>Mais alguns

>Quem está acompanhando nossa planilha sobre o mercado de Free Agents da NBA sabe que a cada dia tem uma novidade no mercado. Embora dê vontade de comentar tudo na hora de uma vez, estamos tendo paciência. Temos até a próxima temporada para falar de todas as contratações, todos os times e todas as trocas que estão movimentando a NBA. Você vai se informando por lá (é só clicar no banner com o LeBron e a chuva de dólares) e aos poucos leia a nossa análise aqui.

Hoje escolhi quase que aleatoriamente 6 jogadores que assinaram novos contratos nos últimos dias para comentar sua situação. Virão mais!

Chris Duhon – Orlando Magic (15 milhões por 4 temporadas)
O Chris Duhon teve a chance da vida dele de provar que poderia ser um grande jogador quando sobrou como o único armador decente em um elenco despedaçado do Knicks há duas temporadas. Preocupados com o “Verão de 2010”, que acabou rendendo só Amar’e Stoudemire de grande coisa, o time resolveu gastar pouco e deixou nas mãos de Duhon a armação do time por duas temporadas.
No começo da primeira, a estréia também do técnico Mike D’Antoni em Nova York, Duhon se destacou. Foi o dono do time, distribuiu passes para todo mundo e fez o ritmo veloz imposto pelo técnico funcionar. Ou pelo menos funcionar na medida do possível, dentro das limitações técnicas do elenco. Mas pelo jeito foi excitação de principiante, sucesso inexplicável de primeiras jornadas. Eu tinha muito disso com videogames: comprava um jogo de corrida (desses que não são simulação, tipo Mario Kart ou o genial Cruis’n USA), fazia uma volta espetacular, estabelecia um recorde e depois demorava uns 8 meses para chegar perto daquele tempo de novo. Sempre pensei que o jogo começava mais fácil para você não desistir logo de cara.
Depois da metade da temporada o Duhon caiu na real e começou a apanhar. Talvez com mais atenção das defesas adversárias, deixou de ser o armador líder para voltar a ser o coadjuvante discreto que havia sido na sua carreira de Bulls. Eu sempre achei ele bem competente, com a cabeça no lugar, mas foi só porque nunca havia sido tão exposto. Com a responsabilidade inteira do time nas suas costas, despencou de nível. Na temporada passada continuou mal e forçou o time a arriscar de tudo na armação: o recém-contratado Sergio Rodriguez (que decidiu voltar para a Europa), o novato Toney Douglas (que teve seus bons momentos) e até Tracy McGrady, que não nasceu para ser armador mas quebrou um galho durante algumas partidas.
Agora Chris Duhon vai para o Orlando Magic ser reserva de Jameer Nelson. Ou seja, vai de volta para o seu lugar. Teve a chance de provar que poderia ser um grande jogador e provou que é um grande reserva. Jogando seus 15 ou 20 minutos por jogo, deixando Nelson descansar e sendo burocrático (não cometer erros, não arriscar demais e só achar o arremessador de três mais próximo), vai ser bastante útil para o Magic. Uma contratação boa para manter o Magic como um dos times com melhor banco de reserva na NBA. Bem vindo ao seu lugar, Duhon.
Quentin Richardson – Orlando Magic (8 milhões por 3 temporadas)
Um dos que vai se beneficiar com os passes de Chris Duhon é Quentin Richardson. Quentinho não é um grande jogador, é ruim, na verdade, mas sabe fazer bem uma coisa: chutar de 3. Não tem melhor time para ele estar, portanto. Não é grande coisa ser uma mulher barbada no mundo real, mas dentro de um circo, de repente, se torna importante.
Essa contratação parece uma prova de que o Magic não vai manter o JJ Redick no time. O Redick assinou um contrato com o Chicago Bulls, mas por ser um Free Agent restrito, o Magic tem 7 dias para igualar a oferta e segurar o jogador. O contrato do Bulls é de 20 milhões de dólares por 3 anos. E não só é caro como é um contrato “front loaded”, ou seja, desses 20 milhões a maior parte vem no primeiro ano, o que é horrível para o Magic, que já está pagando multas por estar acima do teto salarial.
Sem Redick e por um contrato menor (nada divulgado oficialmente, mas dizem que são os mesmos 3 anos do contrato do Redick mas por 12 milhões de dólares a menos!), vai de Quentinho mesmo! A função dos dois no time é a mesma, vir do banco e acertar bolas de longe. A diferença é que Redick provou na última temporada, principalmente nos playoffs, que se fosse dado a chance, poderia fazer mais. Se mostrou decente (embora às vezes nervoso) com a bola nas mãos, foi bem com sua velocidade na marcação a Ray Allen e tem uma inteligência de jogo para posicionamento bem acima da média. Quando o Magic foi esmagado pela defesa do Celtics, ele foi um dos poucos a ainda se destacar. O Quentinho em compensação sabe ficar parado na zona morta e colocar a bola pra dentro.
A contratação não foi desastrada porque Q-Rich oferece algo que o Magic valoriza, mas é uma queda de nível em comparação a Redick, uma decisão obviamente econômica e não basquetebolística. E dentro das restrições econômicas, uma boa saída. O único erro que o Magic não pode cometer é considerar que Quentinho pode também suprir a possível saída de Matt Barnes. Barnes é mais alto, marca, pula, pega rebotes, se esforça, sabe andar de bicicleta sem rodinhas, Richardson não, no máximo pega uns rebotes aqui e ali, mas fica nisso.
Luther Head – New Orleans Hornets (2.5 milhões por 2 temporadas)
Além de ser o nome da banda de Heavy Metal que um dia eu vou ter, Luther Head também é o nome do mais novo contratado do Hornets. Não vejo muita necessidade de ter Head no elenco já que seus talentos como armador serão ignorados nas presenças imponentes de Chris Paul e Darren Collison, e com a ascenção de Marcus Thornton na temporada passada Head ficará ainda mais escondido.
Mas pelo menos o salário é minúsculo (para os padrões da NBA, não se sintam ofendidos todos os que ganham 500 reais por mês), não vai machucar. Head teve bons momentos na carreira, especialmente no Houston quando ganhou espaço com a contusão de Tracy McGrady (algo tão inesperado quanto existirem orgias no mundo do futebol), sempre vinha do banco para acertar suas precisas bolas de três pontos em que ele se joga pra frente como se dar um arremesso fosse o mais esforço do mundo. Mas com o excesso de jogadores no elenco, Head deu o fora e não conseguiu se estabilizar em Miami nem Indiana. No Hornets, que sofre com falta de bons jogadores no banco, ele deve ter pelo menos chances de mostrar seu jogo, e pode ser para esse time do Hornets o que o Jannero Pargo foi há duas temporadas. E até pode dar sorte e ganhar destaque caso os boatos de que o time pode trocar Chris Paul virem realidade.
Atualização: O Luther Head conseguiu a proeza de não passar nos testes físicos que são necessários antes de uma contratação ser finalizada. Assim ele continua fora da NBA e o Hornets continua atrás de mais jogadores minimamente decentes para seu banco de reservas.
Ben Wallace – Detroit Pistons (3.8 milhões por 2 temporadas)
Quase todo mundo já fez caridade. Alguns doam milhões para instituições de caridade, outros fazem trabalho voluntário, outros doam seu troco do McDonald’s para as crianças com câncer. Já o Pistons faz caridade dando 4 milhões de dólares para o Ben Wallace.

O discurso depois de assinado o contrato é de lealdade ao time, de amor mútuo entre as partes e do desejo do Big Ben de se aposentar no time que o consagrou como um dos melhores defensores de todos os tempos.

A questão é: o Ben Wallace não foi para o Pistons na temporada passada justamente para isso? Não era para jogar uma última vez e parar? Pra que mais dois anos? Ele não joga mais um décimo do que jogava cinco anos atrás. Tá bom que o contrato é baixo, mas não valeria mais a pena apostar em outro jogador? Contrate o Ben Wallace pra treinar a molecada nos treinos e fim de papo, é angustiante ver esses ídolos da última década jogando tão mal no fim de suas carreiras. Espero que ele pelo menos se divirta, é o discurso-Schumacher de velho derrotado.
Linas Kleiza – Toronto Raptors (19 milhões por 4 temporadas)
Eu sou um dos maiores fãs do Linas Kleiza que eu conheço. Não que eu saia por aí puxando papo com as garotas sobre como o Kleiza é um grande jogador, mas acredito que não existam muitos admiradores do basquete do lituano como eu. Nos seus tempos de Denver Nuggets eu ficava muito triste de vê-lo ter tão pouco tempo de quadra. Não era culpa do técnico, claro, por melhor que eu ache que ele seja, nunca vai ser tão bom quanto o Carmelo na posição três e embora quebre um galho na 4, não tem a força defensiva de Kenyon Martin. Ele era importante vindo do banco de reservas, mas como não torço para o Nuggets, queria mesmo é que ele tivesse um lugar para mostrar o que pode fazer. Um teste para saber se ele realmente pode ser um bom titular ou sou eu que sou um otimista.
Ele quase teve essa chance quando uma troca entre Nuggets e Kings ficou próxima de acontecer em 2008. O Nuggz enviaria Kleiza para Sacramento em troca de Ron Artest! Mas na mesma época o Kleiza estava jogando seu melhor basquete na carreira, incluindo um jogo de 41 pontos contra o Jazz. Aí o Nuggets deu pra trás, não quis arriscar misturar Artest com JR Smith e manteve o lituano.
Manter ele não deu em nada. Logo depois disso o Kleiza começou a passar ainda menos tempo em quadra “porque era só um finalizador e o time fica melhor com construidores de jogadas”, nas palavras do técnico George Karl. Insatisfeito, Kleiza jogou a última temporada no Olympiakos da Grécia e agora vai para o Raptors.
Com a troca de Hedo Turkoglu para o Phoenix Suns em troca do Leandrinho (vamos comentar essa troca em outro post) o time canadense ficou com um buraco na posição 3. É a chance de Kleiza jogar mais minutos por jogo do que nunca na NBA, e ainda em um time que perdeu seus dois principais cestinhas e precisa desesperadamente de pessoas que saibam fazer pontos. O Raptors também sempre teve dificuldades na NBA porque muitos de seus jogadores não queriam morar no Canadá, é o tipo de time que todo mundo vai por conta de Draft ou trocas, não por livre ou espontânea vontade. Ter então um jogador bom, talentoso, que não se incomode de não morar nos EUA e que esteja disposto a jogar lá pra valer só pode ser um bom negócio.
Não esperem que ele carregue o time para os playoffs, sou fã dele mas não sou retardado, mas foi uma boa contratação para o time e para o jogador.
Kyle Korver – Chicago Bulls (15 milhões por 3 temporadas)
Lembra que eu falei lá em cima que o Bulls fez uma oferta para o JJ Redick que está perto de ser finalizada? Pois é, isso não impediu o time de contratar o Kyle Korver. Agora o Bulls tem dois ótimos arremessadores para a posição dois, mas sejamos sinceros, algum tem condição de ser titular?
Já falamos de Redick lá em cima, com seus talentos e limitações, e muito disso vale para o Kyle Korver. O sósia do Ashton Kutcher chegou na NBA só sabendo arremessar, mas com o passar dos anos se tornou um jogador mais completo, sendo bom o bastante para passar mais tempo em quadra num jogo sem comprometer, como fazia nos seus primeiros anos de Sixers. Mas melhorar é uma coisa, ser titular em um time que tem a ambição de ir fundo nos playoffs é outra. Korver é o sexto homem dos sonhos de 90% dos times da NBA, mas não pode ser titular. Redick é o sexto homem dos sonhos de 90% dos times da NBA, mas não pode ser titular. Será que dois sextos homens dão um titular?
Gostei da contratação do Korver, ter arremessadores bons era essencial para o Bulls agora que eles tem duas ameaças no garrafão: Boozer e as infiltrações de Derrick Rose. Mas talvez o time sofra se esperar mais do que ele pode oferecer.

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