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Don Nelson explica pro Jamal Crawford como abrir a porta de saída

Primeiro foi a troca que mandou Richard Jefferson para o Spurs. Depois, Randy Foye e Mike Miller foram para o Wizards em troca de mais uma escolha de draft para o Wolves. Agora é a vez de mais uma troca inesperada, dessa vez com a participação do Warriors, o time mais insatisfeito da NBA.

Sob o comando do técnico biruta Don Nelson, o Warriors parece uma madame entediada com um cartão de crédito nas mãos. A contratação de jogadores é aleatória, as escolhas de draft nunca fazem sentido, e o time está sempre arrependido do elenco que consegue montar. Na temporada passada, ao perder seu armador principal Baron Davis para o Clippers, o Warriors se vingou contratando Corey Maggette, apesar de terem uma coleção de jogadores que jogam mais ou menos nessa mesma posição. Sem um único armador puro capaz de organizar o jogo depois que o Don Nelson decidiu não usar o Marcus Williams, que veio de uma troca com o Nets, o Warriors mandou Al Harrington para o Knicks em troca do Jamal Crawford, que não é nem nunca foi um armador nato.

A situação no Warriors durante a temporada passada parecia alguém que não sabe jogar NBA Live. No papel de armador principal, só estiveram jogadores improvisados: Monta Ellis quando voltou de contusão, CJ Watson, Jamal Crawford e, no começo da temporada, Stephen Jackson, que jogou até de ala de força lá dentro do garrafão mas teve que brincar de armar quando o negócio apertou.

De segundo armador, além de todos os jogadores acima, jogaram também o Azubuike, Corey Maggette, o italiano mantido como refém Marco Belinelli, e também o Anthony Morrow, que ninguém nunca tinha ouvido falar até começar um jogo como titular e fazer 37 pontos arremessando como um maluco. Vale destacar que todos esses sete jogadores foram titulares ao menos alguma vez na temporada jogando em uma das duas posições de armação.

Nunca um time teve tantas opções de armadores sem, no entanto, ter um único jogador capaz de chamar jogadas, controlar o ritmo do jogo e envolver seus companheiros. Todos eles são pontuadores, arremessadores ou alas, nenhum deles tem experiência na função de armar o jogo, e o Don Nelson nunca conseguiu ficar contente com nenhum deles. Na verdade, ele nunca fica contente com ninguém em nenhuma posição e seus experimentos malucos fariam o Macaco Louco corar de vergonha, sentando pivôs, afundando jogadores importantes no banco e colocando novatos em situações absurdas.

O Jamal Crawford é um excelente pontuador e sabe chamar para si a responsabilidade de uma partida, mas tende a colocar a bola debaixo do braço e ignorar todo o resto do planeta. No esquema “corra pela sua vida” que o Don Nelson implementa, Crawford nunca teve qualquer desculpa para tentar se controlar apesar dos protestos de seu técnico. Na verdade, com o Warriors fedendo e ninguém assistindo, rapidinho o Jamal Crawford não viu motivo algum para deixar de se preocupar apenas com suas estatísticas numa evidente esperança de ser trocado. O próprio Don Nelson não fez mistério de que adoraria se livrar do armador (que, por alguns dias, foi anunciado como a solução para a franquia) e agora finalmente conseguiu. Mulheres com cartão de crédito são volúveis.

Foi assim que o Warriors acabou de mandar Jamal Crawford para o Hawks em troca de dois armadores puros: Acie Law e Speedy Claxton. O único problema é que esses dois também seriam a solução para o Hawks há anos e nunca fizeram absolutamente nada. O Claxton teve uns playoffs sensacionais com o Spurs no que parece agora uns 90 anos atrás e chegou no Hawks como o armador veloz de que eles tanto precisavam. Uma contusão atrás da outra acabou com sua carreira e ele nunca mais deu sinais de vida nem pra sua esposa, que acha que ele foi comprar cigarros e nunca mais voltou. Já o Acie Law foi draftado para ser o armador do futuro da franquia, mas nunca conseguiu apresentar nada em quadra. Nas poucas oportunidades que teve, deixou bem claro que era melhor o Joe Johnson jogar de armador improvisado mesmo. A troca que trouxe Mike Bibby foi a gota final para o Law, sinal de que já não se esperava mais nada dele e que ninguém teria paciência com o garoto. A troca, então, livra o Hawks de duas promessas que não deram certo e traz um pontuador nato ao time. Como Crawford se sairá ao lado de Joe Johnson, sendo que os dois exigem muito a bola no ataque, isso teremos que ver. Mas a princípio, ainda que o Joe Johnson tenha que continuar jogando de armador improvisado, eles parecem formar a dupla de armação mais poderosa ofensivamente da NBA e será um porre para qualquer equipe arrumar dois jogadores de defesa no perímetro ou decidir quem receberá a marcação dupla. Do jeito que está, com o Joe Johnson recebendo marcações triplas em finais de partida, não tinha mesmo como continuar.

Para o Warriors, os dois armadores trazem ao menos a possibilidade de colocar alguém em quadra que tenha experiência em armar o jogo, mas não vou perder meu tempo analisando se uma troca do Warriors vai dar certo. É claro que o Don Nelson não vai gostar de nenhum deles, vai afundá-los no banco, e a brincadeira foi apenas para se livrar do Crawford descontente antes que ele se pegasse com o vovôzinho do Nelson no vestiário. Com a sétima escolha no draft dessa quinta-feira, pode apostar que o Warriors pega inclusive mais um armador – cada um tem o fetiche que merece. Mas talvez, com a quantidade enorme de armadores puros nesse draft, o Don Nelson encontre alguém que mereça ficar em quadra e, assim, não estrague a carreira de mais um novato (Belinelli, Brandan Wright e Anthony Randolph mandaram lembranças).

Vale lembrar que o draft acontece nessa quinta-feira e vamos acompanhar ao vivo aqui no chat do Bola Presa. Também estamos com um novo visual no blog para comemorar o draft (é nossa noite de Natal!), então aperte o “atualizar” aí até o dedo cansar e, enquanto isso, aproveite para participar da nossa promoção especial do Draft 2009 e ganhar uma bola muito da batuta.

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