>Gordinho herói

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O ursinho carinhoso foi melhor que Bynum, Yao e KG ontem

O Orlando foi para o jogo 4 em casa pra abrir 3 a 1 e ficar perto de liquidar a série, o Boston jogou com a corda no pescoço pela milésima vez desde a temporada passada. E como sempre venceu.

Nunca acreditei nesse negócio de time “com camisa”, muito menos na NBA, mas parece que acontece mesmo com o Boston. E estou dizendo “com camisa” no sentido de uma camisa que pesa, que tem tradição, não no sentido de jogo dos “com camisa versus sem camisa” que você faz no churrasco no sítio do tio Paulão.
Tudo parece que vai dar errado com o Boston e de repente alguma coisa salva eles. Pode ser o Paul Pierce encarnando o Jordan, o Ray Allen acertando bolas de Reggie Miller, Eddie House acertando bolas de Ray Allen ou até o Ursinho Carinhoso Glen Davis se transformando no herói da noite.
Na partida de ontem o Boston estava focado em conseguir a vitória e estava perto disso no quarto período, mas de repente a série virou Sixers e Magic e todo mundo começou a errar no final.
O Celtics passou seis minutos sem uma cesta de quadra e o Magic simplesmente não soube responder com uma virada, de tantos erros que cometeram. Eles até ameaçaram quando o novato Courtney Lee virou o Detroit Pistons: primeiro com aqueles pull up jumpers vindos de um magrelo de máscara, uma emulação do Rip Hamilton. Depois porque um novato tomar as rédeas de um jogo de playoff cheio de veterano é a coisa mais Tayshaun Prince de todas. Só faltou ter braços que encostam no chão enquanto ele anda.
Porém, não foi o bastante, ele errou algumas bolas depois e o Magic falhou feio ao decidir o jogo. A única jogada que estava dando certo foi a que eles acertadamente tentaram no minuto final: Rashard Lewis isolado contra seu marcador. Ele é grande demais pro Paul Pierce e rápido demais pro Glen Davis. Ele também superou facilmente a marcação do Scalabrine, mas não precisa ser nem alto e nem rápido pra isso.
Faltando poucos segundos pro fim do jogo, o Lewis sofreu falta do Big Baby e acertou seus dois lances livres, colocando o Orlando na frente.
O Celtics tinha pouco mais de 10 segundos pra tentar vencer o jogo e resolveu esperar até o último segundo. Rondo segurou a bola até ver se Pierce ou Ray Allen ficavam livres e a bola acabou indo pra mão de Pierce, que depois de um corta-luz do Glen Davis, ao invés de arremessar, tocou a bola pro gordinho que, com seu arremesso característico – feio, chutando as pernas pra frente enquanto pouco sai do chão -, fez o arremesso mais importante da sua carreira. Curioso que a bola anterior, a chutada antes dos lances livres do Lewis, também tinha sido do Glen Davis, o segundo arremesso mais importante da sua carreira.
Apesar de ter sido uma surpresa ver ele decidindo um jogo que tinha Paul Pierce, Ray Allen e o Rajon Rondo, que joga cada vez melhor, não foi a primeira vez em que o Boston colocou suas fichas nele. Ele já tinha acertado importantes arremessos na temporada regular (como esse contra o Spurs, em San Antonio) e mesmo nesses playoffs contra o Bulls a bola caiu na sua mão várias vezes nas milhares de prorrogações.
Aqui uns trechos da entrevista do Glen Davis depois do jogo de ontem. Curioso é que ele tenta explicar como é arremessar uma bola dessas e a sensação, mas no fim das contas ele só joga um monte de palavra e não diz nada:
“Sempre que eu arremesso eu me visualizo acertando arremessos de último segundo. Você sempre tem que ver, se você vê, você acredita. Eu sempre acerto milhares de arremessos iguais a esse e acredito que sempre vou acertar.

“Você tem que estar focado nessas horas, entender o momento, a situação, o relógio. Basicamente você tem que pensar sem pensar. Apenas arremessar.”

Valeu, Big Baby, mas poderia ter usado a entrevista para se desculpar com o coitado do garotinho torcedor do Magic que tomou um puta empurrão seu depois do arremesso. O coitado pagou uma nota preta pra ver o jogo de perto e não só o time dele perdeu como ele ainda foi empurrado por um gordo sorridente. Dá pra ver no vídeo abaixo:
Agora a série está empatada e o Orlando precisa arrancar mais uma vitória em Boston. Não vai ser fácil, claro. O Boston apesar dos defeitos está sabendo se virar, o Rondo está jogando pacas e o Celtics defende melhor em casa.
Por mais bizarro que pareça, a solução para dificultar a vida da defesa do Celtics parece ser deixar o Dwight mais tempo no banco e usar mais vezes o Marcin Gortat, mas falo mais a fundo desse assunto outro dia porque tenho medo de ser apedrejado por preferir o Polish Hammer ao Superman no ataque.

Momento Bola Presa Classic

Primeiro o desabafo: tem algum time que entra mais vezes de salto alto em quadra do que o Lakers? Ontem era dia de pegar o Rockets sem Yao Ming, que está fora do resto dos playoffs com uma contusão no pé, meter 3 a 1 na série e fechar o caixão no jogo 5 em LA. Mas não, tem que ser do jeito mais difícil.
O Rockets entrou em quadra sabendo como jogar (já estão acostumados a perder o Yao por contusão) e sem responsabilidade alguma de vencer, agora eles são mais zebras do que nunca e só tinham que ser agressivos. Foram, defenderam muito e atacaram a cesta o jogo inteiro, com a defesa do Lakers sempre um passo atrás. Destaque para o Aaron Brooks (34 pontos), que tem sido o fator decisivo dessa série. Jogou bem nos dois jogos em que o Houston ganhou e fedeu bem fedido nas duas derrotas. Ontem até ponte aérea no último segundo ele fez, foi um espetáculo.
O Lakers nem tem o que dizer, foi dominado em todos os aspectos do jogo e a diferença de 12 pontos do placar final foi só pra não ficar feio nos livros de história, já que chegou a ser de 29. Nós já fizemos um post falando sobre o Lakers ser um time muito irregular durante a temporada, falamos que era um bocado assustador o time do Phil Jackson, que sempre foi famoso por saber motivar seus jogadores, jogar tão mal partidas fáceis e ter seus melhores jogos na temporada contra Celtics, Cavs, Spurs e outros grandes times. Por que não jogar com aquela vontade e qualidade sempre?
Não sei, mas achei que nos playoffs essa intensidade ia ser em todo jogo, como é para o Cavs e para o Nuggets, por exemplo, mas não está sendo assim. Relaxaram no jogo 3 contra o Jazz e relaxaram demais ontem também. Ao invés de ter o instinto assassino de pegar o adversário sem seu melhor jogador e arrebentar, jogaram como se fosse um jogo de temporada regular onde uma derrotinha a mais não faz diferença.
Como o quarto período mostrou de maneira um pouco exagerada mas ainda real, o Rockets não tem garrafão para parar Gasol e Bynum. Eles não tem Yao e nem Mutombo, é Chuck Hayes e Scola pra segurar dois jogadores grandes demais. Mesmo com esforço acho que o Rockets não passa, mas o Lakers passa e vai pegar o Nuggets sem favoritismo algum.

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