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O Filtro Bola Presa, para os desavisados, é o post onde comentamos tudo o que é o oposto da saída do Jerry Sloan do Jazz: notícias pequenas e desimportantes. Curiosidades, estatísticas, links para textos interessantes em outros sites e coisas do tipo. Ou seja, a grande questão é, o recorde do Ray Allen deveria estar aqui ou em um post próprio?

Isso foi assunto no nosso formspring, nos comentários do post do Danilo e eu vou dar meu pitaco aqui de novo. Alguns recordes e marcas recebem um post quando achamos que temos algo a acrescentar, quando temos uma história para contar, dados a compartilhar que não sejam lugar comum. Agora, quantas vezes já não comentamos como o Ray Ray é um grande jogador, que sabe se movimentar sem a bola e um baita arremessador? Muitas. E faríamos um post só por respeito? Como um post mostra respeito? Texto agora é prêmio? Ele ganhou um infográfico, quer mais o quê?

Agora, ao trabalho:
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– Vocês querem chorar? Ou só uma história inspiradora? Para quem gosta de se emocionar com histórias de esporte essa aqui é ótima. É sobre um treinador completamente viciado em basquete que abdicou de qualquer vida familiar ou social para se dedicar ao esporte que amamos. E um cara que recebeu propostas para ser assistente em grandes universidades mas que decidiu continuar sendo o principal homem de uma pequena escola, onde ele sentia que tinha mais influência sobre a vida dos seus alunos. Mas, por fim, ele morreu no meio da quadra onde treinava todos os dias apenas aos 41 anos de idade. No mesmo dia os jogadores, ainda abalados, foram na mesma quadra para atravessar a madrugada treinando, “Era o que o nosso técnico teria feito”. Clique aqui e leia com mais detalhes a bonita história do técnico Scott Lang e vejam como seu time está se saindo desde seu falecimento.

– Uma vez fizeram uma pergunta curiosa no nosso formspring. Um cara queria saber que diferença tinha a defesa de um time para o outro, queria saber porque criticávamos alguns jogadores se, na visão dele, todo mundo estava sempre tentando defender e o resultado parecia ter sempre mais a ver com o atacante do que com o defensor. Bom, defesa é algo bem mais complexo que isso e uma boa dica de leitura para entender é esse texto sobre o Wizards do HoopsWorld. Ele toca em detalhes como a pressão sobre quem controla a bola, como times da elite defensiva tipo Heat, Celtics e Bulls estão sempre no limite de cometer violações de três segundos no garrafão e como os pivôs não são  úteis quando estão sempre atrás de tocos ao invés de uma boa defesa no chão (alô, JaValle McGee!). Isso resulta em alguns tocos lindos, mas também em muitas faltas, bolas na descendente e rebotes de ataque cedidos. E, claro, os comentários são para dizer que o Wizards faz tudo errado.

– Eu sou fanático pelo Kobe Bryant, mas ver como os fãs reagem às críticas ao Black Mamba tem sido uma diversão quase tão boa quanto vê-lo em ação nas quadras. Para provocar mais então podemos dizer que está cientificamente provado que o Kobe é o maior buraco negro entre os armadores da NBA.

Para quem não lembra, os jogadores buraco negro são aqueles que quando recebem a bola não largam de jeito nenhum. Atraem a redonda e a engolem como um buraco negro, nunca passam de volta. Para essa estatística o Tom Ziller do SB Nation usou dados de arremessos tentados, assistências e o complexo número de “usage” que calcula em quantas jogadas do seu time o jogador participa. Segundo o gráfico o Kobe é o jogador que mais arremessa entre os armadores, o que mais tem a bola em mãos e mesmo assim dá relativamente menos assistências que os fominhas convictos como Monta Ellis e Jamal Crawford.

Claro que isso é só uma provocação, não estamos dizendo que o Kobe é ruim ou que o Lakers deve trocá-lo pelo Jose Calderon. Mas é interessante ver como ele concentra o jogo em suas mãos e, em alguns dias, arremessa mais do que devia. Também é curioso nessa lista ver como o Derrick Rose é o armador nato mais próximo do buraco negro e como o Bibby, que por tantos anos foi um armador tão ativo e útil, hoje está na lista apenas perto dos arremessadores.

– Ah, Kobe respondeu às críticas de que ele não é tão bom assim no fim dos jogos. A frase mais legal foi “Se alguém está com sua vida em risco e tem algumas opções de pessoas para salvá-la, quem você escolheria? Iria olhar as estatísticas antes?”. 

– Postei esse vídeo abaixo no Twitter, mas todo mundo que não tem aquela porcaria também merece ver. É uma compilação com grandes momentos de Aquille Carr, um pirralho do segundo ano de High School e apenas 1,68m que está destruindo com tudo no nível colegial americano. Ele já teve até um jogo com 58 pontos há algumas semanas! É assustador e soa como um pingo de esperança para todos os nanicos que nos leem.

– O DeMarcus Cousins é um dos novatos mais interessantes dessa temporada. Não tanto quanto o Blake Griffin, que é apelação com controle turbo, mas que chama a atenção por estar melhorando demais mês após mês e principalmente pelo seu comportamento explosivo e difícil de lidar. Ele já havia sido punido pelo próprio time quando provocou o Reggie Williams de maneira um bocado agressiva. E nessa semana foi suspenso porque brigou feio com seu colega de time Donte Greene. O motivo, acredite, é porque no último jogo contra o Thunder, quando o time perdeu por 2 pontos, o ala tocou a bola para Tyreke Evans e não para Cousins, que pedia a bola desesperado no garrafão. Dá pra ver o vídeo da última jogada aqui. Imagina se um dia o Andrew Bynum fica doido porque tocaram para o Kobe? Pelo menos ele poderia usar as estatísticas para mostrar que tinha razão.

A opinião que eu mais li por aí é a que eu mais concordo: O Cousins é muito esquentado e precisa de atenção do time para não sair fazendo bobagem o tempo inteiro, mas também não é motivo de pânico. O que não falta na história da NBA é pirralho de 20 anos com cabeça quente, egocêntrico e competitivo. Michael Jordan, Kobe Bryant e LeBron James são alguns exemplos de jogadores que não eram santos nessa idade e que valeram o sacrifício de aguentá-los.

– O DraftExpress, o melhor site gringo sobre jovens jogadores, está fazendo um review das temporadas de novato de alguns nomes importantes do último Draft. É legal que eles comentam baseados em previsões que eles mesmos fizeram e nas qualidades que esses jogadores mostravam no basquete universitário. A análise do DeMarcus Cousins é interessante porque ele tem simplesmente fugido de tudo o que fazia de bom na NCAA! Os desastrados arremessos de meia distância são o melhor exemplo disso. Clique aqui para ler e lá você tem os links para as análises de Gary Neal, Derrick Favors, Wes Johnson, Blake Griffin e Leandro Campos. 

Foto da Semana:

– Um motivo para o novato do Kings não reclamar de não receber a bola no último segundo é que nem o Carmelo Anthony, que já mostramos aqui que é quem tem o melhor aproveitamento em jogadas decisivas, dá piti quando não é ele quem chuta. E na última semana tivemos dois exemplos disso. Primeiro nessa jogada completamente estúpida do JR Smith que ao invés de dar a bola para o Melo começou uma jogada sem sentido que acabou na mão do Nenê em uma situação que não é a praia dele (aliás, foi a primeira bola de último segundo que o Nenê tentou em toda sua carreira na NBA!). Mas pelo menos da segunda vez deu certo, Billups parecia que iria chutar mas na última hora deu a bola para o meu role player favorito, Arron Afflalo. Foram 24 pontos para ele nesse jogo, 19 no último período! Joga muito!

Frase da semana
Essa semana fiquei em dúvida entre duas, vejam qual vocês preferem:

1. “Uma pena que não estamos no Leste” – Chris Paul, depois de vencer o Orlando Magic

2. “O Gregg Popovich nunca tinha apertado a minha mão antes. Se ele fez isso hoje é porque devo estar fazendo alguma coisa certa” – LaMarcus Aldridge, depois de meter 40 pontos na cabeça do Spurs

– Muitos podem não ter percebido que o OJ Mayo não está jogando, afinal não faz falta nenhuma para o Grizzlies, mas é verdade, ele está fora de 10 jogos, suspenso. O motivo foi que ele foi pego no anti-doping depois de ter ingerido, sem querer segundo ele, DHEA. Sobre o assunto de doping, duas leituras: Primeiro veja como o Spurs é chato, fazendo tudo certo e antes que todo mundo em mais uma questão importante. Eles não podem simplesmente só fazer umas bobagens de vez em quando? Sei lá, fiquem bêbados e façam sexo sem camisinha com uma desconhecida! Depois leia o texto que eu fiz sobre o Doping na NBA na época que o Rashard Lewis recebeu uma suspensão do mesmo tipo.

– Ontem o Glen Davis, gordinho favorito da galera, ficou nos assuntos mais comentados em todo o mundo no Twitter por causa de uma bandeja errada. O exército da internet já providenciou um GIF

– Uma pequena coletânea das vezes que o Kevin Garnett foi um escroto. Os meus dois momentos favoritos:

1- Quando ele arranjou uma improvável briga com Jose Calderon
2- Quando negou autógrafo a um “ball boy” do Lakers dizendo que “é mais fácil você conseguir achar o Bin Laden”

– Já babei mais ovo no site Hoopism do que na Alinne Moraes, mas o que posso fazer, os caras são MUITO bons. A última maestria deles foi colocar no mesmo lugar todos os vídeos de todas as enterradas em todos os campeonatos de enterradas da NBA. É um bom aquecimento para o próximo sábado.

– Falando em All-Star Weekend, o Basketball-Reference fez a sua seleção do All-Star Game apenas baseado nos números. Fizeram seleções usando diferente dados isoladamente e depois vendo os jogadores que entraram em mais times. Meu favorito é o por Adjusted +/-, que tem o Keyon Dooling como armador titular do Leste.

– Vale ou não vale? Alguém já tinha parado para analisar os detalhes da regra de colocar a bola em jogo depois da cesta? Kevin Love nos fez pensar: (via ThePointForward)

– Para o fim, a melhor notícia. Apenas clique nesse link e veja a galeria de fotos do “Star Wars Night” que o Phoenix Suns organizou ontem para o jogo contra o Sacramento Kings. Vida longa aos nerds da NBA!

8 ou 80 – O cantinho das estatísticas desnecessárias
As estatísticas são colhidas em todo canto da Internet. Algumas em blogs, outras em sites, algumas na marra por conta própria. Mas a grande parte é coletada nas divulgações do Elias Sports Bureau e Basketball-Reference.com

– Dallas Mavericks amarelão? Não nesse ano.

– Ontem os Lebron-haters ficaram deliciados ao ver o King James errar um dos lances livres que poderia ter empatado o jogo nos segundos finais contra o Celtics. Mas, como o Dallas, LeBron não é um amarelão. Até ontem ele tinha tentado 20 lances livres em situação parecida (4º período, menos de 1 minuto para o final, diferença não maior que 5 pontos) e tinha acertado todos. Agora o único perfeito da NBA nessa situação é Jason Terry (Mavs!) com 16-16.

– O arremesso de último segundo do Stephen Jackson para derrotar o Atlanta Hawks foi apenas o segundo de toda a história do Charlotte Bobcats. O primeiro foi de Gerald Wallace em Janeiro de 2010.

– O Cavs finalmente venceu! Antes disso fez uma nova marca de derrotas seguidas na história da NBA e igualou a maior marca em todos os esportes americanos, 26. Mas precisa vencer mais para quebrar outros recordes negativos: Ainda são 26 derrotas seguidas fora de casa, 14 derrotas seguidas contra times do Leste e 16 contra times de recorde positivo. Se vale como consolação, o Cavs é um dos 4 times (com Spurs, Celtics e Jazz) a não ter perdido nenhum jogo na prorrogação até agora.

– Se o Portland Trail Blazers ainda está entre os 8 melhores do Oeste é por causa de LaMarcus Aldridge. Ele tem agora três jogos seguidos com pelo menos 35 pontos, só ele e Clyde Drexler tem essa marca na história do time. Entre jogadores da mesma posição que nunca fizeram o mesmo estão Dirk Nowitzki, Amar’e Stoudemire e Tim Duncan.

– O pior jogo de Paul Pierce: Ontem foi apenas a segunda vez na carreira que ele tentou pelo menos 10 arremessos e errou todos. A última vez havia sido em 1999 contra o Cavs.

– O melhor jogo do Orlando Magic: Na vitória de ontem sobre o Lakers eles seguraram o adversário a 21 pontos ou menos em todos os períodos, foi a primeira vez que um time treinado por Phil Jackson não conseguiu mais de 21 pontos em nenhum quarto.

– A noite de sábado, 12 de fevereiro, foi histórica na NBA. Foram 8 jogos realizados na liga e os 8 visitantes venceram. O antigo recorde era de 1996 quando os visitantes fizeram a festa em uma noite de 7 jogos.

– Jerry Sloan, depois de 23 anos no Jazz, deu o fora. Ele é o único técnico ou General Manager em todos os esportes americanos a ficar mais de 20 anos no mesmo time sem um título.

– Ray Allen tem mais recordes além do total de bolas de 3 acertadas. Ele também é o líder na média de bolas de três por jogo. Faz 2.39 por partida, mais que os 1.8 de Reggie Miller. Os únicos outros jogadores com média de mais de 2 bolas de três por jogo são Peja Stojakovic (2.2) e Gilbert Arenas (2.03).

– Ray Ray também é o único jogador a ter feito mais de 600 bolas de três por três times diferentes (Bucks, Sonics e Celtics), nenhum outro jogador sequer conseguiu pelo menos 400 bolas de três por equipes diferentes.

– O Spurs é apenas o sétimo time da história a conseguir ficar 35 vitórias acima dos 50% de aproveitamento antes de chegar aos 51 jogos disputados na temporada. Todos os outros (Celtics-1965, Sixers-1967, Lakers-1972, Sixers-1983 e Bulls-96 e 97) foram campeões.

– E, para fechar, a estatística mais inútil de todas: Steve Nash foi o primeiro jogador a conseguir pelo menos 15 assistências no dia do seu aniversário desde que Darrell Walker conseguiu 17 em 1990. Depois dessa é hora de parar.