Mais um adolescente no Twitter

Eu deveria estar escrevendo um preview sobre a FINAL DA NBA que começa amanhã, mas estou aqui para falar da mais absurda polêmica IMBECIL desta temporada. E olha que estamos falando de um ano que teve briga em túnel secreto, JR Smith jogando SOPA num assistente técnico e toda a SAGA das confusas lesões mal explicadas de Kawhi Leonard e Markelle Fultz! Como a NBA é boa com drama e tem pavor a tempo livre, é claro que a história vazou bem naquele único dia sem jogo nesses Playoffs.

Na noite desta terça-feira o The Ringer publicou uma história em que dizia que Bryan Colangelo, General Manager do Philadelphia 76ers, tinha CINCO contas falsas no Twitter, todas usadas para discutir com membros da mídia da cidade, criticar o técnico Brett Brown, falar mal de jogadores do time (especialmente Joel Embiid, Nerlens Noel e Jahill Okafor) e cutucar outros nomes da NBA, em especial Masai Ujiri, manager do Toronto Raptors que assumiu o lugar do próprio Colangelo no time canadense. Outro alvo era Sam Hinkie, predecessor dele como manager do Sixers, criador do tal Processo, e que tem um CULTO de seguidores na Philadelphia.

A farsa foi denunciada por uma fonte anônima ao The Ringer, que disse que após “perceber muitas mensagens estranhas” direcionadas a membros da mídia local, usou seu conhecimento em inteligência artificial e análise de dados para identificar padrões linguísticos nas cinco contas. No caminho descobriu que elas seguiam, em geral, as mesmas pessoas: membros do Sixers, jornalistas da Philadelphia, perfis que escrevem sobre basquete colegial do Canadá e da Universidade de Chicago.

Todas essas contas estão ligadas, de certa forma a Colangelo, como seu antigo empresário, companheiros de time do seu filho no time da Universidade de Chicago e o antigo técnico de colegial do menino em Toronto. O The Ringer então entrou em contato com o Sixers para perguntar sobre TRÊS dessas contas, e decidiu não citar duas delas. Colangelo respondeu assumindo ter apenas uma (a que praticamente não tinha postagens) e negou veementemente ter qualquer outra. Mas, coincidentemente, TODAS ELAS, as citadas pelo Ringer e as outras, foram fechadas logo após a mensagem. No mínimo suspeito.

EricJr

Um cara ter uma conta falsa no Twitter não é novidade na NBA. Há não muito tempo descobrimos que Kevin Durant fazia a mesma coisa para se defender dos críticos e xingar de volta. Era absurdamente infantil e bobo, mas bem menos sério que nesse caso. Aqui estamos falando de um General Manager que estava batendo no próprio time e até vazando informações. Em mais de uma oportunidade ele disse, via contas secretas, que Jahill Okafor não tinha sido trocado porque não havia passado nos exames médicos de outros times. Ele também acusou o técnico Brett Brown de não colocar Markelle Fultz para jogar para ter uma desculpa para explicar a razão das derrotas. Em uma série de tweets, uma dessas contas diz que o novato foi prejudicado pelo seu “técnico/mentor” pessoal e que até teria passado por uma experiência pessoal traumática e que por isso estria jogando mal.

A história caiu como uma bomba na NBA, que passou a noite fazendo piada e investigação de Twitter. Na parte das piadas, o próprio Joel Embiid, chamado de “preguiçoso e egoísta” nas contas, apareceu para xingar uma delas e dizer que o “Sam Hinkie é muito mais esperto que você”:

Pouco depois, porém, ele falou para a ESPN que conversou com Colangelo e que o manager tinha garantido que tudo aquilo era mentira. Ele acreditou, mas deixou claro o quanto seria desastroso se desmascarado:

O fato de Embiid brincar com Sam Hinkie não é por acaso. Como explicamos nesse post, ele era General Manager do Sixers que construiu o tal PROCESSO. Era o cara responsável por todas as derrotas do time, o tanking, o Draft de jogadores machucados e as trocas por mais e mais escolhas futuras. Foi ele que disse que isso daria certo no longo prazo (como deu), mas que pediu demissão quando o Sixers contratou Colangelo para –vejam só– melhorar a imagem do time e acelerar o caminho para as vitórias.

A parte da investigação do Twitter foi divertidíssima, muito engraçada e cheia de prints, mas nada de muito confiável. Em geral o pessoal começou a entrar nas supostas contas do Colangelo (que estavam vivas, mas no modo privado) e clicar em “esqueci minha senha” para ver que e-mail ou telefone eles davam para o resgate. Com poucas letras dos e-mails ou números do celular, começaram a tecer teorias de que era mesmo o manager:

A conspiração foi tão longe que depois de umas horas tinham pessoas dizendo que a tal fonte anônima era o próprio Sam Hinkie que, vejam só, realmente trabalha com inteligência artificial agora. Tiveram ainda os que foram mais longe e falaram que Hinkie na verdade comandava essas contas e tentou armar para derrubar o rival. Considerando que Hinkie é alguém que pensa a longo prazo, seria uma bela vingança com anos de atraso:

O que acontece agora? Bom, o Sixers disse que começou uma investigação sobre o caso. Eu nem acho que eles precisam PROVAR que era Bryan Colangelo para demiti-lo, se a maioria dos funcionários, comissão técnica e jogadores ACREDITAREM que foi ele, o elo de confiança se rasga e acaba o clima. A ideia é tentar juntar o máximo de informação possível para não deixar dúvidas sobre qualquer possível resposta, seja ela qual for, e poder seguir em frente.

O caso traz outra conclusão, mais ampla. Jogadores, técnicos e managers têm funções onde eles são criticados e avaliados diariamente ao mesmo tempo em que precisam ser polidos e corretos na sua relação com a imprensa, sob o risco de serem ainda mais criticados e julgados depois. Essa ânsia por MANDAR A RELA e falar o que está pensando de uma vez por todas deve levar vários a terem contas falsas em redes sociais. Talvez um terapeuta possa ajudar.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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