Na semana passada tivemos o anúncio dos reservas do All-Star Game. Muito legal, mas nem de longe é a melhor história sobre o fim de semana festivo de Toronto. Uma delas diz respeito ao grande filme dos anos 90: Pulp Fiction? Lixo. Titanic? Zzzzzz. Um Sonho de Liberdade? Tédio. Estamos falando de Space Jam!
O Festival Internacional de Cinema de Toronto, o TIFF, organizou, para o fim de semana do All-Star Game, um ‘Live Read’ do roteiro de Space Jam. Melhor do que explicar o que é um Live Read é ver um. Do Bob Esponja.
Vocês conseguem imaginar que GLORIOSO será isso? Pessoas interpretando, ao vivo, aquele fantástico e inspirador texto que completa 20 anos agora em 2016. Claro que é difícil emular a excelente atuação de Michael Jordan, Charles Barkley e Shawn Bradley, mas vale pelo show.
A outra boa história pré-All-Star foi a quase seleção de Zaza Pachulia como titular! Vocês perceberam como ele ficou em quarto lugar e muito perto da terceira vaga do frontcourt, né? Faltaram apenas 14.000 votos para ele ultrapassar Kawhi Leonard, o que me faz pensar se a gente aqui no Bola Presa não falhou em angariar votos para o georgiano. Ao menos uma mensagem para o Não Salvo poderia mudar a história desse All-Star Game.
Se você não acompanhou a saga de Pachulia para quase entrar no jogo, recomendo esse vídeo do The Starters. Eles mostram que, na minúscula Geórgia, desde programas de TV até O PRESIDENTE DA REPÚBLICA estavam votando para colocar o pivô no jogo.
#NBAVote ZAZA PACHULIA ! pic.twitter.com/a7VcygMuAd
— Giorgi Margvelashvili (@MargvelashviliG) January 9, 2016
Mas a coisa cresceu para além da Geórgia! O famoso músico Wyclef Jaen CANTOU promovendo o pivô do Mavs
Shout out to @beraofficial and @wyclef for support. Thankful and humbled. pic.twitter.com/pRUZxp7loA
— Zaza Pachulia (@zaza27) January 15, 2016
O empurrão final veio de Hayes Grier, que eu admito não conhecer, mas que é um Viner famoso e que tem mais de 2 milhões de seguidores no Twitter. Com apenas uma mensagem pedindo votos ele deu o empurrão que faltava para Pachulia disparar. A estratégia deu certo porque o pivô ultrapassou Draymond Green, que era o terceiro ala mais votado quando saíram os últimos números de votação antes do anúncio final, mas o que ninguém esperava era que Kawhi Leonard também fosse dar um salto na última semana, em especial quando a conta oficial do Spurs promoveu o Tweet do menino que disse que faria um penteado igual ao do Kawhi se ele fosse titular.
E ele fez.
12,000 Kawhi Leonard #NBAVOTE retweets = cornrows.
Never, ever underestimate a Spurs fan. pic.twitter.com/77L3Sx1F1t
— San Antonio Spurs (@spurs) January 23, 2016
Encerrando o assunto All-Star Game, tivemos a MÃE de Draymond Green dizendo para ele, ao vivo, antes do anúncio oficial, que ele seria um reserva em Toronto. Green fez um bom trabalho em manter a fama de durão, mas vimos que as lágrimas estavam lá.
E também foi em um programa de TV que Shaquille O’Neal descobriu que terá uma estátua em sua homenagem na frente do STAPLES Center em Los Angeles. Tá tudo muito Luciano Huck ou é impressão minha?
A internet é fantástica e deprimente pelos mesmos motivos. O quanto ela se dedica a ser inútil e inspiradora ao mesmo tempo é difícil de explicar. O que eu quero dizer é que existe um vídeo de 47 minutos que mistura grandes lances da NBA com músicas do Sting
Já imaginaram como é estar dentro da mente de Robin Lopez? Eu sei como devem ser seus pesadelos.
Sabe quando você abre o Facebook na firma pela primeira vez em 12 horas de expediente e é justo nesse momento que seu chefe aparece? Steve Ballmer não ficou feliz, JJ Redick.
Gregg Popovich preferia ficar em casa tomando vinho ou ir para Toronto e “treinar” um time durante um amistoso festivo? Ele pelo menos tenta animar sua equipe sobre o trabalho extra no fim de semana
E repórteres, nunca se esqueçam, Pop não responde a terceira pergunta.
Vocês lembram de Clifford Robinson? Quem estava por aí nos anos 90 certamente conhece o cara. Ele viveu seu auge no começo dos anos 90, no Portland Trail Blazers, quando foi a um All-Star Game e ganhou um prêmio de melhor reserva na temporada 1992-93. Pois ele está de volta! Na NBA? Claro que não! Agora Cliff vai vender a Uncle Spliffy, sua própria marca de maconha
Falamos muito de Kobe Bryant e Boban Marjanovic aqui no Filtro, mas Dirk Nowitzki está dando um jeito de aparecer toda a semana também. Dessa vez é porque ele cortou o cabelo e os seus companheiros de time o apelidaram de Ellen DeGeneres.
Whole team calls me Ellen DeGeneres with my new hairdo!!!! @TheEllenShow pic.twitter.com/NabypGbSAr
— Dirk Nowitzki (@swish41) February 1, 2016
Mas não fique mal, Dirk. Tem mais gente sofrendo piadas por parecer com celebridades. E pelo menos você não tem uma montagem só com narradores comentando o seu penteado, isso é exclusividade de Jeremy Lin
Como parar Steph Curry? Do mesmo jeito que se para um filhotinho, você faz carinho na cabeça dele.
Sabemos que a coisa tá difícil, Melo. Os Splash Bros. são os líderes em TODOS OS TEMPOS em média de bolas de 3 feitas por jogo.
Most career 3-pt FG made per game, NBA history
Stephen Curry 3.1
Klay Thompson 2.6
Damian Lillard 2.5@EliasSports pic.twitter.com/pEBDsF880h— ESPN Stats & Info (@ESPNStatsInfo) January 28, 2016
Essa é a hora que lembramos que em 2003, Steve Kerr escreveu um texto para o Yahoo! sobre como criar o Roboshooter, o arremessador perfeito. Ele teria que ter o equilíbrio de Reggie Miller, as mãos de Glen Rice, os braços de Sam Cassell e a capacidade de arremessar com a mecânica correta mesmo cansado, em finais de partida e com dores, como fazia Drazen Petrovic. O Roboshooter também tinha que ter a capacidade de driblar e criar seu próprio arremesso como Allen Iverson e, mais importante segundo Kerr, não ter medo de dar os arremessos importantes. O quanto é legal que agora Kerr tem um Roboshooter no seu time?
E falando em bolas de 3 pontos, uma dica: fique livre como o Atlanta Hawks, mas arremesse como o Golden State Warriors.
A tabela mostra a porcentagem dos arremessos de três pontos de um time que são dados sem marcação (Hawks arremessa quase tudo sozinho, Lakers chuta com a mão na cara) e o aproveitamento nessas situações (Hawks erra mesmo sem marcação, Warriors acerta muito mais que o resto da liga quando sobram abertos).
Estatística da semana: O pivô e All-Star Andre Drummond acerta menos da linha de lance-livre do que o resto da NBA acerta, em média, da linha dos 3 pontos.
Segunda estatística bisonha da semana: Como será que LeBron James joga após cada famoso ‘rant‘ (ou PITI) do Kanye West?
Toda semana sobram coisas em um filtro e ficamos de postar na edição seguinte, mesmo quando o assunto envelheceu um pouco. Isso é frustrante, né LeBron?
Mas antes tarde do que mal acompanhado, certo? Na semana passada o jogo de 81 pontos de Kobe Bryant completou 10 anos de existência e a obra-prima do nosso quase aposentado rendeu dois textos muito interessantes de quem estava lá presente, dentro da quadra, quando aquela aberração poética aconteceu.
O primeiro é de Charlie Villanueva, na época um pobre novato no Toronto Raptors. Destaco aqui o meu trecho favorito:
Quando as pessoas me perguntam como foi estar em quadra na obra-prima do Black Mamba, eu falo que ‘foi como em um vídeo game’. Mas não em uma perspectiva visual. Eu não preciso ver de novo, eu já vi. Quando eu falo da performance de Kobe naquela noite, falo de outra perspectiva do vídeo game. A de que você está jogando contra uma máquina
Depois ele explica a razão lógica da defesa do Toronto Raptors ter dado tanto espaço para Kobe Bryant naquela partida. Villanueva conta que no jogo anterior entre as duas equipes, em Toronto, o plano de jogo era “todo mundo em cima de Kobe” e ele respondeu com apenas 11 pontos, mas com dúzias de passes que destruíram a defesa do Raptors a cada dobra e que renderam uma vitória tranquila do Lakers.
No jogo seguinte o plano mudou, foi para o modo “deixe Kobe tentar ganhar da gente sozinho”. E sabe o que é o pior? Quase deu certo! O Toronto Raptors abriu 14 pontos de frente e estava vencendo, no intervalo, apesar dos 26 pontos de Kobe.
O irônico é que, no meio do terceiro período, nós estávamos realmente achando que tínhamos um bom plano. É algo que as pessoas esquecem daquela noite: que nós estávamos vencendo, de maneira confortável, durante boa parte da partida. Você nunca quer tomar 50 pontos de um jogador, mas se isso era preciso para vencer esse time, então tudo bem.
O problema é que Kobe Bryant fez 50 pontos, ou melhor, 55. Apenas. No. Segundo. Tempo. O mais legal? Villanueva disse que ele e todo mundo sabia e estava acompanhando quantos pontos tinha no jogo, até porque esse era um assunto recorrente:
Honestamente, em 2006 a gente tinha dois esportes em separado: 1. A NBA, e 2. Quantos pontos Kobe fez?
O outro texto é de um companheiro de Kobe, Devean George, que discorda de Villanueva. O ala do Lakers disse que só foi se tocar do total de pontos de Kobe quando fez uma falta e teve que sentar no banco no começo do último quarto. Foi aí que ele olhou para o telão e ficou babando naquela ’67’ que estava ao lado do nome de Kobe.
George lembra que muito daquele jogo foi culpa dele e de seus companheiros de time. Segundo ele, os role players estavam sem energia, sem precisão nos passes e nos arremessos, lentos e deixando realmente tudo na mão de Kobe. Mas a melhor parte do texto são as duas frases de Phil Jackson. A primeira era uma bronca do técnico em Kwame Brown (surpresa!), que não conseguia segurar um passe sequer: “Espero que sua esposa não deixe você segurar o bebê”. E depois a outra, a única que fez Kobe Bryant admitir o sorriso depois do jogo, no vestiário
Acho que você vai precisar de gelo nesse ombro
Hora de ir embora!