>Madison Square Gordon

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Ben Gordon destruindo o Knicks pela 478ª vez no Madison Square Garden

Feliz novo começo de calendário gregoriano para vocês todos leitores do Bola Presa. Mas vocês, assim como nós, sabem que o ano só acaba depois das Finais da NBA e começa de novo algumas semanas depois no draft. Eu, já faz um tempo, prefiro contar minha vida em temporadas do que em anos. Quem nasceu hoje não nasceu em 2 de janeiro de 2008, mas sim no começo do terceiro mês da temporada 2007-08. Simples assim. Falar de outra forma faz parecer que existem coisas mais importantes que NBA no mundo.

Entre a derrota do Portland, o Atlanta em quarto lugar, o Lakers usando shortinho e o Ben Gordon de volta a ser o sexto homem no Bulls, tenho que dizer que o que mais me surpreendeu foi o Ben Gordon. Em três jogos de volta à função que exercia tempos atrás ele tem médias de 31,7 pontos por jogo e tem acertado 56% dos seus arremessos. Nos 26 primeiros jogos, em que foi titular, ele chutou 38% para ter média de 17 pontos.

Nos dois primeiros jogos, em que fez 31 no Bucks e 25 no Knicks, você ainda podia dizer que era contra times fracos, com defesas furadas. Mas aí ele vai lá e pega o Orlando, que tá voltando a vencer depois de uma queda de produção, e mete 39 pontos em 16 arremessos certos de 27 tentados, incluindo uns de tirar o fôlego como o que ele fez em cima do Bogans no fim da prorrogação. O cara tava simplesmente pegando fogo. Ele estava sendo o Ben Jordon, como dizem alguns torcedores do Bulls. Então não tem mais desculpa, ele realmente está jogando melhor vindo do banco. E, acreditem, não é a primeira vez que ele faz isso.

Já na sua primeira temporada, depois de ter sido a terceira escolha no draft de 2004, ao invés de ser rookie do ano como todo rookie bom e normal, ele foi o sexto homem da temporada. E com méritos. Realmente ele fazia a diferença vindo do banco. Como premiação por isso ele foi promovido a titular. Não deu certo. Voltou ao banco e começou a jogar bem de novo, mas reclamando que queria ser titular. E nessa novela ficava sempre tudo igual, ele era um reserva espetacular que marcava toneladas de pontos mas quando era titular não rendia nem metade.
Até que na temporada passada ele recebeu mais uma chance e aproveitou, na bela campanha do Bulls da temporada passada Gordon foi titular o ano todo, jogou bem e parecia que ele tinha superado essa história de só se dar bem vindo do banco.

Só que ele tem fama e sabe como é, né? O Bulls estava fedendo, Skiles foi demitido e a primeira coisa que o novo técnico Jim Boylan fez foi colocar o Ben Gordon no banco. Todo mundo estava jogando mal mas o único a ir pro banco foi o Gordon. Parece perseguição, injustiça, pegar no pé do pobre coitado. Mas convenhamos que ele ajuda a ter essa imagem, como resposta à ida para o banco ele teve seus melhores jogos da temporada até agora. Assim o técnico não tem outra escolha a não ser manter o plano e dessa vez Ben Gordon parece até estar aceitando melhor seu papel. Mas o que eu ainda não engulo e que não entendo nem a pau e que me intriga muito é porque acontece isso, por que ele joga tão melhor quando vem do banco?!

Dizem que pode ser algo psicológico mesmo, que ele se sente mais à vontade vindo como reserva e pronto. Outros dizem que está mais ligado a coisas mais práticas. Jogadores que vêm do banco costumam ter uma função bem definida, ou você entra pra pegar rebotes, marcar, dar velocidade ou, como é o caso do Gordon, para marcar pontos. Então o Ben Gordon pode se sentir à vontade lá para simplesmente fazer o que sabe, que é arremessar muito bem e marcar seus pontos. E sem ter a responsabilidade de envolver os companheiros de time, de armar o jogo, de marcar o melhor cara da outra equipe e nem nada assim, é só ir lá e meter a bola na cesta.

Eu acho que é uma soma das duas coisas. Ben Gordon é um jogador limitado, não é daquelas estrelas do nível de Kobe e Wade, por exemplo, que fazem um pouco de tudo. Ele tem seu talento na hora de marcar pontos e só isso. De resto ele é bem fraco. Então acho que vindo do banco ele demonstra menos essas fraquezas (embora ainda mostre, porque mesmo vindo do banco você tem que participar do jogo em geral!), e o lado psicológico aparece no seu aproveitamento dos arremessos. Porque vindo de titular ele poderia comprometer o time em inúmeras coisas mas ainda sim ter um ótimo aproveitamento nos arremessos, mas isso não acontece, sua confiança fica abalada e ele acaba escolhendo mal os arremessos e errando tudo.

Tudo isso é só teoria, claro, só o Ben Gordon sabe o que se passa na cabeça dele. E se vocês querem saber, acho que nem o técnico do Bulls está interessado em saber o que se passa na cabeça de seu jogador, o que lhe interessa é que ele continue jogando do jeito que está agora, como o Ben Jordon.


Notas:

AQUI tem um vídeo do jogo em que o Gordon fez mais pontos na carreira, 48, contra o Bucks. Na mesma noite, Michael Redd marcou 52.

– Se você não entendeu a referência aos shortinhos do Lakers no começo do texto, o que aconteceu foi que no jogo de domingo passado contra o Celitcs eles usaram não só a camiseta dos anos 80, mas os shorts também. Como não faço questão de ter uma foto das coxas do Andrew Bynum e do Luke Walton no meu blog, só vou colocar um link pra vocês darem uma olhada, é só clicar aqui.

– Vimos dia 31 que 35% de quem votou na nossa enquete acertou e o Portland perdeu finalmente ontem. Mas a maioria dos votos dizia que a derrota viria só nesse ano e erraram. O Jazz tinha sido derrotado duas vezes durante a sequência de 13 vitórias seguidas e não ia aceitar passar a vergonha de ser freguês assim de um companheiro de divisão.

– Se você também é dos que acham que o Larry Hughes consegue escolher arremessos em horas e posições piores que o Zach Randolph, então esse é o site pra você.

– Falando em Larry Hughes e também no meu último texto sobre jogadores que ganham mais do que deveriam, aqui tem uma lista com os piores e os melhores contratos da NBA, considerando o quanto ganham e o quanto produzem em quadra. Larry Hughes tem o segundo pior contrato, atrás apenas do Kenyon Martin.

– Lembram do texto sobre o Jamario Moon em que eu disse que o apelido dele era “Full Moon”? Hoje descobri mais dois: “Moonshine” e “Apollo 33”. Eu gostei! Mas gostei mais ainda dessa enterrada dele aqui

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