a andada! Um apito do juiz na hora da caminhada de LeBron teria apaziguado toda essa confusão, mas mais uma vez, como alertei nesse post aqui, os juízes deixam passar qualquer coisa que as estrelas fazem. E, dessa vez, em um momento decisivo do jogo. O vídeo do jogo, com a andada na parte final, está aqui:
Bom, eu avisei que o Ramon Sessions foi uma boa escolha pro Bucks e que os juízes roubam pro LeBron (e pro Kobe, pro Wade, pro Iverson…). Quem ficou surpreso é porque não lê o nosso blog! E quem acha que eu tô me achando com essa última frase ainda não viu nada, não viu a corrente de ouro que eu uso enquanto escrevo o post do lado da minha puta de luxo. Paz.
Nota:
– Falando sério agora. Recomendo muito que leiam o texto abaixo, que o Danilo traduziu da revista da ESPN, sobre o Rasheed Wallace. É uma das matérias mais legais sobre um jogador da NBA que eu já li.