🔒Filtro Bola Presa #23

Nesta segunda-feira vimos uma absurda e emocionante final de basquete universitário, com Villanova batendo North Carolina com uma bola de 3 pontos de Kris Jenkins no estouro do cronômetro. Junto com a véspera de Natal e a pausa do All-Star Weekend, o dia da final da NCAA é um raro dia sem basquete profissional durante a temporada. O que a comunidade basqueteira fez então? Juntou esse jogaço com a falta da NBA para falar sobre pirralhos na internet.

Se você perdeu os minutos finais do jogo, já comece por esse vídeo:

E o quanto é raro um arremesso no último segundo ganhar um título? Foi o primeiro desde 1983!

Arremessos vencedores existem, arremessos que deixam só 0.4 para o adversários rolam de vez em quando, mas com a buzina soando no ar é raro e para ficar na história. Este de 1983 foi uma aberração, exemplo máximo do absurdo que é um final de jogo de basquete, especialmente um disputado só por pivetes nervosos:

Repararam na reação do técnico, que não tinha ideia do que fazer ou para onde correr? É o que qualquer pessoa com sangue correndo nas veias faria nessa situação. Mas não Jay Wright. O técnico de Villanova foi a nova definição de SOU FODA no dicionário:

Não entendo nada de basquete universitário, não acompanho de perto e só corro atrás para ver os jogadores cotados para o Draft da NBA. Mas vou dizer o que eu sei: o cara foi campeão e ele comemorou falando um discreto ‘bang’ com a bola ainda no ar. QUERO NO LAKERS HOJE!

Não dá pra não ficar com pena desses meninos do lado perdedor. Ao contrário da NBA, na carreira universitária você não tem muitos anos de carreira para buscar o título, além de existirem muito mais times concorrendo pelo mesmo troféu. No caso de ontem fico ainda pior por Marcus Paige, que tinha tudo para entrar para a história com o insano arremesso anterior ao game-winner:

E não é só pelos moleques, vejam como estava Hubert Davis após a partida:

E explico: Hubert Davis não é jogador de North Carolina e nem o técnico. Ele é o assistente, e um cara de 45 anos que jogou por 12 temporadas na NBA. Não há experiência que te prepare para perder algo tão difícil numa bola no último segundo. Um toque cruel da foto é que o próprio Davis cobre o “here” do slogan do Final Four, o “the road ends here“. Fim da linha. Até o ano que vem.


O lado ruim da derrota de North Carolina foi que Michael Jordan, maior nome a sair da universidade, estava lá torcendo por sua alma mater. Após a derrota, os inevitáveis memes JORRARAM pela internet. Não que a internet precise de motivo, mas o Crying Jordan estava mais justificado do que nunca:

O HoopsHype fez uma compilação para os interessados. E até virou documentário…

Mas das piadas, a minha favorita foi que as pessoas lembraram de uma menina de Villanova que foi piada por anos e anos e anos e ontem, finalmente, pode comemorar uma vitória. Já viram ela nos porões da rede mundial de computadores?

Para finalizar o tema, que tal essa comparação de idade entre os times titulares de Villanova, North Carolina e o Milwuakee Bucks?

O Bucks jogou no domingo com Giannis Antetokoumnpo, Rashad Vaughn, Damien Inglis, Jabari Parker e Greg Monroe. O mais velho é Monroe, com míseros 25 anos. Por mais que o time tenha dado um passo para trás neste ano, é impossível não ser otimista com um grupo que tem idade para estar jogando basquete universitário.


Os Playoffs chegando, é hora de ver como os times vão para o mata-mata em termos de eficiência ofensiva e defensiva.

São 9 times, menos de um terço da liga, que fica no quadrante de acima da média tanto no ataque quanto na defesa: Spurs, Warriors, Cavs, Clippers, Hawks, Raptors, Heat, Thunder e Hornets. O Memphis Grizzlies é o único time abaixo da média tanto na defesa quanto no ataque a estar dentro da zona de classificação para a pós-temporada. Por enquanto…


Quer ver um fortíssimo candidato a Estatística Bizarra do Ano dos Prêmios Bola Presa? Al Horford está fazendo o impossível ao IGUALAR quase todas as suas estatísticas do ano passado. E quando eu digo igualar, quero dizer IGUALAR mesmo. Repetir. Mesmo número.


Na última semana o Utah Jazz fez uma homenagem a um dos jogadores favoritos do Bola Presa ao longo dos anos, o grande, versátil, divertido e já disse versátil? Andrei Kirilenko, dono do melhor apelido do basquete nos últimos tempos: AK-47


E já que falamos por duas linhas sobre o Jazz, que sempre adoramos ignorar, vamos voltar a falar do Golden State Warriors para os leitores não estranharem. Nesta última semana Draymond Green alcançou um recorde que, acho, Kirilenko poderia ter quebrado muitas vezes se estivesse afim:

Draymond

A verdade é que AK-47 só alcançou 1.000 pontos duas vezes na carreira, uma vez chegou aos 500 rebotes, nunca deu 500 assistências, mas sobrou em roubos (passou de 100 em 4 temporadas) e tocos (7 temporadas). Acho que faltou um pouco de ânsia em ser protagonista, como Draymond gosta de ter desde o ano passado.

Ainda sobre o Warriors, vale a pena ler a matéria do New York Times sobre como o novo grupo de donos da franquia ajudou a montar esse time espetacular que hoje domina a NBA.

O que não deu certo para o Warriors foi o recorde de acabar a temporada regular invictos em casa. Perderam para o Boston Celtics e a sequência de 55 vitórias seguidas em temporada regular foi para o brejo. Abaixo, um excelente uso das estatísticas para mostrar que agora o Warriors é apenas o segundo melhor time da NBA em aproveitamento no seu ginásio. Parabéns, ESPN!

O único time invicto em casa na NBA ainda é o San Antonio Spurs! Eles precisam vencer mais três jogos em casa, incluindo um contra o Golden State Warriors, para bater o recorde do Boston Celtics de 1986, que terminou a temporada regular com 40 vitórias e 1 derrota. 


Ainda em Oakland, o Warriors mandou bem também na pegadinha de 1º de Abril. Andre Iguodala contou com a ajuda do elenco inteiro, um motorista e um programa de rádio para fazer Festus Ezeli pensar que tinha sido dispensado do time!!!

Ezeli acabou aceitando a brincadeira, mas ficou triste por ter desperdiçado o bolo…


Enquanto Spurs e Warriors bucam recordes da história da NBA, sabe o que o Toronto Raptors está fazendo? Sim, alcançando 50 vitórias em uma temporada PELA PRIMEIRA VEZ EM SUA HISTÓRIA!

Mas sempre poderia ser pior. O Sacramento Kings, por exemplo, alcançou a marca de TRINTA vitórias apenas pela primeira vez desde 2007-08! Esta temporada LIXO é a de maior sucesso do Kings desde que o Bola Presa foi criado!

Vamos aplaudir a equipe, Cousins? Vamos, Rondo? É muito entrosamento na hora de tomar falta técnica!


Outro time ruim da temporada ganhou as aspas da semana. Sam Mitchell, técnico do sempre promissor mas sempre ruim Minnesota Timberwolves MANDOU A RELA após a surra que tomaram do LA Clippers:

É como eu disse pra eles, queria que a mídia parasse de me perguntar sobre quanto esse time pode ser bom no futuro. Nós temos 25 vitórias. Eles ainda precisam aprender a jogar basquete. Precisam crescer. Eles jogaram contra um time de Playoff hoje e vocês viram o que aconteceu.

Nós não estamos prontos. Queria que eles parassem de ler os jornais, parassem de falar com seus amigos, porque nós não somos bons o bastante pra só chegar lá e jogar. Este foi o pior jogo que disputamos o ano todo.


Como vocês devem ter visto e revisto, o nosso querido Marcelinho Huertas protagonizou o lance mais inusitado dos últimos anos da NBA na partida contra o Miami Heat na última semana: ele SE ESCONDEU atrás do técnico para poder roubar a bola de Goran Dragic.

E no mesmo jogo ele já tinha conquistado um tweet com o termo “pouco convencional” da NBA…

Quem cravou a verdade foi esse cara aqui que chamou Marcelinho Huertas de MVP: Most Vineable Player

Difícil encontrar caras, especialmente reservas com poucos minutos de jogo, que criem tantas jogadas que nos dão vontade de ir lá no Twitter pra caçar o Vine e mostrar para os coleguinhas. São passes geniais, saídas criativas para situações difíceis, bandejas nada normais e agora até este roubo de bola que fez a internet pirar. Huertas tem claras limitações físicas contra boa parte dos jogadores da NBA, faz muito bem em tentar contornar isso com talento, visão de jogo e, mais do que qualquer coisa, criatividade. A torcida gosta dele e a maioria dos jogadores, especialmente pivôs como Tarik Black e Brandon Bass, devem implorar para jogar mais minutos a seu lado.


Nesse mesmo jogo do Lakers contra o Heat, vimos uma cena que resume tudo o que foi Kobe Bryant nessa temporada:

Ele jogou 9 minutos apenas e saiu com “general soreness”, um nome bonito pra “tá doendo tudo”. Quando, depois de ser poupado regularmente, você é obrigado a se fantasiar de Transformer só porque está tudo doendo, é sinal de que a carreira acabou mesmo.

Essa semana viu uma história bem interessante vazar: o Barcelona ofereceu um ano de contrato para Kobe Bryant, para que ele pudesse realizar o sonho que tinha dito ter, anos e anos atrás, de jogar um ano na Europa ao lado de Pau Gasol antes de parar. Acho que em outras circunstâncias Kobe poderia ter aceitado, mas nesse caso ele negou porque disse que seu corpo não tem mais condições de jogar profissionalmente. É o que a foto indica.


A outra boa história de Kobe envolveu seu conselho a D’Angelo Russell após o FIASCO do vídeo vazado pelo novato. Para quem estava longe de tudo na última semana, um resumo: Russell publicou um vídeo, que gravou secretamente, de Nick Young confessando que já traiu sua noiva, a rapper Iggy Azalea.

Embora trair a noiva não seja algo legal, os jogadores da NBA não ligam para a fidelidade de seus pares para com as namoradas. Eles se importam que Russell quebrou um código básico entre os atletas: não se fala sobre essas coisas para os outros! Muito menos se publica um vídeo sobre isso!!! A fama de dedo-duro é cruel nesses meios competitivos, masculinos e cheio de pirralhos. O novato passou a ser ignorado por todos no time e precisou se desculpar com Young e o time, para tentar melhorar um pouquinho o clima no vestiário.

E o que Kobe Bryant falou para Russell sobre essa situação?

Essa é a seriedade de um líder! “Tudo o que fiz foi a minha melhor imitação de Yoda… um dia passar isso vai”

Pior que não tem muito o que falar mesmo. Tem que esperar o tempo passar, amadurecer, continuar jogando bola e, claro, quando possível, tentar não fazer com que mais companheiros de time não te odeiem.


Engraçado que Kobe Bryant já esteve numa situação parecida. Quando jovem, ele se relacionou com uma garota em Denver, durante uma viagem do time, que depois o acusou de ter abusado dela. Quando o caso estourou, Kobe disse que deveria ter feito como Shaquille O’Neal sempre fazia e ter pago a garota para que ficasse quieta.

Em seu famoso freestyle “Tell Me How My Ass Tastes?” Shaq ainda diz que essa fala de Kobe custou o seu casamento:

Nível altíssimo!


Mas para lembrar das coisas boas, essa semana foi confirmado que Shaquille O’Neal, assim como Allen Iverson e Yao Ming, entrarão para o Hall da Fama do Basquete neste ano. Shaq e Iverson, em 2001, formam a única dupla de rivais a ter média de mais de 30 pontos em uma mesma série final da NBA!

E como Iverson está de novo na moda (VIVA!), hora de assistir seu documentário no Netflix e comprar sua nova biografia. Não vi, não li e já recomendo! Mas, pela milésima vez, recomendo o “No Crossover“, melhor documentário da série ’30 for 30′ da ESPN:

Se não está com uma hora sobrando, dá pra ver só um trecho de sua entrevista para o The Jump. A melhor parte? Quando ele diz que não gosta do seu icônico drible sobre Tyronn Lue, diz que fez no calor do momento e que não gosta de tanta gente brincando com Lue sobre aquilo, já que ele gosta muito do atual técnico do Cavs.

Não fique mal, A.I., não é só você que é cruel com o cara…


Antes de ir embora, que tal refletir sobre a vida e a existência com a ajuda de Zach Randolph?

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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