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Blake Griffin só joga de novo em outubro

Há algum tempo fizemos um Top 10 com os melhores jogadores da Liga de Verão de Orlando. Mesmo com só um punhado de times mequetrefes, até deu pra fazer uma lista legal, com bons jogadores. Mas agora a história é outra, tinha tanta gente jogando em Las Vegas que limitar a 10 jogadores seria colocar muito julgamento nosso em jogo e privar vocês de nossos essenciais e longos comentários sobre outros tantos jogadores interessantes.
Então vamos dividir os principais jogadores da Summer League em grupos de semelhantes. Assim todos podem saber do desempenho dos principais atletas que disputaram o torneio sem precisar ser idiota pra ficar vendo jogo de pivete em link ruim na internet (minha vida está indo pelo ralo):
Top de linha

Blake Griffin
Ele ganhou o troféu de melhor jogador do torneio e mereceu. Chegou lá, viu e venceu. 19 pontos e 10 rebotes de média, tudo distribuído em um arsenal de jogadas vasto e nenhuma expressão facial. Nos seus primeiros minutos como jogador da NBA ele acertou uma bandeja, um arremesso de meia distância e uma bola de 3. As cestas podem ser vistas no vídeo abaixo junto com algumas outras bem impressionantes.
Não sei se vocês pereceberam mas a cada cesta do Griffin o placar na tela contava pontos para o Lakers, não para o Clippers. Até no que não vale nada, o Clippers é um fracasso total. Se bem que nesse ano tudo pode e deve dar errado com o Clippers, mas provavelmente não terá nada a ver com o Griffin, o cara é bom demais. Ele deve jogar muito e o time deve continuar perdendo, uma pena.
Tyreke Evans
O garotão do Kings mostrou que pode jogar nas duas posições de armador. Teve médias de destaque em tudo: 19 pontos, 6 rebotes e 4 assistências. Os 4 turnovers por jogo foram números altos mas aceitáveis para um armador novo em um time sem entrosamento, ainda mais considerando a correria que todo jogo de Summer League é. Ele só não tem arremesso de 3, mas mesmo assim ninguém em Sacramento se arrepende de ter deixado o Rubio passar.
Jonny Flynn
Falando em Rubio, o seu principal adversário para ser armador titular no Wolves saiu na frente. Ele foi meio irregular mas acabou com médias de 15 pontos e 7,5 assistências por jogo, incluindo um jogo em que distribuiu 14. Além disso, a partir do segundo jogo conseguiu atacar bastante a cesta para cobrar lances livres. Arremesso não é o seu forte, mas quando ele consegue costurar a defesa, acha espaços para o passe.
E quando é ele que tem espaço, ele faz isso:
Brandon Jennings
Se alguém tinha alguma dúvida se o Jennings tinha aprendido alguma coisa na Europa, essa dúvida acabou nessa Summer League. Mesmo com companheiros de time de nível técnico bem mediano, ele não quis nunca resolver tudo sozinho e agiu em todos os momentos como o armador e líder do time. Ele acabou a liga com 8,2 assistências por jogo mas eram pra ser 9,5 se não fosse seu único jogo ruim, o primeiro da competição.
Jogando assim na temporada regular ele vai dar toneladas de assistências, esperem os números do Bogut e do Redd subindo muito. Todo mundo melhora ao lado de um grande armador e o Jennings definitivamente será um grande armador. E o com o cabelo mais feio da liga.
One hit wonders?

Anthony Randolph e Anthony Morrow
Os dois jogadores do Warriors deram um showzinho à parte em Las Vegas. O primeiro meteu 42 pontos em um jogo e o Morrow respondeu com 47 no outro. Jogadores espetaculares ou bons jogadores se aproveitando do nível da Summer League?
Para o Morrow eu diria que foi um bom arremessador em um bom dia contra uma defesa ruim. Ele não é um grande jogador mas quando não tem um grande defensor na sua frente e entra no modo Eddie House, fica difícil parar. Mas achar que esses 47 pontos mostram que ele é melhor que Griffin, Jennings ou outros que jogaram é valorizar demais os números.
Já o Anthony Randolph foi muito mais regular que o Morrow e finalmente deu pra ver porque o comparam com o Odom. Ele é bem versátil, rápido demais pra alguém da sua altura e não dá pra entender porque o Don Nelson não utiliza o cara no time. Ele é ideal pra correria deles! Alto, reboteiro, sabe bater bola, sabe arremessar e dá muitos tocos (média de 3 por jogo no torneio). É só colocar ele na posição 4, o Biendris de pivô, Curry, Ellis e Stephen Jackson pra fechar o time e teremos diversão e derrotas garantidas! E que mandem o Corey “Bad Porn” Maggette embora.
Boa, campeão!
Austin Daye
O grupo “boa, campeão!” é para aqueles que se saíram bem mas que não apareceram tanto devido ao destaque ainda maior de outros. Mas como o Bola Presa é coração de mãe, não esquece ninguém.
O Daye começou mal mas depois pegou as manha das bagaça e nos últimos jogos mostrou a que veio com boa precisão nos arremessos de longe e um bom número de rebotes. Pelo jeito ele é mesmo um mismatch ambulante à la Rashard Lewis que vai deixar muito marcador zonzo. Só precisa controlar as faltas, 4 por jogo, e os turnovers, 3,6, número alto demais pra alguém que nem deveria bater a bola no chão.
James Johnson
O nome mais sem graça da história da força nominal acertou só 37% dos seus arremessos, 15% das suas bolas de 3, e mesmo assim conseguiu 17 pontos e 7 rebotes por jogo. Tá ruim mas tá bom, champs. Dá pra ser banco do Luol Deng numa boa.
Jodie Meeks
O Meeks foi a quadragésima primeira escolha do Bucks no draft e quando poucos achavam que ele tinha lugar na NBA, conquistou sua vaga nessa Summer League. Foram 19 pontos por jogo, uma partida com 29 pra fechar o torneio e, embora não seja uma maravilha, se garantiu como um bom reserva para o Michael Redd.
Toney Douglas
A escolha comprada do Knicks rendeu o Toney Douglas, que chegou com fama de ser bom defensor. O que um defensor faz num time do D’Antoni? Também não sei. Mas parece que o garoto tem algum talento. Apesar dos 27% de aproveitamento nos arremessos, acabou com média superior a 8 assistências.
Maravilhas do fim da feira

DeJuan Blair
Todo mundo sabia que o Spurs tinha afanado um cara sensacional na sua escolha de segundo round e o moleque não decepcionou. 16 pontos por jogo e 8 rebotes, 3 deles ofensivos. Nada mal para um nanico.
Rodrigue Beaubois
Malditos americanos xenófobos já estão chamando o coidado de Roddy Beaubois, já basta o Didier Mbenga que virou DJ. O francesinho do Mavs se mostrou um bom armador e segundo alguns que viram muito mais jogos do que eu, era o jogador mais veloz do torneio. Chegou a fazer 34 pontos em um jogo mas foi bem irregular e sua média ficou nos bons 17.
Chase Budinger
Ele tem cara de ator coadjuvante de filme adolescente americano. Provavelmente você já viu ele jogando um nerd em uma lata de lixo na Sessão da Tarde. Mas isso é passado, agora o Chase Budinger é um atleta da NBA, um muito bom aliás.
Ele é um jogador de perímetro, que chuta de longa distância e que acabou os seus 5 jogos da Summer League com assustadores 68% de aproveitamento nos arremessos e 72% nas bolas de 3! Foi líder nas duas categorias. Sasha Vujacic que me perdoe, mas temos um novo “The Machine” na liga.
Uma pena que ele não terá a ajuda das marcações duplas no Yao para usar esse arremesso todo, mas mesmo assim existe uma vaga no elenco de qualquer equipe para um cara com esse nível de precisão.
Se eu tivesse esse tamanho eu tava na NBA

DeAndre Jordan
Fechando a dupla de garrafão do Clippers ao lado do Blake Griffin, tem o cara do sobrenome de ouro. Para ostentar um “Jordan” nas costas do uniforme precisa jogar muito e o DeAndre, embora seja uma Dilma Rouseff perto da Alinne Moraes que é o Jordan, está se esforçando para melhorar. E o jogo do pivô está mais bonito do que as plásticas da ministra.
O problema dele é que é inconstante. Varia jogos de 2 pontos e 5 faltas com outros de 20 pontos, 10 rebotes e 3 tocos. Se achar um meio termo mais regular vai ser ótimo para liberar o Clippers para trocar Camby ou Kaman. Já sua habilidade batendo a bola é típica de um pivô ruim, como dá pra ver nesse vídeo dele sendo desafiado pelo armador Mike Taylor.
JaValle McGee
O pivôzão do Wizards que faz saudações militares a cada grande jogada recebeu a missão de fazer o Blake Griffin se sentir na NBA. Foi ele o responsável pela primeira falta violenta sofrida pelo ala e pela primeira enterrada que ele tomou na cabeça. As duas jogadas podem ser vistas nesse vídeo:
Mas, mais do que uma nota de rodapé na carreira do Griffin, o McGee realmente jogou bem. Depois de uma estréia ruim ele fez jogos de 12, 19 e 31 pontos. Nesses três jogos também teve média superior a 5 tocos por jogo! Assustador!
Hasheem Thabeet
Lixo. Isso resume o torneio do Thabeet. L-I-X-O. E daqueles bem fedidos com resto de comida, papel higiênico e um furinho pra você sujar a mão enquanto leva o saquinho pra fora.
Suas médias: 8,2 pontos, 4,6 rebotes, 0,8 tocos e 5 faltas por jogo.
O aprendiz de Greg Oden sofreu muito nos seus primeiros jogos por não conseguir se impôr na defesa como fazia no basquete universitário. Pelo jeito, o Marc Gasol vai ser mais do que necessário para o Grizzlies enquanto o rapaz aprende a jogar na NBA. Não dá pra dizer que ele será um fracasso depois de meia dúzia de jogos, mas parece que a transição, como é para tantos pivôs, será lenta.
DeAndre Jordan e JaValle McGee estão aí para mostrar como dá pra evoluir depois de um ano na NBA. Como será que julgaremos o Thabeet daqui um ano? Talvez só como um saco de lixo cheiroso com poucos cotonetes.
Gangorra

Ty Lawson
Dei uma puta moral para o Ty Lawson no dia do draft e ele respondeu com atuações bem ruins na Summer League. Pelo menos foi assim nos primeiros jogos, quando acertou 1 de 15 arremessos e cometeu 6 turnovers para 7 assistências.
Aí de repente ele tomou a água mágica do Michael Jordan e começou a jogar muito. Nos últimos três jogos foram médias de 23 pontos, 4 assistências e pouco mais de 1 turnover por jogo. Prefiro acreditar que é esse Lawson bom que irá jogar em Denver. Mas quando ele quer ser ruim, não tem pra ninguém.
Stephen Curry
O cara gosta de arremessar, é fominha e está no Warriors, era o cenário perfeito. Mas ainda não deu certo. Os 17 pontos por jogo vieram com um aproveitamento de 32% nos arremessos e em 16 tentativas de arremesso por jogo. 17 pontos em 16 arremessos não é lá uma grande média.
Exagerou nas faltas em alguns jogos e forçou muito o jogo. Mas como é novato querendo aparecer acima de tudo, a gente deixa passar. Não é como se inconsistência fosse algo novo no Warriors. O Don Nelson deve até ter tesão por isso.
Andray Blatche
A carreira inteira foi marcada por atuações fenomenais seguidas de jogos em que fica mais apagado que o Keirrison em jogo decisivo. Na Summer League foi bem, ficou em segundo nos rebotes. Mas a verdade é que tudo o que a gente viu lá já tinha visto antes, falta ele fazer todo dia. E não vamos descobrir isso em joguinho de liga de verão.
Antes tarde do que nunca

Nick Young
Quando o Arenas disse que o Nick Young lembrava o Kobe quando era mais novo, o Michael Jackson ainda era vivo, o Twitter não era modinha, as crianças ainda brincavam de peão na rua e o Arenas ainda tinha joelho. Passou tudo isso de tempo e ainda estamos esperando o garoto estourar nas quadras.
Nessa temporada ele está concorrendo com o próprio Arenas, Mike Miller e Randy Foye por minutos, mas começou bem a batalha ao marcar 23 pontos por jogo em Las Vegas. E isso com 50% de aproveitamento nos arremessos e 40% nas bolas de 3. Se ele quer espaço nesse time, tem que jogar muito.
O Young foi humilde e trabalhadô ao dizer que quer jogar mas não se importa tanto com o número de minutos. Acho que ele está certo, o time esté preocupado em vencer e ele tem que estar também. Se o time ganha, todos que estão lá se valorizam, ele só tem a ganhar. Mesmo que não seja traduzido em números, aposto que esse é o ano em que o Nick Young se torna um grande jogador na NBA.
Adam Morrison
O time do Lakers em Las Vegas era tão ruim, mas tão ruim, que o Adam Morrison não tinha outra opção que não fosse marcar 20 pontos por jogo. Então ele foi lá e marcou e não tirou o bigode.
Mas mais importante do que os números foi que o bigodinho mais sexy da NBA se disse confiante, feliz que está num time que deu a chance dele se recuperar fisicamente sem pressões e que vai jogar esse ano para ficar na NBA. Se mantiver os 42% da linha dos 3 como teve em Las Vegas, os minutos do Vujacic na rotação já são dele.
Joey Dorsey
Antes do jogo contra o Lakers, o vice-presidente de operações do Houston disse para o Dorsey que era bom que ele pegasse 20 rebotes naquele jogo. O ala de força de apenas 2,03m que estava jogando improvisado de pivô foi lá e pegou 20 rebotes.
Não vai ser a resposta para o Yao Ming mas com essa atuação monstruosa e a média de 14 rebotes por jogo, acho que o Dorsey tem lugar garantido no Rockets para a próxima temporada. O Dorsey, para quem não lembra, estava naquele time vice-campeão universitário de Memphis com o Derrick Rose e o Chris Douglas-Roberts.
Marcus Williams
A história do Marcus Williams é um bocado triste. Chegou ao draft de 2006 como um dos melhores armadores daquele ano. Foi caindo, caindo e acabou sendo escolhido só na escolha 22, bem a do Nets, onde estava fadado a ser banco do Kidd.
Quando o Kidd foi trocado ele virou banco do Devin Harris e, sem convencer, acabou sendo trocado para o Warriors, que tinha acabado de perder o Baron Davis. Lá foi simplesmente humilhado pelo Don Nelson, que disse que não dava para tê-lo como armador titular de jeito algum, preferindo novatos desconhecidos como DeMarcus Nelson a ele.
Williams foi dispensado e agora em busca de um time conseguiu vaga no elenco do Grizzlies da Summer League. Acabou com médias de 13 pontos e como líder em assistências, com 8,2. Será legal demais vê-lo de volta à liga para mais uma chance.

E assim acabou a festa. Chegou ao fim a Summer League de Las Vegas, a liga que reuniu o maior número de jogadores desconhecidos desde o saudoso campeonato goiano de bocha de 1997. Com o fim desse torneio, a NBA só acontece mesmo nos bastidores agora. Alguns jogadores ainda não tem time, outros ainda podem ser trocados, mas no fim das contas está tudo na mão dos cartolas, para os jogadores resta esperar a pré-temporada em outubro.

Para nós blogueiros e fãs do basquete, ainda podemos sofrer com a seleção na Copa América e ficar falando de bobagens aqui no Bola Presa. Estamos planejando para um futuro breve coisas bem bacanas como análise de filmes de basquete, games de basquete, apelidos, o amistoso cheio de estrelas que acontecerá no Rio e, acreditem, até a volta do Both Teams Played Hard. Aguardem! Promessa feita no Bola Presa é (praticamente) promessa cumprida!

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