>Fantasiando a correria

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Se joga, amiga

Nós sempre comentamos dos times que correm muito por aqui, até tentei parar por um tempo para não ser repetitivo mas a verdade é que esses times encantam. Um time que joga rápido e joga bem sempre parece invencível, parece que não dá chances para os seus adversários. E ainda fazem isso usando as coisas que mais botam fogo em uma torcida de basquete: contra-ataque, bola de 3 e enterrada.

Se você assiste e joga basquete há mais tempo pode até não se exaltar tanto com essas coisas, quer dizer, se você não se exalta de jeito nenhum eu sinto informar que você perdeu o amor pelo jogo. Mas o que quero dizer é que depois que você começa a manjar mais do assunto, passa a berrar “OH MEU DEUS!” depois de uma jogada de garrafão do Duncan ou depois de ver o Kobe humilhar alguém com giros e um simples jumper. Uma questão de repertório.
Mas para todo fã comum e uma parte ainda viva do fã hardcore, os times que jogam em velocidade trazem aquilo que lhes faz gostar do jogo. Você não começou a ver basquete porque o Olajuwon sabia fazer ganchos com as duas mãos, mas porque o Jordan corria e voava nos contra-ataques.
Nessa década o Dallas foi o primeiro grande time da correria, mas o que ficará para a história mesmo é o Suns, provavelmente o mais organizado time que já jogou sem defender na história do basquete. O time encantou, rendeu dois MVPs ao Steve Nash e sucumbiu na mão do outro extremo da velocidade e espontaneidade, o Spurs.
Uma coisa curiosa que o Suns simboliza perfeitamente é a relação dos torcedores com a questão show/resultado. Foi quando o Nash começou a distribuir passes em ângulos que a gente não viu em 15 anos de escola que começou o ciclo dos admiradores da correria, que diziam que era o mais puro basquete-arte. Mas foi com o mesmo Suns, depois de transformar esses basqueteiros comuns em torcedores vorazes, que encerrou-se esse ciclo, com a história de que o run’n’gun estava fadado à derrota e que basquete de playoff é defesa.
Então todo mundo volta a perceber que, mesmo com talento de sobra, esses times vencedores como Pistons, Spurs e Celtics uma hora cansam e a gente quer ver magia de novo, a gente quer ver a defesa mas quer ver o ataque como contra-ponto. Difícil descrever como é divertido os defensores do ataque alucinante e os da defesa sólida defendendo seu ponto como se fossem democratas e republicanos: os dois defendendo a mesma coisa por meios diferentes e os dois sem a razão completa.
Então depois de encantar, de decepcionar e de até tentar mudar de partido, cá está o Suns de novo. Desistiu de tentar virar um time mais defensivo e voltou a correr. Depois de duas semanas de temporada o Suns é o melhor time da NBA, o Nash é líder em assistências por jogo, o Frye está aproveitando sua última chance, eles tem o quinto melhor ataque e tudo isso sendo o segundo time com maior ritmo ofensivo da liga, atrás apenas do Warriors. (O ranking é feito baseado no números de posses de bola por 48 minutos)

Agora uma pergunta que eu já sei a resposta: o Suns vai ser campeão?
Para quem não sabe, não, não vai ser campeão. Talvez a maior beleza desse time do Suns é que provavelmente eles sabem disso. Sabem que estão abrindo mão do basquete que ganha e sempre ganhou títulos na NBA para jogar o único basquete que eles sabem, o mais bonito. É abdicar o fim pelo meio. Arte pela arte.
É bem possível que eu esteja fantasiando isso, que fique claro. Na cabeça do Nash e do Amar’e eles estão indo com tudo para o título e irão chorar se perderem nos playoffs de novo, mas prefiro fantasiar como eles fazem a gente fantasiar. Prefiro pensar que o Suns decidiu simplesmente fazer o que sabe sem pensar no resultado final. Jogar bem, jogar na correria e não se adaptar especialmente para vencer o Spurs, para defender melhor ou qualquer coisa que o valha. Jogar por jogar e ver o que acontece. Para mim esse é o Suns e é por isso que depois de alguns anos com certa raiva deles, volto a sentir aquele prazer infantil ao assisti-los.
Nota: A Dime chamou o Channing Frye de “o Raef LaFrentz negro”. O LaFrentz, curiosamente, estava naquele time do Dallas que eu citei acima. Pensando nisso achei várias semelhanças entre as equipes: O Leandrinho funciona nem como 1 e nem como 2, é um armador 1,5 como era o Van Exel mas sem a canhota e o lance livre três passos mais longe. O Jason Richardson é o segundo armador que não sabe arremessar de meia distância, é enterrada ou bola de 3, como o Finley dos bons tempos e, claro, o Nash é o Nash. A grande diferença fica entre Amar’e e Nowitzki. Que elenco era melhor?
Se você quiser comparar o lixo também, de um lado tem Louis Amundson e do outro Eduardo Najera.

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