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Já aviso que esse é nosso último post que trata ainda da temporada passada. Depois deste é hora de voltar completamente as atenções ao draft que rola na próxima quinta-feira. Então falemos uma última vez de Kobe, Dwight e cia. porque daqui pra frente vamos ouvir muito de Griffin, Rubio, Thabeet, Jennings e um monte de nomes que nenhum de nós ouviu falar antes.
Como falamos do futuro do Cavs e do Nuggets depois de suas eliminações, acho que seria legal também falar de como vai ser o futuro dos finalistas Lakers e Magic. Primeiro os derrotados.
Perder uma final não é nada fácil. É complicado demais voltar da decepção de ter perdido uma decisão e ganhar no ano seguinte como o Lakers acabou de fazer, foi apenas a nona vez que isso aconteceu em 60 anos de NBA. O próprio Magic não conseguiu fazer isso depois do vice-campeonato de 95, mesmo mantendo o mesmo elenco de Shaq e Penny Hardaway.
O Hubie Brown, ex-técnico da NBA (seu último time foi o Grizzlies) e atual comentarista da rádio ESPN, deu uma entrevista para a ESPN Brasil durante as finais dizendo que o Stan Van Gundy tinha feito um ótimo trabalho porque tinha levado um time ruim para a final. Acho que foi um bocado de exagero dele, mas deu pra sacar a mensagem, o Magic não tem um elenco de time campeão.
E por mais que esse mesmo elenco tenha feito a gente quebrar a cara dúzias de vezes ao vencer o Leste, o elenco não deixa de ter suas falhas. O esquema com quatro jogadores abertos e o Dwight no meio deu muito certo e até acho que será copiado por muitos times nesse ano (o Thunder, se draftar o James Harden, será um deles com certeza), mas seria ótimo para o Magic ter uma outra opção, um ala de força capaz de jogar ao lado do Dwight seria uma revolução nesse time e uma complicação para quem estava preparado para um time aberto. Nas séries contra o Cavs e o Lakers durante poucos minutos até deu certo colocar o Tony Battie pra jogar junto com o Superman, eles fizeram muito bem aquele jogo high-low que é quando um dos pivôs recebe no topo do garrafão e dá a bola para quem está embaixo, mais ou menos como o Lakers faz com Odom e Gasol.
Então talvez um ala de força, mesmo que limitado, só para ser reserva, fosse um bom começo para o Magic se reforçar. Porque o Cavs não vai sossegar, o Celtics vem com tudo e repetir esse título do Leste será muito mais difícil do que foi nesse ano. Não tenho dúvida nenhuma de que variação durante o jogo é algo que o Magic precisa e teria com um ala de força novo.
Mas acho que atualmente a questão mais importante para o Magic em relação à temporada que vem é a dos Free Agents. O Hedo Turkoglu já disse que não descarta voltar para o Magic mas que vai optar por sair do contrato e ver as propostas que chegam. E depois desse playoff em que ele foi muito bem, principalmente nos momentos decisivos, não deve faltar um monte de gente balançando dólares na cara do turco. Entre um mar de boatos (é difícil saber no que acreditar nessa época do ano), as notícias mais sérias parecem ser que Blazers e Pistons estão dispostos a fazer de tudo por ele.
O Magic sem o Turkoglu vai perder muito. O Pietrus poderia virar titular, claro, mas a qualidade dos dois nem se compara. Sem contar que isso colocaria um peso enorme nas costas do Jameer Nelson e do Courtney Lee, que precisariam elevar muito seu jogo. Não acho que o Magic perca totalmente suas chances sem o turco, mas é melhor não arriscar.
Outro Free Agent que pode dar o fora é o Marcin Gortat. O Magic já disse que se dependesse só deles, ele ficava, foi um confiável reserva para o Dwight, mas também já disseram que não vão fazer loucuras por ele. Mais ou menos a postura do Lakers em relação ao Ronny Turiaf no ano passado, queriam ficar com ele, mas não pela grana que o Warriors ofereceu.
Notícias dizem que o Knicks estaria muito interessado nele. Eu acho que seria bem legal vê-lo na correria do Knicks ao lado do David Lee, seria um pivô melhor que o Jared Jeffries, sem dúvida.
Deu pra ver que não dá muito pra saber o que será do Magic no ano que vem, né? Não dá pra saber como o time reagirá psicologicamente com a derrota na final e nem como irão lidar com o fato de não serem mais zebras no Leste. E somando isso ao fato de não saber se o time terá Gortat e Turkoglu, é tudo uma incógnita do tamanho do bigode do Van Gundy.
Só sei de uma coisa, se eles querem esse tal ala de força que eu recomendo ou qualquer reforço para substituir o Turkoglu, devem se livrar de algum armador. Eles tem Jameer Nelson, Rafer Alston, Anthony Johnson e Tyronn Lue. É muita gente pra pouco minuto e durante as finais o Van Gundy conseguiu não agradar nenhum e ainda perder os jogos. É bom descobrir já, agora, se o Alston aceita ser reserva e jogar pouco, senão já é bom mandá-lo pra longe.
E se o Orlando tem dúvidas em relação a dois Free Agents importantes, o Lakers tem dois que são ainda mais importantes: Trevor Ariza e Lamar Odom. O Ariza foi essencial em quase todas as séries e nas finais jogou 37 minutos por jogo, ninguém joga tudo isso se não for importante. O Odom jogou 33 por jogo e a grande virada do Lakers nos playoffs, a partir do jogo 5 contra o Nuggets, se deu quando ele começou a jogar bem e com regularidade.
Querer renovar os dois o Lakers quer, os dois também já disseram que querem continuar. Mas o problema é que a crise tá mals, ninguém quer ficar pagando aquelas multas por extrapolar o teto salarial e o Lakers é um time que gasta bastante. Pagam mais de 20 milhões para o Kobe, 15 para o Gasol e a partir da próxima temporada incríveis 12 para o Andrew Bynum. Se o Odom disse que quer continuar no Lakers, também disse que “vai fazer o melhor para ele e para a família dele”, o que na linguagem popular quer dizer “não vou dizer não se me oferecerem uns 10 milhões por temporada, eu já tenho meu anel de campeão”.
Mais uma vez o Pistons está no jogo. Com os zilhões de dólares que eles liberaram do teto salarial com a saída do Iverson e do Rasheed Wallace (que ainda pode continuar lá, é verdade) eles não só estão atrás do Turkoglu, como disse antes, mas estão interessados também no Odom, Ariza e até no Ben Gordon.
As fofocas de quem diz ter acesso aos bastidores do Lakers é que a prioridade é assinar o titular, o Ariza, garantir ele antes que apareça um time muito animadinho e depois ver a situação do Odom. Considerando a atuação do Bynum nos playoffs, eu diria que é mais que essencial manter os dois se o Lakers tem qualquer intenção de um bi-campeonato.
O outro Free Agent do Lakers é o Shannon Brown. Ele é um dos meus jogadores favoritos no elenco e ficaria muito triste se ele saísse. Mas considerando que ele se mostrou um bom reserva nos playoffs e que o Lakers tem mais com o que se preocupar, não me surpreenderia se ele fosse parar em algum time em busca de um armador reserva especialista em defesa.
E tem mais um que pode sair do LA. Esse não tem nada a ver com teto salarial, contrato ou assédio de outros times. É o Phil Jackson. Ele já disse que não sabe se volta e que decidirá isso nos próximos meses apenas, também já disse que não tem a mesma disposição em motivar jogadores como tinha há 10 anos atrás. Por fim, ele tem alguns problemas físicos no quadril que não fazem com que a vida de viagens da NBA seja das mais saudáveis pra ele.
Por outro lado, ele disse que gosta disso tudo e que inicialmente a intenção é continuar. Ele não deve ter pressa em anunciar sua decisão e provavelmente só teremos certeza se ele continua dentro de algum tempo. O legal dessa indecisão é o número de fofocas que isso cria; nos últimos dias já estavam falando que o Coach K, o Mike Krzyzewski, técnico da universidade de Duke e da seleção americana em Pequim, iria substituir o Zen Master em L.A.
Independente de quem seja o novo técnico do Lakers, o trabalhão que ele terá será motivar o time, que precisa ter o mesmo sangue nos olhos que teve nessa temporada por ter perdido a final de 2008. Precisa também ser, mais do que líder, treinador mesmo. Elenco para manter o nível o Lakers tem, mas alguns jogadores precisam jogar mais do que vêm jogando. O Vujacic precisa voltar a ter pontaria nos arremessos (o Odom não vai acertar o que acertou nas finais pra sempre), o Farmar precisa ser mais regular para herdar mais minutos do Fisher, que fez uns playoffs horríveis até a Final, e o Bynum precisa ser o antigo Bynum que não fazia uma falta a cada posse de bola.
E assim encerra-se acabada o fim da cobertura Bola Presa da temporada 2008-09. A partir da próxima semana é só pivetada, depois análise do draft, possíveis trocas que vão ocorrer no dia do draft (Shaq para o Cavs? Amar’e no Wolves? Quanta balela!) e quem sabe até uma promoção do draft como tivemos no ano passado. É esperar pra ver!
Ainda não sei se vai ter promoção mesmo, mas se tiver eu garanto que o prêmio NÃO será um boneco do Kobe em tamanho real. Mas seria se eu tivesse 13 mil dólares. Mais barato é comprar o uniforme do Randolph no Blazers por míseros 14 dólares na NBA Store. Esse seria um bom prêmio, não seria?
Atualização:
Acho que cabe nesse post colocar o último vídeo dos bonecos do Kobe e do LeBron, dessa vez com a comemoração educada do Kobe. O link foi mandado pelo leitor Vitor Hugo.