>Férias curtas

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Este blog estourou a cota permitida de fotos do Iverson
para o ano, então trocamos por um pudim

Estamos de volta com nosso já tradicional post semanal sobre o Allen Iverson, o máximo de atenção já dado a um jogador que não entra em quadra desde que o Arenas abriu um blog para falar bobagem (e que o Eddy Curry foi acusado de assédio sexual pelo seu motorista particular). Não faz muito tempo, acompanhamos o Iverson sendo assinado pelo Grizzlies, reclamando do seu papel na equipe depois do seu primeiro jogo, e depois anunciando sua aposentadoria mequetrefe após ter pedido dispensa do time por razões familiares. O Denis sabia que esse lance de se aposentar era marmelada e imaginou que seria apenas um “ano sabático”, uma folga para voltar às quadras na temporada que vem. Mas não tinha como imaginar que seria, na verdade, uma “semana sabática”, não deu tempo do Iverson nem ir fazer as compras do mês pra encher a geladeira e ele já assinou um contrato com o Sixers.

A coisa lá na Philadelphia anda um tanto feia. O time está entre os últimos do Leste, na frente apenas do Knicks, que fede, e do Nets, que ainda não ganhou partida alguma na temporada e tenta hoje, contra o Dallas, não bater o recorde de pior início de todos os tempos. Na temporada passada o Sixers já não era grandes merdas, o Elton Brand não encontrou seu lugar na equipe e passou muito tempo contundido, mas o Andre Miller segurava as pontas na armação o bastante para o time não desmoronar. Para salvar a pátria, pelo menos dois novos talentos mostraram que dariam bem certo na NBA: Thaddeus Young e o magrelo do Marreese Speights. Mas com o Andre Miller escolhendo virar reserva no Blazers para jogar com um time de futuro desesperado por alguém que tenha idade pra fazer a barba, o Sixers virou farofa. O Louis Williams teve que assumir a armação, mas ele tem reserva escrito na testa, não passa de uma estrela de Ligas de Verão e pensa que armar o jogo significa atacar a cesta. É claro que, sem o Andre Miller, o Elton Brand não vê mais a cor da bola, tem as piores médias de sua carreira em qualquer quesito estatístico, e teve seu talento engolido pelos Monstars. Volta e meia ele ainda quebra um galho, mas a verdade é que o pirralho do Speights está jogando muito melhor do que ele em todos os sentidos – quer dizer, até quebrar o joelho e ficar os próximos 2 meses fora. Mas o Speights corre mais, se encaixa melhor nos contra-ataques da equipe, e mantém o foco nos rebotes que o Elton Brand deveria trazer para a equipe. No fundo, é um casamento muito melhor com o Dalembert, do ponto de vista atlético e técnico, do que o Brand poderia ser.

Além disso, até a mãe do Iguodala sabe que ele é um jogador para completar uma equipe, fazer todo o trabalho sujo, defender, ser a segunda arma ofensiva. Carregando todo o ataque de um time que só sabe correr e não tem jogadas de meia quadra, o negócio fica um pouco feio para o rapaz, que precisa forçar demais o jogo. O Louis Williams ajuda a pontuar, é verdade, mas compromete um bocado o fluxo da equipe. Sua evolução tem sido notável nas últimas temporadas, mas ele ainda não está pronto para carregar um time que tanto se focava na liderança inteligente do Andre Miller. Ou seja, o Louis Williams até tem as manhas, só não é muito inteligente e precisa de tempo para amadurecer seu jogo. O fato de que ele vai passar dois meses fora das quadras com uma mandíbula quebrada, tomando sopa de canudinho, também não ajuda muito.

O Iverson volta ao Sixers não por saudade, carinho, encaixe. Ele era apenas o melhor armador disponível para substituir um jogador mais-ou-menos que vai passar o próximo par de meses fazendo cocô mole. É claro que, para o Iverson, é mais simples voltar para o Sixers, em que ele fez sua carreira e tem ainda torcedores apaixonados, do que começar de novo em outro time qualquer. Mas parece ser o fardo dele, agora, só ter chance nos times mais capengas do planeta. O Sixers está em crise, desmontando, tentando entender o ataque do novo técnico Eddie Jordan em que os armadores têm papeis bem distintos do que estamos acostumados a ver por aí. O Iverson não deve demorar para pegar o jeito, os armadores do Eddie Jordan tem uma tendência a arremessarem muito, e ele deve ser titular desde o primeiro minuto. A torcida vai apoiar, sabendo que se ele fizer merda o contrato dura só esse ano, e todo mundo vai poder reciclar a camiseta velha e empoeirada do Iverson que estava mofando no armário.

No Grizzlies, o Iverson tinha a chance de levantar a franquia, tanto em vitórias quanto em atenção (ingressos, camisetas vendidas, e principalmente posts no Bola Presa, já que somos agora a nona econômia do mundo), mas não teve os minutos e preferiu ir secar gelo. No Sixers, a chance de salvar uma franquia que está caindo pelas beiradas volta mais uma vez, só que com oportunidades reais de jogo. Pelo menos, se der errado dessa vez será por culpa do Iverson e do seu jogo, não de assuntos fora das quadras. Já está na hora de escrevermos menos sobre ele e de vermos o cara jogar um pouquinho mais (vídeos velhos no Youtube não vale). Espero poder, da próxima vez que um post citar o Iverson em algum grau, poder ao menos falar que ele está chutando traseiros ou que ele fede, ao invés de ficar dizendo qual o próximo time que cogita ter o vovôzinho em seu elenco.

Por enquanto, aposto que as coisas vão dar razoavelmente certo. A situação é ideal para o Iverson tentar se superar, o time precisa de um pontuador urgentemente, não dá para ficar muito pior (a não ser que o Sixers vire o Nets), e quando o Louis Williams voltar a comer coisas sólidas, provavelmente vai pro banco de reservas onde é seu lugar. Toda vez que um reserva desses acaba virando titular, o mundo fica um lugar mais triste – temos que convir que as coisas andam bem melhores no planeta desde que o Tyronn Lue parou de ser titular em qualquer time em que ele acaba indo parar.

A nova estreia do Iverson é na segunda-feira, contra o Nuggets. Em Denver ninguém sente muita falta do coitado, porque o Billups é a prova viva e encarnada de que mais vale um jogador mais-ou-menos que se encaixa no time do que uma estrela fantástica que não sabe o que está fazendo. Com sorte, o Iverson se encaixará melhor nessa equipe do que naquele Nuggets. O Iguodala é um jogador secundário, e a verdade é que o Elton Brand também – todos os seus anos de estrela no Clippers nunca deram em merda nenhuma. Talvez com esse forte elenco de apoio, Iverson possa ser a estrela que ele sabe ser, só que com uns 20 anos a mais em cada perna do que seria o ideal. Se não der certo, aí é tchau e abraço, meu amigo. Ou é sucesso absoluto no Sixers, ou então é década sabática pra você, criança. Já estou com saudades.

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